quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Lição 10 - 4º Trimestre 2020 - Os primeiros passos do Evangelho no Brasil - Adolescentes.

 

Lição 10 - Os primeiros passos do Evangelho no Brasil 

4º Trimestre de 2020 

TEXTO BÍBLICO: 1 Pedro 3.14-17

DESTAQUE: “Porque é melhor sofrer por fazer o bem, se for esta a vontade de Deus, do que por fazer o mal.” (1 Pedro 3.17)   

OBJETIVOS:
Enfatizar a importância de não nos rendermos às barreiras que se levantam contra a evangelização, assim como foram os primeiros cristãos evangélicos no Brasil;
Ressaltar que a história da evangelização do Brasil é marcada por momentos de terrível perseguição, mas também de conquistas;
Estimular seus alunos a serem perseverantes em fazer a vontade de Deus em todas as áreas de suas vidas.  

AS PRIMEIRAS INICIATIVAS PARA SE IMPLANTAR A FÉ EVANGÉLICA NO BRASIL

A fé evangélica, no Brasil, só começou a prosperar nos últimos dois séculos. Desde o descobrimento, conforme veremos a seguir, foram empreendidas diversas empreitadas para se implantar aqui os princípios da Reforma Protestante. Todas as empreitadas, porém, fracassaram: vinham escudadas em interesses que colidiam com os negócios supremos e inadiáveis do Reino de Deus. Quando isto ocorre, as missões vêem-se cobertas de frustrações e opróbrios; o evangelismo morre em seu nascedouro; e, entre os gentios, é blasfemado o santo nome do Senhor. 

Apesar dos malogros franceses e das decepções holandesas, os reclamos da Grande Comissão não foram sufocados. Aquilo que parecia impossível, quando do descobrimento, não está muito longe de ser alcançado: um Brasil evangélico. 

OS FRANCESES

Fugindo às perseguições religiosas que se espalhavam por toda a França, Nicolau Durand de Villegaignon demonstrou vivo interesse em se transferir às possessões portuguesas no Novo Mundo, e, aqui, fundar a França Antártica. Apoiado por Coligny, veio à frente de uma considerável leva de protestantes, conhecidos na Europa como huguenotes. Consigo, vieram também várias famílias católicas e alguns condenados. Vê-se, pois, que o objetivo desta cruzada não era primordialmente abrir uma frente missionária e, sim, estabelecer uma colônia francesa. 

Villegaignon chegou à Guanabara em 1555, instalando-se na ilha de Serigipe que, mais tarde, receberia o seu nome. Dois anos depois, ancoravam em nossas águas os navios da segunda expedição, agora 15 apoiada, não somente por Coligny, como pelo próprio Calvino. Com a chegada desta expedição, realiza-se o primeiro culto evangélico em caráter oficial no Brasil. A data jamais seria esquecida: 10 de março de 1557.

Tivessem se aproveitado do enfraquecimento das instituições portuguesas, os franceses teriam se instalado definitivamente em nosso território. Haveriam de alterar a conformação política e geográfica da possessão lusitana, dando origem a novos estados independentes. Eis que entre eles, todavia, levanta-se alguém pronto a quebrar a harmonia até então reinante entre as várias facções da incipiente colônia: o próprio Villegaignon. Conhecido como o “Caim das Américas”, apostatou da fé e pôs-se a perseguir os huguenotes. Foi a partir desta insanidade que o projeto de se ter uma França nos trópicos começou a gorar, pois os calvinistas representavam dois terços dos habitantes do povoado, além de se constituírem no escol intelectual e moral da colônia.

Expulsos da ilha, viram-se os huguenotes obrigados a se instalarem num lugar conhecido por eles como Briqueterie, até que um navio aparecesse e os levasse à França. Enquanto isto, fizeram contato com os índios que os supriam de víveres. A angustiante espera durou até quatro de janeiro de 1558, quando aportou à Guanabara o navio Jacques, do Havre. Villegaignon, entretanto, não teve muita ventura em seus empreendimentos, pois a coroa portuguesa, apesar de debilitada, reuniu energias suficientes para desalojar os invasores da riquíssima colônia. Em 1567, o governador geral, Mem de Sá, restaura a soberania lusitana sobre todos os territórios dantes ocupados por Villegaignon. Nesta cruzada, contou com a inestimável ajuda de seu sobrinho, Estácio de Sá.

