terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Lição11 - 4º Trimestre 2020 - O início do Movimento Pentecostal - Adolescentes.

 

Lição 11 - O início do Movimento Pentecostal 

4º Trimestre de 2020

TEXTO BÍBLICO:  Atos 2.1-4

ENFOQUE BÍBLICO: "Todos ficaran cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa.” (Atos 2.4)

OBJETIVOS
Mostrar que o pentecostalismo resgata princípios bíblicos e uma dimensão mais profunda de comunhão com Deus e de poder  para servi-Lo, que eram comuns na Igreja Primitiva;
Ressaltar a importância do Movimento Pentecostal para a vida da Igreja; 
Esclarecer que o Batismo no Espírito Santo, com evidência física de falar em outras línguas, não foi algo apenas do passado, da época dos apóstolos, mas acontece ainda hoje e ocorreu durante toda a história da Igreja. 

Prezados professores,

A Paz do Senhor Jesus!

Nesta semana estudaremos com os adolescentes o início do Movimento Pentecostal no mundo. E para enriquecer sua abordagem selecionamos  o presente artigo, que mostra em detalhes como se deu a chamada de Gunnar Vingren e Daniel Berg, afinal foi por meio deles que o movimento pentecostal se espalhou em nosso país. 

Através dele você saberá  como os pioneiros da Assembleia de Deus no Brasil foram tocados pela chama pentecostal! 

"Os pioneiros suecos Adolf Gunnar Vingren e Daniel Högberg, mais conhecidos como Gunnar Vingren e Daniel Berg, deram início ao maior Movimento Pentecostal do mundo – as Assembleias de Deus no Brasil. Mas, como se deu a chamada deles ao Brasil?

Berg e Vingren se conheceram poucos anos antes de fundarem a AD brasileira, quando ainda estavam nos Estados Unidos – Berg, dedicando-se apenas aos trabalho secular e Vingren, como pastor ordenado pela Igreja Batista Sueca nos EUA. Ambos já haviam sido inflamados pelas chamas do Movimento Pentecostal norte-americano quando compartilharam entre si suas experiências e, juntos, em oração, receberam o chamado para o nosso país.

Gunnar Vingren nasceu em Ostra Husby, Ostergotland, Suécia, a 8 de agosto de 1879. Era filho de pais batistas, que lhe ensinaram desde cedo a trilhar nos caminhos santos. Ainda muito pequeno, seus pais o levavam à Escola Dominical, onde seu pai era dirigente.

Em 1897, aos 18 anos, foi batizado nas águas na Igreja Batista em Wraka, Smaland, Suécia. Nessa época, assumiu a direção da Escola Dominical de sua igreja, substituindo seu pai. Em 14 de julho daquele ano, um artigo de uma revista, que falava sobre os sofrimentos de tribos nativas no exterior, o levou às lagrimas e a uma decisão que mudaria o rumo de sua vida. “Subi para o meu quarto e ali prometi a Deus pertencer-lhe e pôr-me à sua disposição, para honra e glória de seu nome. Orei também insistentemente para que Ele me ajudasse a cumprir esta promessa”, relata o homem de Deus.

Em outubro de 1898, deixou a direção da Escola Dominical e foi participar de uma Escola Bíblica em Götabro, Närke. “Nunca mais na minha vida recebi uma instrução bíblica tão profunda como aquela. Pastor Kihlstedt nos quebrantava completamente com a Palavra de Deus. Ele nos tirava tudo, tudo, até que ficássemos inteiramente aniquilados como pó diante dos pés do Senhor. Depois vinha o irmão Emílio Gustavsson com o óleo de Gileade, e sarava as feridas da alma, alimentando nossos corações famintos com o melhor trigo dos celeiros de Deus. Oh, que tempo aquele! Fez-me bem pelo resto de toda a minha vida”, conta Vingren em suas memórias.

Aquela Escola Bíblica durou um mês e fazia parte de uma Federação Evangélica que tinha o objetivo de ganhar almas para Cristo. Depois dela, Vingren foi enviado com o evangelista Soderlund à província de Skane, seu primeiro campo de trabalho. Em seguida, evangelizou nas províncias de Västergötland e Tidaholm, onde adoeceu de papeira e foi curado instantaneamente após a oração de um grupo de irmãos. De lá, evangelizou em Rönneholm e retornou a Skane.

Após o serviço militar, foi atraído pela “Febre dos Estados Unidos”. Em 30 de outubro de 1903, embarcou na cidade de Gotemburgo num vapor que o levou à cidade de Hull, na Inglaterra. Dali, foi de trem para Liverpool, onde pegou outro vapor, com destino a Boston, Massachusets (EUA). Chegando lá, tomou um trem até Kansas City, onde morava seu tio Carl. Depois de uma semana, começou a trabalhar como foguista em Greenhouse até o verão. Foi porteiro de uma grande casa comercial na região e jardineiro, profissão que aprendera com seu pai. Em fevereiro de 1904, conseguiu um emprego no Jardim Botânico de Saint Louis. Aos domingos, Vingren assistia os cultos de uma igreja sueca estabelecida naquela cidade.

Em setembro de 1904, iniciou um curso de quatro anos no Seminário Teológico Batista Sueco, em Chicago. Durante o tempo em que morou em Kansas, pertencera à Igreja Batista sueca, onde fora exortado a voltar a estudar. Durante o curso, foi convidado a pregar em vários igrejas. Pelo Seminário, estagiou sete meses na Primeira Igreja Batista em Chicago, Michigan. Depois, estagiou nas Igrejas Batistas em Sycamore, Illinois; Blue Island, também em Illinois; e, por fim, em Mountain, Michigan.

Concluiu seus estudos e foi diplomado em maio de 1909. Nesse período, entregou uma solicitação para ser enviado como missionário. Enquanto a resposta não chegava, foi convidado para assumir o pastorado da Igreja Batista em Menominee, Michigan. Em junho daquele ano, assumiu a direção da igreja.
Nesse período, participou da Convenção Geral Batista dos Estados Unidos, onde foi decidido que seria enviado missionário para Assam, na Índia, juntamente com sua noiva. A Convenção Batista do Norte o sustentaria. No início, Vingren convenceu-se de que esta era a vontade de Deus, mas, durante a Convenção, Deus mostrou-lhe o contrário. Voltando à sua igreja, enfrentou uma grande luta por causa de sua decisão. Finalmente, resolveu não aceitar a designação e comunicou sua decisão à Convenção por escrito. Por esse motivo, a moça com quem se enamorara rompeu o noivado. Ao receber a carta dela, respondeu: “Seja feita a vontade do Senhor”.

Por esse tempo, despontava um grande avivamento nos Estados Unidos, que culminou no atual Movimento Pentecostal que se espalhou pelo mundo no século 20. Nessa época, uma irmã que tinha o dom de interpretar línguas foi usada por Deus para dizer-lhe que seria enviado ao campo missionário, mas “somente depois de revestido de poder”.

No verão de 1909, Deus encheu o coração de Vingren com o desejo de receber o batismo no Espírito Santo. Em novembro daquele ano, ele pediu permissão à sua igreja para visitar a Primeira Igreja Batista Sueca, em Chicago, onde se realizava uma série de conferências. O seu objetivo era buscar o batismo no Espírito Santo. Após cinco dias de busca incessante, foi revestido de poder, falando em outras línguas como os discípulos no Dia de Pentecostes.
Foi nessas conferências que conheceu Daniel Berg, que se tornaria mais à frente seu grande amigo.

O encontro entre Berg e Vingren

Daniel Högberg, conhecido no Brasil como Daniel Berg, nasceu a 19 de abril de 1884, na pequena cidade de Vargon, na Suécia, às margens do lago de Vernern. Quando o Evangelho começou a entrar nos lares de Vargon, seus pais, Gustav Verner Högberg e Fredrika Högberg, o receberam e ingressaram na Igreja Batista. Logo procuraram educar o filho segundo os princípios cristãos. Em 1899, Daniel converteu-se e foi batizado nas águas.

Em 1902, aos 18 anos, pouco antes do início da primavera nórdica, deixou seu país. Embarcou a 5 de março de 1902, no porto báltico de Gothemburgo, no navio M.S.Romeu, com destino aos Estados Unidos. “Como tantos outros haviam feito antes de mim”, frisava. O motivo foi a grande depressão financeira que dominara a Suécia naquele ano.

Em 25 de março de 1902, Daniel desembarcou em Boston. No Novo Mundo, sonhava, como tantos outros de sua época, em realizar-se profissionalmente. Mas, Deus tinha um plano diferente e especial para sua vida.

De Boston, viajou para Providence, Rhode Island, para se encontrar com amigos suecos, que lhe conseguiram um emprego numa fazenda. Permaneceu nos Estados Unidos por sete anos, onde se especializou como fundidor. Com saudades do lar, retornou à cidade natal, onde o tempo parecia parado. Nada havia se modificado. Só seu melhor amigo, companheiro de infância, não morava mais ali. “Vive em uma cidade próxima, onde prega o Evangelho”, explicou sua mãe.

