segunda-feira, 3 de maio de 2021

Lição 05 - 2º Trimestre 2021 - O Caráter da Pregação de Paulo - Jovens.

 

Lição 5 - O Caráter da Pregação de Paulo 

2º Trimestre de 2021

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves, comentarista do trimestre.

O CARÁTER DA PREGAÇÃO DE PAULO

Paulo foi um estudante dedicado e um ministro compromissado com a mensagem do evangelho. Ainda que caluniado e ofendido pelos “sábios” da comunidade de Corinto, ele não usou sua capacidade humana para defender-se ou se vangloriar, mas ocupou-se em apresentar a mensagem simples da cruz de Cristo. 

I- Paulo Era Capacitado e Tinha Chamado de Deus 

A origem e a visão globalizada de Paulo Paulo era um cidadão do mundo greco-romano. Ele tinha uma boa origem e uma boa formação (NEVES, 2019, pp. 48-57). A defesa mais comum é de que Paulo nasceu em Tarso, cidade próxima à Costa Mediterrânea, que, em 67 a.C., foi anexada à recém-criada província da Cilícia, vindo a tornar-se a sua capital administrativa (At 9.11,30; 11.25; 15.23,41, 22.3; Gl 1.21). Tarso era um dos eixos do comércio internacional que ligava o mundo semita, o planalto Anatólio e as poleis gregas viradas para o Egito e Europa. Essa posição estratégica transformou a cidade em um dos grandes centros culturais do Oriente helenizado. Paulo provavelmente passa nessa cidade o período da infância e da adolescência, onde teve contato com a educação helênica e estudou retórica (2 Co 10.10). Alguns estudiosos defendem que Paulo não nasceu em Tarso, mas chegou ali na sua infância. Afirmam que ele tenha nascido em Giscalis, norte da Galileia, terra natal do famoso João de Giscala, líder da grande guerra judaica do século XIV, local de onde seus pais foram expulsos quando o exército romano devastou a província da Judeia, desencadeando uma diáspora de judeus (MURPHY-O’CONNOR, 2008, pp. 27-33; DEISSMANN, 1926, 90). É possível que Paulo tenha sido concebido na cidade de Giscalis, e, com a expulsão pelos romanos, seus pais fogem para Tarso, onde ele nasceu na primeira década do século I d. C. Paulo, portanto, era um pouco mais novo do que Jesus, porém a diferença de idade não era muito significativa. Mesmo sendo contemporâneo de Jesus e, provavelmente, tendo estado em Jerusalém durante o ministério dEle, é pouco provável que tenham se encontrado. Murphy-O’Connor (2008, p. 70) defende que o costume dos fariseus em fase de formação concentrarem-se em seus estudos pode ter sido o motivo da ausência do encontro entre eles: “o total empenho de Paulo nos seus estudos eliminava qualquer curiosidade por aquilo que lhe fosse estranho”. Assim, não há evidência de que Paulo e Jesus tenham se encontrado pessoalmente. 

II-Paulo, um cidadão romano 

Paulo afirma ser um cidadão romano (At 16.37,38; 22.25-29; 23.27; 25.10-12). Era comum na época de Paulo a prática que iniciou com o imperador Augusto, a “dupla cidadania” (cidadão da cidade natal e, ao mesmo tempo, ser cidadão Romano). Hengel (1991, 98-100) afirma que não era tão simples reivindicar a cidadania romana, ou seja, ser um cidadão da famosa polis de Tarso. A cidadania correspondia também a um grande privilégio político e status social. Poucas décadas antes do nascimento de Paulo, Atenodoro, professor do imperador Augusto, tinha limitado as concessões de cidadanias por meio do rendimento mínimo, definido como 500 dracmas (rendimento de dois anos de trabalho de um legionário). Dessa forma, o fato de Paulo e sua família terem a cidadania romana demonstra que eles faziam parte tanto da elite política como também econômica de Tarso. Lucas, o autor do livro de Atos dos Apóstolos, deixa algumas evidências da condição privilegiada de Paulo. Como exemplos, podem ser citados: 

1. Pagamento dos rituais de purificação de quatro nazireus (At 21.23). Esses rituais eram onerosos; 

2. Expectativa de Félix em receber suborno de Paulo (At 24.26). Ele não teria essa expectativa se não existisse a possibilidade; 

3. Pagamento da viagem a Roma e o apelo feito ao imperador (At 25.11); 

4. Locação de uma casa durante dois anos em Roma (At 28.30). 

III-O Caráter da Pregação de Paulo

Outra possibilidade de obtenção de cidadania romana era por meio da prestação de serviços relevantes. Pfeiffer (2006, p. 1475) defende essa ideia. Ele afirma que o pai de Paulo “deve ter recebido sua cidadania por ter prestado algum serviço relevante ao governo romano”. Independentemente de como Paulo obteve a sua cidadania romana, uma coisa é certa: ele era um cidadão romano e, quando necessário, fez uso dos direitos que essa cidadania proporcionava. Dentre os privilégios de ser um cidadão romano, estavam: a) garantia de julgamento com direito à resposta, se exigido, perante o próprio César; b) imunidade legal dos açoites antes da condenação; c) imunidade em relação à crucificação. Assim sendo, Paulo era cidadão romano, oriundo de uma família de imigrantes judeus, circuncidado ao oitavo dia do seu nascimento, falava aramaico (At 22.1), além do grego, do hebraico e do latim. Ele tinha uma sólida formação educacional e cultural. O apóstolo pertencia à tribo de Benjamim; inclusive, seu nome judeu, Saulo, tem origem no nome do primeiro rei de Israel, também um benjamita (Rm 11.1; Fl 3.4,5; 2 Co 11.22).

IV-A formação educacional, religiosa e ministerial de Paulo 

Segundo Atos 22.3, Paulo a firma ter sido criado na cidade de Jerusalém, sendo instruído no estudo da Torá aos pés de Gamaliel e como membro integrante do grupo dos fariseus. Gamaliel foi o membro do sinédrio e aquele que interveio no julgamento dos discípulos, sugerindo que não fosse tomada nenhuma ação precipitada para não correr o risco de estar “combatendo contra Deus” (At 5.38,39). Ele era um dos rabinos mais respeitados em Jerusalém. O início de seus estudos deu-se na cidade de Tarso, onde havia uma das três maiores universidades do mundo, da qual saíram vários filósofos da escola estóica e manteve a tradição retórica até o século II d.C., o que demonstra o nível intelectual dos moradores da cidade. Saulo, como todo judeu, recebe educação hebraica no meio familiar, como também na sinagoga, estudando as Escrituras e aprendendo o hebraico e, talvez, o aramaico. Como um judeu da diáspora, recebe educação helenista. Todavia, provavelmente entre o fim de sua adolescência e início da juventude, ele vai a Jerusalém para ser instruído pelo mestre fariseu mais reconhecido da época para ser um exímio cumpridor da “lei de seus pais” por meio do rigor dos ensinos de Gamaliel. O livro de Atos testemunha que o apóstolo tornou-se mais radical na intolerância religiosa do que seu próprio mestre. Paulo tinha intimidade com a versão grega do Antigo Testamento, a Septuaginta (LXX), que o ajudará na utilização de determinados conceitos terminológicos na escrita de suas cartas. Em um novo momento de sua vida, após sua conversão no caminho de Damasco, ele dirige-se à Arábia dos Nabateus (Gl 1.17). Em seguida, retorna para Damasco e fica nessa cidade por três anos (Gl 1.17,18); depois sobe para Jerusalém e fica por um período de 15 dias com os apóstolos Pedro e Tiago (Gl 1.18-20). Ele viaja para Síria e Cilícia (Gl 1.21) e, após esse período de preparação, ele é enviado pela igreja em Jerusalém, juntamente com Barnabé, para a Antioquia. Somente depois, ele é enviado para suas viagens missionárias. Desse modo, fica claro que o apóstolo Paulo não saiu evangelizando e abrindo igrejas logo após a sua conversão, mas teve um longo processo de capacitação para o exercício de seu chamado ministerial. 

V-A autoridade do apostolado de Paulo 

Após a “experiência de Damasco”, que descreve sua conversão do judaísmo para o cristianismo, ocorre um longo período de preparação. Ele dedica uma parte expressiva de sua existência à itinerância proselitista, defendendo a nova fé alcançada em Cristo. Hurlbut (1996, p.30) afirma que, “em toda a história do cristianismo, nenhuma conversão a Cristo trouxe resultados tão importantes e fecundos para o mundo inteiro como a conversão de Saulo”. Portanto, a biografia de Paulo é empolgante e muito rica sob o aspecto historiográfico e literário. O seu chamado e sua autoridade apostólica não poderiam ser questionados como o faziam alguns aproveitadores que se inseriram na comunidade cristã em Corinto. Quando Paulo escreveu aos Gálatas, afirma que o seu chamado, a exemplo de outros modelos de chamados do Antigo Testamento, deu-se no próprio ventre de sua mãe. Isso não quer dizer que o apóstolo sabia desde o início que seu chamado seria com os gentios, mas que Deus já o sabia na sua presciência. Ele assevera que entendeu o chamado quando Deus revelou a ele o seu próprio Filho, Jesus. Dessa forma, argumenta que ele não fora chamado pelos apóstolos, mas pessoalmente pelo Jesus Ressurreto, defendendo, assim, a legitimidade de seu apostolado, acrescentando que, ao ser chamado, não partiu para consultar os apóstolos em Jerusalém. Esse relato é relevante quando se avalia a autoridade do apostolado e de seus escritos como inspirados, tão defendido pelo Paulo nas Cartas, como também em Corinto. Ele defendia a legitimidade de seu apostolado devido ao questionamento dos falsos mestres que se levantavam nas comunidades cristãs, que o atacavam com o objetivo de manchar a sua imagem e evitar que fosse ouvido e influenciasse pessoas por meio da mensagem de seu evangelho. 

