quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Lição 05 - 1º Trimestre 2021 - Neemias: A oração de um construtor - Jovens.

 

Lição 5 - Neemias: A oração de um construtor 

1º Trimestre de 2021 

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Marcos Tedesco, comentarista do trimestre:

INTRODUÇÃO

Ao estudarmos a oração de Neemias, deparamo-nos com princípios admiráveis e que devem fazer parte da vida de todos nós. São lições acerca da oração, da sensibilidade para com a dor do nosso próximo, da disponibilidade em ajudar a quem precisa, da fidelidade à soberania do Senhor e da integridade do homem que serve a Deus. Neemias estava em uma condição muito confortável e que lhe garantia uma relativa segurança: ser copeiro pessoal do monarca mais respeitado de sua época lhe proporcionava muitos privilégios. Porém ele tinha prioridades mais elevadas, e seu olhar era direcionado por Deus. Com plena convicção, Neemias deixou o conforto e estabilidade da corte e foi em direção a uma Jerusalém em ruínas, rodeada por povos pagãos, sedentos por terras e poder. Vamos, com alegria no coração, abraçar o exemplo de vida deixado por Neemias: um homem que, em constante oração, se permitiu ser usado por Deus para abençoar vidas, construir uma verdadeira fortaleza, restaurar a identidade de um povo e produzir frutos em abundância.

I – A Tristeza de Neemias diante da Miséria de seu Povo 

No ano de 445 a.C., o irmão de Neemias, Hanani, retornou de Judá juntamente com alguns companheiros (Ne 1.1-3). Da terra desolada trouxeram, na bagagem, mais do que pertences pessoais: vívidas nas memórias vieram as imagens de desgraça, desapontamentos e desesperança. A respeito do que viram em Jerusalém, aqueles jovens relataram destruição e tristeza por todos os cantos da cidade.

A reconstrução é um processo envolvendo diversas ações e memórias nem sempre felizes. Em primeiro lugar, se algo é reconstruído, é porque um dia já estivera em plena forma. É um elemento que, por diversos fatores, foi desfragmentado e perdeu a sua função e vigor. Aquilo que cumpria uma função, já não a cumpre mais. Segundo, a destruição de algo traz também a tristeza e o sofrimento daqueles que ali depositaram seus esforços. Essa “destruição” vem carregada de memórias e perdas, e as pessoas envolvidas também precisam ter seus sentimentos restaurados. Terceiro, e último, o próprio processo de reconstrução requer um grande esforço, pois é um trabalho feito sobre algo já existente. Restaurar uma casa antiga, por exemplo, é bem mais trabalhoso do que construir uma nova. Quando falamos da reconstrução dos muros de Jerusalém, não podemos tratar esse episódio como uma simples obra de engenharia civil. Na verdade, tratava-se da reconstrução da identidade de um povo sofrido e já sem esperanças. Aqueles que haviam permanecido em Judá, eram pessoas tristes e desgastadas pelas investidas inimigas. A glória de séculos atrás apenas sobrevivia nas histórias contadas envolta em lágrimas. Ao povo, restava a oração, a fé e a esperança de dias melhores, de renovação espiritual e da retomada da consagração a Deus. No livro de Neemias, encontramos o relato em relação aos fatos ligados ao retorno a Judá no ano de 444 a.C. (o terceiro de três retornos sucessivos). Essa história começa quando o povo de Judá é levado cativo para o exílio e passa a viver um dos períodos mais tristes de sua longa história. Conforme o relato: “Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.3). Jerusalém é destruída e o povo que ficou em Judá passa a ser cada vez mais humilhado, explorado e ameaçado pelos povos vizinhos. Não bastasse, entre os próprios judeus havia aqueles que, por serem mais ricos, exploravam e impunham sofrimento aos mais pobres e desfavorecidos. As injustiças eram muitas e traziam grande pesar ao coração dos que serviam ao Senhor e sonhavam com o retorno à grandiosa e histórica Jerusalém de outrora, agora rodeada apenas em sombras e amargas lembranças. A restauração era uma necessidade latente e o tempo finalmente havia chegado.

Ao analisarmos os nomes bíblicos e seus significados, percebemos que eles possuem uma relação muito curiosa: eles revelam muito acerca das pessoas que os possuem. Vejamos alguns exemplos: Abraão — pai de multidão; Moisés — tirado das águas; Ana — cheia de graça; Samuel — pedido ao Senhor; entre tantos outros. O mesmo acontece com Neemias, cujo nome significa “Yahweh [o Senhor] tem compaixão”. Que preciosa é essa tradução e o seu sentido! Não só o nome, mas o exemplo deixado por esse homem também impressiona e mostra-nos como deve ser um governante que serve a Deus: sábio, corajoso, com fé, sensível ao sofrimento dos próximos, íntegro, determinado, justo e humilde. Aos olhos de muitos, Neemias não deveria se envolver com os problemas e dramas vividos em Judá e Jerusalém. Por que preocupar-se com algo tão distante se a vida no palácio trazia tantos confortos? Como copeiro do rei, Neemias gozava de muita comodidade e estabilidade. Essa função era desejada por muitos e era a “garantia” de uma vida longe das confusões, com privilégios e status dos quais poucos podiam usufruir. Entretanto, Neemias pensava muito diferente. Ele possuía duas qualidades extremamente preciosas e que devem fazer parte da vida de todos os servos de Deus: sensibilidade e empatia. A sensibilidade é a condição desenvolvida pelo ser humano de captar informações do universo que o cerca, atribuindo sentido a esses dados, sendo então orientado a interagir com esse meio. Podemos dizer ainda que sensibilidade é a habilidade de possibilitar o ato de sentir e, a partir desse sentimento, expressar-se e agir. Já a empatia é a capacidade de desenvolver em si mesmo a sensibilidade do outro. Através da empatia, o ser humano pode colocar-se no lugar de seu próximo e, em certa medida, viver em si o sentimento de quem está a sua frente. A sensibilidade permitia a Neemias olhar as coisas que o cercavam e percebê-las em seus detalhes e nuances, atribuindo uma sólida reflexão sobre delas. Já a empatia lhe dava a capacidade de sentir a dor do outro e, prontamente, disponibilizar-se em auxiliá-lo na solução do sofrimento pelo qual se está passando. Foram essas duas qualidades, associadas às características acima citadas a respeito de como deve ser um governante que serve a Deus, que fizeram Neemias tomar uma importante decisão: pedir ao rei a permissão para deixar o conforto, a solidez e a opulência da corte para ir até Jerusalém viver uma nova história entre as ruínas que sobraram e as pessoas que sofriam e clamavam por misericórdia.

Assim como no tempo de Neemias e da Jerusalém desolada, a atualidade também é marcada por eventos dramáticos e histórias lamentáveis. Ao abrirmos um site de notícias, ao assistirmos a um jornal ou, simplesmente, ao andarmos pelas ruas, deparamo-nos com um mundo surpreendentemente caótico. Nos dias hodiernos, o mundo agoniza e clama diante das multidões vitimadas pelas doenças e epidemias, da violência nas ruas alcançando números inéditos e impressionantes, da miséria e fome tragando vidas sem esperança, dos abismos socioeconômicos ampliados descontroladamente e do desespero motivado pelas doenças da alma, promovendo o isolamento, a desesperança e a morte. Outro terrível problema dos dias atuais que provoca grandes danos é com relação ao estilo de vida pecaminoso que tem se multiplicado de forma assombrosa em todos os lugares. Muitas são as formas encontradas pelo nosso inimigo para destruir vidas: a sexualidade deturpada; o uso das drogas destruindo corpos, mentes e almas; o vício em jogos, bebidas e inúmeras práticas que ampliam um abismo afetivo, moral e espiritual; o hedonismo; a ganância e a soberba; entre tantas outras. Diante de um quadro tão assustador, qual tem sido a nossa postura? Conseguimos, diante de tanta miséria e sofrimento, sensibilizar-nos com o cenário apresentado? A empatia nos permite uma mudança de olhar partindo do prisma que está a nossa frente? É importante frisar que, como Corpo de Cristo, nós somos chamados a fazer a diferença em um mundo sofredor e anunciar o Reino de Deus em palavras e ações. Não podemos ficar trancados dentro dos templos apenas vivendo uma rotina de cultos e encontros “saudáveis”. Se assim procedermos, em pouco tempo não mais perceberemos que devemos ser “sal e luz” (Mt 5.13-14) e fazer a diferença. Somos chamados por Jesus para frutificar (Jo 15.1-8) e trazer uma mensagem de amor e esperança às pessoas que sofrem neste mundo. Todavia, lembremo-nos de uma importante questão: devemos falar de amor, como também manifestar o amor.

II – Neemias Ora e Jejua em Favor do seu Povo 

Uma prática muito comum de nosso tempo é a busca pelo empoderamento do “eu”. Ao olharmos as redes sociais, encontramos, com grande frequência, palavras como “Coaching” e “Coach”, e também convites em frases de efeito com letras destacadas dizendo: “Acredite em você”, “Querer é poder”, “Você é um vencedor”. À primeira vista, são teorias e convites legítimos, bons e bem-vindos, no entanto, se formos fazer uma análise mais criteriosa, perceberemos que eles não são efetivos e representam um grave problema da atualidade. Uma tendência do ser humano é mostrar sua autonomia e independência de decisões e posturas, contudo há algo errado nessa postura: ela exclui Deus do processo. Não fomos criados para nos separar do Senhor, mas sim para andarmos com Ele e, com nossa existência, glorificar o seu santo nome (1 Co 10.31). Quando tentamos fazer as coisas do nosso jeito, somos levados a uma série de insucessos. Somos falhos e imperfeitos e, quando fazemos as coisas do nosso jeito, elas, frequentemente, saem repletas de falhas e imperfeições. Sigamos o exemplo de Neemias, que, diante de um grande desafio, trouxe Deus para “linha de frente”. Ao ouvir o relato relacionado a Judá e Jerusalém, ele jejuou e orou buscando direção divina e, no tempo certo, levantou-se e foi cumprir exatamente aquilo que Deus havia colocado em seu coração.

