quarta-feira, 11 de março de 2020

Lição 11 - 1º Trimestre 2020 - A Cura No Ministério de Jesus Cristo - Jovens.

Lição 11 - A Cura No Ministério de Jesus Cristo 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-A origem e a natureza das enfermidades
II-A cura divina como parte da salvação
III-Jesus cura os enfermos
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar a origem bíblica das doenças;
Demonstrar a possibilidade de relação entre salvação e curas;
Refletir sobre o ministério de cura de Jesus.
Palavras-chave: Jesus Cristo.

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Telma Bueno:
INTRODUÇÃO
Vivemos em um século onde podemos ver e experimentar o avanço da medicina aliado às novas tecnologias. Na atualidade, os hospitais dos grandes centros urbanos já podem contar com robôs cirurgiões e estes realizam procedimentos de alta complexidade com alta precisão. Contamos também com a chamada inteligência artificial, capaz de armazenar dados do paciente na nuvem, o que permite que os especialistas, de diferentes nações, troquem informações em tempo real, ajudando no diagnóstico de muitas patologias. Temos visto o tratamento, a cura e a prevenção de doenças graves, como por exemplo, a hanseníase que, nos tempos bíblicos, oprimiam as pessoas e as tiravam do convívio familiar. Contudo, ainda não é possível controlar algumas epidemias, dores e o sofrimento humano diante das enfermidades. As moléstias físicas e emocionais continuam a trazer dor, tristeza e opressão, tanto nos países do chamado G8, oito países mais ricos do mundo, como por exemplo, os Estados Unidos, Alemanha e China, seja entre os  países mais pobres do mundo, como o Níger, no continente africano. 
Neste capítulo, mostraremos que a cura divina, diante do avanço da medicina e tecnologia, continua fazendo parte do plano divino de redenção da humanidade. Porém, diante desse tema, algumas pessoas ainda fazem os seguintes questionamentos: Por que os milagres de cura não são tão recorrentes como nos tempos de Jesus? O que mudou? Acreditamos que Jesus não mudou. Cremos que Ele continua a curar as enfermidades do corpo e da alma e, aqui, veremos a cura divina como uma parte importante do ministério de Jesus Cristo. 
I – A ORIGEM E A NATUREZA DAS ENFERMIDADES
A origem das enfermidades
Antes de criar o homem, Deus preparou um lugar perfeito para que fosse sua habitação. O Senhor não somente criou um lugar perfeito, mas criou também um ser perfeito, saudável e colocou nele a sua imagem e semelhança. Antes da Queda podemos ver o primeiro casal desfrutando de uma vida feliz e harmoniosa, com a natureza, com o Criador e entre si, como cônjuges. Então, o que deu errado? O pecado entrou no mundo. As doenças físicas e emocionais são uma consequência direta da Queda. 
O Criador nos deu o livre-arbítrio, temos o direito de fazer escolhas, mas precisamos ter muito cuidado, pois toda escolha traz consequências, seja na vida espiritual ou física. O primeiro casal quebrou um princípio divino, quando princípios são quebrados adoecemos, seja no corpo, na alma ou no espírito. No caso de Adão e Eva podemos ver que o mundo, até então perfeito, acabou por ruir completamente e agora segundo o autor Ken Ham 1, “o sofrimento e a morte abundavam nessa criação antes perfeita.” Com o pecado veio a morte, o sofrimento e as moléstias. Não fomos criados para morrer e nem para sofrer, mas para viver eternamente e ter uma vida abundante, por isso não sabemos lidar com a morte e muito menos com as doenças (Gn 2.17). Ao criar o primeiro casal, Deus também concedeu a eles uma missão: governar a Terra, cultivar o solo e guardar o jardim do Senhor (Gn 1.26; 2.15). Fica evidente que para cumprir tal missão eles precisavam de saúde física, espiritual e emocional. 
O mundo, depois da Queda, jamais seria o mesmo, isso é um fato. Segundo o teólogo Vernon Purdy “ao entrar em cena o pecado, a humanidade começou a sofrer.” Ao lermos as Escrituras Sagradas fica claro que as enfermidades físicas e mentais são resultado do pecado, das escolhas erradas do primeiro casal. Entretanto Deus é bom e misericordioso; já no Éden Ele havia prometido e providenciado um Redentor que levaria sobre si as nossas dores e maldições. O pecado de Adão e Eva trouxe consequências drásticas sobre a humanidade e a natureza. Entretanto, olhando para o mundo antediluviano, podemos ver que a Terra, apesar de amaldiçoada com cardos e espinhos (Gn 3.18), ainda permaneceu fértil e tal fato é uma dádiva do Criador. Segundo o livro de Gênesis, parece que não havia carência de alimentos e tudo indicava que as pessoas comiam e bebiam à vontade: “Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (Mt 24.38). Acreditamos, com isso, que a fartura de alimentos foi um dos elementos que contribuiu para que as gerações até Noé tivessem saúde e longevidade. Na genealogia de Sete vemos que algumas pessoas viveram por quase mil anos, como por exemplo, Metusalém (Gn 5.27). A longevidade destas gerações fez com que a corrupção se alastrasse pelo mundo como uma espécie de erva daninha. Então, Deus puniu o pecado daquelas gerações com o dilúvio. Depois desse episódio, na genealogia dos filhos de Noé (Gn 10), já não encontramos mais o tempo de vida dos seus descendentes.  
Sofrimento físico é resultado da ira divina?
No Antigo Testamento é bem explícito a associação que as pessoas faziam entre o sofrimento físico, o pecado e a ira divina. Tomemos como exemplo o caso de Miriã. Ela ficou leprosa depois de questionar a atitude de Moisés em se casar com uma mulher cuxita, etíope (Nm 12). Também podemos ver o exemplo do rei Uzias que foi acometido de lepra depois de ter cometido um grave pecado (2 Cr 26.16-19). Observe o que nos diz Vernon Purdy 2 a esse respeito:
[...] em Salmos 38.3, “o vínculo entre o pecado e o castigo é expresso mais enfaticamente no paralelismo do verso 4, onde a indignação divina e o pecado humano estão ligados entre si como um diagnóstico espiritual primário de uma doença física. Outro exemplo desse fenômeno acha-se em Salmos 107.17: “Por causa das suas iniquidades são afligidos”. Aqui, “aflição” significa “enfermidade” e demonstra que “esse versículo enfatiza a conexão entre a enfermidade e o pecado.”
No livro de Jó vemos que os seus amigos, Elifaz, Bildade e Zofar, reforçam a ideia de que as enfermidades e o sofrimento são resultados de iniquidades contra Deus e fruto da ira divina. Eles acusam o servo de Deus de ter cometido algum pecado, pois segundo a cosmovisão deles os justos não passam por aflições, mas somente os perversos e transgressores. Os amigos de Jó fizeram de tudo para que ele reconhecesse algum pecado que tivesse cometido.  Sabemos que tal maneira de pensar é equivocada. Infelizmente, na pós-modernidade, com a propagação da enganadora Teologia da Prosperidade, muitos também passaram a pensar como os amigos de Jó. Porém, é importante lembrar que Elifaz, um dos amigos de Jó, foi severamente repreendido pelo Senhor (Jó 42.7). 
Quando Jesus deu início ao seu ministério terreno as pessoas também pensavam dessa forma, acreditando que somente os perversos eram acometidos pelas enfermidades. Jesus tem poder para curar toda e qualquer enfermidade, mas tal poder não nos isenta das adversidades e das doenças. No Novo Testamento as pessoas também associavam as enfermidades a pecados cometidos e à ira de Deus. 
Tomemos como exemplo o capítulo 9 do Evangelho de João.  Jesus estava passando com seus discípulos quando viu um homem cego. Por onde o Mestre caminhava havia sempre uma grande multidão, mas esta não impediu que Jesus olhasse para um pobre cego. Este episódio nos mostra que, em seu ministério terreno, Jesus sempre acolheu os doentes, os pobres e marginalizados.  O Filho de Deus veio para os pobres e os excluídos, para aqueles que eram  desprezados e colocados à margem da sociedade no tempo em que Jesus exercia seu ministério terreno, como os cegos, leprosos e aleijados. Os discípulos de Jesus, ao verem o cego da narrativa, demonstraram outro tipo de preocupação. Eles queriam saber: “Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” Vejamos o que Lawrence Richards tem a nos dizer a esse respeito: 
“Aqui também há algo especial para nós. Os discípulos, depois de verem o homem nascido cego, foram levados a fazer uma interessante pergunta teológica. A crença popular sugeria que a deficiência deste homem era devida ao pecado em sua vida. Mas, como ele nasceu cego, como poderia ter merecido esta punição? Ele foi punido por algum pecado dos seus pais? Ou quem sabe algum pecado que Deus sabia de antemão que o homem iria cometer? O que é importante aqui não é a resposta que Jesus deu — de que a cegueira não era punição por nenhum pecado, mas que servia como oportunidade para glorificar a Deus. O que é importante é o fato de que quando os discípulos viram o sofrimento — sua curiosidade, e não sua compaixão, foi despertada.A luz que Jesus traz, e na qual nós devemos andar, deve mudar radicalmente as nossas prioridades. Resolver enigmas teológicos, e até mesmo estar ‘certos’ em nossas interpretações sobre as Escrituras, deveria ser menos importante para nós do que exibir a compaixão e a preocupação pelos outros, que as ações de Jesus constantemente revelam.”3
Enfermidades do corpo
Em Êxodo 15.26, Deus se revela ao seu povo como “Eu sou o Senhor, que te Sara”. Havia uma promessa para o povo do Senhor, se ele andasse conforme os preceitos do Todo-Poderoso, jamais seria acometido das enfermidades ou pragas que foram lançadas entre os egípcios. Tal fato nos mostra a bondade do Pai e o quanto Ele deseja que o seu povo seja saudável. Entretanto não podemos nos esquecer que o cuidado com a saúde física e mental sempre foi, e sempre será, uma responsabilidade do ser humano. Nosso corpo é templo do Espírito Santo (1 Co 6.20). Então, é nossa responsabilidade cuidar muito bem dele. Deus quer que tenhamos saúde, mas cabe a nós tomar as decisões certas, fazendo escolhas sábias que não prejudiquem nossa saúde física ou emocional. A Palavra de Deus nos garante que um dia nós teremos um corpo glorificado, não mais sujeito aos males deste mundo e às doenças. Mas, enquanto esse dia não chega, devemos fazer a nossa parte. 
Ao ler o livro de Levítico vemos que o Senhor deu aos israelitas uma lista dietética (Lv 11). Qual era o propósito dessa lista? Privar as pessoas de alguns alimentos? A preocupação de Deus era com a saúde do seu povo; Ele preocupa-se com o nosso bem-estar físico e mental (Êx 15.26). 
Deus deu ao povo judeu numerosos mandamentos e seu significado médico só foi apreciado recentemente. Deuteronômio 23.13 ordenava que o soldado carregasse uma pá, de modo que todo excremento humano fosse enterrado. Levítico 13 ordenava o isolamento dos leprosos. Foi sugerido que a insistência da circuncisão levou a uma incidência muito baixa de câncer na cerviz entre as mulheres judias e que as proibições de casamento consanguíneos foram dadas para controlar o número de enfermidades hereditárias.4  
Jesus nasceu na Palestina, em um tempo em que o Império Romano dominava Israel. Havia tensão política e instabilidade social, tornando a vida das pessoas bem difícil. Mas, em meio às muitas crises, Jesus veio ao mundo restaurando a esperança de um mundo melhor, mais saudável em todos os aspectos. O Mestre viveu, exerceu seu ministério e cumpriu sua missão sacerdotal em uma sociedade em que havia muitos pobres, escravos e enfermos. Por isso, é comum ver nos Evangelhos que onde Jesus estava sempre havia grandes multidões, apertando-o e desesperada por uma cura. Observe o que nos diz Jeremiah Johnston 5 a esse respeito:  
A busca por cura de doenças e alívio de dor nos tempos antigos beirava o desespero, e não é difícil ver o por quê. Ruínas literárias e arqueológicas sugerem que, em uma dada época, cerca de um quarto da população do Império Romano estava doente, ferido ou, de alguma forma, necessitando de assistência médica. Escavações de túmulos, em que três ou quatro gerações de uma família foram sepultadas, frequentemente constatam que somente um terço dos membros de uma família atingem a idade adulta, e muitos dos que, de fato, atingiram a idade adulta não chegavam aos 40 anos. Pouquíssimas pessoas viviam até os 60 ou 70. Também devo mencionar que estou relatando aqui as ossadas dos ricos, não dos pobres. Se somente um terço dos membros de uma família opulenta atingia a idade adulta, devemos supor que a longevidade para os pobres era provavelmente muito menor. 
Jesus sabia que algumas enfermidades do seu tempo eram resultado de problemas ligados às questões sociais e econômicas, contudo Ele também deixou bem claro que algumas enfermidades eram de origem demoníaca (Mt 12.27). Mas para Jesus não importava a origem, a causa, pois Ele curava todos. 
Enfermidades da mente
Segundo o pastor Thiago Brazil “a Bíblia não é um manual de Psicologia, muito menos um livro preocupado em relatar quadros psicopatológicos”. Por isso, não vamos encontrar nos Evangelhos relatos específicos de curas de enfermidades da mente. Mas, em seu ministério terreno, certamente Jesus também curou pessoas que estavam acometidas de doenças mentais e emocionais. Sabemos que as enfermidades, sejam elas físicas ou mentais, são oriundas da Queda. Jesus, apresentado pelo profeta Isaías como o Cristo sofredor (Is 53), veio ao mundo para nos salvar e nos livrar da maldição do pecado. Logo, a cura divina faz parte da obra redentora de Jesus Cristo. Isaías diz que “verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is 53.4). Vejamos o que Vernon Purdy 6 tem a nos dizer a esse respeito:
A cura não deve ser considerada uma opção adicional, inteiramente à parte da nossa salvação. As Escrituras desconhecem um conceito de salvação que exclua todos os aspectos de natureza física. Semelhante conceito é um acréscimo filosófico ocidental à fé, e não uma definição bíblica de salvação. Dizer que Isaías 53.5 e 1 Pedro 2.24 falam exclusivamente de cura espiritual ou da salvação da alma, e não de cura física, é estabelecer uma dicotomia estranha entre as dimensões espiritual e física da existência humana, dicotomia esta que as Escrituras não justificam.
A sociedade moderna, em alguns países desenvolvidos, conta com sistemas de saúde eficazes, diferente do tempo em que Jesus desenvolveu seu ministério terreno. Entretanto, estamos vivendo em um século difícil e trabalhoso (2 Tm 3.1), onde temos visto o crescimento das chamadas doenças da alma, como por exemplo, a depressão, a ansiedade patológica, as fobias, o transtorno obsessivo compulsivo, etc. As doenças da alma não são visíveis, como são as fraturas de um braço ou uma perna, decorrentes de uma queda, contudo elas são reais, dolorosas e necessitam de tratamento. Segundo os profissionais de saúde mental, podemos dizer que a dor da alma é pulsante, porém metafórica; não sabemos exatamente onde dói, mas sabemos que vem de dentro para fora. 
Atualmente fazemos parte de uma geração que procura cuidar bem do corpo, tendo uma alimentação saudável e fazendo atividades físicas, o que é muito salutar. Contudo, em relação à alma, podemos dizer que poucos cuidam dela como deveriam. As pessoas se submetem a uma carga excessiva de trabalho, na igreja e na vida secular, passam horas vendo programas televisivos e séries carregadas de violência e não tiram um tempo para descanso da mente e nem para o lazer. Os resultados são os piores, comprometendo toda a saúde. 
Deus projetou nossas mentes para que trabalhem melhor quando seguimos as instruções fornecidas no nosso manual de instruções — a Bíblia. Infelizmente, no mundo de hoje, há tanta informação entrando em nossas mentes que o nosso pensamento fica enevoado e distorcido. Para pensarmos de uma maneira que leve à vida saudável, precisamos ter pensamentos saudáveis. Precisamos pensar corretamente, da mesma maneira como precisamos ingerir os alimentos corretos. Da mesma maneira como um corpo precisa ser limpo de toxinas que o prejudicam e impedem o seu bom funcionamento, a sua mente precisa ser limpa de pensamentos e informações que o impedem de viver da melhor maneira possível.7  
II  - A CURA DIVINA COMO PARTE DA SALVAÇÃO
Naamã e seu mergulho na fé
Encontramos no Antigo Testamento vários episódios de milagres e curas. Naamã, general do exercito da Síria, é apenas um deles. Ele foi curado, salvo de uma doença incurável no seu tempo, a hanseníase. É importante ressaltar que a palavra “salvar” tem um amplo significado, apontando para a obra redentora de Jesus Cristo. A palavra “salvar”, do latim salvare, tem como um dos seus significados libertar, redimir, pôr em um lugar seguro. E foi exatamente o que ocorreu com o general. Os sírios eram um povo idólatra que oprimia os hebreus, e a cura de Naamã foi uma demonstração de que o Deus de Israel é aquEle que salva, que socorre e resgata a todos que o buscam independente da nação a qual pertence. A enfermidade desse honrado homem, e que ocupava uma importante posição no governo do seu país, também nos mostra que os nossos títulos, ministérios, bens materiais, fama e posição social não nos isentam das mazelas da vida humana. 
Todos estão sujeitos às enfermidades; elas são o resultado da Queda. No caso de Naamã a sua cura dependia do cumprimento de uma ação determinada pelo profeta Eliseu. Para ser curado, era preciso mergulhar sete vezes no rio Jordão.  O general se mostra reticente em cumprir tal ordem, pois ele estaria expondo publicamente a sua condição.  Porém sabemos que Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6). Os milagres, os eventos sobrenaturais e as curas faziam parte da vida do povo hebreu, por isso podem ser vistos em todo o Antigo Testamento e cada cura apontava para a obra do Messias descrita em Isaías 53. 
As Escrituras ensinam que [...] eventos sobrenaturais faziam parte da vida do povo hebreu no Antigo Testamento. Ocorriam com alguma regularidade em cada geração de crentes do Antigo Testamento. Quando os fenômenos sobrenaturais deixavam de ocorrer, os escritores da Bíblia consideravam sua ausência como um sinal do juízo divino. Eis como o salmista se expressa: ‘Por que nos rejeitas, ó Deus, para sempre? Por que se acende a tua ira contra as ovelhas do teu pasto?’ (v.1). Então, após descrever o julgamento que caía sobre Israel, o salmista lamenta: ‘Já não vemos os nossos símbolos; já não há profeta; nem, entre nós, quem saiba até quando’ (Sl 74.9). Há um lamento similar em Salmos 77.7-10. Agora, porém, o salmista recusa-se a aceitar a ausência dos feitos sobrenaturais do Senhor. Ele, então, refere-se ao Senhor como o ‘Deus que opera maravilhas’ (v.14). Um dos piores julgamentos que poderia vir sobre Jerusalém foi registrado por Isaías: ‘Porque o Senhor derramou sobre vós o espírito de profundo sono, e fechou os vossos  olhos, que são os profetas, e vendeu as vossas cabeças, que são os videntes’ (Is 29.10). Não ter os benefícios do ministério dos profetas e dos videntes era considerado como um juízo desastroso da parte do Senhor. As Escrituras terminam com a introdução do Reino de Cristo. Introdução essa acompanhada de milagres e fenômenos sobrenaturais. O único registro divinamente inspirado que temos da vida eclesiástica é que milagres e orientações sobrenaturais eram relativamente comuns. O Reino de Cristo é apresentado com milagres. Mesmo que tivessem havido apenas dois períodos de milagres no Antigo Testamento, isso não provaria que o Reino de Cristo teria apenas um breve período de milagres. Tudo se transformou com a vinda de Cristo e de seu Reino. Ora, todas as coisas são possíveis àquele que confia. Dons de cura foram dados a toda a Igreja. Os anciãos devem ter um ministério regular de curas (Tg 5.14-16). Se houve um, quatro ou cinco períodos de milagres no Antigo Testamento, isso é irrelevante para se determinar se o Reino de Cristo deve ter milagres como parte normativa da vida eclesiástica. Isso deve ser determinado à base de declarações específicas do Novo Testamento.”8  
Como parte do processo de cura o profeta Eliseu pede que Naamã vá até o rio Jordão e mergulhe sete vezes em suas águas. As águas do rio Jordão não tinham nenhum poder curativo, seria apenas uma questão de fé, de obediência. Qual era o propósito do profeta ao estipular tal ordem? Chamar a atenção para si? Não! A cura do general deveria ser um acontecimento público, pois segundo o Comentário  Bíblico Moody 9 “o banho no Jordão enfatizava o poder de Deus para curar”. Todos deveriam ver e saber que só o Senhor é o Deus que cura! Na atualidade a fé em Jesus Cristo continua sendo uma condição essencial para a operação da cura divina. 
Na narrativa da cura de Naamã, aparece a figura de uma menina, uma escrava que servia à esposa de Naamã. Essa menina certamente foi arrancada de seu lar; levada cativa para uma nação inimiga. Contudo, ela se preocupa com o bem-estar do seu senhor e anuncia que em sua terra, na cidade de Samaria, havia um homem de Deus, um profeta que certamente restauraria a saúde de seu senhor (2 Rs 5.3). A menina estava revelando, à sua senhora, que em Israel havia um Deus que podia curar. Tal testemunho nos mostra que a jovenzinha deve ter ouvido, e até visto, alguns relatos de cura entre o seu povo, o que prova que os milagres eram comuns no Antigo Testamento. A menina escrava manteve a sua fé no Deus de Israel e por seu intermédio foi revelado aos sírios, um povo idólatra, o poder curador do Todo-Poderoso. 