VI-A Confiança de Paulo não Estava em seu Intelecto (2.1-9) 

A biografia do apóstolo Paulo contribui para o entendimento de seu próprio chamado para ser o apóstolo dos gentios. Ao mesmo tempo em que era um judeu, ele era um cidadão romano, influenciado pela cultura helenista (cultura grega), um cidadão da diáspora; além disso, passou a ser também um cristão — uma mistura cultural greco-romana, judaica e, por último, cristã. Paulo adquiriu uma grande experiência ao longo de décadas de contato com o evangelho. Uma experiência acumulada com a conversão, preparação para o exercício do ministério e viagens missionárias com várias conversões, mas também com muito sofrimento e decepções humanas. Por trás desse histórico, fica evidente a mão de Deus conduzindo a vida, respeitando o livre-arbítrio do apóstolo. Ele, em suas decisões, seguiu o caminho que veio conduzir sua vida pessoal ao encontro da vontade divina de constituí-lo como o último apóstolo a ser chamado por Jesus. O conhecimento experiencial de Deus leva as pessoas a valorizarem o poder do evangelho que transforma a vida e conduz a uma reconciliação com Deus. Paulo tinha essa convicção, pois a transformação que ele teve depois da estrada de Damasco mudou completamente a sua vida e atitudes; por isso ele não se envergonhava do evangelho. Apesar das dificuldades e os sofrimentos pelo amor ao evangelho, ele mantinha a firmeza de sua fé, pois tinha convicção de sua comunhão com Deus, seu chamado e da esperança da vida eterna com Deus. Paulo, com toda a sua experiência intelectual e ministerial, reconhecia sua dependência de Deus e buscava com humildade atribuir a glória a Ele. 

Paulo continua no mesmo tom fraterno com seus leitores e, mais uma vez, chama-os de irmãos. Ele faz os seus destinatários lembrarem-se da última vez que estiveram juntos. Pelas qualidades e experiência que tinha, o apóstolo poderia chegar com alardes e imponência em sua fala — isso se fosse o antigo Paulo. Ele chama a atenção para o Paulo transformado, que não estava preocupado em causar impressões bombásticas e chamar para si os holofotes. Ele falou com simplicidade, procurando ser claro a todas as pessoas, sem complicações. Paulo relembra que seu intuito não era mostrar-se forte, dono de si, mas, pelo contrário, com fraqueza, temor e em grande tremor (emoção da mente responsável por afetar o corpo). Ele fez questão de não ser venerado pela sua sabedoria ou demonstração de poder, mas apontou para o poder de Deus. A fé de seus ouvintes não deveria ser construída sobre a sabedoria ou poder de homem, mas sobre a sabedoria e poder de Deus. Isso é diferente de muitos pregadores dos dias atuais, que parecem os adversários de Paulo em Corinto e gostam de chamar atenção para si e demonstrar conhecimento que não têm. Alguns com anéis de formatura no dedo, porém com pouca instrução, querendo ser ou demonstrar o que não são; estes mudam a postura da fala para demonstrar que são espirituais e dominar suas plateias, ameaçando com supostas revelações, dentre outras formas de dominação de público. Quem tem o chamado e algo para apresentar para o povo de Deus não precisa ostentar ou demonstrar poder; basta pregar a Palavra com responsabilidade e fidelidade, deixando ser guiado pelo Espírito Santo, pois o resultado vem de Deus. 

A cultura grega era influente na comunidade de Corinto. Para os gregos, a busca de sabedoria somente era possível com muita investigação, averiguação e questionamentos a respeito da verdade — algo que não era para qualquer um, mas, sim, para a elite da sociedade helênica. A busca da verdade é a aspiração de todo ser humano, e todos têm esse direito. Paulo conhecia bem esse meio em sua origem em Tarso, mas, depois de toda a sua experiência, descobriu o lugar que está a fonte da sabedoria, que tem em Cristo sua maior revelação. O autor da carta aos Hebreus afirma que Jesus é o reflexo de sua glória e a expressão de seu ser (Hb 1.3). Como um sábio grego poderia aceitar isto, um homem que foi condenado como criminoso e teve a morte mais humilhante ser a expressão exata de Deus? No entanto, até a ignorância desses sábios, movida pela arrogância e pelo orgulho, é cumprimento do que estava escrito a respeito das bênçãos do Reino messiânico. Nenhum homem natural tem visto, ouvido e compreendido as coisas que Deus preparou para aqueles que o amam (Is 64.4). Paulo era como esses sábios ignorantes, mas descobriu a revelação dos mistérios de Deus e nunca mais trocou isso pelas ofertas de poder do mundo. 

A sabedoria de Deus é revelada pelo Espírito Santo (2.10,11) Paulo afirma que o Espírito Santo prescruta todas as coisas, nada lhe fica encoberto (Pv 15.3; 1 Co 2.10; Hb 4.13). Uma frase curta, porém profunda. Quem pode conhecer a mente de Deus ou ser seu conselheiro? (Rm 11.34; Jó 11.7). A obra do Espírito Santo vai até as profundezas de Deus, coisas incompreensíveis ao ser humano e demais criaturas, riquezas inexauríveis da sabedoria e do conhecimento de Deus (Rm 11.33). Paulo reforça que quem conhece as coisas de Deus não são os sábios do mundo, mas o Espírito de Deus. Paulo faz uma analogia para comparar o espírito do homem com o Espírito de Deus. O ser humano vangloria-se, mas seu conhecimento natural tem dificuldades para conhecer até suas próprias motivações interiores. Os pensamentos de Deus não são os pensamentos dos seres humanos (Is 55.8). Ele é o criador e doador do espírito do ser humano (Gn 2.7; Zc 12.1). Deus conhece a mente do ser humano, mas o ser humano é incapaz de conhecer a mente de Deus. O poder de Deus para a salvação da humanidade não é nenhuma mensagem secreta, como era uma prática entre os gregos em relação à salvação por conhecimento privilegiado e secreto. Trata-se do plano divino para salvação da humanidade por meio do sacrifício de Cristo e revelada pela pregação do evangelho. No entanto, nem todas as pessoas conseguem compreender esse processo da encarnação e ressurreição de Jesus, que garante a justificação e cria uma nova natureza de cima, de modo que o fruto testifica uma nova vida separada (santificação). Essa dificuldade de entendimento que Paulo vem repetindo sobre a loucura que é para o homem natural sem Deus a mensagem da vitória da cruz, que para tal homem era uma vergonha e maldição. 

Essa iluminação somente recebe aquele que não se agarra à sabedoria humana, mas deixa-se conduzir pelo Espírito Santo. Deus, por meio do Espírito Santo, torna conhecida aos crentes a sua sabedoria (Mt 11.25; 16.17). O Espírito Santo prepara a pessoa que o recebe para que possa ver a verdade do evangelho, que conduz para a cruz de Cristo. Todavia, muitos não querem deixar-se conduzir para não serem também chamados de loucos. 1.3.2 Disposição para receber o Espírito de Deus (2.12,13) Paulo apresenta a confortadora garantia de que o ser humano, mesmo com as suas limitações, pode receber o Espírito Santo, que é dado gratuitamente por Deus. Todavia, ele coloca de um lado os que recebem o espírito do mundo, e do outro os que recebem o Espírito Santo, que vem de Deus. O espírito do mundo é o sistema organizado com base na injustiça e corrupção, como era o Império Romano com as suas ramificações no patronato e na elite da sociedade grega. Quem recebe esse espírito não se submete a ser conduzido pelo Espírito Santo de Deus, pois teria que abdicar de muitos dos prazeres desfrutados sem medida e ter uma disciplina ética e moral. Isso não quer dizer que Deus escolhe uns para receber a iluminação do Espírito Santo e outros não. O Espírito Santo fica disponível a quem quiser. No entanto, a paixão humana descontrolada e a concupiscência interna do ser humano impedem-no de receber o Espírito de Deus. Por isso, Paulo diz que quem recebeu o Espírito de Deus é ensinado por Ele, assim vive as realidades espirituais e pode discernir a vida sob a sabedoria de Deus. Para aprender, é preciso ter disposição e vontade para submeter-se ao mestre que ensina: o Espírito Santo. Por outro lado, aqueles que recebem o Filho de Deus como seu Senhor recebem com Ele todas as coisas que acompanham a salvação em Cristo. Pois, se Deus entregou seu Filho, sem dúvida dá com Ele todas as coisas (Rm 8.32). Os crentes tomam posse do dom da salvação por meio da fé da obra vicária de Cristo mediante a obra do Espírito Santo. Isso é possível pela mensagem da cruz, que, no versículo 13, Paulo passa a referir-se à sua pregação, bem como dos demais companheiros que não se baseavam na sabedoria humana, e sim na sabedoria de Deus, porquanto eram realizadas sob a inspiração do Espírito Santo. 