Assim que retornou de Judá, Hanani, irmão de Neemias, trouxe informações as quais causaram uma tristeza muito grande. A miséria e o desprezo do povo somavam-se à situação lamentável da cidade cujos muros estavam destruídos e com as portas queimadas. A gloriosa cidade de outrora agora agonizava em cinzas e pó. Os cânticos das vitórias e celebrações dos tempos de Davi e Salomão, agora cediam espaço ao pranto e ao desconsolo. Diante desse relato, seguiu-se no copeiro um grande e profundo pesar, levando-o a chorar muito e lamentar por alguns dias (Ne 1.4). Podemos constatar, ao lermos a Bíblia, que Neemias era um homem de muita oração e de atitude. Não obstante, há algo muito importante que precisa ser destacado aqui: ele era também alguém que sabia o valor das lágrimas e do pranto. O ser humano tem um lado emocional bastante desenvolvido e precisa dar liberdade para essa área. A necessidade de abrir o coração e se entregar ao choro é tão importante quanto seguir em frente e agir, mas tudo no tempo certo! No período atual, é comum as pessoas afirmarem ser o choro um sinal de fraqueza, incapacidade e descontrole. Esse é um dos maiores e mais injustos enganos. A Bíblia nos ensina que, para todas as coisas, há um tempo determinado: nascer, morrer, plantar, colher o que plantou, ferir, curar, derrubar, edificar e, inclusive, tempo de chorar e de prantear (Ec 3.1-8). No Novo Testamento, há relatos das vezes em que Jesus também chorou. Ele chorou junto ao túmulo de Lázaro, quando presenciou a dor de Marta e Maria, expressando a sensibilidade para com o sofrimento daquela família (Jo 11.17-37). Outro momento em que Jesus chorou foi sobre Jerusalém, a cidade amada e impenitente, que em breve passaria por grandes problemas e perseguições com um alto custo de vidas humanas (Lc 19.41-44). Ainda há o registro sobre as lágrimas e súplicas de Jesus durante a agonia do Getsêmani (Hb 5.7) onde, além do suor de sangue, o peso da culpa humana já castigava o Cordeiro que estava na iminência do sacrifício. Que possamos, semelhantes a Neemias, também chorar e lamentar as injustiças do mundo que nos rodeia, as dores das pessoas sofredoras e a miséria daqueles que mal têm o que comer (Mt 5.4). Assim como Jesus, que possamos ter o coração dilatado ao sofrimento do próximo e, simplesmente, chorar (Jo 11.32-36)! O choro e o lamento são sinais de que somos sensíveis ao sofrimento do próximo e também que estamos prontos para sermos impelidos por Cristo a estender a mão (Sl 126.5-6).

Como já falamos anteriormente, há tempo para todas as coisas. Sobre isso, é preciso entender a necessidade de viver o tempo de cada etapa, como também devemos destacar que esse período sempre deve se findar no momento certo com prudência e equilíbrio. O choro ocupou um período necessário na narrativa de Neemias, porém logo uma nova etapa teve início: o tempo de jejum e oração. Não podemos fazer do choro e do lamento um estilo de vida, isso não agrada a Deus e não nos levará a lugar algum. Há pessoas que passam a vida chorando, lamentando-se e não chegam a lugar algum. Passado esse primeiro momento, chegou a vez da ação e, para um homem de Deus, a verdadeira ação começa com o jejum e a oração. Além da oração, Neemias jejuou se preparando para a demanda que se aproximava. Diversas dúvidas sobre o jejum surgem em muitas rodas de conversa, entretanto, como deixar de lado a alimentação poderá influenciar na qualidade da nossa vida espiritual e do nosso relacionamento com Deus? O motivo é simples: quando jejuamos, submetemos nossas vidas a uma dependência total de Deus e passamos a nos alimentar apenas da ação do Espírito Santo em nosso ser. Ao abrirmos mão da ingestão de alimentos, nosso ser não recebe mais o maior alvo dos desejos da carne, que é a comida, e então nossos anseios são redirecionados para as necessidades espirituais. É a nossa vida buscando vida no alimento espiritual, e não na comida física. Jesus nos deixou importantes instruções acerca do jejum: “Porém tu, quando jejuares, unge a cabeça e lava o rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.17-18). O jejum é algo íntimo, pessoal e que, preferencialmente, só deve ser falado ao nosso Deus em oração. Se jejuamos, buscamos o Espírito. A informação da prática do jejum apenas deve ser compartilhada quando se trata de uma campanha de jejum coletivo, como acontece com frequência nas igrejas, onde todos nós, por um período determinado, fazemos juntos o jejum por um propósito único. Há alguns jejuns bem conhecidos na Bíblia. Vejamos: Jesus, no deserto, por 40 dias e 40 noites (Mt 4.2); Moisés, no monte, dois jejuns de 40 dias e 40 noites (Dt 9.9-18); Elias, apenas com dois pães e duas botijas de água dadas por um anjo, por 40 dias e 40 noites (1 Rs 19.3-8); Daniel, parcial só com legumes e água, por três anos (Dn 1.3-20); Josafá e todo o Judá (2 Cr 20.3); Esdras no rio Aava (Ed 8.21); e tantos outros. É importante destacar que a oração deve fazer parte do período que estaremos em jejum. Você poderá separar momentos em que buscará um espaço para fazer suas orações mais à vontade e, nos demais horários, deverá estar conectado com Deus em uma constante disponibilidade para a ação do Espírito Santo em sua vida. Se, porventura, jejuarmos em um dia de trabalho normal, devemos permanecer em constante oração, porém, é ideal separar alguns momentos para estarmos mais “à vontade” com Deus em um devocional especial: pode ser em qualquer horário de intervalo previsto em seu dia a dia, por exemplo. Também devem ser observadas duas orações especiais: uma abrindo o jejum e afirmando o propósito em questão, e outra entregando o jejum. 

Na presença do rei Durante a audiência com o grande Artaxerxes I (464 a 424 a.C.), imperador da Pérsia, o monarca lhe faz uma pergunta: “Que me pedes agora?” (Ne 2.4). Esse fragmento do texto bíblico revela muito sobre a vida de Neemias: ele era um homem de oração. Veja bem: antes de fazer o seu pedido, o copeiro fez uma pausa. Em uma fração de segundos, ele fez mais uma “pequena oração” e, finalmente, fez seu pedido ao rei. Em constante oração, Neemias teve sua trajetória marcada também por orações espontâneas, revelando uma contínua dependência da direção divina. A oração é, sem dúvidas, uma disciplina espiritual essencial das pessoas que se permitem ser conduzidas por Deus. O momento específico narrado no versículo em questão aponta a prioridade dada à direção espiritual em todos os momentos da vida do copeiro. O rei, diante de sua corte, olha para o copeiro e o questiona, esperando uma resposta imediata, todavia, em questão de segundos, talvez na mais curta oração da Bíblia, Neemias ora ao Deus dos céus e responde à pergunta feita. Esse ato denota intimidade, prioridade e confiança de um homem para com o seu Deus. Quando fazemos da oração uma constante em nossas vidas, não existem desafios intransponíveis nem batalhas que não possam ser vencidas. Na presença do imperador, Neemias teve ousadia para fazer o seu pedido, e, fortalecido pelas orações que fizera antes, a vitória foi certa.

III – Os Resultados da Oração de Neemias 

A oração é um importante instrumento que evidencia o quanto o ser humano confia e depende de Deus. O fruto da oração será sempre diretamente proporcional ao real significado, atribuído por aquele que ora, ao seu relacionamento com o Senhor. Como esperar que a oração seja um diálogo se não buscamos a Deus com inteireza de coração? Será que a oração de um incrédulo é, de fato, uma “oração”? São perguntas importantes ao propormos essa reflexão! Neemias tinha um relacionamento pessoal com Deus, e a oração era algo real na vida desse servo valoroso; dessa forma, os resultados não poderiam ser diferentes.

Depois de um importante período de preparação com jejum e oração, chegara a tão esperada hora. Neemias finalmente estava diante do imperador Artaxerxes. Foi um dia de muita apreensão, contudo o copeiro real estava confiante. Como chegar diante do monarca e introduzir o assunto? Jamais poderia ser tão atrevido. Era necessário esperar a oportunidade e confiar em Deus. Chegado o grande dia, o rei olhou a face do simples copeiro e imediatamente se preocupou com o semblante triste. Por fim, perguntou: “Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração” (Ne 2.2). Neemias fez uma breve oração e abriu o seu coração. Como servo do Deus altíssimo, fez a sua parte. Já o Senhor soberano tocou o coração do imperador e o milagre aconteceu. O rei deu a permissão, colocou Neemias na função de governador sobre Judá e redigiu os decretos reais que viabilizariam a construção da obra.

O trabalho de Neemias não foi nada fácil diante das inúmeras dificuldades. Não só os povos vizinhos traziam problemas, bem como a própria comunidade judaica resistia, com furor, às ações de reconstrução e demais reformas necessárias.

No entanto, já no começo dos trabalhos, opositores se levantaram, entre eles: Tobias, Sambalate e Gésem. Inicialmente, zombaram de Neemias e seus ajudantes. Em um segundo momento, levantaram uma série de calúnias (Ne 2.10-20) que insinuavam a intenção de rebelião frente ao imperador persa, Artaxerxes. 

Qual a resposta de Neemias? Ele simplesmente orava e trabalhava com ainda mais intensidade. Havia uma grande obra a ser feita (Ne 6.3)! Também grande dificuldade foi encontrada dentro da própria comunidade judaica: a ambição dos ricos impunha a dor e o sofrimento aos mais pobres, que eram explorados e humilhados. Neemias combateu ardentemente essas injustiças e agiu com grande generosidade para com o povo (Ne 5.1-13). Neemias também se empenhou em uma reforma, buscando a purificação da nação quanto aos abusos do casamento misto.

Ao final da reconstrução do muro, era notória a surpresa e considerável a impressão causada tanto nos apoiadores quanto nos adversários do projeto. Uma tendência natural do ser humano seria colher os méritos para si, porém com Neemias era totalmente diferente. Ele sabia que toda a glória pertencia a Deus e enfatizou o reconhecimento da edificação como uma obra do Senhor. Sigamos esse exemplo e tenhamos sempre viva, em nossa mente, a convicção de que a “obra” é de Deus, assim como o nosso chamado, a capacitação, as condições e as forças. Louvado seja o nosso amado Deus! Além do muro, grandes outras restaurações foram realizadas nos tempos de Neemias. Deus o honrou e o usou de forma poderosa em Judá. Em conformidade com Bentho (2019, p. 302):

Neemias termina o seu livro fazendo um resumo de suas grandes contribuições para o bem-estar do seu povo (13.30,31). Além do marco que havia deixado, a reconstrução dos muros, também havia promovido profundas reformas civis, morais e religiosas.4

Neemias nos ensina com sua vida de oração e comprometimento com a obra de Deus que a verdadeira adoração não se restringe apenas ao exterior, mas, principalmente, é fruto de uma grande transformação no coração daqueles que buscam a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.23). 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 04 - 1º Trimestre 2021 - A Atualidade dos Dons Espirituais -Adultos.

 

Lição 04 – A Atualidade dos Dons Espirituais 

1º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
I – A NECESSIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS HOJE
II – A FUNÇÃO DOS DONS ESPIRITUAIS
III – OS DONS REVELAM A UNIDADE NA DIVERSIDADE 
CONCLUSÃO

OBJETIVO GERAL
Apresentar a atualidade dos dons espirituais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I – Apontar a necessidade dos dons espirituais hoje;
II – Situar a função dos dons espirituais;
III – Reconhecer que os dons revelam a unidade na diversidade.

PONTO CENTRAL
Os dons espirituais são atuais para a Igreja.