OS HOLANDESES

Mais felizes que os franceses, os flamengos deixaram a Holanda, que ascendia como uma das maiores potências do mundo, dispostos a fundar uma grande colônia em terras brasileiras. Sob a sábia e segura orientação do conde Maurício de Nassau, prosperam e atraem a simpatia de muitos portugueses, brasileiros e cristãos novos (judeus convertidos à força ao catolicismo). Esperavam estes achar nos holandeses um pouco mais de liberdade. No entanto, como mais tarde constatariam, a Companhia das Índias Ocidentais não viera para beneficiar ninguém, a não ser os financistas de Amsterdã. 

O empreendimento durou de 1630 a 1654. Durante este período, marcado por admiráveis progressos em diversas áreas, os protestantes ensaiam alguns avanços evangelísticos e missionários. Obreiros são enviados aos índios; visitadores saem a consolar os enfermos com a leitura da Bíblia e a confirmar os fracos na fé, e vários templos começam a funcionar em Recife. Aproveitando-se desta oportunidade, evangélicos franceses e ingleses também instalam-se na cidade que, mais tarde, viria a tornar-se capital de Pernambuco. Durante a ocupação holandesa, é elaborado um projeto para se traduzir as Sagradas Escrituras na “língua brasílica”. 

Com o término da gestão de Maurício de Nassau, porém, a empresa flamenga em terras brasileiras começa a entrar em declínio. Finalmente os invasores são derrotados e expulsos do Brasil. Na guerra contra os holandeses, atuaram o paraibano André Vidal de Negreiros, o português João Fernandes Vieira, o negro Henrique Dias e o índio Felipe Camarão.

O EVANGELHO QUE DEMOROU A CHEGAR 

A partir de então, muito pouco se pôde fazer pelas almas que, em nossos rincões, suspiravam pela Palavra de Deus. A situação só começaria a melhorar a partir de 1808, com a vinda da família real para o Brasil. Escoltados pelos ingleses, viram-se os príncipes lusitanos obrigados a cumprir determinadas cláusulas que os tornavam dependentes de Londres. Tiveram de acabar com as atividades do Santo Ofício em terras brasileiras, e não mais incomodar os súditos do Reino Unido em virtude da fé que estes professavam. Não vamos falar sobre as outras imposições que a Inglaterra colocou sobre Portugal, por não ser este o objetivo da presente obra. 

Pressionado pelos ingleses, Dom João VI expede a seguinte declaração: “Sua Alteza Real, o Príncipe Regente de Portugal declara e se obriga no seu próprio nome e no de seus herdeiros e sucessores 17 a que os vassalos de Sua Majestade Britânica residentes em seus Territórios e Domínios não serão perturbados, inquietados, perseguidos ou molestados por causa de sua Religião, mas, antes terão perfeita liberdade de consciência e licença para assistirem e celebrarem o serviço divino em honra do Todo-Poderoso Deus; quer seja dentro de suas casas particulares, quer nas particulares Igrejas e Capelas que Sua Alteza Real, agora e para sempre graciosamente lhes concede a permissão de edificarem e manterem dentro de seus domínios e conquistas, contanto que as sobreditas capelas sejam construídas de tal maneira que exteriormente se assemelhem a casas de habitação e também que o uso de sinos não lhes seja permitido”.

Sob o apanágio deste benevolente decreto, a Igreja Anglicana, bem como as demais denominações históricas, comissionam seus primeiros obreiros a trabalharem entre nós. Vêm os presbiterianos, congregacionais e batistas. E, no início deste século, já sem os empecilhos de uma religião oficial, eclode o movimento pentecostal no Pará e, em poucos anos, chega ao Rio Grande do Sul. O movimento pentecostal, trazido para cá pelos missionários suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, representou um dos maiores fenômenos religiosos das últimas eras.

Extraído do livro História das Assembleias de Deus no Brasil, Emílio Conde, páginas 14 a 17.

Boa Aula!

Flavianne Vaz
Editora Responsável pela Revista Adolescentes Vencedores da CPAD.

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