Logo chegou a seu conhecimento que seu amigo recebera o batismo no Espírito Santo, coisa nova para sua família. A mãe do amigo insistiu para que Daniel o visitasse. Aceitou o convite. No caminho, estudou as passagens bíblicas onde se baseava a “nova doutrina”. Chegando à igreja do amigo, encontrou-o pregando. Sentou e prestou atenção na mensagem. Após o culto, conversaram longamente sobre a “nova doutrina”. Daniel demonstrou ser favorável. Em seguida, despediu-se e partiu, pois sua intenção não era permanecer na Suécia, mas retornar à América do Norte.

Em 1909, após despedir-se dos pais, em meio à viagem de retorno aos Estados Unidos, Daniel orou com insistência a Deus, pedindo o batismo no Espírito Santo. Como não estava preocupado como da primeira vez, posto que já conhecia os EUA, canalizou toda a sua atenção à busca da bênção. Ainda no navio, ao aproximar-se das plagas norte-americanas, sua oração foi respondida.

A partir de então, sua vida mudou. Daniel passou a evangelizar como nunca e a contar seu testemunho a todos. Foi então que, por ocasião das já mencionadas conferências em Chicago, Daniel encontrou-se com o pastor batista Gunnar Vingren, que também fora batizado no Espírito Santo. Os dois conversaram horas sobre as convicções que tinham. Uma delas é que tanto um como o outro acreditavam que tinham uma chamada missionária. Quanto mais dialogavam, mais suas chamadas eram fortalecidas.

Ao voltar à sua igreja em Menominee após as conferências em Chicago, Vingren começou a pregar a verdade de que “Jesus batiza no Espírito Santo e com fogo”. Em fevereiro de 1910, Vingren foi intimado a se afastar da igreja, que ficou dividida: metade cria na promessa e a outra a rejeitava. Os que rejeitaram obrigaram-no a deixar o pastorado.

No entanto, Vingren recebeu o apoio da Igreja Batista em South Bend, Indiana. Todos ali o receberam e creram na verdade. Na primeira semana, Jesus batizou dez pessoas no Espírito Santo. Naquele verão, quase vinte pessoas receberam a promessa. Assim, Deus transformou a Igreja Batista de South Bend em uma igreja pentecostal. Vingren pastoreou-a até 12 de outubro de 1910, quando começou a preparar-se para a viagem ao Brasil.

Quando Vingren voltou a South Bend, Berg estava trabalhando em uma quitanda em Chicago quando o Espírito Santo mandou que se mudasse para South Bend. Berg abandonou seu emprego e foi até lá, onde encontrou Vingren pastoreando aquela Igreja Batista. “Irmão Gunnar, Jesus ordenou-me que eu viesse me encontrar com o irmão para juntos louvarmos o seu nome”, disse Berg. “Está bém!”, respondeu Vingren com singeleza. Passaram, então, a encontrarem-se diariamente para estudar as Escrituras e orar juntos, esperando uma orientação de Deus.

O chamado e a chegada ao Brasil

Foi em South Bend que Vingren e Berg foram revelados pelo Espírito Santo, através da instrumentalidade do irmão Olof Uldin (que havia conhecido Vingren e Berg), sobre vários acontecimentos futuros a respeito dos dois. Entre outras coisas, Deus lhes disseras que deveriam ir para um lugar chamado Pará; que o povo desse lugar era de um nível social muito simples; que Gunnar deveria lhes ensinar os rudimentos da doutrina bíblica; que Berg e ele comeriam comidas simples, mas não lhes faltaria nada; e que Vingren casaria com uma moça chamada Strandberg (Anos depois, quando de retorno à Suécia após o início da obra no Brasil, Vingren conheceria a enfermeira Frida Strandberg, com quem se casaria).

Ao ouvirem pela primeira vez o nome do lugar para onde Deus os chamara, não sabendo onde era, foram até a biblioteca pública da cidade, onde descobriram que o Pará ficava no Norte do Brasil. Depois de orarem, Berg e Vingren aceitaram o destino.

Após a revelação divina dada ao irmão Olof Uldin de que o lugar para onde deveriam ir era o Pará, no Brasil, Daniel Berg, contra a vontade dos seus patrões, abandonou o emprego. Eles argumentaram: “Aqui você pode pregar o Evangelho também, Daniel; não precisa sair de Chicago”. Mas, ele estava convicto da chamada e não voltou atrás.

Ao se despedir, Berg recebeu de seu patrão uma bolacha e uma banana. Essa era uma tradição antiga nos Estados Unidos. Simbolizava o desejo de que jamais faltasse alimento para a pessoa que recebesse a oferta. Esse gesto tocou o coração de Berg, que em seguida partiu com Vingren para Nova Iorque, e de lá para o Brasil em um navio.

Deus proveu milagrosamente a quantia certa para a viagem. Durante a viagem, ganharam um tripulante para Cristo. Quatorze dias após saírem de Nova Iorque, chegaram ao Pará. Era o dia 19 de novembro de 1910.

Em Belém, moraram no porão da Igreja Batista localizada na Rua Balby, 406. Depois, passaram um tempo na casa do irmão presbiteriano Adriano Nobre, em Boca do Ipixuna, às margens do Rio Tajapuru. Hospedaram-se no mesmo quarto onde morava o irmão Adrião Nobre, primo de Adriano. De volta a Belém, retornaram ao porão da igreja. Por esse tempo, já falavam um pouco de português. O primeiro professor deles fora o irmão Adriano.

As irmãs Celina Albuquerque e Maria de Nazaré creram na mensagem pentecostal e receberem o batismo no Espírito Santo. Criou-se, então, uma discussão na igreja, que culminou na expulsão de 19 membros mais Vingren e Berg. Em 18 de junho de 1911, nascia a Missão de Fé Apostólica, que em 11 de janeiro de 1918 foi registrada oficialmente com um novo nome, Assembleia de Deus, nome este que a nova igreja já usava desde 1916. Era uma igreja sem vínculos estrangeiros, genuinamente brasileira e que se tornaria a maior igreja pentecostal do mundo."

Boa Aula!!

Flavianne Vaz 
Editora responsável pela Revista Adolescentes da CPAD.

Fonte: http://www.cpadnews.com.br/conteudo-exclusivo/10216/como-se-deu-a-chamada-de-gunnar-vingren-e-daniel-berg.html

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Lição 11 - 4º Trimestre 2020 - A Mulher Samaritana: A Diferença que a Água da Vida Faz - Jovens.

 

Lição 11 - A Mulher Samaritana: A Diferença que a Água da Vida Faz 

4º Trimestre de 2020 – 13/11/2020

INTRODUÇÃO 

Deus, na sua soberania, apresenta situações em que pessoas mais improváveis aproximam-se dEle e buscam-no de uma forma excepcional. Na hora em que o evangelho é proclamado, o seu poder é tão impactante que pode mudar não apenas a vida de uma pessoa, como também a de várias em uma localidade. O poder de Deus vai além de fronteiras e costumes delimitados pelos homens. O próprio Paulo, enviado pelo Senhor, evangelizou diversas culturas no seu tempo, ganhando pessoas para o Reino de Deus. E o que dizer do próprio Jesus Cristo? Este capítulo mostra-nos a história da mulher samaritana e o seu encontro com Jesus. Pouco tempo depois da sua conversa com o mestre da Lei Nicodemos, Jesus passa por Samaria e tem uma conversa com uma mulher que, dentro da própria localidade onde vivia, provavelmente não era bem aceita. A conversa entre o Messias e a samaritana trouxe diversas interpretações ao longo dos séculos e, acima de tudo, a grandiosa lição de que o Senhor Deus ama a todos e deseja que todos possam ser alcançados pelo poder da salvação.  

I – NO CAMINHO PARA A GALILEIA

Ao tratar da mulher samaritana, João descreve que o encontro dela com Jesus ocorreu no próprio território samaritano. Jesus retirou-se da Judeia em direção à região dos galileus e precisava passar por Samaria. O povoado por onde Jesus passou, Sicar, era o local em que Jacó tinha um poço, e este servia de abastecimento de água para pessoas e animais naquela região.   Jesus, conforme narra João, deixou a Judeia e dirigiu-se para a região da Galileia, um ambiente repleto de influência gentia, e, nesse caminho, passou por Samaria. É possível que houvesse outras rotas para que o Senhor fosse para a Galileia, mas João registra que “era-lhe necessário passar por Samaria” (Jo 4.4). Havia uma grande obra aguardando Jesus na região dos gentios, mas, antes de chegar lá, Samaria precisava ser visitada. Uma cidade dentro do território dos desprezados samaritanos receberia a visita do Eterno. Se Jesus seria objeto de curiosidade na Judeia, em Samaria a sua chegada traria alegria não apenas para uma mulher, como também para muitos samaritanos.

A samaritana não era uma pessoa preguiçosa. O apóstolo João comenta que o encontro de Jesus com ela ocorreu quase à hora sexta, perto do meio-dia (Jo 4.6). Esse não é necessariamente o melhor horário para buscar água. Experimente andar nesse horário com um cântaro de barro vazio sobre os seus ombros e voltar para casa com esse cântaro cheio, e você verá o nível de trabalho árduo que envolvia a existência da mulher samaritana. Não havia ninguém para tirar água para ela; logo, ela mesma deveria buscar a água que lhe era necessária para a sobrevivência. Ela deveria carregar o cântaro até o poço, pegar a água, encher o cântaro dela e depois retornar à sua casa com o cântaro cheio. Era um trabalho pesado, mas que garantia a ela ter água na sua casa. Enquanto há pessoas que não desejam ter uma vida produtiva, que reclamam por ter pouco e do trabalho em que desenvolvem as suas habilidades, a samaritana, com todas as suas limitações, dá o exemplo de uma vida produtiva. Ela não foi ao poço saber da vida das pessoas da sua aldeia ou passar o tempo olhando o horizonte.

