Lição
08
O PROFETA NAUM E O LIMITE DA
TOLERÂNCIA DIVINA
25
de novembro de 2012
TEXTO ÁUREO
“Disse mais: Ora, não se ire o Senhor
que ainda só mais esta vez falo: se,
porventura, se acharem ali dez? E disse:
Não a destruirei, por amor dos dez”
(Gn 18.32).
VERDADE PRÁTICA
No tempo estabelecido por Deus, cada nação, e cada indivíduo em
particular,
passará pelo crivo da justiça divina.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Disse mais: Ora, não se ire o Senhor
que ainda só mais esta vez falo:
se, porventura, se acharem ali dez? E disse:
Não a destruirei, por amor dos dez” (Gn 18.32).
O capítulo 18 de Gênesis temos nos versículos 1 a 16, o aparecimento de três
anjos a Abraão, depois nos versículos 17 à 22, temos o anúncio divino sobre a
destruição de Sodoma e Gomorra e finalmente onde o nosso texto áureo deste domingo está inserido - Gênesis
18.23-33, quando Abraão intercede junto a Deus pelos homens, senão vejamos:
“18.23
E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio?
18.24
Se, porventura, houver cinqüenta justos na cidade, destruí-los-ás também e não
pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela?
18.25 .
Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo
seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?
18.26
Então, disse o SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinqüenta justos dentro da cidade,
pouparei todo o lugar por amor deles.
18.27
E respondeu Abraão, dizendo: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda
que sou pó e cinza.
18.28
Se, porventura, faltarem de cinqüenta justos cinco, destruirás por aqueles
cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e
cinco.
18.29
E continuou ainda a falar-lhe e disse: Se, porventura, acharem ali quarenta? E
disse: Não o farei, por amor dos quarenta.
18.30
Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar: se, porventura, se
acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta.
18.31
E disse: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor: se, porventura, se
acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei, por amor dos vinte.
18.32 Disse mais: Ora, não se ire
o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E
disse: Não a destruirei, por amor dos dez.
18.33 E foi-se o
SENHOR, quando acabou de falar a Abraão; e Abraão tornou ao seu lugar”.
O texto revela a preocupação de Abraão com seu sobrinho
Ló e sua família. “Abraão intercedeu diante de Deus para Ele não destruir as
cidades (vv.22-32). Deus respondeu à oração de Abraão, embora não como este
esperava. Deus não destruiu os justos com os ímpios. Ele salvou os justos, porém
destruiu os ímpios.
No dia da ira futura de Deus, que há de vir sobre o mundo
(ver 1 Ts 5.2, 2 Ts 2.2). Deus já prometeu que salvará os justos (Lc 21.34-36;
Ap 3.10)” (Bíblia Pentecostal).
Segundo a tradição judaica o quorum mínimo para uma reunião, serviço sagrado, um Minian ou minyan (em hebraico: מִנְיָן, cujo significado é
contar, número; pl. מִניָנִים minyanim) é de 10 adultos (homens, justos) para a realização das liturgias públicas
judaicas, seja em uma sinagoga ou
templo, ou em casa.
O mínimo de 10 é, evidentemente, uma sobrevivência na Sinagoga da
instituição muito mais antiga em que 10 chefes de famílias constituídas a menor
subdivisão política. Em Êxodo lemos que Moisés, aconselhado por Jetro, nomeia chefes de dez, bem como chefes de
cinqüenta, de cem, e de milhares de pessoas (Ex 18).
No Talmude Babilônico há um comentário na seção do Mishnah, onde cita a base bíblica para 10 homens que constituem uma
congregação nas palavras de Números 14.27: "Até quando
sofrerei esta má congregação que murmura contra mim?" que
se refere aos espias que foram enviados para espiar a terra de Canaã, 12 no
total, dos quais dois, Josué e Calebe, foram fiéis, e apenas 10
"mal".
Outra
referência é esta que está em nosso texto áureo, Gn 18.22, onde Abraão pergunta
a Deus: “Ora, não se
ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali
dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez”.
Portanto, o quórum para os serviços públicos judaicos é
de 10 homens ou pessoas. O quórum cristão diferentemente é de apenas 2 ou 3,
independentemente de ser homem, mulher, criança ou ancião: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome,
aí estou eu no meio deles” (Mateus 18.20).
RESUMO DA LIÇÃO 08
O PROFETA NAUM
E O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA
I. O LIVRO DE NAUM
1. Contexto histórico.
2. Estrutura.
3. Mensagem
II. TOLERÂNCIA E VINDICAÇÃO
1. Vingança (v.2).
2. Longanimidade.
3. O poder de Deus.
III. CASTIGO DOS INIMIGOS
1. Quem são os “inimigos”?
2. O estilo de Naum.
3. Reminiscências históricas?
4. A consolação de
Judá.