O salvo tem a mente de Cristo e fala a linguagem do Espírito (2.14-16) O apóstolo segue seu argumento para diferenciar o ser humano natural do ser humano espiritual. O primeiro pertence ao mundo como sistema de governo, não tem o Espírito Santo como seu guia e segue o seu próprio instinto natural (Jd 19), enquanto o segundo pertence a Deus, tem o Espírito Santo e segue a Jesus como seu Senhor, não faz sua própria vontade, mas busca fazer a vontade do Pai. Na comunidade de Corinto, existia um grupo de pessoas que se considerava espiritual com base na sabedoria humana e considerava os demais como crianças espirituais. Paulo rebate esses membros arguindo que, se eles estavam questionando a mensagem da cruz de Cristo e considerando-a loucura e incoerente, então, na realidade, eles que eram crianças espirituais e não passavam de um ser humano natural que “não compreende as coisas do Espírito de Deus” (v. 14). Paulo coloca-se no grupo dos espirituais, que viviam em comunicação com o Espírito Santo e podiam julgar a respeito dessas coisas, e não poderiam ser julgados por eles, pois não entendiam das coisas espirituais. O ser espiritual julga todas as coisas por meio da direção do Espírito Santo e usa as Escrituras como referencial de fé e conduta. Julgar todas as coisas não significa que o cristão espiritual seja um especialista em cada área da vida, mas que, no que se refere à missão na qual o chamou Deus, ele é capaz de avaliar todas as coisas espiritualmente. Paulo conclui a discussão no versículo 16 citando o profeta Isaías (Is 40.13): “Porque quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo?”. Ele mesmo responde: os salvos que têm a mente de Cristo, a quem Deus revelou o seu Espírito Santo (v. 10) e quem recebeu “o Espírito que provém de Deus” (v. 12).

  


Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - A Sabedoria Divina - Jovens.

 

Lição 4 - A Sabedoria Divina 

2º Trimestre de 2021

O Modo de Pensar de Deus não É como o do Mundo (v. 18,19) 

Paulo utiliza a expressão “palavra da cruz”, que é rica em significados. Para entender-se essa expressão, é necessário conhecer a principal mensagem do Cristianismo, que aponta para um acontecimento his­tórico inesquecível e com um significado profundamente teológico. A cruz mencionada não era uma cruz comum, mas, sim, a cruz que recebeu o Filho de Deus para ser morto injustamente, porém dentro do planejamento de Deus para a salvação da humanidade — algo incompreensível pela sabedoria humana natural. 

Os gregos, os romanos e os judeus não conseguiam compreender a revelação da vitória de Cristo na cruz. Assim, a mensagem da jus­tiça de Deus por meio da cruz de Cristo tornou-se para eles pedra de tropeço (Is 8.14; 1 Pe 2.7,8). Para os gregos, o herói era sempre o vencedor triunfante. Os romanos reservavam a morte de cruz para os subversivos, seus inimigos políticos, pessoas que eram consideradas um perigo para a manutenção do imperialismo romano. Para os judeus, a morte de cruz era uma maldição (Dt 21.23). Na cultura judaica, não se esperava um Messias que sofresse e morresse, muito menos um condenado à morte pelo supremo tribunal judaico. O legalismo havia cegado os judeus de tal forma que a mensagem da cruz parecia loucura, e a doutrina da justificação pela fé, uma blasfêmia. Para eles, a morte de Jesus na cruz era humilhante, amaldiçoada e repugnante (1 Co 1.23; Gl 5.11). 

As pessoas de cada uma das origens (gregos, romanos e judeus) tinham suas razões racionais para desacreditar da mensagem da cruz. Muitas vezes, quando nos relacionamos com uma pessoa de outra origem, não nos colocamos em seu lugar. Assim, corremos o risco de julgá-la, analisando a sua vida com base no mundo em que fomos criados. Por exemplo, quando analisamos a atitude de uma pessoa de origem muçulmana, se não buscarmos entender qual a sua visão de mundo, como as pessoas dentro da mesma cultura são criadas e ensinadas, corremos um risco de fazer uma péssima avaliação e jul­gamento. As pessoas que moravam na cidade de Corinto tinham um imaginário formado a respeito da cruz, algo considerado desprezível, humilhante e vergonhoso. Isso lhes foi imposto pela cultura. De repen­te, é anunciada uma mensagem de salvação do Deus Criador para a humanidade que tem como símbolo a cruz; isso era inconcebível. Em função disso, faz-se necessário a abertura para a ação interpretativa do Espírito Santo para “entender” a mente de Deus e, assim, receber a iluminação do Espírito para que se possa ver a salvação por meio da cruz de Cristo. Isso não é possível por meio da sabedoria racional humana, mas somente pela sabedoria de Deus. Para entender as coisas espirituais, somente por meio de instrumentos espirituais. 

A cruz de Cristo é poder de Deus, pedra angular para os salvos (1.18b) 

Rejeitar a mensagem traz uma desgraça irrevogável para o ser humano que se mantém nessa posição (2 Co 2.14-17; 4.3-5; 2 Ts 2.10). Para o Cristianismo, essa é a única forma de alcançar a sabedoria divina. A mensagem da cruz de Cristo apresenta um Deus que se faz fraco, impotente e vergonha para quem não conhece experiencialmente o evangelho. Por que um Deus se rebaixaria a tal ponto para comu­nicar-se com o ser humano? A tendência humana não é de buscar pelo anonimato e insignificância diante da avaliação dos critérios da sociedade greco-romana, como também não é na atual. 

A obra de Cristo satisfaz a necessidade da justiça de Deus pelo pecado da humanidade, pois anulou a sentença de morte. Assim, con­quistou o direito da justiça perfeita que é atribuída a todo o que crê e aceita o sacrifício vicário de Jesus. A justiça de Cristo conquistada por meio de sua morte é imputada gratuitamente ao pecador que crê. Portanto, a única base da justificação é a justiça imputada de Cristo e não é inerente do ser humano. O fato de a justiça de Cristo ser a base da justificação acentua amplamente a graça de Deus. A graça tem como centro a cruz de Cristo, na qual tudo se converge, e os jus­tificados são perfeitamente reconciliados. A cruz de Cristo é loucura para o mundo e poder de Deus para os salvos. 

Algumas pessoas, mesmo sabendo da existência de Deus e afir­mando-se religiosas, têm como motivação seu interesse pessoal, prio­rizando a busca do poder, do prazer e da zona de conforto, mesmo que, para conquistá-los, precise praticar a injustiça. Essa prática é denominada por algumas pessoas como “ser esperto”. Como diz o apóstolo: “dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm 1.22), uma vez que agir dessa forma é loucura para Deus. Por isso, há a necessidade de reconhecermos a glória de Deus, de sermos gratos por tudo o que Ele tem proporcionado e de em tudo glorificarmos o seu santo nome. Um dia, Deus destruirá “a sabedoria dos sábios” e “a inteligência dos inteligentes”, mas os salvos permanecerão para sempre. 

A vida eterna e a verdadeira sabedoria não podem ser obtidas por intermé­dio da intelectualidade ou do legalismo religioso 

A sabedoria de Deus prevalecerá sobre a sabedoria humana. Essa é uma verdade eterna porque a vida eterna e a verdadeira sabedoria não podem ser obtidas por intermédio da intelectualidade ou do legalismo religioso. Deus, ao criar o ser humano, não tinha nenhum compromisso ou necessidade de conceder a vida eterna. Em um pensamento humano e racional, Deus poderia criar o ser humano e as demais vidas e matérias do mundo por um tempo determinado, destruir sua criação e trazer à vida uma nova forma de criatura. Todavia, Deus não fez assim. Ele criou todas as coisas, inclusive o ser humano, para participar de um projeto pessoal de relacionamento eterno com sua criação. Contudo, Deus proveu um meio para revelar-se à sua criatura, uma revelação progressiva por meio de sua Palavra e outro direto e pessoal por meio de sua encar­nação, “a expressa imagem da sua pessoa”, Jesus Cristo (Hb 1.1-3). O conhecimento experiencial de Deus não se alcança por meio de sabedoria humana e nem pelo legalismo religioso. 

Paulo, em Romanos 7.24, apresenta uma imagem antropológi­ca do homem sem Deus: “miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”. Nessa condição, está tanto o sábio grego como o escriba ou mestre do judaísmo (1.20) que não se rendeu aos pés de Cristo. Paulo afirma que esse ser humano “não conheceu a Deus pela sua sabedoria” (v. 21). Ele prefere adorar “a criatura em lugar do Criador” (Rm 1.25). A sabedoria de Deus não apela para a sofisticação intelectual nem para o entusiasmo espiritual, mas para a cruz de Cristo (1 Co 1.17-25,30; 2.6-8), para o compartilhar dos sofrimentos de Jesus e o testemunho de vida (Rm 8.17; 2 Co 1.5; 4.10; Cl 1.24; Fl 3.10ss). 

O ser humano, sobretudo o judeu piedoso, acredita que pode construir sua própria justiça pelo cumprimento da Lei (Rm 9.31; 10.3; Fl 3.9). Paulo esclarece que nenhum ser humano será justificado pelas obras da Lei (Fl 3.6-21; Rm 3.20–4). A vida é temporária e limitada (1 Co 5.10; 7.31), e, ao final dela, o juízo de Deus virá. Paulo destaca que, no juízo de Deus, não será requerido obras realizadas pelo ser humano, mas pelos “frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus” (Fl 1.11). Da mesma forma que Paulo fala da desgraça do homem natural sem Deus, ele também fala que o mistério que estava oculto é revelado para a salvação em Cristo (Cl 1.26; Rm 3.26; 5.9,11; 7.6; 1 Co 15.20; 2 Co 6.2; Cl 1.22). A loucura da pregação salva os que creem (1 Co 1.21). 