II – A ÁGUA PARA A VIDA ETERNA

A segunda pergunta da samaritana é uma resposta à declaração de Jesus: “Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva” (Jo 4.10). Jesus desenvolve o evangelho com a samaritana à medida que ela vai fazendo as perguntas. Pacientemente, Jesus responde os questionamentos diversos que ela faz. A pergunta fazia sentido. Jesus estava ao lado de um poço, mas não é dito que ele tinha em mãos qualquer instrumento que possibilitasse tirar água para beber. Ele, então, pede água à mulher. É certo que, ao confrontar Jesus com o fato de Ele não pegar água do poço, ela está julgando-o dentro da sua ótica natural. O que ela não sabia é que Deus estava ali em pessoa, oferecendo a possibilidade de ela receber uma água que mudaria a sua vida para sempre. 2. “És tu Maior do que Jacó, o nosso Pai?” A pergunta da mulher mostra que ela tinha uma referência histórica: Jacó era considerado o ascendente dos que moravam naquela região. Ele tinha recebido a primogenitura enganando o pai, Isaque, que estava velho e cego, e ainda colocou Deus na história. Quando questionado por que havia retornado tão rápido da caça, fazendo-se passar por Esaú, disse: “[...] o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro (Gn 27.20). Jacó passou os seus dias enganando e sendo enganado. Foi trapaceado pelo sogro na hora de casar-se com uma das suas filhas. Foi enganado na hora de receber o seu salário. Teve que trabalhar bastante para poder casar-se com a mulher que amava e, já com os seus 12 filhos, passou por maus bocados, chegando a chorar a morte de um filho que estava vivo. 

No decurso da conversa, Jesus mostra que o amor de Deus pretende trazer plenitude a todas as esferas da vida de uma pessoa. Como um judeu, que era estranho naquela aldeia, poderia saber que a mulher passara por cinco casamentos e que o relacionamento que tinha naquele momento não se enquadrava na orientação de Deus? Essa parte da história mostra-nos que a samaritana buscou várias vezes ser aceita e amada, mas que houve rupturas em todas essas buscas. Ela seria uma mulher completa somente em Deus. O evangelho de Cristo não se propõe apenas a salvar a pessoa dos seus pecados, mas também completar o que está faltando. Jesus não condenou aquela mulher na sua busca pelo amor conjugal, mas deixou claro que aquele relacionamento não trazia a ela o reconhecimento devido e esperado. O Senhor realmente se importa com nossas relações pessoais e com as alianças que fazemos? Sem dúvida; do contrário, Jesus não teria tocado nesse assunto durante aquela conversa evangelística. O certo é que a cada pergunta e resposta, a samaritana mais vislumbrava como Deus tinha interesse pleno por ela.

III – ESTE É VERDADEIRAMENTE O CRISTO

Jesus recebe da mulher uma declaração impressionante: a de que Ele era um profeta. Em Israel, várias foram as declarações dadas sobre Jesus, como, por exemplo, a de que Ele era samaritano e tinha demônio  que Ele expulsava demônios por Belzebu (Mt 12.24) e que era comilão e beberrão e amigo de pecadores (Mt 11.19). Essas foram declarações vindas de pessoas que estavam vendo ensinamentos e milagres, mas que, ainda assim, rejeitavam o Filho de Deus. A samaritana, por sua vez, foi reconhecendo que aquele jovem judeu tinha o que os profetas do Antigo Testamento tinham: a capacidade de saber de certas informações pelo Espírito de Deus. Jesus não se utilizou das suas prerrogativas para qualquer aproveitamento pessoal, ainda mais quando foi dito que Ele era profeta. Ele não ficou orgulhoso com o elogio. O seu objetivo de agradar ao Pai fez com que Ele mantivesse o foco na sua missão. Após essa declaração, a mulher pergunta sobre um local de adoração. Note que a samaritana tinha interesse nas coisas espirituais. Por mais que a sua vida conjugal não fosse o melhor exemplo de adequação social, ela demonstra, na sua pergunta, que a adoração era uma parte integrante da sua vida e que precisava de uma orientação quanto ao local onde deveria adorar.  

Uma das palavras manifestas por Jesus que causam mais impacto é a sua referência à adoração ao Deus Eterno. A samaritana, segundo o pensamento da sua época, havia vinculado a sua adoração a um local de culto. Não raro, preocupamo-nos bastante com a forma de culto, e isso não é errado. É correto pensarmos em ter um lugar de adoração organizado, limpo, com uma acústica agradável e onde podemos estar unidos e reunidos para um momento de adoração, contribuição e aprendizado da Palavra. Jesus não disse que a adoração não poderia ter uma ordem, nem que um local de culto era dispensável à comunhão. A liturgia faz parte de nosso culto, onde ordenamos os momentos de nossas atitudes de louvor, do ato de ofertar, do momento de ouvir a Palavra, e isso é correto. O que Jesus deixou patente é que nosso culto a Deus deve ser entregue por inteiro, em espírito, numa adoração feita com sinceridade e em verdade, sem máscaras. Deus valoriza a adoração, mas está realmente mais atento aos adoradores.  

A Palavra de Deus não nos mostra todo o discurso de Jesus com a samaritana. A narrativa daquele encontro termina, em relação às palavras de Jesus com aquela mulher, com a declaração dEle de que Ele era o Messias. A conversa que aquela mulher teve com Jesus impulsionou-a a levar as Boas Novas aos demais samaritanos daquela localidade. Nenhum momento que passamos com Jesus é sem importância. Os samaritanos de Sicar foram falar com Ele por causa do testemunho da Samaritana e, ao fim do encontro, pediram a Jesus que ficasse em Samaria. O Mestre ficou ali dois dias e foi reconhecido como “[...] verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo” (Jo 4.42). Nos demais evangelhos, vemos diversas vezes Jesus sendo chamado de nomes que demonstram o desprezo dos judeus pelo Senhor e pela sua mensagem, enquanto numa aldeia de samaritanos o Senhor foi recebido e convidado a ficar mais dias, podendo trazer ali a mensagem do evangelho graças ao testemunho daquela mulher. Os samaritanos viram e creram no que Jesus disse. João não registra milagres ocorridos entre aqueles samaritanos, nem qualquer outro sinal que não fosse as palavras de Cristo. Eles creram no que ouviram, ao passo que, dentro de Israel, locais como Betsaida, Corazim e Cafarnaum, que presenciaram sinais feitos por Jesus, permaneceram incrédulos. Quanta diferença faz a incredulidade, como também faz diferença o estar aberto a ouvir a Palavra de Deus! 

CONCLUSÃO 

O encontro de Jesus com a mulher samaritana mostra-nos o quanto Deus proporciona bênçãos aos que o temem, a oportunidade de testemunhar sobre o evangelho e alcançar pessoas, mudando-lhes as vidas;  que é possível trazer para Deus uma adoração sincera e verdadeiramente espiritual; que, para Deus, não importa o sexo da pessoa, nem mesmo a sua condição social ou o seu estado civil, pois Deus ama a todos e deseja que sejam alcançados pelo evangelho; que o testemunho de uma pessoa pode transformar uma localidade inteira e que a fé naquilo que Jesus diz é suficiente para que pessoas sejam alcançadas e transformadas pelo poder de Deus. Por fim, esse encontro ímpar de Cristo e a mulher samaritana mostra-nos que Deus é procurado em lugares onde acreditamos que Ele não é lembrado. Sempre haverá pessoas que buscam ao Senhor, ainda que de forma equivocada, e que precisam conhecê-lo mediante o Senhor Jesus Cristo.

Lição 11 - 4º Trimestre 2020 - A Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina? Adultos.

 

Lição 11 - A Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina? 

4º Trimestre de 2020

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS
II – O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS
III – O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS 
CONCLUSÃO

OBJETIVO GERAL
Mostrar que o sofrimento pode ser usado por Deus com fim pedagógico.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Explicitar 
que Deus, como soberano, pode se revelar e falar por meio do sofrimento;
II – Destacar que a soberania de Deus não se sobrepõe ao seu amor;
III – Afirmar que Deus não tem prazer no sofrimento, mas pode usar as adversidades para nos educar.

PONTO CENTRAL
O sofrimento deve ser visto sob o aspecto pedagógico.

Vejamos o que o comentarista da lição, pastor José Gonçalves, discorre sobre A Pedagogia de Deus

Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se revela aos seus ouvidos” (36.15). Uma importante contribuição teológica de Eliú no debate travado com Jó está no seu entendimento do valor pedagógico do sofrimento. Aqui nesse texto, ele diz que Deus, por meio da aflição e do sofrimento, abre os ouvidos com quem ele trata. Nesse aspecto, Jó estaria experimentando a disciplina do Todo-Poderoso. Mesmo pondo em realce os pecados que Jó cometera a partir da sua provação, Eliú, à semelhança dos seus amigos, parece convencido de que Jó estava sendo disciplinado pelos pecados anteriormente cometidos. Stadelmann (1997, p. 107) destaca que Eliú defende que “o sofrimento é um castigo salutar que exige aceitação livre do homem”. Jó deveria, portanto, aceitar o desígnio divino. 