O general sírio não apenas obteve a cura física, mas converteu-se ao Deus vivo (2 Rs 5.15-19). Tal verdade fica evidente em sua declaração: “Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em Israel” (v. 15).
A cura espetacular do general sírio, Naamã, mostrou que o Senhor pode dar vida à carne morta (‘a tua carne te tornará’, 2 Rs 5.10), que ele era gentil para com os estrangeiros e que o profeta não era mercenário como era a maioria dos profetas de Israel. Nenhum outro texto ilustra melhor o fato de que o profeta está livre do controle do povo, do que na recusa de Eliseu receber renumeração do general rico. O servo do profeta serviu de exemplo da tolice de agir mercenariamente com o ministério (2 Rs 5).10 
Salvação e restauração da saúde
No Evangelho de Mateus 9.18-26 encontramos o relato da cura de uma mulher que sofria com uma hemorragia havia doze anos. Jesus estava cercado por uma multidão e se dirigia para a casa de Jairo, pois sua filha estava gravemente enferma e precisava de uma cura. No caminho, Jesus é tocado por uma mulher cuja fé era extraordinária. A confiança da mulher encheu seu coração de ousadia e fez com que ela desconsiderasse a lei, pois tudo que uma mulher, em período menstrual ou com qualquer tipo de fluxo de sangue, tocasse, aquilo seria considerado cerimonialmente imundo. 
A condição da mulher era socialmente terrível, vivia de forma oprimida e era considerada como propriedade do homem; uma mulher jamais ousaria tocar em um mestre publicamente e ainda mais naquelas condições. Alguns historiadores afirmam que talvez essa devesse ter sido a razão de tamanho constrangimento ao ter que dizer, publicamente, que havia tocado em Jesus e sido, imediatamente, curada. A mulher teria que admitir, de forma pública, a sua imundícia, a sua vergonha. Pensa no quão difícil era sua situação? Contudo, tal relato bíblico mostra não somente a cura da enfermidade física da mulher que tinha um fluxo de sangue, mas também a salvação da sua alma, pois segundo o Comentário Bíblico Pentecostal 11 o fato de Jesus dizer à “mulher que ela tivesse ânimo, porque a fé dela a curou, o verbo aqui é sozo, e em outras passagens significa ‘salvar’”. Por que Jesus não permitiu que a cura da mulher passasse em segredo? Observe a nota abaixo:
Jesus não permite que o acontecimento se passe em segredo, ficando a mulher perdida na multidão. É necessário que a mulher apareça, fique em evidência, ascenda de sua humilhação. Exige que dê testemunho público à verdade. Não lhe basta somente a cura da enfermidade. Esta é apenas sinal de algo muito mais importante. A mulher, impedida de ser em sua própria identidade feminina e, além disso, marginalizada pelas leis e os costumes sociais, não pode ser deixada no anonimato. Invadida pelo “temor” face à maravilha que lhe acontecera e trêmula de medo pela consciência de sua condição e do seu lugar social, é chamada a ser maior do que ela mesma e revelar publicamente sua identidade: “Quem me tocou?” E Jesus lhe dirige a palavra, não se envergonha nem foge dela. Ao contrário, comunica-lhe o alvissareiro anúncio da paz messiânica, em termos muito próximos daqueles com que os antigos profetas anunciavam a salvação a Jerusalém (cf. Is 40,1-2; 54,1-6; 52,7-12 [...]). “Ir em paz” é fórmula de despedida, para seguir sob o olhar de Deus (cf. Jz 18,6; 2Sm 15,9; At 16,36), na certeza de que ele concede o que se pede (cf. 1Sm 170. Quem anuncia o Reino traz com a paz a restauração dos corpos e a comunhão (cf. Lc 10,5-11), que se vive mesmo nas aflições impostas pelo “mundo” (cf. 16,33; Jo 14,27). É, por excelência, a saudação do Resuscitado e comunica o Espírito e o levantamento do pecado (cf. Jo 20,19.21.26).12  
Na atualidade temos a tendência de tratar o ser humano como uma “estante, com várias prateleiras, compartimentos”. Porém, Jesus tinha uma visão correta do ser humano, sua visão era holística, sabendo que a enfermidade do corpo afeta a alma e também o espírito e vice versa. Por isso, sua cura não incluía somente o corpo, mas fica evidente que em algumas passagens dos Evangelhos, o milagre do Salvador era completo e apontava para algo ainda maior que a cura, a salvação da alma. 
Essas observações de modo algum deixam de ter interesse para o significado mais geral dos milagres no Novo Testamento que leva a sua expressão, de maneira extremamente diáfana e inequívoca, àquilo que acontece com toda e qualquer pessoa que chega a Jesus. Uma vez que não existe qualquer possibilidade de dividir o ser humano em corpo e alma, a corporeidade do ser humano é, para os Evangelhos, o patamar em que se projeta toda a salvação e o destino da pessoa, ou melhor, a corporeidade é o patamar no qual se desenrola e se torna palpável a salvação. Dessa forma, no milagre, coloca-se em evidência aquilo que ocorreu com o ser humano em seu todo. Por conseguinte, o milagre não é uma exceção à regra, mas traz algo à contemplação. Ele não fica de lado como uma ocorrência miraculosa no deserto, mas é como que o primeiro cume ou cimo numa cadeia de montanhas que vai se destacando ao sair da névoa matutina. No milagre, a pergunta pela tangibilidade da salvação recebe uma resposta exemplar e modelo. Porque o corpo e a alma não são separáveis, também este primeiro cume já merece o nome de salvação. Se alguém é curado dessa maneira, então ele ou ela já encontrou a Deus, e depois disso só pode ser curado de forma total. A salvação é indivisível, e, por essa razão, incorrem em erro intérpretes que querem separar o milagre do elemento propriamente salvífico. Assim, o milagre não é nem secundário nem exterior, mas uma parte orgânica do todo.13 
Como deve um salvo cuidar de sua saúde
O salvo em Jesus Cristo deve cuidar do seu corpo com zelo, pois ele é o templo do Espírito Santo (1 Co 6.20). Deus enviou seu Filho Jesus Cristo ao mundo para curar o nosso espírito, alma e corpo, por isso Ele deseja que tenhamos saúde física, mental e espiritual. Cabe a você tomar as decisões certas e fazer escolhas sábias em relação ao seu bem-estar.  A Bíblia nos garante que um dia nós teremos um corpo glorificado, não estaremos mais sujeitos aos males deste mundo: depressão, ansiedade, bulimia, obesidade, etc. Contudo, enquanto esse dia não chega, devemos fazer a nossa parte.  
Uma pessoa doente, física ou mentalmente, terá mais dificuldades para adorar e servir ao Senhor e cumprir com os propósitos estabelecidos por Ele. Muitas das doenças da atualidade estão relacionadas às questões alimentares, precisamos ter cuidado com aquilo que ingerimos, que colocamos em nossa boca.  Você já reparou que a mídia está a todo tempo dizendo o que devemos comer ou beber, influenciando nossos hábitos?  Observe, com o olhar crítico, quantas propagandas de guloseimas e produtos industrializados são apresentadas por dia na tevê, nas redes sociais, nos meios de comunicação em geral. 
Alguns comerciais de refrigerantes induzem as pessoas a consumirem outros produtos, como pizza e salgadinhos. Os lugares mostrados por essas peças publicitárias são sempre aconchegantes, com pessoas praticando esportes. Você não vê referência ao arroz com feijão, às frutas ou verduras. É muito alimento processado e quase nada natural, orgânico. É preciso vigiar (Mc 13.37)! Temos aplicativos para pedir comida sem sair de casa, com apenas um click, o que muitas vezes nos impede de pensar no que estamos comendo. A propaganda tenta influenciar os hábitos alimentares e muitos jovens não têm noção do que a gordura em excesso e o sódio podem causar ao nosso corpo. Deus está preocupado com o que nós comemos; nada está fora do interesse dEle. O Senhor deu aos israelitas uma lista dietética (Lv 11) e tal fato mostra a preocupação dEle com a saúde do seu povo. O Senhor preocupava-se com o bem-estar físico dos hebreus (Êx 15.26). 
A bulimia é uma síndrome que ataca muitos jovens, principalmente as mulheres. A pessoa que sofre desse mal, cuida do corpo de forma errada, obsessiva. Seguem dietas rigorosas. Mas de repente, exageram e ingerem uma grande quantidade de alimentos para, em seguida colocar tudo para fora. Para alguns, ter equilíbrio não é algo fácil. Jesus, nosso Mestre, deve ser nosso exemplo em todas as áreas. Ele é exemplo de vida simples, saudável e equilibrada. Seu desenvolvimento foi como de toda a criança e jovem (Lc 2.52), porém perfeito. Olha que Ele participou de festas e jantares (Lc 7.36; Jo 2.1,2). Jesus não se deixava levar pela opinião dos outros, pois seu desejo era agradar ao Pai e fazer a sua vontade (Lc 3.22). 
Temos que cuidar da nossa aparência física e da nossa saúde com cuidado, sabedoria, pois a preocupação exagerada com o corpo tem feito com que muitos jovens deixem de comer de forma adequada e acabem entrando também num quadro de anorexia. Segundo os médicos “a anorexia nervosa é um distúrbio alimentar causado pela preocupação exagerada com o peso”. Ela provoca problemas psiquiátricos gravíssimos e a pessoa que está sofrendo desse mal ao se olhar no espelho se vê obesa, embora esteja bem abaixo do seu peso. Com medo de engordar, estas pessoas exageram nos exercícios físicos, tomam laxantes e diuréticos por conta própria correndo riscos seriíssimos e prejudicando a saúde. Esta doença se não for tratada a tempo pode levar à morte. Mas o que leva as pessoas, especialmente os jovens, a ficarem anoréxicas? Elas são influenciadas pelo conceito de beleza imposto pela moda que determina a magreza como símbolo de elegância e perfeição. 
Outro problema ligado à alimentação, que tem também preocupado as autoridades na área da saúde, é a obesidade, acúmulo excessivo de gordura corporal. A obesidade não é apenas um problema estético. Ela está associada a doenças cardiovasculares, diabetes e outros males. A Bíblia adverte que é preciso comer com sabedoria (Pv 23.2). Muitas são as opções de rodízios. Se paga um único valor e come-se até não poder mais. Não tem nada de mais se reunir com os amigos uma vez ou outra para um churrasco ou pizza. Mas todos os finais de semana não dá: “Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias....” (Rm 13.13). Infelizmente, nas cantinas de nossas igrejas e nos almoços de confraternizações, em geral, temos sempre poucas opções de lanches e comidas saudáveis, porém não faltam refrigerantes e salgadinhos fritos.  
III- JESUS CURA OS ENFERMOS
A dedicação e a cura dos enfermos não foi uma coincidência, mas parte de um plano eterno 
Jesus veio para anunciar o Reino de Deus e as curas e milagres operados por Ele tinham como objetivo mostrar que o Messias prometido havia chegado (Lc 4.43; 8.1). Jesus não somente curou, mas deu poder e autoridade para que seus discípulos também realizassem milagres e curas em seu nome (Lc 9.2, 60). O Filho de Deus principiou seu ministério terreno operando uma ação milagrosa em uma festa de casamento. Observe:
O primeiro sinal milagroso foi a transformação de água em vinho, em Caná. Algo físico ilustra uma verdade espiritual. Jesus mostrou que tinha controle absoluto sobre tudo. Isso mostrou sua glória e levou à crença. 
Os dois sinais milagrosos seguintes foram de cura. O primeiro foi do filho de um oficial. Jesus observou que havia aqueles que estavam sempre à espera de “sinais e milagres” (Jo 4.48). Esse segundo milagre provou que a distância não era obstáculo para Jesus na execução de seu ministério. Depois do primeiro sinal, os discípulos  creram nEle. Como um resultado do segundo sinal, não só o oficial da corte creu, como também toda sua casa (Jo 4.53). A cura de um homem no tanque de Betesda (Jo 5.1-9) provocou grande controvérsia porque foi realizado no sábado (Jo 5.10).14  
O primeiro milagre realizado por Jesus em Caná nos mostra que Deus não se importa somente com a nossa alma, mas com tudo que nos diz respeito. Muitos filósofos helenistas acreditavam que o corpo não tinha valor algum, Platão considerava que o nosso corpo era uma sepultura. Daí a ideia errônea de que Deus somente se preocupa com o nosso espírito. O Criador se importa com todo o nosso ser e não somente com nossa alma ou espírito. Observe o que Vernon Purdy15 nos diz a esse respeito: 
Por que é tão importante ressaltar que a antropologia dualista é um acréscimo estranho ao Evangelho? Porque o dualismo, no seu modo de entender a existência humana, tem sido a pressuposição dos que desejam separar do corpo as implicações salvíficas da expiação realizada por Cristo. Reduzir a expiação à esfera espiritual não provém dos ensinos das Escrituras, mas da influência de uma filosofia pagã. Denegrir o âmbito físico e material não faz parte do Antigo ou do Novo Testamento. Deus criou pessoas inteiras, e é sua vontade, conforme revelam as Escrituras, restaurá-las inteiramente.16 
Ao morrer na cruz, Jesus tomou sobre si os nossos pecados, sendo santo Ele se fez pecado por nós; Ele também foi ferido no seu corpo e foi feito saúde para nos dar uma vida plena, saudável (Jo 10.10). Segundo Vernon Purdy podemos afirmar que a “cura divina é parte do plano de salvação”. 
Temos visto na sociedade atual muitos cristãos lutando arduamente pela conquista de bens materiais, fama, prestígio e poder. As pessoas querem, a todo o custo, serem VIPs e tais desejos, fruto de uma alma doente, acabam prejudicando a saúde física, emocional e espiritual. Essas pessoas em vez de viverem a vida abundante que Jesus Cristo conquistou para nós na cruz do calvário, acabam se tornando sobreviventes, tendo uma sobrevida. Precisamos refletir a respeito da sociedade na qual estamos inseridos como igreja. Que sociedade é essa? Tal reflexão vai nos ajudar a ter uma cosmovisão cristã e, com isso, sabermos identificar o que verdadeiramente é importante. Precisamos aprender a distinguir o supérfluo do que é realmente essencial para uma vida cristã autêntica e saudável. 
Cremos que o desejo maior do cristão deve ser a conquista do prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. De que adianta ter todos os bens nesta terra, ser VIP, ter prestígio e perder a própria alma? O que é mais precioso para você? Siga o exemplo de vida do apóstolo Paulo, pois ele tinha como alvo a pessoa de Jesus Cristo, seu ideal e sua aspiração era conhecer mais do Mestre. Mas, para viver em plenitude ele sabia da necessidade de cuidar bem da sua saúde física e emocional. Por isso, encontramos em suas Cartas algumas recomendações para que os líderes cuidassem bem da sua saúde. “Não bebas mais água só, mas usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas frequentes enfermidades” (1 Tm 5.23), essa foi uma recomendação para Timóteo, um jovem pastor.  Em 1 Timóteo 4.16, Paulo exorta ao jovem pastor a cuidar de si mesmo, ou seja, cuidar de sua saúde, antes mesmo de cuidar da doutrina e da igreja do Senhor. Paulo sabia que para cuidar do rebanho do Senhor e realizar a sua obra é preciso ter saúde física e emocional. Infelizmente, muitos líderes não se preocupam com o seu corpo, com sua saúde física e emocional na mesma proporção em que cuidam da sua vida espiritual. Oram, leem a Palavra de Deus, jejuam, buscam ao Senhor, mas não vão ao médico, não cuidam da alimentação, têm uma agenda repleta de compromissos e trabalham até à exaustão. Como médico, Lucas, o escritor do livro de Atos, exorta aos pastores a olharem para si mesmos antes de cuidarem do rebanho que lhes foi confiado pelo Senhor: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos [...]” (At 20.28). 
Jesus, a única resposta para alguns enfermos
No período em que Jesus exerceu seu ministério terreno já havia o exercício da medicina, pois Marcos relata no Evangelho que leva o seu nome, que a mulher que sofria com um fluxo de sangue “havia padecido muito com muitos médicos” (Mc 5.26). Existiam também lugares, ou melhor, algumas hospedarias, onde os hóspedes doentes recebiam atendimento. Observe o que o pastor Claudionor de Andrade17 nos diz a esse respeito: 
Em seus primórdios, o hospital não era uma casa de enfermo ou de enfermidade, mas um lugar onde o hóspede, se enfermo, podia receber cuidados médicos. A parábola do Bom Samaritano é um quadro que ilustra muito bem a fundação dos hospitais como hoje conhecemos. Nessa belíssima narrativa, observemos algo muito importante. Os desvelos ministrados pelo samaritano àquele homem refletiram, de certa forma, as funções de um sacerdote levita. Se bem que tanto o sacerdote como o levita, nessa narrativa, embora até possuíssem alguma ciência médica, passaram de largo e ignoraram o seu paciente. 
Segundo a história, o primeiro hospital moderno foi estabelecido, em 370 d.C., na cidade de Cesareia, como resultado de um benévolo édito imperial. 
Tanto no Antigo como no Novo Testamento, os tratamentos médicos eram caros e somente os ricos podiam pagar. Mesmo tendo condições financeiras, os hebreus deveriam recorrer a Deus, o Criador, antes de recorrer aos tratamentos médicos. Tal fato fica evidente em 2 Crônicas 16.12, quando o rei Asa buscou os médicos antes de se voltar para o Senhor. Parece que o melhor procedimento era, e é, buscar primeiramente a Deus em oração (Nm 21.7; 2 Rs 20; 2 Cr 6.28-30; Sl 6, 107.17-21). Contudo, sabemos que havia doenças, como a temida lepra (uma das doenças mais terríveis da antiguidade e de alto contágio) não tinha cura ou tratamento como tem hoje. Jesus Cristo era a única resposta para os doentes mentais, os coxos, os leprosos e os cegos. Lendo os Evangelhos podemos ver que o Filho de Deus curou muitos leprosos (Mt 10.8;11.5), contudo Jesus não somente curou os doentes, mas ordenou que os seus discípulos também os curassem: “E, indo, pregai dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebeste, de graça dai” (Mt 10.7,8).
Não há protocolos para a realização da cura
Ao lermos os Evangelhos fica evidente que Jesus não seguia nenhum tipo de protocolo para curar os enfermos, pois como Filho de Deus, Ele era e é soberano e age no momento que deseja e da maneira que lhe agrada. Certa vez, ao curar um cego de nascença, Jesus cuspiu na terra, fez com sua saliva um pouco de lama e passou nos olhos do cego (Jo 9.6). Depois, o Salvador ordenou que o homem fosse até o tanque de Siloé e lavasse o rosto ali. O homem que recebeu a cura da sua cegueira demonstrou ter uma grande fé, pois, embora a ordem de Jesus fosse nada convencional e até anti-higiênica,   ele cumpriu a risca as instruções. Tal episódio nos mostra que a obediência e a fé em Jesus são elementos essenciais para a cura do corpo, da alma e do espírito. Contudo, o Senhor é soberano e o fato de não sermos curados não significa que não temos fé ou que não estamos em obediência. 
Sabemos que Jesus é poderoso para curar toda e qualquer enfermidade, contudo nem todos são curados. Por que algumas pessoas não são curadas? Não existe uma única resposta para tal questão. Porém, curados ou não, podemos ter a certeza de que Deus nos ama e um dia limpará de nossos olhos toda lágrima e estaremos no céu onde não haverá mais morte ou dores (Ap 21.4). 
Em outra ocasião Jesus curou dois cegos apenas tocando nos olhos deles (Mt 9.27-30).  Em outro momento Jesus curou o empregado de um oficial romano com apenas uma palavra e à distância: “Então, disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E, naquela mesma hora, o seu criado sarou” (Mt 8.13). Já com a sogra de Pedro, Jesus toca-lhe na mão e ela é imediatamente curada da febre e passa a servi-los com seu trabalho (Mt 8.14,155). Jesus não mudou, Ele continua a realizar milagres e a curar aqueles que lhe pedem ajuda, mesmo que muitos já não creem na cura divina e que outros afirmem que as curas e milagres foram somente para os tempos de Jesus e dos crentes do primeiro século. 
Os críticos da doutrina bíblica da cura divina não compreendem todo o alcance e significado da obra expiatória de Cristo. O sofrimento de Cristo foi por nós, em nosso lugar e em nosso favor. Em Isaías 53, o Servo de Javé experimenta rejeição e sofrimento, “não como consequência de sua própria desobediência, mas em favor de outros”. Qual o resultado? Ele leva a efeito a cura do povo de Deus mediante as “suas pisaduras”. A afirmação de que os sofrimentos de Jesus trazem cura àqueles que sofrem fica estabelecida sobre um sólido fundamento teológico.18 
CONCLUSÃO
Deus nos ama e jamais as doenças fizeram parte do seu plano para a humanidade. Elas são uma consequência da Queda. E foi para nos resgatar do pecado e dos seus efeitos maléficos que Jesus Cristo veio ao mundo, morreu na cruz em nosso lugar, e ao terceiro dia ressuscitou, ascendeu aos céus e de lá voltará novamente para nos buscar. Podemos afirmar que a cura divina é parte da nossa salvação e da obra redentora de Jesus Cristo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
CORREIA JÚNIOR, João Luiz; OLIVA, José Raimundo; SOARES, Sebastião Armando Gameleira. Comentário do Evangelho de Marcos.
Comentário Bíblico Latinoamericano Novo Testamento. São Paulo: Fonte Editorial, 2012.
DEERE, Jack. Surpreendido pelo Poder do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.
GOWER, Ralph. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 154.
HAM, Ken. Criacionismo: Verdade ou Mito? Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996. 
JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginável: O que o nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
TOLER, Stan. Qualidade Total de Vida: Tenha pleno controle de sua vida pessoal, profissional e espiritual. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. 
ZUCK, Roy B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Comentário Bíblico MoodyVol 2. 2.ed. São Paulo: Imprensa Batista Regular: São Paulo, 1985.
Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013.