Vejamos o que o comentarista da lição, pastor Esequias Soares, discorre sobre A Função dos Dons Espirituais

A função dos dons espirituais é tornar a manifestação do poder de Deus cada vez mais real e dinâmica para a edificação do corpo de Cristo, e, antes de tudo, autenticar a obra de Cristo (At 2.33). O apóstolo Paulo apresenta cinco listas dos dons espirituais (Rm 12.6-8; 1 Co 12.8-10; 1 Co 12.28; 1 Co 12.29, 30; Ef 4.11), mas nenhuma delas é completa, todas são diferentes, seu propósito não é descrever e nem definir nenhum deles, mas no caso dos coríntios, o objetivo é corrigir a percepção deles sobre o uso dos dons. O Novo Testamento não revela quantos dons espirituais existem. Como bem ensinou Stanley M. Horton: “O propósito de Paulo, porém, não é oferecer uma lista abrangente, nem descrever os dons”.3 Muita gente pensa que esses dons são nove com base na lista de 1 Coríntios 12.8-10. O apóstolo não está afirmando que são nove, antes eram esses os dons em que havia abusos pelos coríntios e por essa razão eles são mencionados nessa lista. A explicação deles vem em seguida e nos dois capítulos subsequentes. 

Na lista de Romanos 12.6-8 aparecem sete dons espirituais, entre os quais, especiais e normais, quais são eles? Profecia, ministério, ensino, exortação, contribuição, presidência e misericórdia. Podemos considerar os dons de Profecia e de ensino como milagres. 

Uma peculiaridade dessa lista é que cada dom é seguido de uma explicação, ainda que com uma simples frase. O dom de profecia é o único que aparece em todas as listas e é o que aparece com maior frequência nas epístolas paulinas, principalmente em 1 Coríntios nos capítulos 12 a 14. Esse tema será retomado mais adiante. Os charísmata, plural de chárisma, dessa lista, aparecem em dois grupos, o dom de profecia pertence ao grupo dos dons extraordinários e os outros como ordinários. O “ministério”, ou serviço, diakonia, em grego, de onde vem a nossa palavra, “diácono”. O dom de ensino não se constitui simplesmente num exercício intelectual sem depender do Espírito Santo, como disse Craig S. Keener: “se fosse assim, uma pessoa não salva poderia ter esse mesmo ‘dom’.

O dom de ensino é uma dádiva especial da graça que, como 1 Coríntios 12.8-11 mostra, também é uma concessão especial de poder do Espírito de Deus”.4 A exortação paráklesis, “consolação, conforto, exortação, admoestação”, lembra bem o Paracleto, o Consolador prometido por Jesus ( Jo 14.16). 

O que contribui, ou reparte, conforme a ARC, aquele que compartilha seus recursos pessoais para o bem dos demais, isso deve ser realizado com sinceridade “da maneira de Barnabé, e não de Ananias e Safira (Atos 4.36, 37; 5.1-3)”, como bem observou Stanley Horton, “Barnabé, conforme você se lembra, era cheio do Espírito Santo, ao passo que Ananias era mentiroso”.5 Ainda hoje há os que contribuem porque outros o fazem ou porque esperam alguma recompensa. O Espírito capacita os membros do corpo de Cristo para que cada um proceda de acordo com a vontade de Deus e seja uma bênção para a comunidade. Presidir é liderar, deve ser o mesmo chamado “administrar” (1 Co 12.28), ou “governos”, na ARC, visto que há certos graus de superposições entre os dons nessas diferentes listas. O dom de presidir deve ser exercido com cuidado, diligência e zelo. A misericórdia se parece com o dom de repartir, mas isso se refere ao cuidado de doentes, idosos e dos pobres. É um dom exercido com gozo no coração e alegria e não como um fardo pesado, as igrejas estão cheias dessas pessoas. O Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento observa bem que nessa lista, cada dom começa com um “se”; que significa, “se você tem um dom use”; os últimos dons da lista começam cada um com “o que”.6 Esses dons são dados segundo a graça que cada um recebeu. 

Há quem acredite que existem apenas nove dons espirituais, pois interpreta como únicos os apresentados em 1 Coríntios 12.8-10. Mas, o apóstolo apresenta mais duas listas de dons espirituais nesse mesmo capítulo, uma com oito dons (v. 28) e outra com sete, incluindo algumas repetições da primeira lista (vv. 29, 30). Isso sem contar a lista de Romanos 12.6-8, de Efésios (Ef 4.11) e uma lista petrina (1 Pe 4.11). Há quem afirme que a lista de 1 Coríntios 12.8-10 é completa e as demais seriam expressões ou explicações desses nove dons. Em nenhum lugar o apóstolo limita o número de dons, e nisto cremos e professamos: “Os dons espirituais são vários, e nenhuma lista deles no Novo Testamento pretende ser exaustiva; e nem mesmo existe a expressão “estes sãos os dons espirituais”.7 

Esta é a lista mais conhecida e mais disputada pelos pentecostais e se destaca das demais listas porque esses nove dons “pertencem a uma categoria exclusiva que demanda uma ação direta do Espírito Santo, independentemente da contribuição humana, embora se utilize do ser humano para se expressar”.8

Declaração de Fé das Assembleias de Deus, traz uma breve explicação sobre cada um desses nove dons no capítulo XX, intitulado: “Sobre os dons do Espírito Santo”. O propósito do apóstolo Paulo não é fazer uma exposição doutrinária sobre o assunto. O que ele está fazendo é uma correção de abusos desses dons na comunidade cristã de Corinto e dessa forma esses dons vêm à tona, essa é a razão do tema carismático aparecer na epístola. 

Na opinião de Gordon Chown,9 onde há vida exuberante ocorre alguma desordem, causada pelo crescimento poderoso, mas que isso não é razão para descartar o valor dos dons. O pensamento sobre a igreja de Corinto de acordo com os expositores do Novo Testamento: “o fogo do avivamento ardia em Corinto, e alguma centelhas caíam fora lareira, ameaçando o tapete. Paulo não pensou em chamar o corpo de bombeiros para apagar o fogo, apenas ofereceu a igreja um jogo de ferramenta para lidar com a lareira: as medidas disciplinares e as exortações para a busca dos dons”.10 Essa ilustração é esclarecedora e a estratégia paulina é atual para evitar a mornidão espiritual que já acontece em alguns lugares. 

Paulo revela a natureza desses dons e sua procedência divina, no Deus Trino e uno (1 Co 12.4-6) e nos instrui sobre o seu uso correto (1 Co 12.7, 11). Os nove dons desta lista estão classificados de diversas maneiras, mas se trata de classificações didáticas e posteriores, organizadas por teólogos ao longo dos séculos. Todas as diferentes classificações dividem os dons em três grupos. A divisão mais conhecida é a seguinte: a) dons de revelação, palavra da sabedoria, palavra da ciência e discernimento dos espíritos; b) dons de poder, fé, dons de curar e operações de maravilhas; c) dons de inspiração, profecia, variedade de línguas e interpretação. Outros, como Gordon Chown, consideram o terceiro grupo como dons de inspiração e Walter Brunelli, como dons de locução.


3 HORTON, Stanley M. A Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 207. 
4 KEENER, Craig S. O Espírito na Igreja – O que a Bíblia ensina sobre os dons. São Paulo: Vida Nova, 2018, p. 113.
5 HORTON, M. Stanley. Ibidem, p. 209. 
6 FRENCH, Arrington L. e STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal – Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p. 895. 
7 SOARES, Esequias (organizador). Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p. 172.
8 BRUNELLI, Walter. Teologia para Pentecostais – Uma Teologia Sistemática Expandida. Volume 2. Rio de Janeiro: Central Gospel, 2026, p. 249. 
9 Gordon Chown é um dos tradutores da Bíblia de Estudo Pentecostal e autor de várias notas de rodapé da Bíblia Vida Nova, que teve como editor o Dr. Russell P. Shedd, publicada em 1976. 
10 CHOWN, Gordon. Os dons do Espírito Santo. São Paulo: Editora Vida, 2002, p. 137.  


 

Texto extraído da obra “O Verdadeiro Pentecostalismo: A Atualidade da Doutrina Bíblica sobre a Atuação do Espírito Santo”.

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Setor de Educação Cristã

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Lição 04 - 1º Trimestre 2021 - A história do bebê Moisés - Berçário.

 

Lição 04 - A história do bebê Moisés 

1º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Levar a criança a compreender, através das atividades e exposições, o cuidado e a proteção de Deus com o bebê Moisés.

É hora do versículo: “e ela viu a cesta no meio da moita de juncos [...]” (Êx 2.5).

Nesta lição, as crianças estudarão sobre a história do bebê Moisés. Embora os bebês não lembrem, mas já ouviram sobre o cuidado da mamãe Joquebede que se esforçou muito para proteger seu bebê e não deixar que ele fosse morto pelo malvado rei. Joquebede representa todas as mamães que amam e cuidam dos seus bebês fazendo com que eles entendam o cuidado do Papai do Céu sendo demonstrado pela mamãe. Os bebês já conheceram também a irmã de Moisés, Miriam, e o seu papel de também proteger o bebê para não ser morto pelo malvado rei. Miriam gostava muito da sua mamãe e do seu irmãozinho e por isso ficou na beira do rio observando para onde o cestinho seria levado. 

E nessa história os bebês saberão que a princesa, filha do Faraó encontra o bebê dentro do cesto no rio e passa a cuidar dele.

Enquanto Miriam vigiava o cestinho e seu irmãozinho, ela não podia ser vista e por isso ela se escondeu. Você pode achar a irmãzinha de Moisés?

Imprima a folha abaixo e distribua para as crianças procurarem onde a irmã de Moisés está escondida. Faça esta atividade depois de realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo.

licao4 moises bercario

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Responsável da Revista Berçário

Lição 04 - 1º Trimestre 2021 - Papai do Céu me Dá Coragem - Maternal.

 

Lição 4 - Papai do Céu me Dá Coragem 

1º Trimestre de 2021 

Objetivo da lição: Que as crianças compreendam que o Papai do Céu dá coragem. 

Para guardar no coração: “Sejam fortes e tenham coragem [...].” (Sl 31.24)

Bem-vindo
“Receba alegremente os alunos, dando atenção especial a cada um, e chamando-os de corajosos: “Karina, minha amiga corajosa, que bom que você veio!” “Oba, está chegando o meu amigo corajoso, Matheus! Como vai, meu amigo?” “Como é bom ter amigos corajosos! Eu tenho um monte de amigos corajosos. Todos vocês são meus amigos. Sabe o que vamos fazer hoje? Vamos agradecer ao Papai do Céu que nos dá coragem!” (Marta Doreto)

Pense...