Não há dúvida de que Jó foi moído pelo sofrimento, mas é inegável que ele cresceu por meio dele. Jó não sofreu para ser disciplinado de um comportamento errado, pois o próprio Deus já havia testemunhado a favor do seu comportamento exemplar (1.8). Ao ser provado, Jó exteriorizou atitudes que mereceram censura por parte do Criador. “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” (38.2). Jó desconhecia aspectos ocultos da sua vida que o fogo da provação fez aflorar. Mesmo sem ter consciência disso, ele estava sendo tratado por Deus. 

R. C. Sproul (1999, pp. 305,306) destaca que 

às vezes, a presença da dor em minha vida traz o benefício prático de me santificar. Deus trabalha em mim através da aflição. Por mais desconfortável que a dor possa ser, sabemos que as Escrituras nos dizem constantemente que a tribulação é um meio pelo qual somos purificados e conduzidos a uma dependência mais profunda de Deus. Há um benefício a longo prazo que presumivelmente perderíamos não fosse pela dor que somos chamados a “suportar por um pouco”. As Escrituras nos dizem para suportar por um pouco, porque a dor que experimentamos agora não pode ser comparada com as glórias reservadas para nós no futuro. Do outro lado, o prazer pode ser narcótico e sedutor, de modo que quanto mais o apreciamos e mais o experimentamos, menos conscientes nos tornamos de nossa dependência e necessidade da misericórdia, auxílio e perdão de Deus. Prazer pode ser um mal disfarçado, produzido pelo Diabo para nos levar à ruína final. Essa é a razão por que a procura do prazer pode ser perigosa. Quer experimentando dor ou prazer, não queremos perder Deus de vista, e nem a necessidade que temos dEle.

Todo cristão que vive a fé cristã autêntica compartilha a experiência de Jó. O sofrimento é uma consequência da atual condição humana. Não há como evitá-lo. Dependendo da forma como é compreendido, o sofrimento pode produzir santos, mas também pode produzir ateus. Os santos, assim como Jó, buscam em Deus a razão pela qual Ele permite que o sofrimento aconteça. Os incrédulos não admitem que um Deus bom e soberano compartilhe com o sofrimento humano. Eles caem no ceticismo e na falta de sentido para a vida. O cristão sabe que não deve ignorar as palavras do apóstolo Pedro: “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse” (1 Pe 4.12).

Texto extraído da obra “A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - Louvo ao Papai do Céu porque Ele me cura - Berçário.

 

Lição 10 - Louvo ao Papai do Céu porque Ele me cura 

4º Trimestre de 2020

Objetivo da lição: Levar os alunos a entender que Deus é poderoso para curar as doenças.

É hora do versículo: “O Senhor [...] cura todas as minhas doenças” (Salmos 103.3).

Nesta lição, as crianças aprenderão que o Papai do Céu tem poder para curar todas as doenças, todos os dodóis. Ele ama o bebê.

Não pense que deve ser dito muita coisa para o bebê porque ele não manterá a atenção presa em você por muito tempo. É melhor dizer poucas palavras, individualmente com cada bebê no colo, mas palavras que serão compreendidas, do que contar uma história enorme que não gerará aprendizado.  

Como complemento para esta lição, após realizar todas as atividades propostas no manual do professor, e caso ainda haja tempo, sugerimos que distribua a imagem abaixo para as crianças colorirem a imagem do bebê que está doente. Esta atividade está mais indicada para as crianças com dois anos. Mostre o menino deitado e diga que o Papai do Céu é poderoso para curar o bebê.

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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - Pedro e João ajudam o coxo - Maternal.

 

Lição 10 - Pedro e João ajudam o coxo 

4º Trimestre de 2020

 

Objetivo da lição: Conscientizar a criança de que também podemos ajudar alguém através da oração e dos dons espirituais. 

Para guardar no coração: “[...] Muitas outras mulheres [...]  ajudavam Jesus e os seus discípulos.” (Lc  8.3)

Seja bem-vindo

Receba os visitantes com um cântico especial. Diga que é muito bom estarem todos na classe, porque hoje ouviremos uma história emocionante, sobre as mulheres que ajudaram Jesus.

Convide as crianças a louvarem a Deus por nos haver dado o seu Filho Jesus, que é a porta para entrarmos no céu e ficarmos perto dEle.

Ao recolher as ofertas, diga que Deus quer que a gente dê dinheiro para sustentar os missionários que estão em lugares longe daqui, contando a todas as pessoas que Jesus é a única porta para se entrar no céu e ficar perto de Deus.

Subsídio professor

Os sacerdotes e os levitas tinham trabalhos diferentes dentro e em torno do Templo. Os sacerdotes estavam autorizados a executar os sacrifícios. Os levitas eram separados para ajudar os sacerdotes. Estes faziam o trabalho de anciãos, diáconos, administradores, assistentes e músicos; estavam também encarregados do transporte de utensílios e consertos, quando necessários. Tanto os sacerdotes quanto os levitas eram da tribo de Levi, mas os sacerdotes tinham de ser também descendentes de Arão, o primeiro sumo sacerdote de Israel [...] A adoração na Casa do Senhor não poderia ter acontecido sem os esforços combinados dos sacerdotes e dos levitas. Suas responsabilidades eram diferentes, mas igualmente importantes para o plano de Deus. Não importa qual seja o seu trabalho na igreja, você é importante para que a congregação funcione de modo saudável” (Bíblia de Aplicação Pessoal, CPAD)

Oficina de ideias

Distribua massa de modelar, e incentive as crianças a fazerem pãezinhos, biscoitos, flores e objetos que elas gostariam de ofertar a Jesus. Conversem a respeito da história.

Até logo

Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Lucas 12.1-3. 

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - A Amiga que Ajudava as Pessoas - Jd. Infância.

 

Lição 10 - A Amiga que Ajudava as Pessoas 

4º Trimestre de 2020

Objetivos: Os alunos deverão entender que os amigos de Jesus são generosos e gostam de ajudar; e saber que aqueles que assim o fazem são muito abençoados por Deus.

É hora do versículo: “Quem é bondoso será abençoado [...]” (Pv 22.9).

Nesta lição, as crianças aprenderão a história de uma mulher que era muito bondosa com as pessoas. Abra a Bíblia em Atos 9.36-42 onde se baseia a história de hoje e leia a narrativa diretamente do texto bíblico: 

 

36 Na cidade de Jope havia uma seguidora de Jesus chamada Tabita. (Este nome em grego é Dorcas.) Ela usava todo o seu tempo fazendo o bem e ajudando os pobres.

37 Naqueles dias Dorcas ficou doente e morreu. Lavaram o corpo dela e depois o puseram num quarto do andar de cima.

38 Jope ficava perto de Lida. Quando os seguidores de Jesus em Jope souberam que Pedro estava em Lida, enviaram dois homens para levar-lhe o seguinte recado:

— Por favor, venha depressa até Jope!

39 Então Pedro se aprontou e foi com eles. Quando chegou lá, eles o levaram para o quarto de cima. Todas as viúvas ficaram em volta dele, chorando e mostrando os vestidos e as outras roupas que Dorcas havia feito quando ainda vivia.

40 Então Pedro mandou que todos saíssem do quarto e em seguida se ajoelhou e orou. Depois virou-se para o corpo de Dorcas e disse:

— Tabita, levante-se!Ela abriu os olhos e, quando viu Pedro, sentou-se.

41 Pedro pegou-a pela mão e ajudou-a a ficar de pé. Em seguida chamou toda a gente da igreja, inclusive as viúvas, e a entregou a eles viva.

42 As notícias a respeito disso se espalharam por toda a cidade de Jope, e muitos creram no Senhor.

 

Após realizar um breve resumo do relato bíblico com as crianças, atenha-se à seguinte frase: Ela usava todo o seu tempo fazendo o bem e ajudando os pobres. 

Pergunte se alguma criança conhece alguém como Dorcas. 

Evidencie o trabalho social de sua igreja com as crianças.

Selecione imagens da internet ou de jornais e revistas apresentando o drama dos refugiados e moradores de rua que, atualmente, são os que mais podemos chamar a atenção para as suas necessidades básicas, tanto de moradia, roupas, alimento, etc... 

Finalize esse período de conscientização promovendo também uma ação, lembrando que a fé sem as obras não demonstram para o mundo que somos verdadeiros cristãos em Jesus. 

Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com a imagem de um coração. Antes de sermos pessoas dispostas a ajudar os outros, precisamos que nossos corações sejam bondosos. Peça que as crianças sugiram algumas coisas que podem ser feitas para demonstrar amor com o próximo. Escreva no quadro para que as crianças possam copiar, escrevendo no coração. Reforce que essas ações devem estar no coração de todo cristão.