A sabedoria de Deus prevalecerá sobre a sabedoria do mundo (1.19) 

Paulo cita Isaías 29.14, mas faz opção pelo texto da Septuaginta, que é a versão grega do Antigo Testamento e preferida dos gentios e dos judeus da diáspora devido à facilidade da linguagem que lhes era comum. A tradução do texto hebraico é um pouco diferente: “A sabedoria dos sábios perecerá e a inteligência dos inteligentes desapa­recerá”. Fica evidente a ação destruidora como algo natural de causa e efeito. Todavia, o que chama a atenção é o contexto do escrito do profeta, que Paulo faz uma aplicação para o caso de sua época com os coríntios. O texto de Isaías trata de um momento específico do povo de Israel, acusado de honrar a Deus apenas com os lábios, mas não com o coração (Is 29.13; Mt 15.8,9). Ele está falando a um grupo que se intitulava como povo de Deus e sábios, mas que o culto oferecido ao Senhor era de um coração distanciado do serviço a Deus e ao pró­ximo. Os judeus da comunidade devem ter-se sentido mais atingidos com a mensagem, porém Paulo estava usando o exemplo da escritura judaica para demonstrar que mesmo pessoas que se dizem religiosas podem não estar baseadas na sabedoria de Deus. 

Paulo, em Romanos 1.21, usa a expressão “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus”. Trata-se de uma pessoa que reconhece a existência de Deus por meio do conhecimento natural, mas não o reconhece como Deus. Uma coisa é reconhecer a existência, outra é submeter-se e glorificar a Deus. Alguém não religioso pode reconhecer racionalmente a existência de um ser supremo que criou todas as coisas, mas não em um Deus pessoal que se comunica com as criaturas que criou. Por isso, prefere viver como se Ele não existisse, uma vez que, nesse pensamento e usando uma linguagem popular, “Deus não se importa com o ser humano”, muito menos com os cri­térios éticos e morais que usa para viver sua vida. Nos dias atuais, para uma grande parte da sociedade, é um retrocesso dizer que se acredita em Deus, e decadência maior é apresentar-se como servo de Deus, obediente às regras de fé e conduta estabelecidas na Bíblia. Esse é outro grupo de pessoas, que são totalmente céticas. Tanto o primeiro caso (crer na existência, porém ignorar Deus) quanto o segundo (não acreditar e ignorar a crença) são classificados como uma sabedoria que se extinguirá, sem efeito em termos de salvação. Por esse motivo, a sabedoria de Deus que provém salvação prevalecerá sobre a sabedoria do mundo, pois os seus efeitos salvíficos são eternos.

A verdadeira sabedoria não se revela por determinação humana 

Um grande equívoco do ser humano é achar que pode determinar como Deus deve agir e o que Ele deve fazer. O ser humano às vezes chega ao cúmulo de achar que está no mesmo patamar de Deus, tendo o pensamento de que tudo foi criado em razão de seu próprio ser e tudo deve convergir para sua satisfação pessoal e autopromoção. Ele sente-se na condição de ter o poder de prever o que Deus está pensando e vai além, achando que pode mudar o que Deus pensa em fazer para que seja feito do seu jeito e conforme sua vontade pessoal. Esse tipo de pessoa, quando na igreja, entende que a Bíblia foi escrita para que ele faça uma eisegese (colocar dentro do texto a sua opinião própria), em vez de uma exegese (extrair do texto o que ele quer e tem a dizer), para que o texto seja aplicado em seu benefício. Pessoas com esse pensamento, quando usam os púlpitos para pregar, utilizam aqueles chavões: “Deus, eu determino!”; “Deus, eu exijo!”; “Se eu sou um HOMEM de Deus, que...!”, entre outros que se ouvem em alguns púlpitos nos dias atuais, mas principalmente em alguns programas televisivos e radiofônicos. Os judeus pediam sinais para evidenciar o poder de Deus, como se pudessem colocá-lo dentro de seus limites. Alguns personagens bíblicos pediram sinais para Deus e não foram reprovados: Ezequias 

1.2.3 Cristo, a verdadeira sabedoria que garante a vida eterna (1.24,25) 

Para Paulo, por mais sabedoria intelectual que o ser humano tenha, não tem como comparar com a sabedoria em conhecer a Cristo. Ele tinha experiência pessoal com a comparação da sabedoria conforme o mundo e a sabedoria de Deus. A sua bibliografia demonstra como todo o tempo em que se dedicou à sabedoria secular e ao conhecimento religioso, com base no conhecimento humano, foi por ele considerado como nada, diante da experiência que passou a ter com Jesus a partir de Damasco. Com isso, Paulo não queria dizer que o conhecimento adquirido anteriormente não tinha valor. O que ele afirma é que não teria valor nenhum se continuasse desconsiderando o conhecimento da cruz de Cristo. 

Quando Paulo aceitou a Cristo como o seu Senhor e Salvador, o apóstolo encontrou nEle a resposta perfeita para todos os seus anseios. O apóstolo descobriu em Cristo o poder de Deus que, como judeu, buscava e não encontrava no judaísmo e no conhecimento adquirido até então. Após seu conhecimento experiencial de Jesus, Paulo pôde perceber Deus nas coisas simples, nas pessoas até então desprezíveis para ele, como os cristãos que perseguia e considerava

1.3.2 O salvo alcança a sabedoria de Deus na Cruz de Cristo (1.28,29) 

Confiar em si somente em consonância com o mundo que se opõe a Deus é vangloriar-se diante de Deus (v. 29). Aquele que é domina­do pelos poderes influentes do mundo e que vive sob o domínio do pecado tem por traço característico o “glorificar-se”. Em contraste, Paulo afirma que Deus escolheu as coisas “vis” e “desprezíveis”, o que humanamente não tem valor, pois Ele não olha para a aparência. Ao usar esses dois termos (vis e desprezíveis) para referir-se à maioria da população que era da classe de escravos, Paulo prende a atenção da maior parte de seus leitores em Corinto. Sem dúvida, muitos cristãos coríntios eram pessoas que não tinham valor aos olhos do mundo, pessoas consideradas apenas como objeto ou instrumento de trabalho e servidão, mas estas acharam graça aos olhos de Deus. Aquele que tem a experiência da cruz aprende a ser humilde a exemplo de Jesus em seu ministério e testemunho de vida, mesmo que seja uma pessoa culta, que tenha posses e de influência na sociedade. 

No livro de Provérbios, a sabedoria é vista como um antídoto contra o orgulho e algo que deve ser buscado com todo o ânimo (16.16,17). Quem a encontra sempre agirá com humildade (Pv 11.2). O orgulhoso é desprovido de lucidez e bom senso, pois está pronto a fazer o mal se os seus interesses forem colocados em risco (Pv 6.17,18). Quando confrontado, não tem autocontrole, pois é inseguro, inflexível, assim como os destinatários da carta de Paulo. A pessoa orgulhosa busca o poder para proteger-se da sua insegurança; além disso, é desprovida de sabedoria e leva uma vida de prepotência e arrogância. 

Desse modo, ela vê as pessoas como objetos, e não como criaturas de Deus e nem como seu próximo. As pessoas nessa situação tendem a lutar constantemente para manter o seu status quo. Por isso, tratam as pessoas subordinadas ou em condições de dependência como se nunca fossem precisar delas. Essas pessoas investem nos relacionamentos com pessoas em condições financeiras e de poder semelhantes com vistas em trocas de favores e interesses. Elas vivem uma vida de insegurança constante, sempre com medo de perder o poder; consequentemente, não dormem enquanto não maquinarem o que fazer para manterem-se no controle (Pv 4.16; Sl 36.4; Is 57.20; Mq 2.1). Trata-se de uma vida sem paz e tranquilidade, uma constante insegurança pelo sentimento de culpa e medo. 

Em geral, o altivo usa as pessoas como se fossem objetos em seu benefício e para a manutenção do poder (Pv 16.19). No entanto, o temor do Senhor é apontado como o princípio da sabedoria (Pv 1.7). Quem teme ao Senhor é humilde, e o seu trabalho é realizado para a glória de Deus e para o bem do próximo. O poeta recomenda uma vida simples e humilde. Melhor a pobreza que pode ser fruto de contexto sócio histórico (Pv 28.6), porém construída por meio da integridade e justiça (Pv 28.11). A experiência de vida demonstra que as pessoas que alcançam a excelência na vida são aquelas que conseguem extrair o melhor das coisas simples (Pv 23.5). Já os soberbos que pensam desfrutar o melhor da vida terminam em uma vida que não valeu a pena ser vivida, ou seja, em ruínas. 

A glória de Deus é revelada na cruz de Cristo (1.30,31) 

Nos versículos anteriores, as possibilidades humanas de alcançar a verdadeira sabedoria foram reduzidas; agora, o apóstolo exalta as absolutas possibilidades de Deus. Paulo começa com uma afirmação reconfortante para aqueles que estavam amparados na cruz de Cris­to. Ele assegura que estes são dEle por meio da graça e misericórdia divina. Essas pessoas estavam enxertadas em Cristo, que é feito junto aos que creem, sabedoria pré-existente de Deus. 

Outrora eram orgulhosos, tolos, ignorantes e estavam debaixo da ira e maldição de Deus por causa do pecado, agora justificados por meio do sacrifício de Cristo, separados (santificação) para Deus mediante a redenção do crucificado. O salvo sabe que está protegido mediante a cruz e ressurreição de Cristo, mas também deve estar sensibilizado que sua salvação tem validade enquanto viver nessa fé (Gl 5.4). Paulo deixa claro que a glória não estava nos falsos mestres que usavam de partidarismo e divisões com intenções egoístas. A glória da Igreja está na cruz de Cristo, que conduz para a vida eterna com Deus.

 

sexta-feira, 30 de abril de 2021

Lição 05 - 2º Trimestre 2021 - Dons de Elocução - Adultos.