1 HAM, Ken. Criacionismo:Verdade ou mito? Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.343.2
2 HORTON, Stanley M. (Ed.) Teologia Sistemática:Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 505.
3 RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, pp. 218,219
4 GOWER, Ralph. Novo Manual dos Usos & Costumes dos Tempos Bíblicos. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 154.
5 JOHNSTON, Jeremiah J. Inimaginável:O que o nosso mundo seria sem o cristianismo. Rio de Janeiro: 2018, pp. 38,39.
6 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática:Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 514.
7 TOLER, Stan. Qualidade Total de Vida:Tenha pleno controle de sua vida pessoal, profissional e espiritual. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 45.
8 DEERE, Jack. Surpreendido pelo Poder do Espírito. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp. 257-58 
9 Comentário Bíblico Moody. Vol 2. 2.ed. São Paulo: Imprensa Batista Regular: São Paulo, 1985, p. 179.
10 ZUCK, Roy B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 154.
11 Comentário Bíblico Pentecostal:Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, p. 72.
12 CORREIA JÚNIOR, João Luiz; OLIVA, José Raimundo; SOARES, Sebastião Armando Gameleira. Comentário do Evangelho de Marcos, p. 201. 
13 Ibid., p.65. 
14 Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, p. 556.
15 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática:Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 514.
16 Ibid., p. 514.
17 ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço:Os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.  49. 
18 HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática:Uma perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 519. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