Sugestões para serem escritas nos corações: 

Visitar creches e orfanatos levando roupas, brinquedos e alimentos;

Visitar abrigos que acolhem moradores de rua levando roupas, cobertores e alimentos;

Visitar abrigos de refugiados que fugiram de seus países onde corriam risco de morrer de fome ou pela guerra.

licao10 jardim coracao

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - A História de uma Vinha - Primários.

 

Lição 10 - A História de uma Vinha 

4º Trimestre de 2020

Objetivo: Que o aluno entenda que a salvação de Deus não é por merecimento, mas por graça.   

Ponto central: Trabalhar na obra de Deus é um privilégio.   

Memória em ação: “Assim, aqueles que são os primeiros serão os últimos, e os últimos serão os primeiros” (Mt 20.16).     

Querido (a) professor (a), na próxima aula vamos contar aos Primários sobre “a parábola dos trabalhadores na vinha”, que está presente em Mateus 20.1-16. Como está escrito em sua revista, nosso principal objetivo é que o aluno entenda que a salvação de Deus é um presente, não uma recompensa, ou seja, não é por merecimento, mas por graça.     

Ao longo da caminhada, conforme vamos internalizando a obediência às regras, mandamentos, doutrinas eclesiástica, somos tentados a nos sentir quase que merecedores da bênção de Deus. “Afinal, nós trabalhamos na obra, não faltamos à igreja, damos o dízimo, obedecemos todos os ritos, fazemos por onde”.     

Ainda que não admitamos assim, verbalmente, a sensação é esta. É uma tendência da natureza humana, por isso que diariamente precisamos estar diante do Espírito Santo, nos auto-examinarmos, lhe confessar cada mínima falha, nos humilhar em sua presença para não esquecer o quão imerecedores somos.     

Após recepcionar as crianças com entusiasmo e um bom momento de louvor, sente-as em círculo e pergunte: “Qual a diferença entre presente e recompensa?” Deixe-os que se expressem livremente e ofereça alguns exemplos, como: “Se sua mãe disser: ‘Filha, se você passar de ano, te darei a bicicleta que você deseja’. Seria um presente ou uma recompensa?”; “E se você participar de uma competição na escola e o seu time ganhar dos demais, então lhes derem medalhas ou troféu. É presente ou recompensa?” Explane outras situações presentes no contexto delas até que por fim diga: “E quando Jesus pagou na cruz um lugar no céu pra cada um de nós porque sabia que pelo nosso próprio esforço não conseguiríamos não pecar para entrar no céu. É uma recompensa? Nós merecemos? Nunca erramos nenhuma vezinha na vida?”.   

A fim de reforçar a lição e objetivo propostos em sua revista, após a história promova a seguinte atividade: Mostre para turma uma caixa de presente bem atrativa e pedaços de papel ao maço ou cartolina de cores variadas, como em tamanho de cartões ou bilhetes.

Com a caixa de presente fechada em suas mãos, despertando a curiosidade dos alunos, explique que, quando recebemos um presente, não podemos pagar por ele (até porque não há preço monetário que cubra o significado valioso deste gesto); não podemos devolver (mesmo se for algo extremamente caro, que você sabe que a outra pessoa se sacrificou e fez além do que ela podia, e do que você merecia).       

Diga que assim é a graça de Deus em nossas vidas, além do maior presente de todos, a salvação, ganhamos do Senhor dezenas de presentes diários, pelos quais nem merecemos e alguns até esquecemos de agradecer.     

Neste momento distribua os pedaços de papel, quantidade livre, e peça que escrevam ou desenhem coisas pelas quais são gratos ao Senhor que são presentes dEle em nossas vidas.       

Ao final, todos deverão colocar os papéis preenchidos dentro da caixa e no momento da oração de cada aula, a começar desta, cada um irá tirar algum papel para agradecer a Jesus juntos, em oração.        

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - Samuel, um profeta obediente à voz de Deus - Juniores.

 

Lição 10 - Samuel, um profeta obediente à voz de Deus 

4º Trimestre de 2020

Texto bíblico: 1 Samuel 3.1-21.

Prezado(a) professor(a),

Na aula desta semana seus alunos serão estimulados a pensarem com muita seriedade a respeito do chamado de Deus para a vida deles. O Senhor requer responsabilidade no serviço da sua obra. Ele espera que seus servos realizem a sua obra com comprometimento e sem superficialidade. Na história de hoje, seus alunos aprenderão com o exemplo de Samuel que Deus o chamou quando não havia mais pessoas dispostas a serem usadas por Deus para mostrarem ao povo o caminho certo que deveriam seguir. “A palavra do Senhor era de muita valia” nos dias de Samuel. Semelhantemente, nos dias atuais, ouvimos muitas pessoas utilizarem o nome de Deus e afirmarem terminantemente que “Deus falou”. Infelizmente, muitos pensam estar ouvindo a voz de Deus quando na verdade estão ouvindo a voz do próprio coração. Isso não significa que Deus deixou de falar ou esteja em silêncio, como esteve nos dias de Samuel. Mas é preciso discernir a voz do Senhor para que tenhamos a intimidade e comunhão verdadeira com o seu santo Espírito.

1. A desobediência de Eli. A desobediência do sacerdote Eli levou à destruição de seu ministério e sua família. Seu exemplo nos mostra que a falta de comprometimento com a Palavra de Deus e o exercício superficial do ministério resultam em morte e decadência espiritual (1 Sm 2.27-36). O maior pecado de Eli foi ter desprezado a Deus em seu ministério. Ele já não repreendia seus filhos, mas permitia que pecassem descaradamente e ainda encobria o que faziam (3.13,14). Esse comportamento de Eli trouxe graves consequências para sua vida em vários sentidos (4.11-17).

2. O chamado de Samuel. Deus escolheu Samuel para anunciar a sua mensagem em tempos difíceis. O período dos juízes foi um tempo conturbado para a nação de Israel, pois várias vezes o povo se distanciava de Deus e se voltava para a idolatria (cf. Jz 2.16-19). Por conta disso, Deus permitiu que o sofrimento e as guerras se levantassem a fim de que os israelitas se arrependessem de seus pecados (2.20-23). Neste tempo, Deus usou o jovem Samuel para anunciar tudo o que havia determinado que se cumprisse à casa de Eli. Ali iniciava o ministério profético de Samuel. Depois de um tempo, ele ainda foi juiz sobre a nação e usado por Deus para ungir dois reis sobre a casa de Israel (cf. 1 Sm 10.1; 16.13). Samuel teve um ministério excelente porque confiou no Senhor e fez a sua vontade.

3. Um chamado para tempos difíceis. Deus chamou Samuel em tempos difíceis quando a palavra do Senhor era de muita valia (1 Sm 3.1). A realidade de Samuel não é diferente da nossa, pois assim como nos dias de Samuel os que exerciam o ministério na Casa de Deus não o faziam com seriedade, há muitos ainda hoje que não fazem a obra de Deus com comprometimento e responsabilidade. Deus espera de seus “despenseiros”, isto é, daqueles que Ele instituiu como administradores da sua obra, que exerçam o serviço de maneira honesta e sem interesse (cf. 1 Co 4.2). Não foi fácil para o jovem Samuel, naquela ocasião, ter que anunciar a morte e decadência do principal sacerdote de Israel. Mas Deus o capacitou para que Ele exercesse o seu chamado com afinco e obtivesse o êxito esperado.

Considere estes aspectos encontrados na lição e compartilhe com seus alunos que a obediência e o comprometimento envolvem tudo o que fizermos para Deus. Seja no serviço de sua obra, em casa com a família, ou mesmo na escola, Deus espera encontrar em cada um de nós o mesmo sentimento que houve em Samuel: o amor e a dedicação a obra de Deus. A fidelidade de Samuel foi marcante por toda a sua vida. Ressalte que os seus alunos também podem ser fiéis e dedicados a Deus em sua obra.

Para reforçar o ensinamento da aula de hoje, sugerimos a seguinte atividade: providencie cópias de uma caderneta de trabalho com o espaço para o aluno escrever as informações a seguir. Permita aos alunos colorirem a caderneta com lápis de cor e canetinha.

 CARTEIRA DE TRABALHO

EMPRESA: SEARA DO REINO DE DEUS

CONTRATANTE: SENHOR JESUS CRISTO

CARGO: SERVO DE DEUS

CONTRATADO: NOME DO ALUNO

“O que vocês fizerem façam de todo o coração, como se estivessem servindo o Senhor e não as pessoas. Lembrem que o Senhor lhes dará como recompensa aquilo que ele tem guardado para o seu povo, pois o verdadeiro Senhor que vocês servem é Cristo.”
Colossenses 3.23,24.

Tenha uma excelente aula!

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - Jesus lava os pés dos discípulos - Pré Adolescentes.

 

Lição 10 - Jesus lava os pés dos discípulos 

4º Trimestre de 2020

A lição de hoje encontra-se em: João 13.1-17.