 

Lição 5 - Dons de Elocução 

2º Trimestre de 2021

 

ESBOÇO GERAL
I – DOM DE PROFECIA
II – VARIEDADE DE LÍNGUAS
III – INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS 

Elinaldo Renovato

3. ERROS A SEREM EVITADOS NO USO DO DOM DE PROFECIA.

3.1. USAR A PROFECIA PARA GUIAR A IGREJA

A mensagem através do dom de profecia tem como finalidade “... exortação, edificação e consolação” (1 Co 14.3). Não tem por objetivo guiar ou direcionar a administração da igreja local. A Bíblia Sagrada, a Profecia por excelência, e o manual da Igreja tem todas as orientações sobre a administração espiritual, humana e material da igreja cristã. Vemos, em Atos 13.1-3, que, quando Deus quis enviar missionário, O Espírito Santo se dirigiu aos líderes, como Barnabé, Simeão (Níger), Lúcio de Cirene, Manaén e Saulo. Não se dirigiu a “um profeta” em particular. 

3.2. USAR O DOM DE PROFECIA COMO UM “ORÁCULO”

Tendo em vista a finalidade da profecia, não é correto o crente só fazer as coisas se consultar um profeta. Essa prática tem endeusado irmãos ou irmãs, a quem Deus deu o dom, para se tornarem verdadeiros “gurus” de determinadas pessoas. Há exemplos de profetas, nas igrejas, cujo lar se transformou em lugar de verdadeira romaria. Há, até, os que praticam a simonia (At 8.18), profetizando para receber ofertas dos que lhe procuram. Deus pode usar, e tem usado, homens e mulheres de caráter cristão ilibado, para consolar e orientar casos específicos de pessoas que precisam de uma palavra específica para eles. Mas é preciso cuidado. A profecia é para o proveito da igreja e não de domínio particular. 

3.3.  USAR O DOM DE PROFECIA COMO FONTE DE DOUTRINA

É completamente errado e contraria a palavra de Deus. A fonte por excelência de doutrina é a palavra de Deus. Nenhuma profecia pode acrescentar ou retirar o que já foi revelado nas sagradas escrituras. Quem o fizer incorre no perigo de ser punido por Deus. “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19  -grifo nosso). A maior parte das doutrinas heréticas tem origem nesse grave erro. Uma profetiza teve uma visão e passou a ensinar o que viu como doutrina; um profete viu uns objetos, e entendeu que Deus lhe confiava uma “nova revelação”. Isso é muito perigoso para a integridade da são doutrina. As profecias têm prazo para sua utilização. Mas a palavra de Deus é eterna (Ler 1 Co 13.8; 1 Pe 1.25).

3.4. USAR O DOM DE PROFECIA DE FORMA DESCONTROLADA

O dom de profecia deve ser usado, na igreja, com decência e ordem. Diz Paulo: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.39, 40). A igreja em Corinto, como já vimos, possuía todos os dons, operando em seu meio. Talvez por isso, houve que se achasse mais importante ou santo do que os outros que não possuíam dons, e achavam-se no direito de usar os dons como bem entendessem. Por isso, o apóstolo exortou quanto à necessidade de ordem e decência no culto. 

Quando este comentarista liderava a juventude, há quase 30 anos, aconteceu um fato constrangedor, mediante o uso do dom de profecia. Um grupo de jovens e adolescentes passou a reunir-se em casa dos colegas, e passarem noites inteiras em oração e vigílias. Em princípio, com o consentimento dos pais, não haveria nada a se reprovar. No entanto, aquele grupo passou a considerar-se porta-voz de Deus, e a considerar os que não faziam parte dele como carnais, inclusive este que escreve este texto. Em pouco tempo, aqueles jovens estavam-se sentindo autossuficientes, e não davam mais satisfação à igreja e muito menos à direção da mocidade. 

Um dizia que Deus estava mandando ir à casa de um irmão para levar uma mensagem. Outro dizia que Deus lhe falara para irem a outro estado, para dar uma mensagem para um pastor. Em certa ocasião, na casa de um do grupo, os jovens se deitaram no chão, rapazes com as moças, e passaram a noite em vigília. Em dado momento, uma jovem começou a “ser usada em profecia”. E falou para um jovem: “O teu noivado não é do meu agrado. A que tenho preparado para ti é o vaso que estou usando”. Se o jovem que ouvira a mensagem não tivesse convicção do seu noivado teria acabado o relacionamento com sua noiva, com quem se casou e vive muito bem.

Na Cidade onde servimos ao Senhor, anos atrás, levantou-se uma profetisa, no meio da igreja, e reuniu em torno de si um grupo de irmãs que saíam profetizando pelas casas de pessoas amigas. Numa delas, a “profetisa” disse para a dona da casa que o seu esposo não era o que Deus tinha preparado para ela. Que outro seria o escolhido pelo Senhor. Em pouco tempo, o casamento daquela irmã foi destruído, e ela juntou-se com outro irmão. Depois, outro fato semelhante ocorreu, e mais um casamento foi destruído pela cavilação carnal e diabólica de uma falsa profetisa. Faltou alguém que alertasse que tais “profetadas” nada tinham de fundamento na palavra de Deus. A tal falsa profetisa era vista como “autoridade” usada por Deus. Pura meninice, cavilação e má fé.

Texto extraído da obra “Dons Espirituais e Ministeriais”, editada pela CPAD. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

terça-feira, 27 de abril de 2021

Artigos: 12 maneiras de atrair mais pessoas para Escola Dominical .

 

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12 maneiras de atrair mais pessoas para Escola Dominical 

1) Esteja certo de que sua classe merece ser assistida – Uma classe desorganizada, despreparada ou com um plano de aula enfadonho não irá causar boa impressão nos visitantes. Esteja certo de que a presença em sua classe será uma experiência positiva para os alunos. Eles voltarão. As crianças e jovens implorando para ir à igreja é um poderoso motivador para os pais. 

2) Crie uma lista de prospecção da classe – Compile as informações básicas dos participantes, incluindo número do telefone, endereço, nome dos pais e parentes mais próximos. O e-mail da família e informações de como essas pessoas chegaram à igreja. Para a classe de crianças coloque o o nome de cada uma delas com idade e que grupo melhor se encaixaria.  

3) Ore por sua lista de prospecção – Faça dessa prática algo regular. Rogue especialmente para que o Senhor lhes dê o crescimento na fé e oportunidade para que cada uma deles possa convidar outros à classe. Você ficará surpreso com o que Deus pode fazer. 

4) Envie convites – Crie convites ou cartas pessoais para sua classe. Elas podem ser enviadas por meio eletrônico também. Escreva as informações básicas sobre a classe e os benefícios que irão apelar à sensibilidade dos pais e amigos. 

5) Faça visitas – Quando você for à casa, leve a revista da Escola Dominical. Apresentá-la à família ajuda a aproximar as pessoas que não têm o hábito nem familiaridade com a igreja. Somente uma visita amistosa para mostrar o seu interesse e cuidado com as pessoas. 

6) Peça ao seu pastor para promover a Escola Dominical – Às vezes firmar a lembrança por meio do pastor irá ajudar as famílias a firmar compromisso. Ele pode simplesmente fazer um anúncio, adicionar um ponto ao sermão. Você pode usar um boletim ou quadro de avisos para promover a ED. 

7) Planeje eventos especiais para a classe e para convidados – Isso pode ser uma festa da pizza depois da classe ou um encontro na casa de alguém. Inclua pais, outras pessoas que possa alcançar e líderes da igreja. Construir relacionamentos e amizades fora da(s) classe(s) é importante. 

8) Conecte-se com as pessoas online – Use o Facebook para manter contato. Esse é um meio fácil e não ameaçador para acompanhar um ausente da Escola Dominical. 

9) Ofereça brindes aos visitantes de primeira vez – Tome atitudes de valor que encoraje os alunos a trazerem outros. Que tal dar um CD ou DVD de brinde. Mas esteja certo de que junto vai um bilhete com uma nota de estímulo e convite que alcance os que estão próximos. 

10) Certifique-se sempre de que os alunos existentes continuam chegando – Não se esqueça de recrutar as crianças que já são fiéis para ajudar. Estimular e parabenizar os pais pelo seu papel na obtenção de outras crianças ou jovens para as aulas todas as semanas é importante. Você pode até mesmo enviar notas ocasionais de agradecimento. Este incentivo vai ajudar os membros existentes em sua classe a permanecerem comprometidos. 

11) Organizar para alcançar outros – Algumas crianças, jovens e adultos seria frequentes se pudessem conseguir carona. Embora complicado, se organizar isso com jeito é uma boa maneira de um servir ao outro. Todavia é preciso seguir todas as políticas de segurança.  

12) Recrute um campeão na ED – Este pode ser um membro que não ensina na ED. Ele pode ajudar com as cargas de trabalho e estratégias e possam ser uma valorizador da ED. 

Artigo extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 17 - nº 68 (out/nov/dez de 2016)

Artigos: Conflitos familiares - Como a Escola Dominical pode ajudar a resolvê-los.

 

Artigos

Conflitos familiares - Como a Escola Dominical pode ajudar a resolvê-los 

Introdução  

Em toda a Bíblia, percebemos a importância da família. Ela é uma instituição criada por Deus, e todo projeto de Deus não foi feito para fracassar. Entretanto, no decorrer dos séculos, a família foi perdendo sua identidade. Existiram, e ainda existem vários fatores que contribuem para a fragilidade da mesma. 

Segundo a Sociologia, a família é um organismo vivo, um sistema aberto, ou semi-aberto, pois ela dá e recebe informações, energia, trabalho, objetos e trocas permanentemente, o que possui e o que precisa com seu ambiente social.  