terça-feira, 10 de março de 2020

Lição 11 - 1º Trimestre 2020 - O Homem do Pecado - Adultos.

Lição 11 - O Homem do Pecado 

1º Trimestre de 2020
ESBOÇO GERAL
I – O HOMEM DO PECADO
II – A MISSÃO DO HOMEM PECADO
III – A DESTRUIÇÃO DO HOMEM PECADO
O HOMEM DO PECADO
Claudionor de Andrade

Historicamente, os prepostos de Satanás apresentam-se com os títulos mais circunstanciais e pomposos. Carlos Magno ainda é louvado como o construtor da Europa; Napoleão jamais deixou de ser enaltecido como o romântico e culto guerreiro; Hitler, apesar de todas as suas maldades, é fervorosamente cultuado, nalguns segmentos extremistas, como o eterno führer; já o ditador comunista Joseph Stalin, em que pesem os milhões de soviéticos que friamente assassinou, continua a ser incensado, por consideráveis setores da esquerda, como “o pai do povo”.
Apesar dessas “gloriosas” designações, tais déspotas serão julgados não como líderes políticos, mas como lacaios de Satanás. E, nessa miserável condição, antes mesmo do Juízo Final, hão de ser arremessados no Lago de Fogo, para onde também será lançado o querubim caído, que, durante a sua longa trajetória, veio a angariar emblemáticas alcunhas — antiga serpente, Satanás, Diabo e, finalmente, dragão (Ap 19.20; 20.10).       
Neste tópico, enfocaremos a origem, os títulos e a natureza do Homem do Pecado, que, como já vimos, vem sendo precedido por indivíduos malignos e sanguinários, desde o homicida Caim; essa cadeia do mal terá, como ápice, a ascensão do Anticristo — o opositor-mor do Cordeiro de Deus.
ORIGEM DO HOMEM DO PECADO
Caim e Lameque, prefigurando o Anticristo, opuseram-se sistematicamente a Deus (Gn 4.1-10, 23,24). Ambos agiram como o Homem do Pecado, que há de aparecer tão logo a Igreja seja arrebatada (2 Ts 2.6,7). Nesse mesmo grupo, arrolaremos o Faraó do Êxodo, o perverso Hamã e o sanguinário Herodes (Êx 1.8-16; Et 3.1-6; Mt 2.13). 
Desde os tempos bíblicos, muitos se fizeram anticristos e dispuseram-se a perseguir a Israel e a Igreja de Deus. Destes, viremos a destacar apenas Carlos Magno, Napoleão e Hitler, pois a lista é longa e enojadiça.
Apesar de toda a sua hermenêutica, o Diabo não sabe quando os crentes serão arrebatados. Por isso, mantém alguns homens de prontidão, para usá-los imediatamente após o rapto da Igreja (1 Jo 2.18). Embora seja temerário dizer quem, hoje, seria o Homem do Pecado, podemos identificá-lo por seus frutos (Mt 7.16). Eis porque é imperioso escolhermos muito bem nossos candidatos no momento das eleições, para não elegermos servos e servas de Satanás. Conheçamos, pois, suas agendas éticas, educacionais e econômicas, pois o Diabo que, a essas alturas, já é o Dragão do Apocalipse, vem apoderando-se de todas as instituições humanas, visando o estabelecimento de seu governo visível. 
TÍTULOS DO HOMEM DO PECADO
O título principal deste personagem é “Anticristo” (1 Jo 2.18). O apóstolo, sempre atento aos sinais dos tempos, soube como desmascarar os predecessores do Homem do Pecado; em seus dias, já não eram poucos.
O Homem do Pecado, no Apocalipse, é descrito como a besta que sobe da terra (Ap 13.1). Se retroagirmos a Daniel, constataremos que o Anticristo é apresentado como o príncipe que há de vir (Dn 9.26). O Senhor Jesus, por sua vez, mostra-o como aquele que, desprezando o Pai e o Filho, aparece mentindo e enganando os incautos (Jo 5.43).
No final dos tempos, quando Satanás apresentar os seus dois prepostos à humanidade incrédula, para estabelecer o seu império visível no mundo, estará ele em sua máxima degradação espiritual, teológica e moral. Enganam-se, pois, os universalistas que, inocente e tolamente, ensinam que, na consumação de todas as coisas, Deus levará todos à conversão, inclusive o próprio Diabo. O que esses senhores desconhecem é que, a cada dia que passa, torna-se o Adversário mais virulento e inimigo do bem. Tanto é que, no período apocalíptico, o Inimigo estará tão incontrolável, que precisará ser amarrado por mil anos, até que o tempo de sua ruína definitiva (Ap 12.12; 20.2,10).
Se o Diabo vem degradando-se desde que foi expulso dos Céus, o mesmo acontece com os seus seguidores, conforme alerta-nos Paulo: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3.13, ARA). A profecia do apóstolo cumpre-se rigorosamente em nossos dias. Nesse ritmo de depravação total e absoluta, a deterioração dos incrédulos chegará a tal ponto que, dentre eles, não será difícil para Satanás “ungir” seus dois prepostos como as bestas descritas pelo evangelista.
Cabe aqui, uma pergunta intrigante. Por que ambos os lugares-tenentes de Satanás, no Apocalipse, recebem o apodo de “besta”? Examinemos esses personagens e vejamos como se dará o seu aparecimento.      
Um deles surgirá do mar, e o outro, da terra. O primeiro virá como líder político. Já o segundo, em sua condição de guia religioso inconteste, dará todo suporte místico àquele, visando blindá-lo de qualquer oposição. 
Assim descritos, representam eles a síntese dos instintos animalescos que moviam os impérios mundiais, que, desde a Babilônia de Nabucodonosor, vêm maltratando Israel e perseguindo a Igreja de Cristo. Do reino babilônico, trazem o orgulho do leão: a soberba que causou a desgraça do querubim ungido; do reino persa, terão a voracidade do urso: espezinharão e despedaçarão seus opositores; e, do império grego, sob Alexandre, o Grande, terão a velocidade do leopardo: suas conquistas serão mais rápidas do que as da Alemanha Nazista no início de suas campanhas. E, sintetizando, todas essas características, resultarão ambos nas bestas descritas por João (Ap 13.1,2).
Eles dirigirão o reino visto por Daniel representado pelo animal terribilíssimo e indescritível:
Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres. (Dn 7.7, ARA)
Um império mundial, com tais características, só pode ser dirigido por governantes com os instintos das bestas descritas por João.
Todavia, por que esses prepostos de Satanás são vistos como as bestas que sobem do mar e da terra? Antes de tudo, não devemos vê-los como demônios. Mas, conquanto homens, far-se-ão piores do que os mais incontroláveis anjos do mal, devido aos imensos poderes que receberão de Satanás (2 Ts 2.9). Mais vorazes do que as bestas-feras, despojar-se-ão de todos os seus atributos humanos, a fim de tornarem-se imagem e semelhança de Satanás.
O termo grego usado para descrevê-los — thērion — significa, entre outras coisas, animal selvagem, brutal e feroz. Assim será o interior de ambos os prepostos de Satanás; certamente, os piores seres humanos a pisar sobre a face da terra. Em sua alma, já iludidos e cegados pelo Diabo, acreditarão que, de fato, terão condições de derrotar o próprio Deus. Aliás, assim também imagina o Maligno, que, já como Dragão, e mais bestificado que nunca, mantém a ilusão que o levou a revoltar-se contra o Todo-Poderoso: vencer o Criador e Mantenedor de todas as coisas. Se ele assim não lucubrasse, não teria caído na apostasia, quando ainda era querubim e ungido.     
Quem lê a história da Segunda Guerra Mundial, admira-se de quão bestiais tornaram-se os nazistas. Mesmo sabendo que os russos invadiam Berlin, pelo Leste, e que os americanos, britânicos e franceses chegavam, pelo Oeste, ainda alimentavam a ilusão de que os aliados seriam, finalmente, derrotados antes de chegarem ao bunker onde Adolf Hitler escondia-se. Assim funciona a alma dos que aborrecem a Deus; acreditam que, apesar dos decretos divinos, sempre haverá uma brecha judicial para escaparem do Juízo Final.      
A NATUREZA DO HOMEM DO PECADO
O Homem do Pecado será de tal forma usado por Satanás que chegará a ser confundido com este (2 Ts 2.9). Ele aparecerá como uma espécie de “ungido” do Diabo. E, na força do Maligno, realizará grandes sinais e prodígios, induzindo a humanidade a recepcioná-lo como se fosse o próprio Deus (2 Ts 2.4). Os que não tomarem parte no arrebatamento da Igreja serão obrigados a prestar-lhe honras e adoração (Ap 13.4). Nele, a possessão satânica será plena e incontrolável, superando inclusive a situação do gadareno oprimido por aquela legião de demônios (Lc 8.30).
No terceiro capítulo das profecias de Daniel, lemos a história da formidável estátua que Nabucodonosor mandara erguer, a fim de eternizar-lhe o nome e o império. Estrugidas as trombetas, todos os que se achavam congregados, no campo de Dura, curvaram-se, atemorizados, perante aquela blasfêmia e abominação, exceto os três jovens santos: Sadraque, Mesaque e Abdnego (Dn 3.12). 
Observe, querido leitor, que o imponente momento, embora inanimado, forçou a todos os presentes — grandes e pequenos — a dobrarem-se ante o paganismo estatal. Se a situação descrita parece aterrorizante, o que não será o reinado do Anticristo? Nessa ocasião, o Falso Profeta, mais convincente do que os mágicos egípcios e caldeus, fará construir uma imagem da primeira besta que, aparentemente, será ferida de morte. E, diante de todos, levará a estátua a abrir a boca e a falar. O resultado dessa façanha pode ser visto na descrição do evangelista: 
Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. (Ap 13.13-15, ARA)
Em vista das artimanhas do Adversário, estejamos precavidos acerca daqueles que, aqui e ali, realizam façanhas e maravilhas. Ouçamos a advertência do Senhor Jesus: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.24). 
A fé cristã não é movida nem alimentada por milagres e portentos, mas pela confiança que depositamos em Cristo, o Filho de Deus. Isso não significa que rejeitemos tais ocorrências; acreditamos piamente no Deus, que, ab-rogando as leis naturais e ordinárias, opera o sobrenatural e o extraordinário, para realçar a sua glória e império sobre todas as coisas. Aliás, como pentecostais, não podemos rejeitar o inexplicável. Mas, por meio do dom de discernir, saibamos de onde procedem os espíritos, pois já vivemos na fronteira dos eventos apocalípticos (1 Jo 4.1).     
Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 10 - 1º Trimestre 2020 - Um presente para José e Maria - Berçário.