“Sabemos que o preparo de uma aula para o maternal leva muito tempo. Às vezes, mais tempo que uma aula para adultos. Há tanto que se pintar, cortar, colar... Haja criatividade! A casa do professor transforma-se numa oficina e, não raro, a família acaba ajudando na confecção do material. E quando não se tem muito espaço em casa, as roupas e objetos pessoais vão cedendo lugar no armário às preciosas “tranqueiras” acumuladas ao longo dos trimestres. De vez em quando, a sua echarpe bonita vira o véu de Rebeca. Outras vezes, é a camisa de seu irmão, ou filho mais velho, que vira a túnica de José.

Valem à pena tanto gasto e trabalheira? Perguntamo-nos às vezes, cansados ou desanimados com a falta de reconhecimento daquelas pessoas que chamam o nosso ministério de “aulinha para as crianças”. Sim, é válido todo e qualquer esforço que contribua para a salvação destes pequeninos, de quem o Pai não quer que se perca nenhum. Parodiando o apóstolo Paulo em sua exortação aos coríntios, eu lhe diria: “Portanto, meus amados professores do maternal, sede firmes e constantes no pintar, cortar e colar, sempre abundantes no material visual, no ensinar e no orar por vossa classe, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” (Marta Doreto)

Perfil da criança do maternal

“A criança de 3 e 4 anos é naturalmente curiosa, porque está “descobrindo o mundo”. E é por meio dos sentidos que ela toma conhecimento das coisas que a cercam, principalmente pela visão, que é muito ativa nesta fase. Por isto a sua aula deve ser rica em visuais – não apenas gravuras e objetos, mas também gesticulação, expressão facial e corporal do professor. Isto não significa, no entanto, que a criança contentar-se-á em ver as coisas que você leva para ilustrar a aula. Os demais sentidos também entram em ação, e ela tem necessidade de tocá-las, cheirá-las, levá-las à boca, experimentá-las. A caixa surpresa de hoje, por exemplo, explorará o sentido da visão, mas passada a surpresa, as crianças desejarão abrir a caixa e pegar a boneca. Não as proíba!

Procure ter um material resistente, que possa ser manuseado pelos alunos. Não se limite ao uso de figuras. Substitua-as, sempre que possível, por bonecos ou objetos que poderão ser tocados por eles.” (Marta Doreto) 

Até logo

Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Juízes 4.1-16. 

Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal 

Lição 04 - 1º Trimestre 2021 - Na Casa do meu Amigo eu Oferto - Jd. Infância.

 

Lição 4 - Na Casa do meu Amigo eu Oferto 

1º Trimestre de 2021

Objetivos: Os alunos deverão entender o significado de ofertar; e desejar ofertar sempre ao Senhor. 

É hora do versículo: “Que posso eu oferecer a Deus, o Senhor [...]?” (Sl 116.12).

Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história da mulher viúva, que foi levar sua oferta no templo e deu tudo o que tinha, que o Papai do Céu não se importa com a quantia que ofertamos a Ele, desde que seja de coração. Muitos que iam até o templo entregar suas ofertas, davam para o Papai do Céu aquilo que estava sobrando. A viúva entregou tudo o que ela tinha e por isso foi a maior de todas as ofertas. O que nós temos de mais valioso hoje é o nosso coração. Vamos entregá-lo a Jesus?

Chame a atenção dos pequenos também para a necessidade da obra de se ter verba para o custeio do templo.

Após realizar todas as atividades propostas na revista do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo com a cena da viúva entregando sua oferta. Peça para as crianças observarem o que está faltando na imagem e completarem a cena. O que está faltando é o gazofilácio onde a viúva está depositando a sua oferta. Depois peça que pintem bem bonito a cena que representa a história de hoje.
 
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Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Verônica Araujo
Responsável pela Revista Jardim de Infância

Lição 04 - 1º Trimestre 2021 - O Propósito da Igreja - Juvenis.

 

Lição 4 - O Propósito da Igreja 

1º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
1. PREGAR O EVANGELHO: A MISSÃO BASILAR DA IGREJA
2. UMA COMUNIDADE DE ADORAÇÃO
3. UMA COMUNIDADE DE EDIFICAÇÃO ENTRE OS IRMÃOS

OBJETIVOS
Destacar a pregação do Evangelho como missão primordial da Igreja;
Salientar que a Igreja é uma comunidade de irmãos;
Ratificar que a Igreja, Corpo de Cristo, é uma comunidade de adoradores.

Querido (a) professor (a), nesta próxima aula daremos continuidade aos ensinamentos sobre a instituição divina chamada Igreja e suas dimensões presentes e futuras.

O Senhor não faz nada sem um propósito e nenhum de seus propósitos pode ser frustrado (Jó 42.2). Então, qual foi o objetivo dEle instituir a Igreja na terra? Para qual propósito Ele a criou? Ela tem cumprido estes propósitos? Essas são algumas questões que serão respondidas ao longo desta aula.

Proponha aos seus alunos algumas reflexões acerca dos tópicos no esboço desta lição, sempre trazendo a responsabilidade para o âmbito individual. Afinal, podemos somar e influenciar no coletivo. Contudo, no Grande Dia cada um, enquanto Igreja do Senhor, responderá por si perante o Altíssimo. “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2 Co 5.10).

A igreja não é uma galeria para exibição de cristãos eminentes, mas uma escola para educação dos incultos, uma creche para cuidar dos débeis e um hospital para a recuperação dos enfermos espirituais – Henry W. Beacher.

Nesta aula, o aluno vai ser desafiado a refletir sobre sua igreja e a perceber que ela pode ser muito melhor, se cada crente se esforçar para mudar e melhorar a realidade atual. Somos desafiados a realizar a nossa parte em nossa geração, a abrir os olhos à realidade e entender que a igreja está como um gigante adormecido em muitas áreas de ação.

A igreja brasileira cresceu tremendamente. Hoje somos mais de trinta milhões. Temos estatísticas mais otimistas que falem em quarenta milhões. Estamos, sem dúvida, vivendo um grande avivamento. Igrejas surgem e crescem a cada dia, e muitos milagres acontecem. A igreja está nas metrópoles, vilas e aldeias. Está nos meios de comunicação, no Congresso Nacional, nas Câmaras e nos tribunais. Sem dúvida, estamos numa fase bastante progressiva. Templos suntuosos, emissoras de rádio e televisão. Porém, [...] apesar de todo o progresso, há muitas crises a serem vencidas e superadas para que a Igreja enfrente este milênio de cabeça erguida e cheia de autoridade para derrotar o diabo e transformar este país pelo poder de Deus.

1. Crise de identidade

Atualmente, um dos sérios problemas que a igreja brasileira enfrenta é uma crise de identidade, isto é, temos grandes dificuldades de cumprir o papel para o qual estamos neste mundo.

Precisamos nos identificar primeiro com o Senhor Jesus Cristo, parecer com Ele no amor, no trato com as pessoas, nas estratégias de trabalho, no aproveitamento das oportunidades, no uso da autoridade para libertar os oprimidos e na compaixão pelas pessoas. Enfim, identificar-se com Cristo é ser parecido com Ele no projeto de transformar o mundo, e disso podemos afirmar que a Igreja está muito longe.

Precisamos também de identificação entre nós mesmos, ou seja, precisamos entender e praticar o que é ser Igreja, Não me refiro a uma comunidade com estatuto e endereço e liderança, que faz o que quer, como quer e quando quer. Uma comunidade burocrática e fria, cheia de deveres e direitos, sem vida nem poder. Igreja não é um lugar onde uma multidão chega triste e sai vazia, nem tampouco um meio através do qual se possa ganhar dinheiro, explorando a boa fé alheia. Igreja não é uma facção dividida por um grupo de radicais e outro de liberais, onde só há confronto e não há vida. Igreja não é lugar de promessas mirabolantes, mas um lugar de vida onde Jesus se manifesta, onde há sinceridade, onde acontecem maravilhas, onde o amor tem liberdade de atuar, onde há comunhão e onde há poder.(FERREIRA, Israel Alves. Igreja: lugar de soluções. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp. 11-13).

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula!

Paula Renata Santos
Editora responsável pela Revista Juvenis

Lição 04 - Ana: A Oração de Uma Mulher Angustiada - Jovens.

 

Lição 4 - Ana: A Oração de uma Mulher Angustiada 

1º Trimestre de 2021

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Marcos Tedesco, comentarista do trimestre:

INTRODUÇÃO

Ana é uma mulher admirável! Sua história aparece em apenas dois dos 1.189 capítulos da Bíblia e 39 dos 31.105 versículos, porém seu exemplo, sua devoção e seu compromisso com Deus nos inspiram até os dias atuais. Mãe do profeta Samuel, Ana protagoniza uma experiência de grande sofrimento mediante o problema da esterilidade e a impossibilidade de cumprir sua “obrigação” de gerar filhos. Nesse contexto, faz uma oração impactante, é atendida por Deus e sua história é completamente transformada. Para entendermos a relevância da oração de Ana, precisamos analisar algumas questões relacionadas ao problema da esterilidade no período veterotestamentário. A sociedade hebraica dos tempos bíblicos tinha a família como o âmago da estrutura social. Tudo acontecia em torno da família e, a partir dela, eram pensadas as relações sociais e as atividades cotidianas, desde as mais simples até as mais complexas.

No primeiro capítulo do Antigo Testamento, o homem e a mulher receberam a clara ordenança: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Para Smith (2001, p. 240), Jeová abençoou o ser humano com o poder da reprodução.3 Nesse entendimento, a mulher tinha, como propósito de vida, ser companheira e mãe dedicada. A impossibilidade do cumprimento de uma dessas atribuições se revelaria como motivo de grande insatisfação e vergonha. Afinal, não era simplesmente a esposa “que não teria filhos”, mas sim, a mulher que não conseguiria cumprir o propósito de Deus para com todas as mulheres e, assim, levaria consigo a marca da dissonância divina em sua existência. Torna-se fácil conjecturar como seria a autoimagem dessa mulher diante de tal situação: cumprir ou não o papel a ela determinado? Podemos imaginar o sentimento de frustração de uma mulher que não conseguisse gerar filhos, era “estéril como um todo”. A esterilidade era vista com muito pesar nessa sociedade e, por sua vez, representaria uma grande frustração, medo e tristeza para com a mulher.

Ana, sua Condição de Mulher Estéril e sua Rival 

O problema da esterilidade pode ser observado nas narrativas bíblicas das esposas desde os primeiros grandes patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó. Conforme Bentho (2016, p. 165), “[...] a maternidade foi-lhes negada misteriosamente a fim de cumprir um propósito teleológico, não compreensível a suas mentes racionais limitadas”.4 Diante da dificuldade em engravidar, paliativos foram buscados com a finalidade de acalentar a obsessão em gerar filhos. Entre essas alternativas, os concubinatos de seus maridos foram levados em conta como uma solução. Diante dessas estratégias, muitas foram as tensões criadas. Ciúmes, competições, sentimento de frustração, depressões, batalhas por liderança e herança, entre outros problemas, fizeram-se presentes.