Moura (2012) nos chama atenção dizendo que, não existe fórmula para se evitar os conflitos, mas se os envolvidos adotarem atitudes como o autocontrole, a paciência e a prudência, especialmente no trato com as palavras, a harmonia, a reconciliação e o bom convívio estarão presentes na vida familiar.

Definindo alguns conflitos 

A família é constituída pelos cônjuges, pais, filhos e irmãos, cada um com sua personalidade e conflitos. Os maiores conflitos estão na área do relacionamento, e envolvem falta de diálogo, falta de tempo, crises existenciais, isolamento, orgulho, falta de disciplina e falta de elogio. 

Sabemos que a família inicia com o casamento, e para que o mesmo seja equilibrado, é necessário que os cônjuges se amem e se respeitem. As crises entre marido e mulher têm se agravado, pois existe entre os cônjuges uma baixa tolerância à frustração, uma resistência à mudança e o egoísmo.

Outro fator que gera conflito na família é a educação dos filhos. Segundo a Bíblia, eles são heranças do Senhor e são como “flechas na mão do valente”. É importante lembrar que eles precisam de atenção, amor e disciplina. 

O desenvolvimento humano é constituído por fases. No bebê, existe a fase chamada Anomia, ou seja, de completa ausência de regras. Não adianta dizer para um bebê parar de chorar que a mãe tem que trabalhar no dia seguinte, pois ele não entenderá. Na infância, predomina a Heteronomia, ou seja, a regra é imposta pelo adulto. Quando os adultos têm dificuldades em dizer “não” para uma criança, a mesma crescerá com uma baixa tolerância à frustração. Na adolescência, começa o predomínio da Autonomia, mas é importante lembrar que esta fase é uma das mais conflituosas, pois se em uma das anteriores houve problemas, na adolescência os mesmos poderão se agravar. 

Os conflitos entre pais e filhos encontram-se mais nas áreas da disciplina e da autoridade dos pais. Segundo o psicólogo Artur Nogueira, as pessoas estão cada vez mais intolerantes e se desgastam valorizando os defeitos dos outros. A ausência de elogio está cada vez mais presente nas famílias. Não vemos mais pais e filhos se elogiando. Lembre-se: o filho gosta de ser lembrado, e o pai ou a mãe gostam de serem reconhecidos e valorizados.  

Outro conflito enfrentado pela família é a falta de compreensão, pois o filho deve entender as responsabilidades que estão sobre os pais e os pais devem compreender as fases de transição na vida dos filhos, bem como seus conflitos e inseguranças. 

Entretanto, mesmo enfrentando essas mudanças, a família atual, neste conceito ampliado, continua sendo o primeiro grupo de vital importância onde o ser humano se relaciona tendo sua função biológica e social.  

Em suma, todos os membros da família devem ter um só propósito, que é servir e agradar a Deus, e cada um deve cumprir o seu papel dentro da família. Os pais devem ser facilitadores na aprendizagem da vida, devem ser modelos para os filhos, devem ser agentes que preparam um bom caminho para os mesmos, e os filhos devem obedecer e respeitar os pais. Nunca esquecendo a presença maravilhosa do Espírito Santo, pois é Ele que nos ensina a tomarmos a decisão certa na hora mais difícil de um relacionamento.

A Escola Dominical como auxiliadora nos conflitos familiares   

Na Escola Dominical, o fator pedagógico envolve a figura do ensinador. Como destaca o pastor Marcos Tuler, ele deve ser diferente, pois ensinar não é somente a transmissão do conhecimento. Educar não é somente professar, ensinar e instruir. É preciso um envolvimento maior.  Segundo La Rosa (2003), aprender a aprender envolve a curiosidade, característica que revela uma inteligência aberta à realidade, a qual é inesgotável, seja ela física, biológica ou sócio-cultural. O aprendente revela-se um curioso, característica profundamente humana. Aprender, então, passa a ser uma tentativa de compreender, de modo mais aprofundado, algo novo ou algo do qual já se possui alguma informação. Por isso a busca incessante pelo conhecimento. 

Quando a família frequenta a ED, ela está tentando melhorar não somente sua vida intima com Deus, mas sua vida como um todo, e isso envolve a vida sócio-cultural, emocional e interpessoal. Diante dessa demanda, o ensinador precisa estar preparado, qualificado, ter uma intima comunhão com Deus, ser flexível e dedicado. Pois somente assim poderá influenciar e modificar a vida familiar dos seus alunos. 

É fundamental que o professor entenda que as famílias estão passando por um momento de crise. Ele precisa ter conhecimento de quais crises estão afetando a mesma.

Outro fator importante que o professor não deve esquecer é que todo aluno, ao iniciar um processo de aprendizagem, já traz consigo uma série de conceitos, crenças e informações de vida, que vão servir de filtro para a elaboração de novos conhecimentos. Isso porque o verdadeiro conhecimento deve gerar um novo comportamento, modificar hábitos, rever métodos. Essa é a razão básica de se aprender algo novo. 

Na visão de Lebar (2009), o estudante não controla completamente o ambiente e o ambiente não controla completamente o aluno. O ambiente influencia o ser, mas não o controla. Como Departamento, a Escola Dominical pode auxiliar as famílias promovendo palestras e encontros, trazendo assuntos atuais e envolventes. Lembrando sempre que ensinar não consiste em aplicar cegamente uma teoria nem em conformar-se com um modelo. É, antes de tudo, orientar na resolução de problemas, instruir para se tomar decisões e agir em situações de incerteza, e, muitas vezes, de emergência. Somente aquele que vive uma experiência de aprendizagem significativa pode compartilhá-la para transmiti-la.  

Segundo Rubinstein (2003), não se aprende de qualquer um; aprende-se daquele que está no lugar do conhecimento, seja pai ou mestre. Isto é aprendizagem. Aprende-se de quem se supõe saber. Pois o conhecimento não é transmitido de cofre. São transmitidos sinais, e é o próprio sujeito que, se apropriando desses sinais, constrói o conhecimento. Mas, para que o sujeito da aprendizagem conheça, o desejo é fundamental. O desejo de conhecer e a capacidade para conhecer andam juntas. 

Conclusão    

Observando a família atual, percebemos  grupos confusos, muitas vezes contraditórios, oscilando entre dois modelos: um hierarquizado e outro igualitário. Pode-se dizer que isso diz respeito ao fato de a modernidade ter afetado a família contemporânea, refazendo seus alicerces. Porém, apesar das pressões sem precedentes, que colaboram para a atual situação familiar, a família está e sempre esteve no centro da civilização e, mais do que isso, no centro da vontade de Deus. Seus alicerces bíblicos e naturais devem ser preservados. 

Segundo Carvalho (2007), não se pode pensar em educação tendo apenas o mobiliário e a figura do professor à frente expondo suas ideias, pois educar não é somente professar, instruir e ensinar. Essa nobre tarefa vai além das raias da informação ou simples instrução. Educar tem a ver com transmissão, assimilação de valores culturais, sociais e espirituais. Quem exerce apenas tecnicamente a função de ensinar não tem consciência de sua missão educativa, formadora de pessoas e de “mundos”.  

Portanto, a Escola Dominical, pode fazer muito para atenuar, ou mesmo resolver os conflitos familiares, tornando os encontros criativos, trazendo novidades e mostrando aos membros da família, o que são esses conflitos e como eles podem ser resolvidos. 

O bom ensino vem de um bom aprendizado. Somente assim poderemos envolver os membros da família na obra de Deus e fazer com que, mesmo enfrentando grandes desafios e grandes conflitos, eles permaneçam fiéis. Podemos ser sábios, se dermos ouvidos à Palavra; ou tolos e fracassados, se nos recusarmos a aprender.

Artigo extraído da revista Ensinador Cristão do ano 15 - nº 59 – (jul/ago/set de 2014)

Artigos: Educação cristã no século 21: um grande desafio .

 

Artigos

Educação cristã no século 21: um grande desafio 

Nos dias presentes, a nova geração tem que conviver num ambiente completamente hostil à fé cristã. Nas escolas, desde cedo, os filhos são ensinados que Deus não existe. Que o universo surgiu por acaso; que o homem veio do macaco; que a Bíblia é um mito, ou um livro de lendas ou de fábulas.

Os primeiros pastores dos filhos devem ser seus pais, se forem crentes em Deus. Ser pai e mãe cristãos, nos dias presentes, é um desafio grande, e, ao mesmo tempo, missão gratificante, quando se analisam as funções que Deus confiou à paternidade e à maternidade. A cada dia que passa, mais difícil torna-se o relacionamento entre pais e filhos, mesmo que sejam evangélicos. No entanto, a Palavra de Deus sempre foi, é, e será o verdadeiro manual de Deus para a família, para o casamento, e para o lar. Neste estudo, desejamos compartilhar o que o Senhor tem nos proporcionado em termos de conhecimento e experiências sobre a educação cristã da família e do lar.

I – Pais no Antigo Testamento

1. Sob a égide da Teocracia. 

No Antigo Testamento, os pais viviam sob a Teocracia, ou sob o governo de Deus sobre o povo. Todas as normas ou doutrinas, de caráter espiritual, moral, social, ou familiar, emanavam da Lei de Deus. Os pais não tinham grandes desafios, no relacionamento com os filhos, pois os mesmos, desde o berço, eram criados segundo os mandamentos, os juízos e os estatutos de Deus (Dt 5.31). Eles eram de fato os sacerdotes do lar.

2. Os pais tinham mandamento de ensinar a seus filhos (Dt 11.18-21).   

Os profetas entregavam a mensagem de Deus; os pais a aceitavam e transmitiam aos filhos.