Olá prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão a respeito da humildade. Vez por outra o Mestre reunia os discípulos para tratar deste assunto tão importante para a conduta cristã. O fato de Jesus ter se inclinado para lavar os pés dos seus discípulos revela que Ele não apenas ensinou com palavras, mas também demonstrou com atitudes qual deveria ser o comportamento daqueles que afirmam pertencer ao Reino Celestial. Assim também não deveria haver diferença entre os discípulos sobre qual seria o mais importante ou mesmo o mais dedicado (cf. Mt 20.25-28). Afinal de contas, o objetivo da missão para a qual foram escolhidos situava-se em alcançar pessoas para a salvação. O convite para compor aquele grupo seleto que receberia a incumbência de levar a mensagem do Reino de Deus ao mundo não se tratava de torná-los famosos ou bem vistos na sociedade, antes a proposta de Jesus era capacitá-los e ensiná-los que o amor de Deus deveria ser a base para que a igreja, prestes a surgir, assumisse o seu papel de relevância na sociedade (cf. Jo 13.34,35).

1. Jesus, a maior referência de humildade. Jesus, ao reunir-se com os discípulos, fez algo até então inesperado para sua posição de mestre. Nosso Senhor despiu-se das suas vestes, cingiu-se com uma toalha e tomou uma bacia com água. Em seguida, começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha, um após o outro (Jo 13.3-5). A princípio, os discípulos não entenderam o que Jesus estava fazendo, mas assim permitiram como um gesto de submissão. Após finalizar o ato com todos os seus discípulos, Jesus toma assento e começa a ensiná-los que do mesmo modo deveriam dispor-se a “lavar os pés uns dos outros”. O ato ilustrado por Jesus não se tratava de uma espécie de ritual litúrgico ordenado aos discípulos e que deveria ser lembrado em cada ocasião que se reunissem como era feito na santa ceia. Antes, tratava-se de uma ilustração que tinha como objetivo ensiná-los que servir uns aos outros é um dever de todos os integrantes do Reino de Deus (cf. Gl 5.13,14). Neste caso não deveria haver diferença entre eles, mas todos deveriam ser tratados como irmãos e trabalharem em comum acordo pela salvação e bem-estar da comunidade cristã que estava prestes a se formar (cf. At 2.42-44). A humildade de Cristo é um dos maiores ensinamentos deixados à sua igreja.

2. Chamados para um ministério excelente. Diferentemente do que muitos podem imaginar o ministério de Cristo não foi marcado pela fama e prestígio. Embora Jesus tenha se tornado conhecido devido à imensa quantidade de milagres que realizou, em muitas ocasiões, o Mestre foi perseguido pelos fariseus e religiosos que procuravam algum motivo para difamarem a honra de nosso Senhor (Mc 3.2; 10.2). Semelhantemente, seus discípulos deveriam enfrentar as hostilidades dos judeus por conta da mensagem que pregavam. Após a ascensão de Jesus, observa-se que a perseguição tomou força significativa, principalmente, em Jerusalém (cf. At 8.1; 11.19-21). Com o efeito das perseguições também vieram as oportunidades. O que parecia ser a ruína da igreja, Deus usou para que o evangelho fosse pregado em regiões fora de Israel para onde os discípulos se espalharam. Esse fato comprova o que Jesus havia anunciado aos discípulos antes da sua crucificação, que eles enfrentariam aflições neste mundo, mas deveriam manter o bom ânimo, pois Ele havia vencido o mundo (cf. Jo 16.33).

Finalmente, o que podemos concluir a respeito desta reflexão é que a humildade é uma virtude que deve acompanhar os discípulos de Jesus. Essa mesma humildade não diz respeito ao discurso que a igreja professa ou mesmo ao status que carrega, e sim ao ideal de serviço demonstrado no comportamento de um irmão para com o outro ou mesmo na busca pelos que estão perdidos. Vale ressaltar que a lição da humildade foi várias vezes ensinada pelo Mestre durante o seu ministério terreno, e ainda predomina mediante a reflexão da sua santa Palavra nos dias atuais.

Aproveite para conversar com seus alunos a respeito da necessidade de prestarem serviço uns aos outros. Organize um evento social (pode ser a comemoração dos aniversariantes do mês) com seus alunos para compartilharem a amizade, e solicite que durante este momento um aluno sirva ao outro. Esta é uma forma de estimulá-los ao serviço. Reforce que Jesus nos deu o maior exemplo de serviço entregando a própria vida em favor dos seus amigos. Não existe maior demonstração de amor e humildade.

Tenha uma excelente aula. 

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - Os primeiros passos do Evangelho no Brasil - Adolescentes.

 

Lição 10 - Os primeiros passos do Evangelho no Brasil 

4º Trimestre de 2020 

TEXTO BÍBLICO: 1 Pedro 3.14-17

DESTAQUE: “Porque é melhor sofrer por fazer o bem, se for esta a vontade de Deus, do que por fazer o mal.” (1 Pedro 3.17)   

OBJETIVOS:
Enfatizar a importância de não nos rendermos às barreiras que se levantam contra a evangelização, assim como foram os primeiros cristãos evangélicos no Brasil;
Ressaltar que a história da evangelização do Brasil é marcada por momentos de terrível perseguição, mas também de conquistas;
Estimular seus alunos a serem perseverantes em fazer a vontade de Deus em todas as áreas de suas vidas.  

AS PRIMEIRAS INICIATIVAS PARA SE IMPLANTAR A FÉ EVANGÉLICA NO BRASIL

A fé evangélica, no Brasil, só começou a prosperar nos últimos dois séculos. Desde o descobrimento, conforme veremos a seguir, foram empreendidas diversas empreitadas para se implantar aqui os princípios da Reforma Protestante. Todas as empreitadas, porém, fracassaram: vinham escudadas em interesses que colidiam com os negócios supremos e inadiáveis do Reino de Deus. Quando isto ocorre, as missões vêem-se cobertas de frustrações e opróbrios; o evangelismo morre em seu nascedouro; e, entre os gentios, é blasfemado o santo nome do Senhor. 

Apesar dos malogros franceses e das decepções holandesas, os reclamos da Grande Comissão não foram sufocados. Aquilo que parecia impossível, quando do descobrimento, não está muito longe de ser alcançado: um Brasil evangélico. 

OS FRANCESES

Fugindo às perseguições religiosas que se espalhavam por toda a França, Nicolau Durand de Villegaignon demonstrou vivo interesse em se transferir às possessões portuguesas no Novo Mundo, e, aqui, fundar a França Antártica. Apoiado por Coligny, veio à frente de uma considerável leva de protestantes, conhecidos na Europa como huguenotes. Consigo, vieram também várias famílias católicas e alguns condenados. Vê-se, pois, que o objetivo desta cruzada não era primordialmente abrir uma frente missionária e, sim, estabelecer uma colônia francesa. 

Villegaignon chegou à Guanabara em 1555, instalando-se na ilha de Serigipe que, mais tarde, receberia o seu nome. Dois anos depois, ancoravam em nossas águas os navios da segunda expedição, agora 15 apoiada, não somente por Coligny, como pelo próprio Calvino. Com a chegada desta expedição, realiza-se o primeiro culto evangélico em caráter oficial no Brasil. A data jamais seria esquecida: 10 de março de 1557.

Tivessem se aproveitado do enfraquecimento das instituições portuguesas, os franceses teriam se instalado definitivamente em nosso território. Haveriam de alterar a conformação política e geográfica da possessão lusitana, dando origem a novos estados independentes. Eis que entre eles, todavia, levanta-se alguém pronto a quebrar a harmonia até então reinante entre as várias facções da incipiente colônia: o próprio Villegaignon. Conhecido como o “Caim das Américas”, apostatou da fé e pôs-se a perseguir os huguenotes. Foi a partir desta insanidade que o projeto de se ter uma França nos trópicos começou a gorar, pois os calvinistas representavam dois terços dos habitantes do povoado, além de se constituírem no escol intelectual e moral da colônia.

Expulsos da ilha, viram-se os huguenotes obrigados a se instalarem num lugar conhecido por eles como Briqueterie, até que um navio aparecesse e os levasse à França. Enquanto isto, fizeram contato com os índios que os supriam de víveres. A angustiante espera durou até quatro de janeiro de 1558, quando aportou à Guanabara o navio Jacques, do Havre. Villegaignon, entretanto, não teve muita ventura em seus empreendimentos, pois a coroa portuguesa, apesar de debilitada, reuniu energias suficientes para desalojar os invasores da riquíssima colônia. Em 1567, o governador geral, Mem de Sá, restaura a soberania lusitana sobre todos os territórios dantes ocupados por Villegaignon. Nesta cruzada, contou com a inestimável ajuda de seu sobrinho, Estácio de Sá.

OS HOLANDESES

Mais felizes que os franceses, os flamengos deixaram a Holanda, que ascendia como uma das maiores potências do mundo, dispostos a fundar uma grande colônia em terras brasileiras. Sob a sábia e segura orientação do conde Maurício de Nassau, prosperam e atraem a simpatia de muitos portugueses, brasileiros e cristãos novos (judeus convertidos à força ao catolicismo). Esperavam estes achar nos holandeses um pouco mais de liberdade. No entanto, como mais tarde constatariam, a Companhia das Índias Ocidentais não viera para beneficiar ninguém, a não ser os financistas de Amsterdã. 