Lição 10 - Um presente para José e Maria 

1º Trimestre de 2020
Objetivo da lição: Apresentar Jesus ao bebê como o Salvador da família.
É hora do versículo: “Nasceu o Salvador de vocês” (Lucas 2.11).
Na lição de hoje as crianças aprenderão que o Papai do Céu enviou Jesus como o Salvador da família. Ele foi um presente para o Papai José e a mamãe Maria. Hoje, o Salvador Jesus também é um presente para nós.
Para auxiliar o aprendizado da criança do Berçário, é fundamental que o professor saiba utilizar bem seus recursos de visuais e conheça as “duas escolas a respeito do tipo de figuras que melhor se adéquam à aprendizagem inicial das crianças. Alguns aconselham o uso de figuras simples de um ou de poucos objetos, sem fundo e com o mínimo de detalhes extras. Outros nos aconselham a utilizar gravuras completas, com muitos detalhes. [...] O mais aconselhável é propiciar às crianças experiências com todos os tipos de gravuras. As figuras simples de somente um objeto atingirão alguns objetivos com as crianças, como aprender o nome de objetos; e as gravuras completas e detalhadas atingirão outros objetivos, tais como relacionar objetos dentro de uma gravura e ler a sua ‘história’.]
A conversa simples é a melhor maneira de ajudar as crianças a aprender com uma figura. Apenas converse com elas sobre o desenho. Podemos começar perguntando: ‘O que você vê?’ Então pergunte: ‘O que mais?’, e ‘O que mais?’, até que as crianças tenham observado bem o conteúdo da gravura. A seguir, comece a fazer perguntas que requeiram outros tipos de raciocínio.”(BEECHICK, Ruth. Como Ensinar Crianças do Maternal: Não é tão fácil mas aqui está como fazer. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp. 38-39)  
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 10 - 1º Trimestre 2020 - Jesus Veio Salvar quem Está Perdido - Primários.

Lição 10 - Jesus Veio Salvar quem Está Perdido 

1º Trimestre de 2020 P
Objetivo: Que o aluno aprenda que Jesus nos ama e que Ele veio ao mundo para nos salvar.
Ponto central: Jesus veio ao mundo para nos salvar. 
Memória em ação: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido” (Lc 19.10).
Querido(a) professor(a), nesta próxima aula vamos ensinar às crianças sobre a graça e salvação de Jesus. É, portanto, uma oportunidade muito importante, pois pode ser o dia que seus alunos entreguem suas vidas a Cristo, aceitando-o como Senhor e Salvador. Ao longo desta semana ore por cada um deles, bem como por suas famílias, focado neste propósito.
Através da história de Zaqueu, os primários aprenderão que Jesus não olha as aparências ou leva em conta o preconceito humano contra alguém, ao contrário, Ele deseja salvar a TODOS. 
Zaqueu não era bem quisto pelo povo de Deus. Naquela época os judeus estavam sob o julgo do Império Romano, que para ampliar o seu domínio mundo a fora, coletava das nações já subjugadas altas taxas em forma de impostos. Apesar da importância do alto cargo de um publicano, cobrador de imposto do governo, o povo os considerava como traidores, por serem judeus, mas trabalharem para Roma, seu dominador. Por isso, o texto bíblico da nossa lição deixa claro, em Lucas 19.7, que as pessoas murmuravam por Jesus entrar na casa deste que consideravam um terrível pecador. Contudo, como o versículo do nosso “Memória em Ação” bem frisa, Jesus “veio buscar e salvar quem está perdido” (Lc 19.10). É justamente para os perdidos que Ele veio (Mc 2.17).
Ensine desde já aos pequeninos a não se comportarem como crentes preconceituosos. Aproveite para falar contra o racismo, homofobia, sexismo. Usando palavras na linguagem deles, explique que tais coisas que diminuem e machucam um grupo de pessoas, seja pela cor de suas pele, a forma como se vestem ou agem ou apenas por serem mulheres, nada disso agrada a Deus – que nos fez todos diferentes, especiais cada qual a sua maneira, mas igualmente importantes para Ele. Portanto, devemos tratar a todos desta maneira, como Jesus tratou, com respeito e carinho.
Para ilustrar esta importante verdade, propomos que antes da chegada dos alunos, você esconda uma moeda em algum lugar da sala e uma ovelha (pode ser uma miniatura de brinquedo ou mesmo uma figura impressa como a do exemplo abaixo). 
Ao final da aula, leia para as crianças a passagem de Lucas 15.4-10. E diga-lhes que uma ovelha e uma dracma (moeda) como as da parábola estão perdidas e quem encontrá-las ganhará um prêmio (pode ser um simples doce, lanche na cantina, ou outra coisa simples que você dispuser). A criança que encontrar certamente ficará muito feliz e ilustrará exatamente o que explica a parábola. 
Conclua enfatizando que esta é a alegria de Jesus quando uma pessoa que estava perdida o aceita como Senhor e Salvador. Há uma festa nos céus. Incentive toda a classe a falar do amor de Deus e da sua salvação para todas as pessoas.
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 10 - 1º Trimestre 2020 - Ética Cristã - Adolescentes.

Lição 10 - Ética Cristã 

1º Trimestre de 2020

ESBOÇO DA LIÇÃO
1 – APRENDENDO OS VALORES DO REINO
2 – UM REINO QUE FUNCIONA DE MANEIRA DIFERENTE
3 – AGINDO DE ACORDO COM O REINO DE DEUS
OBJETIVOS
Explicar que devemos aprender os valores do Reino de Deus;
Mostrar que fazemos parte de um Reino diferente;
Estabelecer que o discípulo de Cristo deve praticar a Palavra de Deus.

Atenção para a tradição da Igreja de Cristo!
Além das Sagradas Escrituras, a Igreja de Cristo tem uma tradição riquíssima em decisões de questões éticas, como aborda muito bem o pastor Claudionor de Andrade: “Se, por um lado, não podemos escravizar-nos à tradição, por outro, não devemos desprezá-la. Sem o legado do que nos precederam, jamais teríamos conseguido estruturar nosso edifício teológico, moral e ético. Logo, é-nos permitido eleger a tradição eclesiástica como o segundo fundamento da Ética Cristã. [...] A tradição, quando bem utilizada, assessora a Igreja nos dilemas teológicos, morais e éticos. O apóstolo Paulo reconhece-lhe a importância: ‘Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes?” (2 Ts 3.6). O que não podemos fazer é colocá-la de pé de igualdade com a Bíblia. A Didaqué é um dos tratados mais antigos e tradicionais da Igreja Cristã. Produzida ainda nos dias apostólicos, ajudou os primeiros cristãos a posicionarem-se espiritual e eticamente. A Doutrina dos Doze Apóstolos, como também é conhecida, realçava-se por amorosas admoestações, conforme podemos observar: ‘Há dois caminhos: um da vida e outro da morte. A diferença entre ambos é grande. O caminho da vida é, pois, o seguinte: primeiro amarás a Deus que te fez: depois teu próximo como a ti mesmo. E tudo o que não queres que seja feito a ti, não o faças a outro’. Mais adiante, prossegue o autor anônimo, citando as práticas que conduzem o ser humano à perdição: ‘Mortes, adultérios, paixões, fornicações, roubos, idolatrias, práticas mágicas, rapinagens, falsos testemunhos, hipocrisias, ambiguidades, fraude, orgulho, maldade, arrogância, cobiça, má conversa, ciúme, insolência, extravagância, jactância, vaidade e ausência do temor de Deus’.” 
(ANDRADE, Claudionor de. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.17,18).

Lição 10 - 1º Trimestre 2020 - Sofonias – o Juízo de Deus é Universal - Juvenis.