3. Os judeus eram cuidadosos na educação dos filhos. 

Aos 12 anos, eles passavam (e ainda passam) pela cerimônia do “Bar-Mtzvá”, quando já deveriam saber de cor os pontos mais importantes da lei. A sinagoga era templo e era escola também. 

II -  Pais no Novo Testamento

1. A educação era integral. 

Nas poucas referências sobre o tema, vemos o exemplo da educação do menino Jesus. Diz a Bíblia (Lc 2.40, 52). Esses textos nos falam da educação espiritual (“em espírito”), no conhecimento de Deus e intelectual (“cheio e sabedoria”), no crescimento físico (“em estatura”), e no crescimento espiritual e social (“em graça para com Deus e os homens”).

2. Os filhos eram sujeitos aos pais. 

Ainda que não se possa generalizar, por falta de informações, mais uma  vez, na educação de Jesus, vemos que seus pais sabiam criá-lo sob sujeição ou disciplina (Lc 2.51). Nos tempos atuais, a rebeldia na família é tão grande que muitos pais não sabem o que fazer.

3. Os pais são exortados a ensinar os filhos.

“E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4 – grifo nosso).

III – A Educação Antiga e a moderna 

O pastoreio da nova geração é diretamente influenciado pelo tipo de educação que for transmitida à família. Há diferenças fundamentais entre a educação antiga e a educação na pós-modernidade.

1. A Educação Antiga. 

 Nas décadas passadas, os pais criavam os filhos na base do autoritarismo. Tudo era feito na base de um relacionamento rígido. A igreja evangélica, em muitos casos, colaborou para esse tipo de educação. Era a educação repressiva. Eram comuns os castigos físicos, com o uso da “vara” para as falhas mais simples. Teve seu aspecto positivo, pois os filhos eram obrigados a respeitar os limites que lhes eram impostos. Havia respeito aos pais, aos mais velhos, e às normas. Os aspectos negativos dessa educação manifestavam-se tempos depois, quando os filhos tornavam-se independentes. De certa forma, essa educação contrariava a Bíblia, que manda criar os filhos sem provocá-los à ira (Ef 6.4).

2. A Educação Moderna.

Na educação moderna, de uns trinta ou quarenta anos passados, os psicólogos levaram os pais a não ter autoridade sobre seus filhos, para não serem repressivos. Assim, grande parte dos filhos passou a ter uma educação permissiva. Para eles, quase tudo é permitido. Os especialistas aconselham que não se deve reprimir para que os filhos não fiquem frustrados. O resultado dessa educação é uma libertinagem e uma permissividade absurda, a ponto de pais permitirem que suas filhas pratiquem sexo com os namorados em suas próprias residências. É a educação permissiva.

Esse tipo de educação leva os filhos, desde crianças, a não respeitarem limites, normas e princípios. Aliás, essa educação “moderna”, em geral, não tem princípios morais, éticos, e muito menos espirituais. É uma agressão aos princípios bíblicos, que exorta aos pais a criarem seus filhos “na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4b); e manda ensinar ao menino o caminho em que deve andar, para que, quando envelhecer, não se esqueça dele (Pv 22.6).

O que os pais cristãos devem escolher? A educação repressiva, que levou muitos filhos à frustração e ao desvio dos caminhos do Senhor? Ou a educação permissiva, que tem levado muitos à pecaminosidade, à libertinagem e à condenação espiritual? Certamente, nenhum dos dois tipos é desejável aos pais cristãos. Mas há uma terceira via, que é a da Educação Cristã.

IV -  A Educação Cristã 

A nosso ver, é a única forma de educação que pode resultar em benefícios espirituais, morais, éticos, sociais e físicos para os pais e para os filhos. É a alternativa para evitar-se a repressão, o autoritarismo, e a permissividade, que tantos prejuízos causam à formação da família. Alguns aspectos dessa abençoada educação podem ser resumidos como se seguem. É uma síntese dos cuidados espirituais que os pais cristãos devem ter para com seus filhos. Não deve ser repressiva nem permissiva. Com a educação cristã, podemos ter um pastoreio eficaz para as novas gerações. É uma educação amorosa e formativa.

1. Os filhos devem ser vistos como herança do Senhor (Sl 127.3 a). Assim, devem ser tratados com muito zelo, cuidado e amor. 

2. Os filhos são prêmios de Deus. “e o fruto do ventre, o seu galardão” (Sl 127.3b). Galardão é prêmio. Sempre os pais devem ser gratos a Deus pelo filho ou pela filha que nasceu no seu lar. São presentes, ou prêmios, vivos, que devem ser cuidados, guardados, e criados com muito amor. 

3. Os pais devem ensinar a palavra de Deus no lar. Os pais devem ser os primeiros e os mais importantes professores de seus filhos (Pv 22.6)”. E (Dt 11.18-21) esse princípio, da educação no AT, é válido e atual para os dias presentes, se os pais querem ver seus filhos bem formados na vida espiritual.

4. Os filhos devem ser criados na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). Os pais não devem ter medo de doutrinar, de ensinar os filhos os princípios da palavra de (Hb 4.12). O ensino da Bíblia é mais poderoso que castigos físicos, psicológicos, e todo o tipo de repressão desnecessária.

5. O culto doméstico é de grande valor para a vida dos filhos. Infelizmente, a maioria dos pais cristãos não fazem o culto doméstico. É um trabalho simples, mas de grande efeito sobre os filhos e sobre a família em geral. É como acender o altar da adoração no lar.  É melhor do que deixar os filhos presos ao altar da televisão. Fortalece os laços afetivos e espirituais entre pais e filhos. Pode ser feito em 15 minutos por dia, apenas! Cânticos, leitura bíblica, pedidos de oração, e oração por todos, um por um, etc. Lembremos: a pior educação é a da “babá eletrônica”, a TV (ver Sl 101.3; Dt 7.26). Pior ainda é a da “conselheira eletrônica” - A Internet. Muitos têm sido pervertidos por esses meios pós-modernos de (des) educação.

6. Os filhos devem ser levados, ou incentivados a ir à igreja local. A igreja deve ser a continuação do lar. E o lar, a continuação da igreja. Um deve completar o outro. Quando crianças, os pais devem leva-los à igreja, à Escola Dominical, aos cultos. Quando adolescentes e jovens, devem ser persuadidos a ir à casa do Senhor. Se, desde crianças, forem acostumados a ir à igreja, quando jovens darão valor a essa prática saudável (Mc 10.13-16). 

Com essa visão, entendemos que a saída para os pais crentes é desenvolver, em seu lar, os princípios bíblicos para a educação dos filhos. Do contrário, a deseducação formal e agressiva, nas escolas, vai leva-los para longe de Deus. Só há esperança para as novas gerações permanecerem nos caminhos do Senhor, se o lar for a continuação da igreja e a igreja a continuação do lar, de maneira inteligente, com harmonia e amor. 

Artigo extraído da revista Ensinador Cristão do ano 15 - nº 57 – (jan/fev/mar de 2014) 

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - Deus criou minhas mãozinhas - Berçário.

 

Lição 04 - Deus criou minhas mãozinhas 

2º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Levar a criança a compreender, através das atividades e exposições, que foi Deus quem criou as mãozinhas do bebê.

É hora do versículo: “A ti levanto as mãos [...]” (Sl 143.6).

Nesta lição, as crianças serão levadas a compreender que Deus criou cada detalhe do seu corpinho. E hoje elas perceberão que o Papai do Céu criou as suas mãozinhas. Mostre a mãozinha do bebê para ele. Cada dedinho. Diga o nome para cada dedinho para o bebê. 

Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a figura abaixo. Sugerimos que o professor pegue uma luva branca, conforme o modelo, cole carinhas e, de forma lúdica, diga o nome de cada dedo: Polegar, Indicador, Médio, Anelar e Mínimo. Se possível, cante com o bebê.

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A imagem das carinhas é para o professor baixar. A da luva é só para ilustrar

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário 

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - A história de um menino muito forte - Maternal.

 

Lição 04 - A história de um menino muito forte 

2º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Que a criança escolha guardar-se pura para Deus.

Para guardar no coração: “[...] Conserve-se puro.” (1 Tm 5.22)

Nesta lição, o aluno vai conhecer a história de Sansão. Ele possuía um grande potencial. Sansão nasceu como cumprimento da promessa de Deus para Manoá e sua esposa, e faria uma grande obra para Deus: salvaria Israel dos filisteus. Sansão tinha uma força fora do comum que vinha de Deus e para isso ele tinha que ser puro, sem nenhum pecado. Sansão devia agradar a Deus em tudo. 

Após narrar a história bíblica em sua totalidade e realizar as atividades propostas na revista do professor, caso ainda haja tempo, sugerimos que faça cópias da atividade a seguir. Oriente os alunos a molharem o dedinho na tinta guache e completar o caminho que leva Sansão até o leão. Reforce que Sansão era forte o suficiente para isso porque Deus estava com ele.
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 Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - O Nascimento do meu Amigo - Jd. Infância.

 

Lição 4 - O Nascimento do meu Amigo 

2º Trimestre de 2021

Objetivos: Os alunos deverão identificar os principais fatos relacionados ao nascimento de Jesus; e reconhecer o nascimento de Jesus como o cumprimento da promessa de Deus.

É hora do versículo: “Pois já nasceu uma criança, Deus nos mandou um menino que será o nosso rei [...]” (Is 9.6)

Nesta lição, os alunos aprenderão acerca do nascimento de Jesus. O Natal é a data do ano em que comemoramos esse dia. Como o natal ocorreu há pouco tempo, a lembrança ainda deve estar recente na memória das crianças. Para a introdução da aula, proceda conforme orientação da revista do professor. Medite na verdade prática para o seu enlevo espiritual. Faça a dinâmica da memorização do versículo e explique o que a Palavra de Deus está dizendo. Narre a história bíblica e realize todas as atividades propostas. 