Essas tensões eram geradas a partir das tomadas de decisões que visavam solucionar as consequências da esterilidade. No entanto, se por um lado traziam novos membros às famílias, por outro, também traziam uma significativa diversidade de complicações, atritos e infelicidades.

Uma história de sofrimento 

A vida de Ana pode ser dividida em dois grandes momentos: primeiramente, uma história de grande sofrimento provocado pela esterilidade e a frustração por sua condição e, em um segundo momento, o júbilo e a satisfação em ser agraciada com a chegada de seus filhos tão almejados e amados. Ana (“Graça”, do hebraico) era casada com Elcana, que anualmente subia a Siló com a finalidade de adorar a Deus e oferecer sacrifícios. Estéril, vivia a frustração de não ter filhos em uma sociedade que via, nessa possibilidade, a nobre contribuição social da mulher. Esse drama também foi vivido por outras mulheres da Bíblia, como Raquel, por exemplo (Gn 30.22-23). Para complicar, tinha ainda a segunda esposa de seu marido, Penina, mãe de muitos filhos, a qual impunha para Ana um sofrimento ainda maior e, constantemente, provocava-a. Embora Elcana amasse a sua esposa e não a penalizasse pela esterilidade, ela sofria de forma intensa e chorava copiosamente. De acordo com a Bíblia, Ana “com amargura de alma, orou ao Senhor e chorou abundantemente” (1 Sm 1.10). Como já vimos, o problema da esterilidade era algo que trazia uma grande frustração, pois ele impedia o crescimento da família em uma sociedade que valorizava e estimulava um grande número de filhos. Por mais que Elcana enfatizasse sua compreensão e amor por Ana, em seu interior havia dor, frustração e culpa.

A ida anual a Siló era sempre uma época muito aguardada, pois as famílias viajavam, preparavam-se para momentos de adoração a Jeová e a expectativa para com os sacrifícios a serem feitos. Não obstante, podemos imaginar o quanto isso pesava para Ana. Enquanto os demais estavam envolvidos no cotidiano de Siló, ela se dirigia a um momento muito íntimo e pessoal: a oração, em que as lágrimas foram mais fortes do que as palavras não pronunciadas.

A água de fora do barco

Um barco não é afundado pelas águas ao seu redor, por mais que o mar revolto o jogue contra as ondas. O que fatalmente fará um barco naufragar é o volume de líquido que vai entrando nele. Se não for feito nada, fatalmente a embarcação terá um trágico fim. Por isso, é importante não deixar as águas entrarem no barco. Essa ilustração nos ajuda a refletir acerca de muitas das dificuldades enfrentadas por nós em nosso cotidiano. Os problemas se levantam, as dificuldades não se dissipam, as metas parecem inatingíveis e nossas forças, muitas vezes, parecem se esgotar. Todavia, essa condição não pode ser alimentada ainda mais. Precisamos entender que as dificuldades possuem, na maioria das vezes, uma aparência que não corresponde a sua essência. Como somos humanos com uma visão limitada a respeito da realidade que nos cerca, devemos sempre buscar orientação divina e a companhia de Jesus em nosso barco (Mc 4.35-41; Lc 8.2225; Mt 8.23-27), dessa forma, não nos assustaremos com a aparência dos desafios, nem com a violência das investidas inimigas, mas sim, celebraremos o milagre do agir do Senhor em nossas vidas. Aquilo que antes era impossível e nos fazia temer o “naufrágio”, agora foi transformado em um motivo de celebração, pois o Senhor, a quem servimos, é um Deus de milagres. Tal era a situação enfrentada por essa personagem, levando-a a orar com tanta ênfase. A relação existente entre Ana e Penina era bastante desconfortável. Mãe de muitos filhos, a mulher “excessivamente a irritava para a embravecer...” (1 Sm 1.6) Ana se viu em uma situação muito incômoda, conduzindo-a ao desespero e a uma ampliação de suas tribulações, deixando-a sem condições para as coisas mais simples da vida, como comer, entre outras. Note bem que o problema enfrentado por Ana era, por si só, muito difícil e causava-lhe grandes sofrimentos. Entretanto, era Penina quem a irritava excessivamente, fazendo-a chorar e perder a fome. Se, finalmente, Ana não tivesse buscado o socorro em oração, onde essa história poderia parar? O quanto a pobre mulher prantearia motivada por seu real problema, e também pelos problemas externos causados por Penina. Vamos atentar para essa lição e jamais nos deixarmos abalar pelos problemas do nosso cotidiano, porém, busquemos sempre o socorro do alto mediante a oração aos pés do altar.

Os sofrimentos dos tempos atuais

O sofrimento de Ana a deixava em uma situação bastante difícil. Sentia-se incompleta e desmerecida socialmente. Por mais que busquemos explicações, jamais conseguiremos compreender a total dimensão das dores na alma dessa mulher. Apenas poderemos, mediante as lágrimas explícitas no texto bíblico, imaginar o sofrimento de Ana. Na atualidade, há também muitas pessoas que choram pelos mais variados problemas. Desde questões pessoais, enfermidades, conflitos, dificuldades econômicas e frustrações até as difíceis relações humanas cada vez mais impiedosas e avassaladoras. Ao lermos sobre o choro de Ana e os seus lábios que não encontravam mais as devidas palavras, somos levados a pensar em um drama muito comum hoje: as chamadas doenças da alma. Uma multidão de pessoas vive à sombra da depressão, da ansiedade, da automutilação, dos distúrbios alimentares, entre tantos outros. Para termos uma percepção mais abrangente em relação às “doenças da alma”, vamos analisar alguns números relacionados em uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o ano de 2018: no mundo, no ano da pesquisa, existiam 322 milhões de pessoas com depressão, das quais 11,5 milhões eram brasileiras; 18,6 milhões de brasileiros sofriam de transtornos de ansiedade, dado que coloca nosso país em 1º lugar no mundo. Outro dado da OMS, em uma pesquisa realizada sobre o número de suicídios em 2015, aponta que 788 mil pessoas tiraram a própria vida no mundo. Essa pesquisa evidenciou que o suicídio é a segunda maior causa de mortes na população entre 15 a 29 anos. E, para deixar tudo mais complicado ainda, apenas 10% das pessoas com depressão buscaram algum tipo de ajuda para vencer o problema.

Qual o nosso papel diante de tudo isso? Precisamos lembrar que, como Corpo de Cristo, somos chamados a ser o “sal” e a “luz” (Mt 5.13-14) trazendo a esperança para um mundo frustrado à beira do abismo. Contudo, o que é ser “sal” e “luz”? É fazer uma diferença real e perceptível na vida de alguém. Jamais conseguiremos cumprir esse papel se nos limitarmos às nossas vidas dentro dos templos. Precisamos olhar para os que sofrem e promover ações que possam trazer oportunidades de transformação real às pessoas. Estamos cercados de multidões e isso nos dá uma sensação de que ninguém está sozinho. No entanto, será que essa sensação é verdadeira? Vivemos uma época em que milhões de pessoas choram e sofrem solitárias. O que podemos fazer para mudar essa realidade? Como Corpo de Cristo, precisamos ser “oásis em meio a desertos” e levar esperança aos que sofrem. Se pregamos o amor, levemos o amor ao próximo. Se anunciamos a alegria, vamos criar condições para que as pessoas tenham um encontro real com Deus e então sejam alegres. Se proclamamos as Boas Novas, vamos anunciá-las com comprometimento a todos, desejando ardentemente que sejam salvos e tenham uma nova vida!

Ana Roga a Deus que lhe Dê um Filho

Um notável exemplo da graça de Deus sobre a vida pautada na devoção e fidelidade dos seus servos é a história envolvendo o nascimento do profeta Samuel. Em conformidade com Lasor (1999, p.182), “[...] a história centra-se na angústia de Ana por não se mostrar capaz de obedecer ao ‘imperativo da fecundidade’, angústia potencializada pelas censuras desdenhosas da rival. Sua condição lembra Sara (Gn 16.1; 21.9), mas era ainda mais vexatória; enquanto Hagar era uma esposa escrava, Penina gozava de pleno status de esposa”.6 Em ambas as narrativas, a de Sara e a de Ana (Gn 21.1-7; 1 Sm 1.20-28), os milagres aconteceram e as mulheres tiveram motivos para sorrir e ser agradecidas a Deus. Nessa narrativa, entendemos que, quando oramos com devoção e plena convicção de que estamos no centro da vontade do Senhor, o milagre acontece e a vitória é plena. Assim como Ana, devemos celebrar as maravilhosas bênçãos de Deus que acontecem em nossas vidas e, em paz, seguir adiante cumprindo os propósitos divinos, sempre jubilosos e louvando ao Senhor.

Ana, a Oração de uma Mulher Angustiada

A Bíblia é repleta de exemplos de pessoas que clamaram a Deus buscando o socorro para suas vidas. Entre tantas histórias, podemos citar algumas bem conhecidas: o povo hebreu no Egito (Êx 3.9), Davi na caverna (Sl 142), Ezequias pelo povo (2 Cr 30.20), o cego à beira do caminho (Mc 10.48). Em todas elas um desfecho apontando a uma grande verdade: Deus ouve a oração dos seus! O Senhor está pronto a nos socorrer. Para tanto, devemos abrir nosso coração e clamar a Ele que, como um pai amoroso, estende a mão aos que se deixam conduzir nos santos caminhos. A dimensão do amor de Deus impressiona e nos permite ter a convicção de que Ele cuida de nós, tanto em grandes necessidades quanto nos detalhes mais simples da vida (Mt 6.26). Muitas pessoas passam por momentos de angústia e profundo sofrimento, todavia não buscam ajuda e nem confiam que Deus possa fazer algo. Choram, retraem-se, mas não se percebem de que tudo pode ser diferente. Vejamos os exemplos de Paulo e Silas, que oravam e cantavam louvores na escura noite, mesmo enclausurados em uma prisão (At 16.25): os dois homens estavam vivendo grandes dificuldades e sendo humilhados pelo encarceramento, entretanto buscaram forças para abrir o coração clamando e louvando ao grande Deus. Muitas orações não são respondidas por Deus justamente por serem frutos de ambições humanas e representarem o desejo de obter satisfações egoístas. Tudo o que pedimos precisa ser gerado a partir de mentes comprometidas com o Reino de Deus.