O empreendimento durou de 1630 a 1654. Durante este período, marcado por admiráveis progressos em diversas áreas, os protestantes ensaiam alguns avanços evangelísticos e missionários. Obreiros são enviados aos índios; visitadores saem a consolar os enfermos com a leitura da Bíblia e a confirmar os fracos na fé, e vários templos começam a funcionar em Recife. Aproveitando-se desta oportunidade, evangélicos franceses e ingleses também instalam-se na cidade que, mais tarde, viria a tornar-se capital de Pernambuco. Durante a ocupação holandesa, é elaborado um projeto para se traduzir as Sagradas Escrituras na “língua brasílica”. 

Com o término da gestão de Maurício de Nassau, porém, a empresa flamenga em terras brasileiras começa a entrar em declínio. Finalmente os invasores são derrotados e expulsos do Brasil. Na guerra contra os holandeses, atuaram o paraibano André Vidal de Negreiros, o português João Fernandes Vieira, o negro Henrique Dias e o índio Felipe Camarão.

O EVANGELHO QUE DEMOROU A CHEGAR 

A partir de então, muito pouco se pôde fazer pelas almas que, em nossos rincões, suspiravam pela Palavra de Deus. A situação só começaria a melhorar a partir de 1808, com a vinda da família real para o Brasil. Escoltados pelos ingleses, viram-se os príncipes lusitanos obrigados a cumprir determinadas cláusulas que os tornavam dependentes de Londres. Tiveram de acabar com as atividades do Santo Ofício em terras brasileiras, e não mais incomodar os súditos do Reino Unido em virtude da fé que estes professavam. Não vamos falar sobre as outras imposições que a Inglaterra colocou sobre Portugal, por não ser este o objetivo da presente obra. 

Pressionado pelos ingleses, Dom João VI expede a seguinte declaração: “Sua Alteza Real, o Príncipe Regente de Portugal declara e se obriga no seu próprio nome e no de seus herdeiros e sucessores 17 a que os vassalos de Sua Majestade Britânica residentes em seus Territórios e Domínios não serão perturbados, inquietados, perseguidos ou molestados por causa de sua Religião, mas, antes terão perfeita liberdade de consciência e licença para assistirem e celebrarem o serviço divino em honra do Todo-Poderoso Deus; quer seja dentro de suas casas particulares, quer nas particulares Igrejas e Capelas que Sua Alteza Real, agora e para sempre graciosamente lhes concede a permissão de edificarem e manterem dentro de seus domínios e conquistas, contanto que as sobreditas capelas sejam construídas de tal maneira que exteriormente se assemelhem a casas de habitação e também que o uso de sinos não lhes seja permitido”.

Sob o apanágio deste benevolente decreto, a Igreja Anglicana, bem como as demais denominações históricas, comissionam seus primeiros obreiros a trabalharem entre nós. Vêm os presbiterianos, congregacionais e batistas. E, no início deste século, já sem os empecilhos de uma religião oficial, eclode o movimento pentecostal no Pará e, em poucos anos, chega ao Rio Grande do Sul. O movimento pentecostal, trazido para cá pelos missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, representou um dos maiores fenômenos religiosos das últimas eras.

Extraído do livro História das Assembleias de Deus no Brasil, Emílio Conde, páginas 14 a 17.

Boa Aula!

Flavianne Vaz
Editora Responsável pela Revista Adolescentes Vencedores da CPAD.

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - Avivamento e a vida de Santidade - Juvenis.

 

Lição 10 - Avivamento e a vida de Santidade 

4º Trimestre de 2020

ESBOÇO DA LIÇÃO   
1. UMA VIDA DE SANTIDADE DISCERNE O MUNDANISMO.   
2. UM CHAMADO PARA SER SANTO.   
3. O COMPROMISSO PARA VIVER UMA VIDA SANTA NO MUNDO.

OBJETIVOS   
1. Explicar a tensão entre o Mundo e a Igreja;   
2. Mostrar o valor da santidade;   
3. Destacar o chamado a ser santo.

Querido (a) professor (a), estamos nos aproximando do final de um trimestre rico e abençoado. Procure fazer uma recapitulação das lições dadas até aqui e com base nelas, peça para que os alunos apontem quais são as principais características de um verdadeiro avivamento.

Nesta aula, especificamente, falaremos sobre a vida de santidade. Um tema muitas vezes considerado esquecido por esta geração. Mas tão crucial para um relacionamento com Deus e uma vida abundante nEle, como sempre o foi. Ouça a opinião de seus juvenis sobre o que pensam deste tema, o que significa, suas aplicações e exemplos práticos no dia-a-dia de alguém da idade deles, etc. Debata com eles a profundidade da santidade genuína, dizendo-lhes que muitos podem ter uma aparente conduta impecável, mas o coração reprovável diante do Senhor. Outros tantos podem enganar a homens e até a si mesmos, mas nunca o Todo-Poderoso. Em seguida, ore com a classe pedindo ao Senhor que nos ajude a sermos genuinamente santos e agradável aos seus olhos.

Uma bênção esquecida. Foi assim que um teólogo denominou a doutrina da santificação. Se considerarmos, porém, a crise que vem assolando igrejas, dantes tão poderosas, seremos obrigados a considerar a santificação, e consequentemente a integridade, não apenas esquecida, mas fatalmente negligenciada. Porque embora todos os crentes saibam que ser santo não é uma opção, mas uma imposição divina, muitos são os que se conformam com este século, e entregam-se à iniqüidade e à ignomínia.

Só um avivamento poderá arrancar-nos a este torpor espiritual, e guindarmos à posição a que fomos chamados como povo especial, íntegro e comprovadamente santo.

Repassemos a história dos avivamentos, e vejamos como se comportavam os filhos de Deus nesses períodos de visitações celestes. Tão logo sentiam o sopro do Espírito Santo, abandonavam suas práticas pecaminosas, deixavam os vícios e os maus costumes, e passavam a andar como Cristo andou. Haja vista o que aconteceu no País de Gales. Bordéis e cassinos eram fechados; os donos de bares e adegas, constrangidos pela Palavra de Deus, não mais vendiam bebidas alcoólicas. E os crentes demonstravam não somente por palavras, mas principalmente por obras, ser uma nação santa, sacerdotal e profética.

[...] A santificação não significa apenas estar separado do mundo. Pois não são poucos os crentes que, apesar de não viverem no mundo, permitem que o mundo neles viva. A santificação leva o homem a separar-se do mundo, separando-se integralmente para Deus. Tem a santificação, por conseguinte, dois lados: um negativo e outro positivo. Separar-se do mundo até que não é difícil. Assim agem aqueles monges do Tibet. Alienam-se de tudo até da própria vida, alienam-se. Entretanto, são incapazes de se entregarem a Deus.

Quanto ao segundo aspecto da santificação, somente o Espírito Santo pode operá-lo. Tratando do duplo aspecto desta tão sublime doutrina, afirmou Eleanor L. Doan: “A comunhão com um Deus santo produz a santidade entre os homens”. Portanto, quando alguém se entrega totalmente à santificação, conforme a Bíblia no-lo requer, sua influência torna-se indisfarçável.

1. O que é a santificação. Assim podemos defini-la: “Separação do mal e do pecado, e dedicação ao serviço do Reino de Deus. É a forma pela qual o filho de Deus aperfeiçoa-se à semelhança do Pai Celeste” (Dicionário Teológico da CPAD). Isto significa que, de acordo com Emery H. Bancroft, “a santidade de Deus se manifesta em seu ódio contra o pecado e em seu deleite na retidão, e na separação entre ele e os que vivem no pecado”. (ANDRADE, Claudionor de. Fundamentos Bíblicos de um Autêntico Avivamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp. 87-89).

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula!

Paula Renata Santos
Editora Responsável da Revista Juvenis

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - A Última Defesa de Jó - Adultos.

 

Lição 10 - A Última Defesa de Jó 

4º Trimestre de 2020

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – JÓ RELEMBRA O SEU PASSADO DE GLÓRIA
II – JÓ LAMENTA O SEU ESTADO PRESENTE
III – O FUTURO EM ABERTO DE JÓ 
CONCLUSÃO

OBJETIVO GERAL
Mostrar que Jó, profundamente afetado pelo sofrimento, recorda nostalgicamente do seu passado de glória.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Mostrar que Jó lembra os tempos passados quando era visto e reconhecido socialmente por todos;
II – Contrastar o estado passado de Jó com o presente, quando se torna motivo de escárnio;
III – Elucidar a insistência de Jó na defesa de sua inocência.

PONTO CENTRAL
Conforme Deus fez no passado, Ele pode fazer algo novo.

Querido(a) professor (a), na lição do próximo domingo veremos que Jó faz um apanhado retrospectivo de sua vida. Ele percebe o quanto fora abençoado, mas que o momento presente contraria todo o seu passado e, assim, ele não vislumbra uma esperança no futuro. Quantos dos irmãos já não estiveram nesta situação? No passado já foram prósperos material e espiritualmente, receberam reconhecimento social e, de repente, viram suas vidas serem reduzidas àquilo que chamamos de “nada”? Jó é um exemplo para aqueles que estão nessa espiral, com o sentimento de que o fundo do poço é o seu fim, e neste momento exclamam: “Ah! Quem me dera um que me ouvisse!”. Esse desespero da alma, essa dor interior, retrata bem aqueles que estão caindo em depressão, com o seu corpo doente e sua alma ferida. Mas Deus não vai deixar que o servo dEle permaneça assim.