Caso haja algum tempo, sugerimos uma atividade extra para os alunos recortarem e colarem a cena do nascimento de Jesus. Entregue uma folha A4 em branco e no topo da folha na horizontal escreva: O Nascimento do meu Amigo. Relembre às crianças que devemos nos lembrar sempre do nascimento de Jesus, e não apenas no natal, pois todos os dias Jesus precisa nascer em nosso coração.

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 04 - 2º Trimestre 2021 - A Primeira Ordem - Primários.

 

Lição 4 - A Primeira Ordem 

 2º Trimestre de 2021

Objetivo: Que os alunos compreendam que Deus deseja obediência de seus filhos.

Ponto central: Deus deu uma ordem a Adão e Eva. Deus deseja obediência 

Memória em ação: “Vigiem e orem para que não sejam tentados [...]” (Mt 26.41).

Querido (a) professor (a), na próxima aula teremos a oportunidade de abordar um tema relevante para todas as idades, especialmente necessário de ser explicado e enfatizado na faixa etária de seus Primários – a importância da obediência a Deus!

OBEDIÊNCIA. As palavras hebraicas e gregas traduzidas como “obedecer” ou “obediência” são geralmente shama’ e as formas cognatas de akouo. O significado básico de ambas é “ouvir”. De fato, muitas vezes que o tradutor se confronta com estas palavras e seus cognatos, é muito difícil determinar se a tradução mais apropriada é "ouvir" ou "obedecer". Esta dificuldade, porém, oferece uma visão profunda do conceito bíblico básico de obediência, um conceito que ocorre tanto no AT como no NT.

Embora a obediência expresse uma ação que existe nas relações humanas comuns (tais como discípulos aos mestres ou filhos aos pais), sua referência mais significativa é a de um relacionamento que deve existir entre o homem e Deus. Deus revela-se a si mesmo ao homem por sua voz e palavras. As palavras devem ser ouvidas. Isto obviamente envolve uma recepção física das palavras com uma suposta compreensão mental de seu significado.

Mas em termos da recepção da revelação de Deus pelo homem, este fato em si não é um ouvir verdadeiro. A atitude de ouvir verdadeiramente está ligada à fé que recebe a Palavra divina e a traduz em ação. E uma resposta de fé. E uma resposta positiva e ativa, não meramente ouvir e considerar de forma passiva. Ouvir é agir. 

Em outras palavras, ouvir realmente a Palavra de Deus é obedecer à Palavra de Deus. No NT, a ideia de se assumir a responsabilidade de obedecer à Palavra ouvida, ou de se colocar sob esta responsabilidade, é claramente enfatizada pelo termo hupakouo, uma composição dos termos "sob" e "ouvir". Muitas passagens referentes ao ouvir e à obediência obviamente têm em vista este aspecto de resposta positiva e ativa. "Quem tem ouvidos para ouvir, ouça" (Mt 11.15; cf. 13.9,43; Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13,22; 13.9). O homem sábio é aquele que "ouve estas minhas [do Senhor Jesus] palavras e as pratica" (Mt 7.24). "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e... me seguem" (Jo 10.27). Com respeito à revelação que havia recebido em Patmos, João disse: "Bem-aventurado(s)... os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas" (Ap 1.3). Não há nenhuma dicotomia entre o ouvir e o obedecer. O ouvir verdadeiro é a obediência. (PFEIFFER, Charles F., VOS, Howard F., REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1383).

Aproveitando essa rica elucidação do conceito bíblico de obediência, explique-o aos seus Primários na linguagem adequada a eles, e promova uma dinâmica para ilustrar o que foi aprendido. 

Seria uma versão adaptada da antiga brincadeira “o Mestre mandou”. Porém, apenas duas crianças de cada vez deverão estar de olhos vedados e atentas, pois só pontuarão ao obedecerem APENAS a instrução que de fato vier do Mestre (poderá ser uma criança voluntária, escolhida antes dos que serão vedados).  As demais crianças, assim como o mestre farão vozes distintas, dando comandos uma de cada vez, tentando se passar pelo Mestre. 

primarios 4

Frise que devem ser apenas tarefas que não exija locomoção, nem contato com as demais, isto é, que não seja preciso tirá-los do lugar, já que não estarão enxergando e estamos em pandemia. Por exemplo: “Pule em um só pé”; “Abaixe”; “Imite uma galinha”; “Faça uma dancinha”. Enquanto isso, ao fim de cada comando você pergunta alto aos “Mestres” quem pontuou e anota em um quadro. Dependendo do tempo que você disponha, pode ser 3 ou mais comandos por dupla até as crianças revezarem nas posições da brincadeira.

Ao final enfatize que no mundo há muitas vozes, mas a nem todas deveremos seguir, dar ouvidos ou obedecer. Mas somente àquelas que forem de Deus ou de pessoas usadas por Deus para o nosso bem. Dê alguns exemplos do cotidiano deles: “Se o seu amiguinho disser: ‘vamos sair pra brincar escondido da sua mãe’, essa voz vem de Deus? Você deve obedecer?” “E se disser: ‘Ajude a sua amiga que caiu a se levantar’ Essa voz é boa, podemos seguir?”

Ao final, peça que todos deem as mãos e orem pedindo sabedoria ao Senhor para aprendermos a diferencias as vozes boas das más e ouvirmos apenas as que obedeçam e agradem a Ele.

O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - O Deus Bondoso - Juniores.

 

Lição 3 - O Deus Bondoso 

2º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Gênesis 21.9-20.

Caríssimo(a) professor(a), 

Na lição desta semana seus alunos aprenderão sobre a bondade de Deus. O Criador é bom e tudo o que ele faz também é bom. Este é um atributo moral do caráter de Deus, faz parte da sua própria natureza ser bom. Por esse motivo, Ele se dispõe também a zelar pelo bem-estar da sua criação. Deus não deseja o mal da humanidade que Ele mesmo criou. Antes, atua para convencê-la do pecado para uma nova vida debaixo da graça. Deus provou o seu grande amor pela humanidade ao entregar o seu Filho Unigênito para ser sacrificado na cruz a fim de remover a culpa do pecado (cf. Ef 1.5-7). No entanto, há muitos que insistem em rejeitar o meio amoroso com que Deus decidiu fazer a reconciliação.

Ensinar o quanto Deus é bom deve ser o seu objetivo para a aula desta semana. Para tanto, caro(a) professor(a), você pode extrair lições importantes da história bíblica apresentando os pontos principais que exemplificam como a bondade de Deus se manifesta. Este exercício ajudará seus alunos a extraírem lições importantes do texto bíblico.

Apresente os visuais à turma e ajude seus alunos a identificarem a bondade de Deus em cada cena. A cada visual apresentado, pergunte: Por que Deus permitiu Abraão mandar o próprio filho com sua mãe embora? O que Deus havia prometido a Abraão acerca de Isaque? Qual foi o tratamento de Deus em relação a Agar e Ismael? Ao final, mostre que tudo quanto Deus nos ordena, Ele sempre o faz com propósitos específicos. Seus alunos devem compreender que a vontade de Deus é sempre boa, perfeita e agradável (cf. Rm 12.2). A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, (2003, pp. 36,37) detalha aspectos importantes da bondade de Deus para com Abraão:

1. Deus havia ordenado que Abraão ouvisse o que Sara pedia porque a promessa divina de que a sua descendência haveria de herdar a Terra Prometida se cumpriria por intermédio de Isaque. Portanto, era necessário que a sua linhagem crescesse separada da de Ismael (cf. Gn 21.9-12).

2. A promessa de Deus havia sido feita a Abraão há muitos anos. Foram longos vinte e cinco anos de espera para ver o seu filho nascer. Por intermédio de Isaque, o Senhor faria surgir uma grande nação que daria prosseguimento à Aliança feita com Abraão (cf. Gn 21.1,2).

3. Deus também teve misericórdia de Ismael e sua mãe, pois em meio ao deserto o Senhor não os desamparou. Deus falou com Agar que de Ismael também faria uma grande nação (vv. 14-21). Então o menino cresceu e habitou na terra de Parã. E o que aconteceu a Ismael, e quem eram seus descendentes? Ismael tornou-se o líder de uma grande tribo ou nação. Os ismaelitas eram nômades que viviam no deserto do Sinai e Parã, ao sul de Israel. Uma das filhas de Ismael casou-se com Esaú, sobrinho de Ismael (Gn 28.9). A Bíblia mostra o povo ismaelita hostil para com Israel e com Deus (Sl 83.5,6).

A história de Abraão é marcada por eventos que apontavam que a promessa de Deus não poderia se cumprir. As escolhas de Abraão resultaram em problemas difíceis de resolver no tocante às suas gerações, mas Deus teve misericórdia de seu servo e operou para que a promessa se mantivesse firme. É importante destacar aos seus alunos que o Senhor opera para que todas as coisas contribuam juntamente para o bem daqueles que O amam (cf. Rm 8.28). Reforce esta verdade aos seus alunos.

Para fixar o conteúdo da lição, estimule a criatividade de seus alunos: mostre os visuais para a classe e peça para eles recontarem as verdades que aprenderam na história de hoje. Cada aluno terá a oportunidade de observar os visuais e contar um pouco da história, destacando o que mais chamou a sua atenção. Este é um exercício que ajudará na memorização das verdades bíblicas.

Tenha uma boa aula!