A forma como Deus se relaciona com os seus é muito interessante. O Criador nos conhece completamente e nenhum pensamento pode ser escondido do Altíssimo. Talvez algumas pessoas, mediante essa verdade, sintam medo de tamanha exposição e o impedimento de uma possível “independência”. Porém, esse sentimento é fruto de alguém que não ama a Deus, nem o deseja. Além disso, não é esse o sentido da onisciência divina. Essa amplitude total do conhecimento de Deus nos traz uma grande alegria, pois significa que Ele nos conhece por completo e sabe o que é melhor para os seus. Quando nós dobramos os joelhos e iniciamos uma oração, o Pai já sabe tudo o que se passa dentro de nossos corações e, diante de nossa sinceridade e entrega, consola-nos e nos abençoa. A forma como Ana fez a sua oração foi tão impressionante e intensa que deixou até o sacerdote Eli confuso (1 Sm 1.12-14). De fato, a oração feita com ardor só pode ser compreendida em sua total dimensão por Deus (Mt 6.8). Nós mesmos, em nossas orações mais íntimas, sentimos que nos faltam palavras e, em decorrência disso, nossas lágrimas se encarregam de transmitir aquilo que só o coração contrito consegue expressar (1 Sm 1.13). O Pai amado conhece o nosso coração antes mesmo de nossas palavras saírem da boca (Is 65.24). A Bíblia nos ensina que nós acharemos a Deus quando o procurarmos de todo o coração (Jr 29.13). É com essa completude que devemos nos dirigir a Deus e nos permitir ser abraçados pela sua misericórdia e benevolência (Sl 100.5). Jamais podemos chegar diante dEle pela metade. Abra seu coração e se coloque por inteiro aos pés do nosso amado Pai.

Palavras simples foram suficientes para trazer uma nova sensação ao sofrido e angustiado coração de Ana: “Vai em paz, e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste” (1 Sm 1.17). Eli não precisou argumentar nem fazer uma defesa de tese, o sacerdote simplesmente entregou o recado de Deus àquela mulher tão sofrida, contudo confiante. Imediatamente, Ana permitiu que sua fé a sustentasse e seu coração encheu-se de júbilo. O bebê ainda não estava em seus braços, em contrapartida, ela já o via com os olhos da fé. Essa deve ser a postura do crente que tem sua vida dirigida pela ação do Espírito Santo: uma total confiança e dependência de Deus em sua vida. Quando pedimos com fé e em conformidade com a vontade divina, a resposta divina é certa e o nome do Senhor é exaltado (1 Jo 5.14-15). Um detalhe importante nessa história é a postura de Ana logo após as palavras do sacerdote Eli. Ela não duvidou, não ficou receosa, nem condicionou seus passos a um “se”. Ana simplesmente creu e alegrou-se. A fé deu a ela a concretude do que ainda não podia ser visto, todavia já era real em sua mente (Hb 11.1). Seguiu sua vida com disposição e com a certeza da vitória. Um detalhe muito importante precisa ser considerado: se Ana queria tanto um filho, o que a levou a abrir mão de sua presença já na hora do voto? A resposta é simples. Ela trouxe como oferta de gratidão o seu melhor para Deus. Quando promete dedicar o filho à vida no templo, ela já havia aceitado em seu coração a convicção da bênção e a alegria da vitória. Sua alma a impelia a oferecer o seu melhor, e assim ela fez.

Ana Louva a Deus por sua Resposta

Muitas são as práticas do ser humano que provocam um sentimento de tristeza e decepção, talvez uma das mais comuns e marcantes é a ingratidão. Quando fazemos algo por alguém e essa pessoa não se mostra grata, e depois nos dá as costas, o nosso sentimento é abalado. Infelizmente, essa é uma realidade muito comum. Agora, imaginemos quando isso acontece com Deus. O Pai nos abençoa com a vida, com a salvação da nossa alma e com um cuidado diário, conduzindo-nos por bons caminhos e protegendo-nos das ciladas do inimigo. Qual a nossa reação mais esperada? A gratidão e o reconhecimento do quanto Ele é importante em nossas vidas. Lamentavelmente, muitos não percebem desse jeito e deliberadamente rejeitam ao Senhor. Com Ana foi muito diferente. Antes mesmo de ser abençoada por Deus com um filho, ela já se mostrou confiante e extremamente grata. Cada ação em seu cotidiano apontava para uma satisfação com o milagre o qual estava sendo liberado pelo Pai celeste sobre a sua vida. Sigamos o exemplo dessa sábia mulher e sejamos sempre gratos ao nosso Deus amado.

Um ano após o episódio narrado no primeiro capítulo de 1 Samuel, a resposta de Deus já encantava os olhos de Ana e de seu marido, e trazia uma alegria indescritível ao coração daquele casal, enquanto o menino, de poucos meses, era embalado pela mãe de primeira viagem (1 Sm 1.19-22). A fidelidade de Deus podia ser presenciada por todos na vida daquele pequenino bebê chamado Samuel. É importante destacar que a bênção de Deus nos envolve por inteiro. Quando o milagre acontece, nossa vida muda. O nascimento do menino trouxe para Ana um novo ânimo e, em cada novo desafio de seu cotidiano, uma postura radiante era notada. As pessoas que conviviam com a mulher perceberam claramente a diferença na vida antes envolta em amargura, lamentos e a dor causada pelas perseguições de Penina. As palavras e as ações eram diferentes e a bênção de Deus podia ser amplamente notada em todos os detalhes da vida da nova Ana. Com a maternidade, veio também a alegria na vida daquela mulher: tudo se fez novo! De igual modo acontece conosco: quando oramos com fé, o Senhor nos ouve e, dentro da sua vontade e infinita misericórdia, atende-nos em uma dimensão muito maior do que podemos imaginar (Is 55.89). A oração respondida por Deus não se limita a um foco finito; ela sempre está articulada com um bem maior. Samuel foi a resposta imediata de Ana, no entanto não só a casa de Elcana foi abençoada, mas toda a nação de Israel foi alvo da bênção de Deus através da vida do grande profeta. A canção de Ana em gratidão não nos deixa dúvidas sobre o quanto sua vida foi transformada a partir do agir de Deus. Samuel (cujo nome significa “pedido ao Senhor”) é a resposta a uma oração singular e um voto que envolvia o melhor daquela mulher: o filho amado que ainda não era gerado em seu ventre. O filho primogênito de Ana foi um personagem central da história de Israel e marcou, de forma maravilhosa, a vida de inúmeras gerações. 


Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Lição 04 - 1º Trimestre 2021 - Confrontando a nossa Natureza - Adolescentes.

 

Lição 4 - Confrontando a nossa Natureza 

1º Trimestre de 2021

TEXTO BÍBLICO: Gálatas 5.16-26

ESBOÇO DA LIÇÃO   
1. O CONFRONTO COM A NOSSA NATUREZA   
2. FRUTO DO ESPÍRITO X OBRAS DA CARNE   
3. A MANIFESTAÇÃO DO FRUTO DO ESPÍRITO

OBJETIVOS
Conscientizá-los sobre a permanente luta entre a carne e o Espírito;
Descrever os resultados de uma  vida dominada tanto pela carne quanto pelo Espírito;
Convocá-los a uma vida frutífera diante de Deus e dos homens.

O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE

Marcelo Oliveira

Quem de nós não tem uma luta interna consigo mesmo? Quando nos achamos tentados, percebemos mais claramente a guerra sobre o controle da nossa mente? Quem a controla? A Carne? Ou o Espírito?

Segundo o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, a palavra concupiscência significa expressamente “desejos físicos”. Por isso, deixe claro que o termo significa a expressão dos desejos lascivos que assediam a mente humana. É a velha natureza manifestando as ações do “velho homem”, suas piores ações e abominações. É uma tragédia quando as obras da carne dominam e toma o lugar de toda a pureza, retidão e santidade.

Quem domina a mente humana?

Na luta entre quem dominará a mente humana, se o Espírito ou a Carne, se percebe a necessidade da mortificação da Carne. Algo que se torna possível somente por intermédio do Espírito Santo. Quando não há mais a comunhão com Deus, o compromisso de buscá-lo de todo o coração e mente, o ser humano se torna incontrolável, sem qualquer referência de santidade. Por isso, a Palavra de Deus nos diz que devemos levar “cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2 Co 10.5). Permitindo que Ele seja soberano em nosso pensamento, vontade e ação. Ora, Cristo é o Senhor em todas as áreas da nossa vida. Não há uma só área que não deva ser dirigida e dominada por Ele.

Preservando o Caráter

Não é fácil preservar o caráter íntegro em Deus. Os convites são muitos, as propostas são diversas e as tramas realizadas são inúmeras para nos afastar do propósito do Evangelho em desenvolver a vida segundo a perspectiva do Reino de Deus. Infelizmente, não por acaso, assistimos muitos ícones, pessoas anônimas também, degradarem o caráter que um dia foi forjado para glória de Deus. O apóstolo Pedro nos mostra como isso acontece: “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do que o primeiro.  Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. [...] O cão voltou ao seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama” (2 Pe 2.20-22). Esse processo não começa da noite para o dia. Ele se dá paulatinamente, aos poucos, quando menos se percebe “o cão voltou ao seu próprio vômito”. (Texto extraído da revista Ensinador Cristão, editada pela CPAD.)

Boa Aula!

Flavianne Vaz
Editora responsável pela Revista Adolescentes da CPAD. 

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Lição 03 - 1º Trimestre 2021 - Conhecendo os Meus Limites - Pré Adolescentes.

 

Lição 3 - Conhecendo os Meus Limites 

1º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Provérbios 6.23; Hebreus 12.5-11. 

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão a lidar com os limites. Na fase da pré-adolescência é difícil encontrar o nível de equilíbrio entre administrar o tempo, a vida e as escolhas. Todas essas decisões passam pelo crivo do conselho, da orientação e do direcionamento dos adultos. Por esse motivo a disciplina exerce papel primordial na educação para que os alunos aprendam a lidar com os limites. Até mesmo no espaço da Escola Dominical a disciplina é necessária para que se construa o caráter cristão de maneira consolidada.

A Palavra de Deus trata várias vezes a respeito da importância da disciplina para o amadurecimento na fé (cf. Pv 4.1-5). A disciplina foi a ferramenta utilizada pelos apóstolos para ensinarem as verdades celestiais com afinco e corrigirem aqueles que se comportavam de maneira desordeira e desobediente ao evangelho (cf. 2 Tm 3.16,17). Mas não é somente de limites e obrigações que se aprende a fazer a vontade de Deus. É preciso que haja disciplina no sentido de organização para aprender. Esta não pode ser imposta em sentido algum, mas o aluno deve atentar para o fato de que somente tendo uma vida disciplinada será possível alcançar resultados significativos em seu futuro. Neste caso a disciplina é fundamental para a vida de qualquer pessoa não importa a idade.

A. A disciplina para o crescimento espiritual. Receber uma correção certamente não é uma situação confortável para uma pessoa, quanto mais para um pré-adolescente, afinal de contas, ninguém em sã consciência gosta de ser chamado à atenção. Todos nós queremos ser aprovados pela conduta perante as pessoas. Entretanto, muitas vezes, somos surpreendidos pelo Senhor em situações que achávamos estar corretos, e o Senhor nos repreende para que estejamos melhores em sua presença (cf. Hb 12.5-8). Este é um entendimento difícil de ser assimilado pelos pré-adolescentes devido à fase que estão atravessando. Muitos não sabem se ainda são crianças ou se já estão na adolescência. Por ser uma fase de transição, tudo se torna um pouco mais complicado. No entanto, é importante enfatizar que a disciplina é o caminho ideal para alcançarmos resultados efetivos, inclusive, em nossa vida espiritual. A disciplina com a oração, leitura e meditação na Palavra de Deus, além de um comportamento cristão exemplar, certamente, são fundamentais para que se obtenha um crescimento espiritual satisfatório.