Lição 10 - Sofonias – o Juízo de Deus é Universal 

1º Trimestre de 2020
“Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus e o que não serve” (Ml 3.18).
OBJETIVOS
Declarar que o julgamento de Deus não faz acepção de pessoas;
Relacionar o Dia do Senhor com o juízo e a misericórdia;
Mostrar que os fiéis serão recompensados pela lealdade a Deus.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. CONTEXTO HISTÓRICO
2. ESTRUTURA DO LIVRO
3. A MENSAGEM DE SOFONIAS 
Além de todo o conteúdo programático presente em sua revista, deixamos abaixo mais um auxílio acerca do tema.
Sofonias
[...] Como profeta de Deus, Sofonias era obrigado a falar a verdade. E ele o fez claramente, prevendo um juízo certo e um castigo horrível a todo aquele que desafiasse o Senhor. A terrível ira de Deus consumiria tudo na terra, e a destruiria. “Arrebatarei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os ímpios; e exterminarei os homens de cima da terra, diz o SENHOR” (1.3). Nenhum ser vivo na terra escaparia. E aquele dia terrível aproximava-se: “O grande dia do SENHOR está perto, está perto, e se apressa muito a voz do dia do SENHOR; amargamente clamará ali o homem poderoso. Aquele dia é um dia de indignação...” (1.14-16)
Podemos sentir a opressão e a depressão que seus ouvintes sentiram. Foram julgados culpados e condenados. No entanto, ainda há esperança em maio a este terrível pronunciamento. O primeiro capítulo da história de Sofonias é repleto de terror. No capítulo 2, porém surge uma promessa: Buscai o SNEHOR, vós todos os mansos da terra, que ponde por obra o seu juízo; buscai a justiça, buscai a mansidão; porventura sereis escondidos no dia da ira do SENHOR” (2.3). E mais adiante lemos a expressão o “resto da casa de Judá” (2.7) que será restaurado.
Finalmente, no capítulo 3, o refrão tranquilo cresce, ao ser declarada a salvação e a libertação concedida por Deus àqueles que são fiéis: “Canta alegremente, ó filha de Sião; rejubila, ó Israel; regozija-te e exulta de todo o coração, ó filha de Jerusalém. O SENHOR afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o SENHOR, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verá mais mal algum (3.14,15). Esta é a verdadeira esperança, fundamentada no conhecimento da justiça de Deus e em seu amor pó seu povo.
Ao ler o livro de Sofonias, ouça cuidadosamente as palavras de juízo. Deus não lida com o pecado de um modo suave, mas de uma forma contundente. Porém, sinta-se encorajado pelas palavras de esperança – nosso Deus reina, e resgatará os seus. Decida fazer parte deste fiel remanescente de almas que humildemente adora e obedece ao Deus vivo. (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 1174).
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.                               
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD 

Lição 10 - 1º Trimestre 2020 - Aspectos da Obra Redentora de Jesus Cristo - Jovens.

