Lição 5 - Dons de Elocução
2º Trimestre de 2021
ESBOÇO GERAL
I – DOM DE PROFECIA
II – VARIEDADE DE LÍNGUAS
III – INTERPRETAÇÃO DE LÍNGUAS
Elinaldo Renovato
3. ERROS A SEREM EVITADOS NO USO DO DOM DE PROFECIA.
3.1. USAR A PROFECIA PARA GUIAR A IGREJA
A mensagem através do dom de profecia tem como finalidade “... exortação, edificação e consolação” (1 Co 14.3). Não tem por objetivo guiar ou direcionar a administração da igreja local. A Bíblia Sagrada, a Profecia por excelência, e o manual da Igreja tem todas as orientações sobre a administração espiritual, humana e material da igreja cristã. Vemos, em Atos 13.1-3, que, quando Deus quis enviar missionário, O Espírito Santo se dirigiu aos líderes, como Barnabé, Simeão (Níger), Lúcio de Cirene, Manaén e Saulo. Não se dirigiu a “um profeta” em particular.
3.2. USAR O DOM DE PROFECIA COMO UM “ORÁCULO”
Tendo em vista a finalidade da profecia, não é correto o crente só fazer as coisas se consultar um profeta. Essa prática tem endeusado irmãos ou irmãs, a quem Deus deu o dom, para se tornarem verdadeiros “gurus” de determinadas pessoas. Há exemplos de profetas, nas igrejas, cujo lar se transformou em lugar de verdadeira romaria. Há, até, os que praticam a simonia (At 8.18), profetizando para receber ofertas dos que lhe procuram. Deus pode usar, e tem usado, homens e mulheres de caráter cristão ilibado, para consolar e orientar casos específicos de pessoas que precisam de uma palavra específica para eles. Mas é preciso cuidado. A profecia é para o proveito da igreja e não de domínio particular.
3.3. USAR O DOM DE PROFECIA COMO FONTE DE DOUTRINA
É completamente errado e contraria a palavra de Deus. A fonte por excelência de doutrina é a palavra de Deus. Nenhuma profecia pode acrescentar ou retirar o que já foi revelado nas sagradas escrituras. Quem o fizer incorre no perigo de ser punido por Deus. “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro” (Ap 22.18,19 -grifo nosso). A maior parte das doutrinas heréticas tem origem nesse grave erro. Uma profetiza teve uma visão e passou a ensinar o que viu como doutrina; um profete viu uns objetos, e entendeu que Deus lhe confiava uma “nova revelação”. Isso é muito perigoso para a integridade da são doutrina. As profecias têm prazo para sua utilização. Mas a palavra de Deus é eterna (Ler 1 Co 13.8; 1 Pe 1.25).
3.4. USAR O DOM DE PROFECIA DE FORMA DESCONTROLADA
O dom de profecia deve ser usado, na igreja, com decência e ordem. Diz Paulo: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.39, 40). A igreja em Corinto, como já vimos, possuía todos os dons, operando em seu meio. Talvez por isso, houve que se achasse mais importante ou santo do que os outros que não possuíam dons, e achavam-se no direito de usar os dons como bem entendessem. Por isso, o apóstolo exortou quanto à necessidade de ordem e decência no culto.
Quando este comentarista liderava a juventude, há quase 30 anos, aconteceu um fato constrangedor, mediante o uso do dom de profecia. Um grupo de jovens e adolescentes passou a reunir-se em casa dos colegas, e passarem noites inteiras em oração e vigílias. Em princípio, com o consentimento dos pais, não haveria nada a se reprovar. No entanto, aquele grupo passou a considerar-se porta-voz de Deus, e a considerar os que não faziam parte dele como carnais, inclusive este que escreve este texto. Em pouco tempo, aqueles jovens estavam-se sentindo autossuficientes, e não davam mais satisfação à igreja e muito menos à direção da mocidade.
Um dizia que Deus estava mandando ir à casa de um irmão para levar uma mensagem. Outro dizia que Deus lhe falara para irem a outro estado, para dar uma mensagem para um pastor. Em certa ocasião, na casa de um do grupo, os jovens se deitaram no chão, rapazes com as moças, e passaram a noite em vigília. Em dado momento, uma jovem começou a “ser usada em profecia”. E falou para um jovem: “O teu noivado não é do meu agrado. A que tenho preparado para ti é o vaso que estou usando”. Se o jovem que ouvira a mensagem não tivesse convicção do seu noivado teria acabado o relacionamento com sua noiva, com quem se casou e vive muito bem.
Na Cidade onde servimos ao Senhor, anos atrás, levantou-se uma profetisa, no meio da igreja, e reuniu em torno de si um grupo de irmãs que saíam profetizando pelas casas de pessoas amigas. Numa delas, a “profetisa” disse para a dona da casa que o seu esposo não era o que Deus tinha preparado para ela. Que outro seria o escolhido pelo Senhor. Em pouco tempo, o casamento daquela irmã foi destruído, e ela juntou-se com outro irmão. Depois, outro fato semelhante ocorreu, e mais um casamento foi destruído pela cavilação carnal e diabólica de uma falsa profetisa. Faltou alguém que alertasse que tais “profetadas” nada tinham de fundamento na palavra de Deus. A tal falsa profetisa era vista como “autoridade” usada por Deus. Pura meninice, cavilação e má fé.
Texto extraído da obra “Dons Espirituais e Ministeriais”, editada pela CPAD.
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