B. A disciplina importante para o aprendizado. Outro aspecto importante que deve ser considerado é o fato da disciplina para os estudos. Estudar exige disciplina e na fase que seus alunos estão é preciso que haja dedicação aos estudos. Seja com relação ao estudo secular ou mesmo da Palavra de Deus, a disciplina é uma ferramenta extremamente necessária. Vale ressaltar que estudar, embora não seja uma atividade prazerosa para muitos, não deixa de ser um compromisso necessário. Imagine um velocista que se dispõe a uma competição com vários finalistas de alta performance. Todos os que ali estão presentes não chegaram à final por acaso. O trabalho realizado por cada velocista é resultado de um intenso período de treinamento pesado. Vence na final aquele que no dia da competição encontra-se melhor preparado. Da mesma maneira, seus alunos precisam aprender que estudar, apesar de não ser tão prazeroso para alguns, é indispensável para alcançar um futuro profissional promissor. Assim também ocorre na área espiritual, pois o crescimento espiritual é resultado de uma vida disciplinada na observação dos valores bíblicos e no exercício de uma conduta exemplar (cf. 1 Tm 4.8). Seja qual for a área da vida de qualquer pessoa a disciplina é o componente indispensável para se obter resultados satisfatórios.

Finalmente, compreender a importância da disciplina é um entendimento que não deve ser compartilhado em apenas uma aula. A disciplina para estudar, para aprender e tomar decisões faz parte da dinâmica da vida de seus alunos. Compartilhe com eles estas verdades e proponha uma tempestade de ideias a partir da palavra disciplina. Escreva a palavra DISCIPLINA no centro do quadro, distribua um pequeno pedaço de papel (você pode utilizar pot-it = bloco adesivo) e peça que escrevam em quais ocasiões a disciplina é necessária. Utilize fita adesiva no verso dos cartões para fixar no quadro. Ao final, compartilhe com seus alunos a importância da disciplina para cada ocasião citada por eles e construa uma reflexão a partir das frases escritas no papel. 

Tenha uma boa aula!

Lição 03 - 1º Trimestre 2021 - Joquebede, uma Heroína Corajosa - Primários.

 

Lição 3 - Joquebede, uma Heroína Corajosa 

1º Trimestre de 2020

Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus abençoa quem tem fé e coragem.

Ponto central: Deus abençoa quem age pela fé.

Memória em ação: “Confie no Senhor. Tenha fé e coragem” (Sl 27.14).

Querido (a) professor (a), é interessante meditarmos sobre a heroína desta próxima lição. Ela desafiou o Governo mais poderoso de sua época, o Egito. E sob o risco de tortura, prisão ou até morte. Quando pensamos em tal feito, assim como o de tantos outros heróis e heroínas, tendemos a imaginá-los quase como “lendas”, uma classe superior de seres humanos. Mas o que os fizeram “extraordinários”, isto é, muito além da média, não foi a ausência de medo ou alguma habilidade e característica que os diferenciasse de qualquer um de nós. Pelo contrário, eles eram sujeitos às mesmas fraquezas (Cf. Tg 5.17).

A diferença é que, no Senhor, eles não deixaram que elas os paralisassem. Sabiam que por maior que fosse o risco ou o temor, o Deus Todo-Poderoso, o Senhor dos Exércitos é incomensuravelmente, indescritivelmente, infinitamente superior. Sei que pode soar “clichê”, porém, é a mais pura verdade. Diante dos desafios e problemas mais gigantes precisamos mostrar a eles o tamanho do Deus a quem servimos. Você tem feito isso, professor?! Se não, seja sincero para com o Senhor e peça-o a coragem e desfecho da história de Joquebede. E por que não fazer esta mesma oração com sua turma? Mostre-os que até mesmo você, herói e heroína para eles, também vacila, teme e depende do Senhor.

Na fase da infância os medos podem ser direcionados para coisas menos abstratas, mais concretas, mas não diminua o temor de seus primários. Ao contrário, valide-os, explicando que não importa o quão invencíveis eles pareçam, no Senhor, podemos vencê-los. Enfatize que coragem não é sobre não ter medo, mas a fé no Senhor de mesmo temendo enfrentá-lo!

Converse com sua classe sobre os seus temores, sempre com muito tato, empatia e sensibilidade para identificar e ajudar em problemas mais graves. Em seguida, orem juntos por cada temor apresentado, declarando que no Senhor todos eles serão ultrapassados!

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD 

Lição 03 - 1º Trimestre 2021 - O Batismo no Espírito Santo - Adultos.

 

Lição 3 - O Batismo no Espírito Santo 

1º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
I – O QUE SIGNIFICA “BATISMO NO ESPÍRITO”?
II – O PROPÓSITO DO BATISMO NO ESPÍRITO
III – O RECEBIMENTO E A EVIDÊNCIA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

OBJETIVO GERAL DA LIÇÃO
Conscientizar a respeito do Batismo no Espírito Santo como uma verdade revelada nas Escrituras.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS    
I. Conceituar o Batismo no Espírito Santo;   
II. Mostrar o propósito do Batismo no Espírito Santo;   
III. Destacar o recebimento e a evidência do Batismo no Espírito Santo.

Ser batizado no Espírito Santo é a mesma coisa de ser cheio do Espírito Santo? A expressão que o evangelista usa no Livro de Atos tem a mesma carga semântica da que o apóstolo Paulo usa em suas epístolas? Qual a consequência de ler o Livro de Atos sob a perspectiva do apóstolo Paulo a respeito do Batismo no Espírito, ignorando uma semântica singular da expressão no livro de Lucas? Que efeito essa leitura tem para a manutenção da identidade pentecostal?

Para responder a essas perguntas, leve em conta o seguinte trecho do livro do trimestre, escrito pelo pastor Esequias Soares, comentarista da atual Lições Bíblicas:

“Significado do batismo pelo Espírito Santo em Paulo

A sétima e última passagem no Novo Testamento que faz menção de ser batizado no Espírito Santo é do apóstolo Paulo: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um só corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1 Co 12.13). É a única menção do batismo no Espírito Santo com significado diferente da experiência do Pentecostes, trata-se de outro caso. Essa é uma das razões que levam os teólogos não pentecostais a pensarem que ser batizado no Espírito Santo e converter-se serem uma mesma experiência. Mas, esses teólogos precisam entender que o pensamento pneumatológico de Paulo se distingue do de Lucas.

O problema é que muitos teólogos não pentecostais leem Lucas com lentes paulinas. Em Lucas-Atos, devem ser considerados alguns princípios para se ter uma base firme: a homogeneidade literária e teológica de Lucas-Atos para a compreensão, o caráter teológico da historiografia lucana e a independência teológica de Lucas. Isso é enfatizado e explicado por Stronstad: “Enquanto Lucas narra o papel do Espírito Santo na história da Igreja primitiva, Paulo ensina os leitores sobre a pessoa e o ministério do Espírito”.7 Stronstad chama à atenção o fato de Lucas não ser simplesmente um historiador da igreja, mas antes de tudo um teólogo que interpreta as suas narrativas.

Robert P. Menzies vai nessa mesma linha de pensamento. Ele argumenta muito bem quando esclarece a diferença da visão sobre o Espírito Santo entre Paulo e Lucas: “Paulo trata das preocupações pastorais na igreja; Lucas escreve um manifesto missionário”. O que Lucas entende sobre o batismo no Espírito Santo é diferente do que Paulo entende. Menzies afirma ainda: “Esse reconhecimento de que a teologia de Lucas relativa ao Espírito é diferente da de Paulo é crucial para o entendimento pentecostal do batismo no Espírito Santo”.8 Isso faz toda a diferença.

É verdade que o batismo paulino em discussão é iniciático, isso indica a iniciação da pessoa no corpo de Cristo na conversão. O problema é associar o tal batismo ao derramamento do Espírito do dia de Pentecostes. Muitas versões da Bíblia usam a expressão “em um só Espírito” (1 Co 12.13), que se trata de uma possibilidade e não necessariamente de uma realidade. Nessa passagem, é o Espírito quem batiza, isso é diferente e não deve ser confundido com as outras seis referências ao batismo no Espírito Santo. A tradução que melhor se harmoniza com o pensamento paulino seria batizado “por um só Espírito” (Almeida Século 21); “pelo mesmo Espírito” (NTLH); “por um só Espírito” (BKA); “pelo único Espírito” (NVT). A NVI e a TNIV têm esta nota: “Ou com ou ainda por”; mas em inglês há uma inversão, “por um Espírito” está no texto, e “em um Espírito”, aparece no rodapé indicando tradução alternativa. O mesmo acontece com as versões inglesas que usam: “por um Espírito”9 (BKJ, KJV, CEB, NASV e Mof). Os textos interlineares do Novo Testamento Grego-Português de Valdyr Carvalho Luz e de Zane C. Hodges & Arthur Farstad também empregam “por um só Espírito”. Isso mostra que fomos batizados pelo Espírito Santo quando aceitamos a Jesus como Salvador pessoal.

Os que se posicionam contra a ideia de conversão separada do batismo no Espírito costumam alegar que a preposição grega ἐν, en, significa tão somente “em”. Acontece que en frequentemente significa “por” como “movido pelo Espírito” (Lc 2.27); “ninguém que fala pelo Espírito de Deus” (1 Co 12.3); “como agora foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, pelo Espírito” (Ef 3.5). Stanley M. Horton acrescenta: “É claro que não é apenas preferência hermenêutica pentecostal que faz uma distinção entre o batismo pelo Espírito, que incorpora os crentes no Corpo de Cristo, e o batismo no Espírito Santo, no qual Cristo é aquEle que batiza”.10 Isso mostra que não se trata de uma posição tendenciosa ou bairrista dos pentecostais. Temos uma lista considerável de versões da Bíblia ao nosso lado” (Texto extraído do livro do Trimestre, O Verdadeiro Pentecostalismo, editado pela CPAD).  

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Lição 03 - 1º Trimestre 2021 - Felizes os que reconhecem que são pobres - Juniores.

 

Lição 3 - Felizes os que reconhecem que são pobres 

1º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Mateus 5.3; Lucas 7.1-10.

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão a reconhecer que sem a presença de Deus somos pobres pecadores perdidos. Admitir a condição de pecado e dependência do Criador não é vergonhoso para o servo de Deus, e sim um gesto de grandeza. A esperança do cristão não deve estar baseada nos bens materiais. Apesar de estes serem importantes recursos para a sobrevivência e bem-estar, a maior necessidade que temos a ser suprida diz respeito à nossa vida espiritual. Infelizmente, muitos têm ocupado o seu tempo somente com as coisas deste mundo e se esquecem de valorizar aquilo que é eterno: a salvação da alma.