Lição 10 - Aspectos da Obra Redentora de Jesus Cristo 

1º Trimestre de 2020
Introdução
I-O que é a justificação?
II-A adoção
III-A perseverança
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar o conceito de justificação como fundamental para a doutrina da salvação;
Demonstrar a compreensão do conceito de adoção através da obra de Cristo no Novo Testamento;
Defender a segurança da salvação em Cristo.
Palavras-chave: Jesus Cristo.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria de Marcelo Oliveira:
INTRODUÇÃO
A obra redentora de Jesus tem diversos aspectos. Neste livro, já contemplamos alguns. Procurar compreender a mecânica da obra de salvação é adentrar aos estudos de tais aspectos, de modo que tenhamos uma espécie de mapa para o entendimento de nossa Teologia. Nas obras de Teologia Sistemática, especificamente as de perspectivas pentecostais, os aspectos da obra redentora de Jesus passa pela Eleição, o Arrependimento e fé, a Regeneração. Já estudamos esses aspectos num capítulo anterior. Neste, porém, nos deteremos aos aspectos que ainda não foram abordados. São eles: a Justificação, a Adoção e a Perseverança.
Acerca da Justificação, trabalharemos seu conceito, como sua imagem aparece no Antigo e no Novo Testamento, para, então, a partir dessa análise, conceituarmos com segurança o termo tão importante na soteriologia — o estudo da doutrina da salvação. Veremos ainda a importância de cultivarmos a convicção de que essa obra ocorreu de fato em nossa vida. Uma vez compreendida conforme expõem as Escrituras, essa doutrina se apresenta para nós de forma bastante consoladora e edificante. Ainda, veremos a forma como a justificação opera em nós, isto é, tendo a livre graça de Deus como causa, sem a perspectiva de qualquer mérito humano para a efetivação dessa obra. 
Outro aspecto da obra de salvação é a adoção. Uma doutrina igualmente relevante. Nessa oportunidade, perceberemos que a adoção bíblica é uma doutrina que remonta a nossa relação de filho e pai, onde podemos experimentar o amor, a proteção e o cuidado de Deus Pai. Notaremos também que é o Espírito Santo que testifica conosco acerca da paternidade divina. E que há efeitos práticos dessa afiliação que reafirmam fundamentos essenciais de nossa fé: o testemunho do Espírito Santo, a libertação do medo da condenação e a herança divina e eterna com Cristo. 
Após justificados e adotados, cabe a pergunta: O crente perseverará até o fim? Infelizmente, este é um ponto controverso da teologia que gera muitas discussões. Entretanto, nesta oportunidade, apresentaremos duas perspectivas acerca do assunto. Primeiramente, falaremos sobre uma perspectiva positiva da perseverança do crente, ou seja, ele deve cultivar a certeza da salvação. A partir de textos bíblicos claros, veremos que somos exortados, pela Palavra, a não termos dúvidas de nossa salvação enquanto estivermos em Cristo. Em segundo lugar, apresentaremos uma perspectiva negativa da perseverança do crente em que a apostasia é uma possibilidade real e o crente, que uma vez experimentou a salvação em Cristo, pode retroceder e perdê-la. E que, por isso, há um clamor imperioso das Escrituras à santificação, à vigilância e à esperança ao Céu. 
Estudar os aspectos da obra de salvação é uma excelente oportunidade de compreender o que as Escrituras Sagradas dizem a respeito de tão grande obra divina e, ao mesmo tempo, cultivar um momento de gratidão e comunhão com Deus. Nele, fomos justificados, adotados e, assim, temos o compromisso de perseverar na fé que uma vez foi entregue aos santos.
I - JUSTIFICAÇÃO  
A justificação pela fé é uma doutrina em que pecadores culpados e perdidos são declarados absolvidos, justificados por Deus. Se a regeneração significa a mudança inteira de nossa natureza, a justificação é a mudança de nossa situação diante de Deus.  Essa doutrina é um antídoto gracioso contra qualquer forma de acusação ao crente salvo em Cristo. Trata-se, portanto, de uma herança da Reforma Protestante. É Deus quem declara-nos justos. Logo, o conceito de justificação, o benefício de sua certeza na vida e a operação dela em nós são os pontos que passamos a analisar.  
O que é Justificação?
O teólogo pentecostal Myer Pearlman refere-se ao termo “justificação” por meio de uma conotação do mundo jurídico em que a quitação da dívida e a declaração de justo são emitidas.1  Essa perspectiva encontra apoio no Antigo e no Novo Testamento.
Destacaremos pelo menos dois versículos do Antigo Testamento para mostrar isso. Em ambos a palavra hebraica aparece em forma de verbo, tsãdaq, ou seja, “ser justo, estar no direito, ser justificado, fazer justiça”.2 Primeiramente, veja Êxodo 23.7: “De palavras de falsidade te afastarás e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio” (grifo meu). Em seguida, Deuteronômio 25.1: “Quando houver contenda entre alguns, e vierem a juízo para que os juízes os julguem, ao justo justificarão e ao injusto condenarão” (grifo meu). Note como os dois versículos trazem uma carga semântica do universo judicial. Nesses dois textos o justo é justificado e o injusto, condenado.
Em o Novo Testamento o termo empregado é a forma verbal dikaioõ, que significa “declarar ser justo, pronunciar justo”.3  Mas esse termo traz uma perspectiva especial, como também é o caso de tsãdaq. Ele encontra-se na voz passiva, ou seja, o indivíduo é quem recebe a ação. Assim o termo encontra-se, por exemplo, em Mateus 12.37, por ocasião do dia do juízo, e do julgamento de nossas palavras: “Porque por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado” (grifo meu). Ainda em Romanos 3.20: “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (grifo meu). Ora, o que está claro é que Deus é quem justifica o pecador (Rm 8.33).      
Nesse sentido a justificação bíblica é uma mudança de posição do pecador. Antes, ele estava condenado, completamente perdido; agora, sua quitação está paga, ele encontra-se completamente justificado de seus delitos e pecados. O teólogo Daniel Pecota faz uma declaração a respeito dessa tão grande e graciosa obra: 
Já é glorioso receber em nossa conta corrente a retidão de uma pessoa perfeita, independente de qualquer bem que porventura façamos. Mas é ainda mais glorioso não sermos considerados culpados de nossos pecados e más ações. Deus, ao nos justificar, tem graciosamente feito duas coisas — e de modo lícito, pois o sacrifício de Cristo pagou o preço.4    
Assim, a justificação envolve o perdão e remissão de pecados, pois fomos redimidos (At 13.38,39); a restauração ao favor de Deus, não estando mais sujeito à sua ira (Rm 5.9); a imputação da justiça de Cristo (2 Co 5.21), em que os nossos pecados foram atribuídos a Cristo (quando nEste não havia pecado), e a justiça de Cristo foi atribuída a nós (quando de fato estávamos mortos em delitos e pecados).   
A certeza da justificação
Essa é uma doutrina poderosamente consoladora. Os erros do passado têm o poder de paralisar as nossas ações presentes. Uma das especialidades do Inimigo é ser o acusador das nossas vidas. Tentar tirá-lo do eixo, acusando-o de tudo quanto você fez no passado é a sua estratégia. Mas a Palavra de Deus nos traz uma mensagem consoladora, terapêutica e poderosa: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.33,34).
A libertação da culpa dos nossos pecados é a primeira grande liberdade do evangelho, pois assim podemos desfrutar da bondade e da misericórdia de Deus. É ter o fardo removido, o jugo da vida suavizado. Só o evangelho faz essas coisas. No lugar de andar cansada, alquebrada e curvada pelas circunstâncias sufocantes da existência, a pessoa justificada por Deus ergue a sua face para o alto e estende os braços para cima porque sabe que as amarras da culpa lhe foram removidas e destruídas.  
Essa é a certeza que a doutrina nos traz, uma convicção enraizada na alma, para o bem de nossa vida espiritual e psicológica.
A operação da justificação em nós 
Como a justificação opera em nós? Qual a sua causa? Qual a nossa participação quanto à maravilhosa bênção da justificação? Para responder a essas perguntas, caminharemos pelos seguintes pontos:
1. A justificação tem origem na livre graça de Deus. Recebemos essa bênção de maneira gratuita mediante a redenção que há em Cristo Jesus (Rm 3.24). Ou seja, a justificação tem origem na graça de Deus. Ela está fundamentada no sangue derramado de Cristo Jesus no Calvário, pois nEle a nossa posição diante de Deus virou (Rm 5.19). Tudo isso ocorre por meio da fé (Ef 2.8). Aqui, é preciso deixar claro que a fé não é a causa da justificação, mas o meio. As Escrituras Sagradas mostram com clareza que a fé é o meio de receber a justificação, conforme nos mostra Daniel Pecota: “A Bíblia não considera meritória a fé, mas simplesmente como a mão vazia estendida para aceitar o dom gratuito de Deus”.5  E ainda, Myer Pearlman diz: “Não existe mérito nessa fé, como não cabem elogios ao mendigo que estende a mão para receber uma esmola. Esse mérito fere a dignidade do homem, mas perante Deus, o homem decaído não tem mais dignidade; o homem não possui possibilidades de acumular bondade suficiente para adquirir a sua salvação”.6 Assim, a justificação está assentada na livre graça de Deus, em sua gloriosa iniciativa.  
2. A justificação não é por causa das boas obras. Não há obra da lei, não há mérito capaz de garantir a nossa salvação, senão a única e maravilhosa graça de Deus. Nesse sentido, a fé se opõe frontalmente às obras, quando esta quer dizer alguma tentativa para se garantir a salvação. Não há merecimento algum de nossa parte: “E é evidente que, pela lei, ninguém será justificado diante de Deus, porque o justo viverá da fé” (Gl 3.11). Logo, qualquer tentativa de aplicar o mérito próprio na justificação significa voltar-se contra todo o ensino das Escrituras a respeito dessa nobre doutrina. Entretanto, quando uma fé viva opera em nós, boas obras são produzidas como confirmação dessa fé: “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” (Tg 2.26). Assim, mediante a fé, sem mérito humano, fomos justificados; porém, as boas obras produzidas são o aperfeiçoamento da fé (Tg 2.22).   
II - A ADOÇÃO
Deus não mudou somente a nossa posição diante dEle, justificando-nos, mas Ele também nos adotou e deu-nos o privilégio de sermos chamados seus filhos. 
A adoção como imagem bíblica
Uma das mais belas imagens da Bíblia é a relação de Pai e filho. Essa imagem é empregada nas Sagradas Escrituras para demonstrar como Deus trata conosco. A palavra “adoção” aparece cinco vezes nas epístolas do apóstolo Paulo. Na primeira vez, ela é aplicada a Israel como nação: “que são israelitas, dos quais é a adoção de filhos, e a glória, e os concertos, e a lei, e o culto, e as promessas” (Rm 9.4 – grifo meu). Noutra oportunidade, o apóstolo emprega a palavra referindo-se à consumação de nossa redenção por ocasião da segunda vinda do Senhor: “E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23 – grifo meu). Em Gálatas 4.4,5, a palavra aparece como um fato presente na vida do cristão: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (grifo meu). Outras duas ocorrências nas epístolas de Paulo carregam a mesma conotação: “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.5 – grifo meu); “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15 – grifo meu). 
Os filhos de Deus  
A partir desses textos, podemos afirmar que a palavra “adoção” tem o significado de “o lugar e condição de filho dados àquele a quem não lhe pertence por natureza”.7  Essa é exatamente a conotação da palavra grega huiothesia (posição de filho). Nesse caso, filhos de Deus são os que recebem os privilégios, bem como os deveres, da afiliação divina por meio da experiência do novo nascimento. Não por acaso, pode-se dizer, como faz a maioria dos teólogos sistemáticos, que a regeneração, a justificação e a adoção ocorrem simultaneamente na vida do crente. Uma vez adotados, ou seja, tornados filhos, alguns efeitos práticos acarretam a vida dos que foram alcançados pela graça divina.   
Efeitos práticos da adoção/filiação
1. O Espírito Santo testemunha que somos filhos de Deus. O Espírito Santo cria, no filho de Deus, a convicção, a certeza da filiação divina e do amor que nos leva a reconhecer a Deus como Pai. É exatamente isso que está expresso em Gálatas 4.5,6: “Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.  E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (grifo meu). O teólogo pentecostal, William Simmons, a respeito da palavra Aba, mostra que “era um termo aramaico comum usado pelos filhos para se referirem a seu pai. Expressa amor familiar, descrevendo o relacionamento íntimo entre um pai amoroso e seu filho”.8  O Espírito Santo proporciona esse mesmo relacionamento amoroso, paterno, acolhedor entre o filho de Deus e o Deus Pai. Ele é a base desse relacionamento íntimo com o Pai. Ele testifica em nós que somos filhos de Deus (Rm 8.16), e que Deus é o nosso Pai. Isso é o fundamento para vivenciarmos um relacionamento maduro na presença de Deus, de imensa liberdade para fazer a sua vontade.    
2. Completa libertação do medo. Outra consequência natural da atuação do Espírito de Deus em nós é a libertação do medo: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos [...]” (Rm 8.15). Não há mais o porquê de temer a condenação. O Espírito que testifica a paternalidade divina em nosso coração, remove o temor da ira divina, pois “...agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, [...] Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Rm 8.1,2). Não há mais ameaça, não há mais acusação, não há mais afronta que possa atentar contra a nossa dignidade de filhos de Deus.
3. Feitos herdeiros e coerdeiros com Cristo. Temos agora uma herança: “E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.17). Esse versículo nos mostra que estamos identificados com o Espírito, pois Ele nos testifica a filiação divina; e que, por isso, juntamente com Cristo, somos coerdeiros das promessas de Deus. Há também uma dimensão presente de vivermos o sofrimento atual que nos assola, pois vivemos os últimos dias; mas também há a esperança escatológica de sermos “glorificados” com Cristo. Devemos anelar por esse grande e esperado dia.Assim, somos filhos. Temos uma herança. Temos uma esperança. Não hajamos como aquele irmão do filho pródigo, que por não saber quem era, murmurou acerca da redenção de seu irmão: “Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos [...] E ele [o pai] lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas” (Lc 15.29-31). O Espírito Santo testifica conosco que somos filhos do Pai!   
III - A PERSEVERANÇA
Esse é um assunto que é fruto de debates intensos. Nosso objetivo é tratá-lo a partir de uma perspectiva positiva da segurança da salvação, mas também não fugir do lado negativo do assunto. Sim, de acordo com o que vimos até o momento acerca da Justificação e Adoção, a Bíblia nos mostra com clareza que devemos estar seguros em Cristo a respeito de nossa salvação. Ninguém a pode tirar de nós. Esse é o ponto positivo do assunto. Entretanto, há um problema sério a respeito do tema. Há uma multidão de pessoas que serviram a Deus na igreja, confessaram ter passado uma experiência de salvação, tiveram a evidência do Batismo no Espírito Santo e, hoje, estão longe de Deus e de sua Palavra. Uns, para tentar dar uma resposta, afirmam que estes nunca foram verdadeiramente salvos. Mas não é assim que a Palavra de Deus nos mostra acerca do assunto, pelo contrário, é possível sim perder a salvação. Passamos agora a expor a respeito de tão importante tema.   
A segurança da salvação
Todo crente deve ter uma perspectiva positiva a respeito de sua salvação. Em Cristo, ele está seguro. Ora, ele foi regenerado, justificado e adotado. Esse é um processo espiritual que Deus promoveu graciosamente na vida do crente. Foi o poder do Pai que fez essas coisas. Nesse sentido, em Cristo estamos seguros.
A Palavra de Deus traz fartos textos que nos mostram a verdade de que devemos cultivar a segurança em Cristo. Por exemplo, um texto que mostra que quem é nascido de Deus conserva a si mesmo e o Maligno não toca: “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1 Jo 5.18). Outro texto diz que estamos guardados na virtude de Deus mediante a fé: “Que, mediante a fé, estais guardados na virtude de Deus, para a salvação já prestes para se revelar no último tempo” (1 Pe 1.5). Outros textos mais diretos trazem a nós uma segurança espiritual, como por exemplo, mostrando-nos que a vontade de Deus é que ninguém se perca: “E a vontade do Pai, que me enviou, é esta: que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último Dia” (Jo 6.39); que as ovelhas de Jesus ouvem a sua voz, o seguem e não perecem: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos.  Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai. Eu e o Pai somos um” (Jo 10.27-30). Esses e outros textos afirmam claramente a nossa segurança salvífica em Cristo. São garantias gloriosas, grandiosas. Devemos tomar posse delas e vivermos sua grande verdade. Ora, se estamos em Cristo, ninguém pode nos arrebatar de suas mãos. Como arminianos-pentecostais, não há dificuldade alguma em aceitarmos e cultivarmos essas verdades bíblicas. 
Entretanto, o Novo Testamento não diz somente isso. Não há nas Escrituras Sagradas somente versículos que apontam para essa perspectiva positiva da segurança da salvação. Há textos robustos que nos advertem igualmente acerca do perigo de darmos lugar à apostasia, e de cairmos da graça de Deus. O teólogo Daniel Pecota nos mostra que “não é possível apenas a apostasia formal, mas também a real (Hb 6.4-6; 10.26-31).
A palavra grega apostasia (‘apostasia’, ‘rebelião’) provém de aphistêmi (‘partir’, ‘ir embora’) e transmite o conceito de modificar a posição em que a pessoa está de pé”.9  Vejamos agora a perspectiva negativa da doutrina da perseverança do crente.     
A tragédia da Queda 
Há uma quantidade imensa de textos bíblicos que nos exortam a zelar pela nossa salvação pois a tragédia da apostasia é imperiosa. Nosso Senhor disse que “por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.  Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.12,13 – grifo meu); e que “ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus” (Lc 9.62 – grifo meu); ainda remete-nos ao exemplo da mulher de Ló: “Lembrai-vos da mulher de Ló. Qualquer que procurar salvar a sua vida perdê-la-á, e qualquer que a perder salvá-la-á” (Lc 17.32,33 – grifo meu); em João, nosso Senhor testifica: “Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15.6). Enfim há muitos outros textos que nos estimulam a refletir acerca da possibilidade real de o crente olhar para trás e cair. 
A posição oficial de nossa denominação, de acordo com a sua Declaração de Fé, é a de que
Rejeitamos a afirmação segundo a qual “uma vez salvo, salvo para sempre”, pois entendemos, à luz das Sagradas Escrituras que, depois de experimentar o milagre do novo nascimento, o crente tem a responsabilidade de zelar pela manutenção da salvação a ele oferecida gratuitamente: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo” (Hb 3.12). Não há dúvidas quanto à possibilidade do salvo perder a salvação, seja temporariamente ou eternamente. Mediante o mau uso do livre-arbítrio, o crente pode apostatar da fé, perdendo, então, a sua salvação: “Mas, desviando-se o justo da sua justiça, e cometendo a iniquidade, fazendo conforme todas as abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as justiças que tiver feito não se fará memória; na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá” (Ez 18.24). Finalmente temos a advertência de Paulo aos coríntios: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” (1 Co 10.12). Aqui temos mencionado uma real possibilidade de uma queda da graça. Assim, cremos que, embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos os homens, uma vez adquirida, deve ser zelada e confirmada.10    
Coerente com esse texto, há uma Declaração Oficial do Presbitério Geral das Assembleias de Deus dos EUA, acerca da segurança do crente, em que está clara a posição da denominação desautorizando completamente a perspectiva que defende a segurança incondicional da salvação, a qual sustenta que é impossível uma pessoa se perder após a experiência salvífica. É importante citar um documento como esse para mostrar que há uma unidade pentecostal no mundo, que fazem essa leitura comum das Escrituras a respeito da perseverança do crente. Essa perspectiva nos admoesta, chama a atenção e exorta quanto ao perigo da apostasia. 
O perigo da apostasia é uma realidade porque, em primeiro lugar, a salvação é recebida e se conserva pela fé (Ef 2.8; Fp 3.9; Hb 10.38; 1 Pe 1.5; Rm 3.28; Gl 2.20.21); em segundo, a prática contínua do pecado atinge diretamente a fé do crente (Rm 3.5-8; 1 Co 3.1-3; Hb 3.12-14; 12.1; 1 Jo 1.8; 3.8); e, finalmente, o crente perde a salvação ao rejeitar a Cristo (Jo 17.12; 1 Tm 4.1; 5.12,15; Hb 6.4-6; 10.26,27,38; 2 Pe 2.20; 1 Jo 5.16).11  Uma vez que se perde a fé e se rejeita o Salvador a apostasia se estabeleceu.  Nesse sentido, não podemos, nem devemos, ter receio de afirmar o que as Escrituras dizem de maneira clara. Entretanto, é importante ressaltarmos uma atenção em relação ao seguinte mal-entendido:
Alguns de persuasão wesleyana-arminiana insistem acreditarem os calvinistas que, uma vez salvos, podem cometer os pecados que quiserem, tantas vezes quantas quiserem, e ainda continuarem salvos como se acreditassem que obra santificadora do Espírito e da Palavra não os afeta. Por outro lado, calvinistas insistem que os wesleyanos-arminianos acreditam que qualquer pecado cometido compromete a salvação, de modo que “caem dentro e fora” da salvação cada vez que pecam como se acreditassem que o amor, a paciência e a graça de Deus são tão frágeis que rompem à mínima pressão. Qualquer pessoa bíblica e teologicamente alerta reconhecerá a mentira em cada uma dessas caricaturas. A presença de extremos tem levado a generalizações lastimáveis.12    
Não precisamos fazer ilações nem espantalhos em relação ao que o outro pensa. O que precisamos afirmar é que a nossa perseverança está em Cristo. Ele é a nossa maior garantia. Uma vez que a pessoa deixa a Cristo não há mais garantia. Não se pode esconder textos contundentes como este: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários” (Hb 10.26,27). 
Cuidados com nossa salvação hoje
Por isso, é imperioso mantermos uma vida avivada no Espírito Santo. É preciso pedir a Deus que nos encha do seu divino Espírito. Aqui, é importante lembrar as lições que nos ensinou o teólogo pentecostal Donald Gee. Nesse sentido, uma primeira condição para manter-se cheio do Espírito é conservar um testemunho ousado, nos moldes do que o apóstolo Pedro apresentou (At 5.29).13  Viver em profunda comunhão com Deus, agindo sempre na força do Espírito Santo. Ele nos conduz, Ele nos fala, Ele intercede por nós. A busca por uma vida consagrada deve ser contínua. Esse esforço passa inevitavelmente por uma disciplina espiritual: consagrando a nossa vida em oração e jejum, meditando nas Escrituras Sagradas. Precisamos desejar uma disciplina espiritual, exercitando um estilo de vida piedoso. Uma vida que ame as coisas de Deus, priorize a sua presença, anele por estar diante dEle adorando-O e glorificando-O. Precisamos “operar a nossa salvação” (Fp 2.12). Ou seja, o processo de santificação pelo qual o crente busca a se parecer cada vez mais com Jesus Cristo.  
CONCLUSÃO
Que obra maravilhosa e redentora foi o que o nosso Senhor fez por nós na Cruz! Aqui, podemos recordar um clássico louvor de nosso hinário, hino 541 da Harpa Cristã, composto pelo saudoso pastor José Pimentel de Carvalho:
No Calvário contemplamos
Nosso meigo Salvador!
Oh! Revelação de amor!
O mistério há tanto oculto
Deus em Cristo revelou!
Oh! Revelação de amor!
Calvário! Calvário!
Oh! Grande dor!
Calvário! Calvário!
Oh! Revelação de amor!
Deus amou a este mundo
E seu Filho ofereceu
Oh! Revelação de amor!
O Senhor, na cruz morrendo
De nós se compadeceu!
Oh! Revelação de amor!

Deus, o Pai, olhou o Calvário
E seu Filho abandonou!
Oh! Revelação de amor!
Mas sofrendo este abandono
Cristo deu-nos seu perdão!
Oh! Revelação de amor!