Creia que, o fundo do poço é um lugar onde Deus está mais junto de seus filhos e por isso, não será o seu fim, mas o início de um novo começo de Deus para a sua vida! Não perca as suas esperanças naquilo que Deus verdadeiramente prometeu que lhe faria! 

Vejamos o que o comentarista da lição discorre sobre A Última Defesa de Jó:

Um Olhar em três Direções

Por José Gonçalves

“O longo debate entre Jó e os seus amigos terminou com um primoroso discurso de Jó sobre a sabedoria (Jó 28). Um novo ciclo está para ter início. Todavia, antes que Eliú entre em cena (cap. 32), Jó faz a sua última defesa em prol da sua inocência. Os capítulos 29–31 apresentam esse solilóquio de Jó como composto de três partes: (1) um olhar para o passado; (2) uma reflexão do seu estado presente; e (3) um olhar para um futuro que ainda se mostra aberto e incerto. 

Schonberg (2011, p. 148) destaca:

O grande discurso conclusivo de Jó articula-se em três partes. A perspectiva condutora parece ser a sucessão cronológica de passado – presente – futuro: em primeiro lugar, ele lança um olhar retrospectivo para um passado abençoado, para os dias de seus primeiros anos, quando a amizade de Deus pairava sobre sua tenda (29). A seguir, volta o olhar para o seu horrendo presente, quando seu interior ferve, seus ossos ardem em febre (30). E, por fim, dirige seu olhar para frente, para um futuro aberto e incerto (31): existe alguém que o escuta (31.35)? Jó desafia o Todo-Poderoso a uma resposta (31.35-40). Seu grande discurso conclusivo acaba aqui. Por isso é que é chamado também de “o discurso de desafio” de Jó.

A patrística (Odem, 2010) não via nas palavras de Jó (29–31) uma mera lamentação nostálgica do seu anterior estado de glória que não mais existia agora, mas uma prova da sua piedade, que ainda conseguia enxergar a divina providência (Crisóstomo). Ela também via como uma exortação à benevolência e à bondade (Gregório) e como uma prova definitiva da integridade de Jó (Crisóstomo, Isodad, Juliano Arriano). Como era característica da exegese medieval, a patrística interpretava essa defesa de Jó por meio do método alegórico. Dessa forma, viam a expressão ‘portas da cidade’ como se referindo às boas ações, que são lembradas no céu (At 10.4), em contraste com ‘portas da morte’, que arrasta a alma para a destruição.

A Tensão do Estado Presente (30.1-15)

Mas agora se riem de mim os de menos idade do que eu, e cujos pais eu teria desdenhado de pôr com os cães do meu rebanho. De que também me serviria a força das suas mãos, força de homens cuja velhice esgotou-lhes o vigor? De míngua e fome se debilitaram; e recolhiam-se para os lugares secos, tenebrosos, assolados e desertos. Apanhavam malvas junto aos arbustos, e o seu mantimento eram raízes dos zimbros. Do meio dos homens eram expulsos (gritava-se contra eles como contra um ladrão), para habitarem nos barrancos dos vales e nas cavernas da terra e das rochas. Bramavam entre os arbustos e ajuntavam-se debaixo das urtigas. Eram filhos de doidos e filhos de gente sem nome e da terra eram expulsos. Mas agora sou a sua canção e lhes sirvo de provérbio. Abominam-me, e fogem para longe de mim, e no meu rosto não se privam de cuspir. Porque Deus desatou a sua corda e me oprimiu; pelo que sacudiram de si o freio perante o meu rosto. À direita se levantam os moços; empurram os meus pés e preparam contra mim os seus caminhos de destruição. Desbaratam-me o meu caminho; promovem a minha miséria; uma gente que não tem nenhum ajudador. Vêm contra mim como por uma grande brecha e revolvem-se entre a assolação. Sobrevieram-me pavores; como vento perseguem a minha honra, e como nuvem passou a minha felicidade. 

Jó fizera um inventário do seu passado de glória e verificou que ficaram apenas boas lembranças dele. O seu estado atual era de miséria. A sua situação não era diferente de outros deserdados que não possuíam nem mesmo um lugar para ficar. Ele estava em conflito com todos. Até mesmo Deus, que deveria ficar ao seu lado, parecia opor-se a ele. Jó, embora combalido, deseja urgentemente sair daquela situação. Ele parece encontrar-se sem forças, mas não sem fé. Stadelmann (1997, p. 105) destaca que 

A atitude de Jó diante do sofrimento é a de busca da ajuda de Deus para poder sair do seu próprio isolamento e enfrentar a dura realidade da vida. Em face dos sofrimentos físicos e morais, ele não se encara como vítima de misteriosa potência maléfica ou do capricho do destino, mas reafirma a existência de um Deus único, Senhor do mundo e da história, que intervém na vida humana. Desta concepção religiosa decorre a confiança na presença de Deus, que ajuda o enfermo na provação do sofrimento, ao passo que a ausência de Deus é a causa de decepção e amargura (vv. 20-31). 

Dor Interior (30.16-23)

Há autores (Schonberger, 2011) que destacam que, nesse ponto, Jó contempla o seu estado não mais à luz da sua situação exterior — a sociedade rigidamente hierarquizada —, mas, sim, a partir da sua dor corporal e espiritual. Nesse aspecto, o seu interior está em ruínas (30.16). A cada dia, a sua situação física piora cada vez mais. A poesia em Jó 30.16-23 retrata com letras vívidas essa realidade. Veja: 

E agora derrama-se em mim a minha alma; os dias da aflição se apoderaram de mim. De noite, se me traspassam os meus ossos, e o mal que me corrói não descansa. Pela grande força do meu mal se demudou a minha veste, que, como a gola da minha túnica, me cinge. Lançou-me na lama, e fiquei semelhante ao pó e à cinza. Clamo a ti, mas tu não me respondes; estou em pé, mas para mim não atentas. Tornaste-te cruel contra mim; com a força da tua mão resistes violentamente. Levantas-me sobre o vento, fazes-me cavalgar sobre ele e derretes-me o ser. Porque eu sei que me levarás à morte e à casa do ajuntamento destinada a todos os viventes.

Clamo a ti, mas tu não me respondes; estou em pé, mas para mim não atentas’ (30.20). Sem dúvida, Jó sente-se atingido por conflitos de natureza psicossomática. Ele nada sabe dos bastidores da sua prova e nada sabe sobre as causas secundárias da sua tentação. Na sua mente, era Deus quem estava opondo-se a ele (vv. 18-19; 20-23). Não é difícil entender o dilema de Jó de fora do livro. 

Schonberger (2011, p. 155) destaca: 

Quando Deus, em razão de um desígnio elevado (alto concílio), não inteligível pelos seres humanos, não houve os pedidos de seus santos, eles parecem ser desprezados e rejeitados por Deus. Na realidade, porém, opera-se neles uma transformação. Eles parecem perder, mas na verdade ganham. Cresce o anseio (desiderium) deles; a partir do desejo, cresce o conhecimento (intellectus), deste brota um amor ainda mais ardente por Deus (in Deum ardetior affectus apeitur). 

Corpo Doente, Alma Ferida (30.24-31)

Mas não estenderás a mão para um montão de terra, se houver clamor nele na sua desventura? Porventura, não chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado? Todavia, aguardando eu o bem, eis que me veio o mal; e, esperando eu a luz, veio a escuridão. O meu íntimo ferve e não está quieto; os dias da aflição me surpreenderam. Denegrido ando, mas não do sol; levantando-me na congregação, clamo por socorro. Irmão me fiz dos dragões, e companheiro dos avestruzes. Enegreceu-se a minha pele sobre mim, e os meus ossos estão queimados do calor. Pelo que se tornou a minha harpa em lamentação, e a minha flauta, em voz dos que choram.

Os versículos 24 a 31 do capítulo 30 terminam a segunda parte do grande discurso da defesa de Jó. Como havia feito no capítulo 29, Jó traz novamente à tona reflexões do seu passado de glória e o seu atual estado de miséria. Na sua retrospectiva teológica, Jó lembra que se compadecera dos sofredores e, por isso, estendera-lhes a mão. A sua motivação fora correta, de ordem interior, reflexo do seu caráter justo. Todavia, foram a ‘desgraça’ e a ‘escuridão’ que lhe sobreveio (v. 26). Não havia alívio para ele, mas somente ‘aflição’ (v. 27). Ele experimentou o desprezo por parte dos amigos e o silêncio por parte de Deus (vv. 19.13-20; 30.20). Jó sente o seu íntimo ferver (v. 27). Aqui alguns autores (Schonberger, 2011) destacam que é preciso levar-se em conta dois aspectos da provação de Jó: um lado exterior e outro interior. O seu corpo está em decomposição, consumido pela doença, e ele parece não mais alimentar esperança de ser curado (vv. 31,35). Por outro lado, o seu dilema interior, que procura uma resposta para o silêncio de Deus, continua vivo. ‘Eis que o meu intento é que o Todo-poderoso me responda [...]’.”  

Texto extraído da obra “A Fragilidade Humana e a Soberania Divina: O Sofrimento e a Restauração de Jó”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã  

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