É importante que os juniores aprendam, desde cedo, a relevância de estarem na presença de Deus, valorizando as coisas que são do Alto e compartilhando das riquezas espirituais com seus irmãos em Cristo (cf. Cl 3.1-3). Ter um relacionamento com Deus e adorá-lo com prazer e alegria, além de participar das atividades realizadas no espaço da igreja, são ações fundamentais para que seus alunos tenham um desenvolvimento saudável na vida cristã. 

A. Reconhecer que não somos autossuficientes. Ensinar seus alunos que são capazes de realizar qualquer coisa para Deus não significa que devam agir de forma independente. Na fase que seus alunos estão atravessando é fundamental que aprendam a lidar com os limites e reconheçam que precisam da ajuda de Deus. “Todas as coisas são lícitas, mas nem tudo convêm” (cf. 1 Co 6.12,13). Isso não significa que seus alunos não devem desenvolver habilidades e competências, pelo contrário, a ideia central da educação é capacitar seus alunos a colocarem em prática os ensinamentos ministrados em sala de aula. Acontece que a natureza do reconhecimento da “pobreza” espiritual se dá no fato de que o nosso maior valor se encontra em apresentarmos nossos dons e talentos a serviço do Senhor. A dignidade do servo de Deus está em adorá-lo com amor e sinceridade e atribuí-lo a honra devida. Seus alunos devem aprender a reconhecer o Senhor em todos os seus caminhos e decisões. Reconhecer que não existe outro Deus além dEle, a quem servimos e adoramos.

B. O valor das coisas terrenas em contraste com as espirituais. É importante ensinar à classe que os bens materiais não são e nunca serão suficientes para suprir todas as necessidades humanas. O exemplo do oficial rico, citado na lição, revela esta verdade, pois por mais numerosas que fossem as suas riquezas, estas não puderam curar o seu estimável servo que havia adoecido (cf. Lc 7.1-10). Em contrapartida, a humildade do oficial o aproximou do milagre. Ele mesmo admitiu que não era digno de ter debaixo de seu teto um homem tão santo como Jesus. Após esta demonstração de humildade, Jesus atendeu ao pedido do oficial e imediatamente o seu empregado teve a saúde restabelecida. Note que o empregado tinha muito mais importância para o oficial do que as suas próprias riquezas materiais. Esta é a mensagem do evangelho de Cristo que deve ser compartilhada com os seus alunos: as pessoas são mais importantes do que as coisas terrenas. Assim também as riquezas espirituais do Reino de Deus devem ser mais valorizadas do que qualquer bem material que uma pessoa possa adquirir.

Após aprofundar estas questões com seus alunos, sugerimos que você elabore a atividade a seguir: prepare vários cartões com figuras de bens materiais de valores diversos e figuras com fotos de alunos (pode ser da própria classe). Prenda fita adesiva atrás dos cartões. À medida que você tira os cartões com as figuras de bens materiais e fixa ao quadro, pergunte qual o valor de cada bem e quais são os mais valiosos. Em seguida, retire os cartões com as fotos dos alunos e fixe no quadro. Pergunte qual das fotos tem mais valor. Mostre para a classe que todos são importantes, porém os alunos possuem um valor inestimável para Deus. Explique que o Senhor sempre considerará as pessoas mais importantes do que as coisas. Assim também devemos ter o Senhor como primazia em nossas vidas.

Tenha uma boa aula! 

Lição 03 - 1º Trimestre 2021 - A Respeito dos Dons, não sejas ignorante! - Adolescentes.

 

Lição 3 - A Respeito dos Dons, não sejas ignorante! 

1º Trimestre de 2021

TEXTO BÍBLICO: 1 Coríntios 14.4-11

ESBOÇO DA LIÇÃO   
1. O CONCEITO DE DONS ESPIRITUAIS   
2. CLASSIFICANDO OS DONS   
3. DONS DE LÍNGUA E DOM DE PROFECIA: PARA QUE SERVEM?

OBJETIVOS
Compreender o conceito de dons espirituais;
Classificar os dons espirituais de acordo com 1 Co 12;
Incentivar a busca dos dons espirituais.

Pentecostalismo e protestantismo

Valmir Nascimento

Em tempos de comemoração do aniversário da Reforma Protestante, que neste ano completa 499 anos, é comum reacender a discussão a respeito de quem faz parte da tradição protestante dentre os grupos do segmento evangélico. É uma espécie de análise do divino direito hereditário ao movimento reformista do início do Século XVI, conduzido em regra por certo elitismo teológico que insiste em monopolizar um evento que combatia esse tipo de postura.

Nesta mesma época do ano passado chamei a atenção para a complexidade e heterogeneidade do movimento reformador, com implicações eclesiásticas, morais, políticas e econômicas. Em seu cerne estava o protesto contra a corrupção religiosa e a venda de indulgências pela igreja, assim como a defesa de que cada cristão pudesse, por si só, ler e compreender as Escrituras. A Reforma combateu, entre outras coisas, a autoridade central e o monopólio clerical como fonte única e oficial de interpretação da Bíblia.

É interessante que ainda hoje aqueles que afirmam possuir a legitimidade para falar em nome da Reforma contrariem esse pressuposto protestante, tentando excluir outros segmentos cristãos que não seguem algum ponto da doutrina que professam, indo além dos cinco solas característicos do protestantismo: Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus); Sola Fide (Somente a Fé); Sola Gratia (Somente a Graça); Sola Christus (Somente Cristo); Sola Scriptura (Somente as Escrituras).

Nesse sentido, há quem exclua o pentecostalismo da grande tradição protestante, ao argumento de que o movimento carismático não se enquadra nas bases doutrinas das igrejas históricas. 

Antes de abordar esse aspecto, devo dizer o óbvio ululante, especialmente aos jovens reformados que parecem acreditar nisso: o cristianismo não foi iniciado com a Reforma Protestante! Embora a Reforma tenha sua relevância para a história em geral e para o cristianismo em particular, representando uma correção de percurso na igreja cristã, com significativa contribuição para os avivamentos espirituais que se seguiram, o movimento não pode ser idealizado como a síntese delimitadora da fé cristã.

Em outras palavras, a Reforma Protestante deve ser estudada, valorizada e considerada historicamente, mas jamais idolatrada. A Bíblia é a chave de interpretação da Reforma, e não o contrário. A Reforma é uma das provas da ação de Deus na história, mas Deus não se limita aos próprios eventos históricos.

Ainda assim, a tentativa de apropriação desse evento por parte da cristandade deve ser rechaçada. Tal se dá, como escreveu o amigo César Moisés Carvalho, embora falando sobre outra perspectiva, “porque somos cristãos e não há motivo algum para descrer em doutrinas basilares que não são propriedade de nenhuma das expressões do cristianismo, ou seja, não são católicas, evangélicas, ou pentecostais, mas simplesmente cristãs” (1).

Em sua obra “Revolução Protestante” o teólogo anglicano Alister McGrath observa que a fase emergente da Reforma foi sacudida por intensos debates teológicos e divergências marcantes. A respeito da salvação, justificação e predestinação, McGrath diz que, apesar dos embates históricos entre luteranismo, calvinismo e arminianismo, “todas as três permanecem opções relevantes para o protestantismo atual e a passagem do tempo não corroeu a credibilidade de nenhuma delas nem as tensões que geraram no movimento protestante mais amplo. Todas elas afirmam os temas centrais da Bíblia – embora de diferentes formas e com resultado diferentes” (2). Por esse motivo, o teólogo inglês sustenta que o protestantismo pertence à categoria abrangente do escritor C. S. Lewis de “cristianismo puro e simples”, no fato de que compartilha as crenças essenciais do cristianismo como um todo.

Diante disso, não há como negar a identificação do pentecostalismo com os postulados da Reforma Protestante. No livro já citado McGrath escreve um poderoso capítulo intitulado “Línguas de Fogo: A revolução pentecostal do protestantismo”, no qual enfatiza a vinculação do pentecostalismo com a teologia protestante, ainda que possua distintivos marcantes na ênfase doutrinal e nos padrões de adoração.

De acordo com o autor, o pentecostalismo emergiu historicamente da tradição de santidade norte-americana e enfatiza o lugar da Bíblia na vida e tradição cristãs. De forma mais contundente McGrath escreve:“O pentecostalismo deve ser entendido como parte do processo protestante de reflexão, reconsideração e regeneração. Ele não é consequência de uma “nova Reforma”, mas o resultado legítimo do programa contínuo que caracteriza e define o protestantismo desde o seu início.

O pentecostalismo, como a maioria dos outros movimentos do protestantismo, fundamenta-se no que aconteceu antes. Seu igualitarismo espiritual é claramente a redescoberta e reafirmação da doutrina protestante clássica do “sacerdócio de todo os crentes”. Sua ênfase na importância da experiência e na necessidade de transformação remonta ao pietismo anterior, em especial, como desenvolvimento na tradição da santidade. Contudo, o pentecostalismo uniu e casou essas percepções em sua própria percepção distintiva da vida cristã e de como Deus é encontrado e anunciado. Ele oferece um novo paradigma marginal e levemente excêntrico pelos crentes da corrente principal; cem anos depois, o pentecostalismo cada vez mais, passa, ele mesmo, a definir e a determinar essa mesma corrente principal”(3).

O pentecostalismo, portanto, longe de contrariar o protestantismo, deu-lhe vigor e dinamismo, por meio do seu programa evangelístico e missionário, aliado à ênfase no Espírito Santo para exaltar e testemunhar o senhorio de Cristo. Mas não somente isso, a herança teológica pentecostal é distintamente relevante para reacender o ideal protestante do sacerdócio universal, na medida em que realça o valor da experiência e a convicção de que as narrativas de Atos-Lucas possuem valor normativo para a igreja cristã. Como escreveu Robert Menzies: “As históricas de Atos são as nossas histórias, e as lemos com expectativa e ânsia. História de poder do Espírito Santo, que capacita os discípulos comuns a fazer coisas extraordinárias para Deus” (4).

Boa Aula!

Flavianne Vaz 
Editora responsável pela Revista Adolescentes da CPAD.

Referências
1. CARVALHO, César Moisés. Revelação, experiência e teologia. Revista Obreiro Aprovado, n. 75. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p. 32.
2. MCGRATH, Alister. Revolução protestante. Brasília: Editora Palavra, 2012, p. 266.
3. MCGRATH, Alister, 2012, p. 428.3. MENZIES, Robert. Pentecostes: Essa história é nossa história. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, posição 305.

(Texto extraído do site CPADNEWS, disponível em:< http://www.cpadnews.com.br/blog/valmirnascimento/enfoque-cristao/125/pentecostalismo-e-protestantismo.html>