No Calvário a obra de redenção foi confirmada. O maravilhoso amor de Deus foi expresso ali em toda sua magnitude e generosidade. Assim, fomos justificados, isto é, nossa posição foi inteiramente alterada diante de Deus, de injustos, feitos justos; de culpados, inocentes. Assim também fomos adotados como filhos e filhas de Deus, instados pelo Espírito Santo a ter uma relação fraterna de Pai e filho com o Criador de todas as coisas.    
A partir desse ato de amor, resta-nos perseverar na fé. Nossa segurança deve ser desfrutada em Cristo. Nele, por meio do Espírito Santo, estaremos firmes até a sua vinda. Entretanto, precisamos estar alertas, vigilantes quanto a tudo o que potencialmente persiste em nos tirar do alvo: Cristo.  
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos – Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
Dicionário Vine. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
GEE, Donald. Como Receber o Batismo no Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 3.ed. São Paulo: Editora Vida, 2009.

*Adquira o livro do trimestre. Jesus Cristo: Filho do Homem: Filho de Deus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2020.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

1 PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. 3.ed. São Paulo: Editora Vida, 2009, p.229.
2 Dicionário Vine. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.162.
3 Dicionário Vine, 2002, p.733.  
4 HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.362.
5 HORTON, Stanley (Ed.)., 1996, p.373.
6 PEARLMAN, Myer, 2009, p.241. 
7 Dicionário Vine, 2002, p.733.
8 Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento: Romanos – Apocalipse. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.362.
9 HORTON, Stanley (Ed.)., 1996, p.376-77.
10 Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.114.
11 Segurança do Crente. Declaração Oficial do Presbitério Geral das Assembleias de Deus do EUA. Trad. César Lopes. Disponível em: <https://medium.com/teo-notas/a-seguran%C3%A7a-do-crente-846b3741f19f> Acessado em 14 de Out. de 2019.
12 HORTON, Stanley (Ed.)., 1996, p.375.
13 GEE, Donald. Como Receber o Batismo no Espírito Santo. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p.45.


Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 10 - 1º Trimestre 2020 - Só o Evangelho Muda a Cultura Humana - Adultos.

Lição 10 - Só o Evangelho Muda a Cultura Humana 

 1º Trimestre de 2020
ESBOÇO GERAL
I – O QUE É CULTURA
II – UMA CULTURA DOMINADA PELA INIQUIDADE
III – O EVANGELHO TRANSFORMA A CULTURA
O QUE É A CULTURA
Claudionor de Andrade

A partir da definição de cultura, veremos que o ser humano foi criado para produzir cultura, a partir da criação divina. Neste contexto, veremos, ainda, a diferença entre a cultura dos gentios e a do povo de Deus.
Definição de cultura 
No princípio, a cultura tinha a ver apenas com o cultivo da terra, visando tão somente a produção de alimentos (Gn 4.2). Depois, passou a ser vista como a soma de todas as realizações humanas: espirituais, intelectuais, materiais, etc. Semelhante tarefa foi considerada enfadonha por Salomão (Ec 1.1-13).
A cultura pode ser definida, outrossim, como a visão de mundo frente às reivindicações divinas (Lv 20.23).
As primeiras manifestações culturais da humanidade foram a pecuária e a agricultura. O autor sagrado relata que Caim e Abel, seguindo o ordenamento do Senhor, passaram a trabalhar sistematicamente a terra e as suas riquezas (Gn 4.1,2). O primeiro dedicou-se à agricultura. Quanto ao segundo, afez-se aos gados. E, a partir de ambas as atividades, a cultura humana começou a desenvolver-se, pois tais atividades requerem arte, método, ciência e tecnologias. Dessa forma, um ofício passou a requerer outro ofício e uma profissão a demandar outra profissão, até que toda a cadeia produtiva veio a completar-se.
Não demorou para que, em torno da agricultura e da pecuária, surgissem guildas e associações. E, para que estas fossem mantidas, seus membros criaram tradições orais, compuseram toadas, cantigas e engenharam muitos “causos” interessantes ao redor das fogueiras. Afinal, careciam de certa mística para assegurar a continuidade de seu ganha pão diário.
Com o passar dos séculos, alguns se fizeram literatos; de suas lidas, forjaram poesias e romances. Outros se tornaram filósofos; quiseram saber por que o homem tem de afadigar-se tanto sob o sol. Quanto aos mais práticos, foram incrementar suas ferramentas e técnicas; fizeram-se cientistas. E, em todo esse azáfama, surgiu a medicina para curar as feridas do corpo e as chagas da alma.   
Transcorridos já dois milênios, aquelas atividades-matrizes — a agricultura e a pecuária — geraram centenas de profissões e milhares de atividades econômicas. E, no encalço destas, amadureceram a arte, a literatura, a ciência e as tecnologias atuais. Foi assim que a cultura humana chegou até aos nossos dias: de Adão a Noé, e dos filhos destes aos nossos pais; conhecimentos e práticas transmitidos de geração a geração. 
A cultura, em si, querido leitor, não é pecaminosa. Mas o uso que dela fazemos tanto pode glorificar a Deus quanto levar-lhe o nome a mais grosseira blasfêmia. Somos capazes de moldar o bisturi para a cirurgia ou a espada para a guerra fratricida. E, com papel e tinta, compomos um hino de louvor ao Eterno, ou redigimos uma calúnia a fim de arruinar a mais ilibada das biografias. Logo, há uma diferença bem nítida entre a cultura dos filhos de Deus e a dos gentios. O Espírito Santo, em nossas atividades, faz toda a diferença.       
A cultura dos gentios
Por haverem perdido o verdadeiro conhecimento de Deus, que lhes havia transmitido o patriarca Noé, logo após o Dilúvio, os seres humanos passaram a adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25). E, a partir daí, puseram-se a imaginar coisas vãs e soberbas (Gn 11.6; Sl 2.1).
Hoje, a antropologia cultural vê, como meros fenômenos sociológicos e culturais, a prostituição, o homicídio, a corrupção e até mesmo o infanticídio (2 Rs 23.7; Lv 20.1-5; Ed 9.11).
Todas essas iniquidades e pecados vêm lindamente empacotados pela indústria cinematográfica. Para cada faixa etária, um pacote diferente e atrativo. Nessa depredação de valores, as crianças, os adolescentes e os jovens são os mais prejudicados. Às mentes em formação são oferecidos contos de fada aparentemente inofensivos, mas, no cerne dessas produções, acham-se a morte espiritual, a ruína mental e o comprometimento emocional. Cuidemos de nossos pequeninos. Satanás odeia as nossas crianças.
Além dos filmes direcionados ao público infanto-juvenil, há os entretenimentos feitos sob medida para os adultos. Tais atrações, veiculadas em todas as telas, promovem o adultério, a prostituição, os costumes de Sodoma, a corrupção e o homicídio. Embora tais pecados sejam virtuais, suas penalidades, no Juízo Final, serão tão reais como o Lago de Fogo, que o Senhor preparou para o Diabo e os seus anjos (Mt 25.41). A cultura do povo de Deus não se coaduna com tais coisas; nossos valores encontram-se nas Escrituras Sagradas.
Infelizmente, há um segmento da cristandade que apregoa: “Fora da cultura, não há salvação”. Por isso, seus defensores lutam por impedir que o Evangelho de Cristo não chegue aos nossos índios. Mas a ordem de Nosso Senhor é: “Ensinai todas as nações”. Não somos contra a cultura, em si. Todavia, não podemos idolatrá-la; a ordem de Cristo é soberana. A Mensagem da Cruz transforma a cultura sem destruir-lhe os legítimos valores. 
A cultura do povo de Deus.
A visão do povo de Deus, quanto à cultura, tem como fundamento a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus (2 Tm 3.16,17). Por essa razão, tudo quanto fazemos tem como base esta proposição: a Terra é do Senhor (Sl 24.1). Haja vista os filhos de Israel. Eles consagravam a Deus até mesmo suas colheitas (Lv 23.10).
Portanto, tudo quanto fizermos tem de ser aferido por este mandamento apostólico: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Co 10.31).
Por essa razão, zelemos por todos os aspectos de nossa vida. Na promoção de uma festa, seja em casa seja na empresa, evitemos o uso de bebidas fortes. Embora alguns crentes achem lícito a sua ingestão, é algo inconveniente; pouco a pouco, acabará por nos arruinar o testemunho cristão. Já ouvir falar de um obreiro que, depois de um encontro social regado a álcool, acordou no dia seguinte numa cama, que não era sua, num quarto que lhe totalmente estranho e ao lado de uma mulher, que não era a sua amada esposa.
Ainda que pareça cultural e até elegante participar de uma rodada de bebidas alcoólicas com os colegas de trabalho, tenhamos, no coração, todas as cláusulas do Salmo Primeiro. Desde já, que este alerta jamais nos deixe a alma e o espírito: não nos convém a roda dos escarnecedores. O inferno, querido irmão, está cheio de gente requintada e fina que, para agradar aos ímpios, renegou a sua cruz e cometeu torpezas e desatinos. Que o Senhor nos guarde de tais ocasiões. 
Senhor, enche-nos do teu Santo Espírito.        
Texto extraído da obra “A Raça Humana: Origem, Queda e Redenção”, editada pela CPAD. 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 5 de março de 2020

Lição 10 - 1º Trimestre 2020 - O Amigo que Traiu - Juniores.

Lição 10 - O Amigo que Traiu 

1º Trimestre de 2020
Texto Bíblico — Mateus 26.14-16, 36-56; 27.3-5.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos conhecerão mais um personagem bíblico que fez parte do círculo de amizade de Jesus. Ele tinha tudo para ser um daqueles que ao encontrar com o Senhor tiveram a sua vida transformada. Mas, infelizmente, a preocupação com as coisas terrenas e a ambição de conquistar a qualquer custo trouxe sérios problemas para o amigo que traiu Jesus. Estamos falando de Judas Iscariotes, o discípulo de Jesus que alcançou lugar entre os doze, mas desperdiçou este privilégio em troca de apenas trinta moedas de prata.
Algumas lições podem ser extraídas deste episódio que ficou marcado na história da vida de Judas. Até hoje quando se faz referência ao comportamento de alguém que trai a confiança de outro, declara-se que aquele ou aquela se comporta como Judas. Todavia, o objetivo da reflexão de hoje é ensinar seus alunos a amar e perdoar as pessoas, mesmo quando elas não merecem.
É fácil lidar com as pessoas que, de fato, se tornam nossos amigos e nos tratam leal e respeitosamente. Mas o grande desafio que o Evangelho de Jesus Cristo nos propõe é amarmos as pessoas que nos aborrecem e, também, aquelas que durante um bom tempo dizem ser nossos amigos, porém, nos abandonam nas horas mais difíceis nos momentos de crise. Seja qual for o tipo de adversidade que tenhamos de lidar, Jesus afirmou categoricamente que o perdão é uma condição para a comunhão plena com o Criador.
Administrar as emoções e perdoar não é uma tarefa fácil de cumprir. Fazemos parte de uma cultura em que diariamente somos estimulados a “não levar desaforo para casa” ou mesmo responder à altura quando somos agredidos física ou moralmente. Mas o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo veio para renovar o entendimento humano e a forma como compreende a realidade. Paulo afirma aos Colossenses que, a partir de agora, devemos nos despojar de tudo o que é contrário à vontade de Deus: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes, da mentira e de todas as coisas que entristecem o Espírito Santo (Cl 3.8,9).
Do mesmo modo, Deus nos revestiu do novo homem segundo a Sua própria imagem. Ele nos fez seus eleitos, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, a fim de que suportemos e perdoemos uns aos outros (Cl 3.10-14). Esses são valores que devem ser ensinados para seus alunos. É fundamental que desde a mais tenra idade, eles compreendam a importância de aprender a lidar com suas emoções e, sobretudo, tenham o amor de Deus abundante em seus corações.
Se quisermos ver uma sociedade transformada em nossos dias é preciso investir na educação de nossas crianças. E não há lugar melhor para formar uma pessoa consciente do amor e do perdão divino do que a Casa de Deus, mais especificamente, na Escola Dominical. Por esse motivo, caro professor, você deve se capacitar com o conhecimento da Palavra de Deus e com uma vida de oração para que a sua aula tenha um efeito profundo na vida de seus alunos. 
Para complementar o ensinamento da aula de hoje, sugerimos a seguinte atividade: distribua uma folha de papel A4 e peça seus alunos que façam uma lista com as características de um bom amigo. No verso da folha, peça que escrevam as características de um falso amigo. Afinal, diga aos seus alunos que eles devem guardar a lista que fizeram e observar o que precisam fazer para serem amigos verdadeiros. Explique também que eles devem perdoar quando se depararem com um falso amigo que apresenta aquelas características que são reprovadas pela Palavra de Deus. Reforce que Jesus amou os seus amigos até o fim, mesmo quando eles o deixaram sozinho no momento da sua prisão.