INTERAÇÃO
Nínive
havia provado da graça e da misericórdia do Senhor. No
tempo de Jonas, o povo ninivita arrependeu-se dos seus pecados e prostrou-se
perante o Eterno, confessando a sua ignomínia. Assim,
o povo recebeu de Deus o perdão dos seus pecados. Aquela
nação foi salva do juízo divino! Mas
o tempo passou e depois de aproximadamente um século e meio, a nova geração de
Nínive esqueceu-se do passado de quebrantamento ao Senhor. Ela
voltou pecar contra Deus com requintes de crueldade, perversidade e
malignidade. Por
isso o profeta Naum vocifera: “Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de mentiras
e de rapina! Não se aparta dela o roubo”. Agora
o juízo divino sobre Nínive seria irreversível.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto
a:
·
Explicar o contexto
histórico do livro de Naum.
·
Apontar os limites
entre tolerância e vindicação.
·
Conscientizar-se da
existência do juízo divino.
ESBOÇO DO LIVRO DE NAUM
TÍTULO
(1.1) — PESO DE NÍNIVE
I.
A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15). •
Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7). •
A Ruína Iminente de Nínive (1.8-11.14). •
Consolo para Judá (1.12,13,15).
II.
Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13) •
Introdução (2.1,2). •
O Combate Armado (2.3-5).
•
A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12). •
A Voz do Senhor (2.13).
III.
Razões da Queda de Nínive (3.1-19) •
Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4). •
A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19).
COMENTÁRIO
introdução
PALAVRA
CHAVE
OBEDIÊNCIA:
Ato ou efeito de tolerar,
indulgência, condescendência.
Quando Naum anunciou o seu oráculo contra Nínive, já fazia um século e
meio que Deus havia dispensado a sua misericórdia à grande, poderosa e perversa
cidade. No tempo de Jonas, o Senhor compadecera-se dos ninivitas, poupando-os de
iminente destruição. Infelizmente, o tempo passou e eles vieram a se esquecer do perdão
divino, voltando a pecar contra Deus. Por isso, o profeta Naum proclama a ruína inevitável de Nínive. Agora, o
juízo divino é irreversível! De todos os profetas menores, Naum foi o que recebeu o maior aval da
história e da arqueologia. Suas profecias foram de uma exatidão singular e seu cumprimento, hoje, é
facilmente verificável. O livro do profeta Naum permanece como um forte monumento da inspiração
divina das Escrituras. Por volta do final do século 19, o ceticismo reinante considerava que
Nínive e a Assíria não passavam de meras lendas. Escavações na região descobriram não só a cidade, mas todo um império. Essas descobertas levaram ao
início da “assiriologia”, um ramo da arqueologia. Hoje se sabe que diversos detalhes da profecia de Naum se cumpriram em 612 a.C., quando Nabopolassar
da Babilônia e Ciaxites da Pérsia, fizeram o cerco e destruíram Nínive. Sua aniquilação foi tão completa que, posteriormente, foram travadas
batalhas em seus sítios sem o conhecimento de que ali havia existido uma cidade
tão grande. Exemplo de descoberta arqueológica que apresenta um personagem do Reino
do Norte ou Reino de Israel, o rei Jeú (2 Rs 10). Obelisco Negro de Salmanasar III, rei assírio que
reinou entre os anos 858 até 824
a.C. “Marduk-apil-usur, rei de Suhi,
Qalparunda, rei de Patin, Jeú, rei de Israel...”. No obelisco, o rei de Israel Jeú esta ajoelhado
diante do monarca assírio. O texto, que está logo após o relevo do personagem
bíblico, diz: “Tributo de Jeú, filho de Omri. Prata, ouro, vasos de
prata... cetros para a mão do rei [e] dardos, [Salmanasar] recebeu dele.” A Bíblia,diz que Jeú “não
teve o cuidado de andar de todo o coração na lei do Senhor, Deus de Israel” (2 Rs 10.31).
I. O LIVRO
DE NAUM
1. Contexto histórico. Naum, cujo nome significa “consolo”, “conforto”. Naum, à semelhança de outros profetas menores, não possui biografia. Ele apresenta-se apenas como o “elcosita”. O reinado no qual profetizou não é mencionado (v.1b). As escassas informações de que dispomos ainda não são conclusivas. As opiniões dos eruditos são divergentes. Elas variam entre o assédio de Jerusalém, em 701 a.C, por Senaqueribe, rei
da Assíria (2 Rs 18.13) até as reformas religiosas protagonizadas por Josias,
rei de Judá, em 621 a.C.
(cf. 2 Rs 22.1-23.37; 2 Cr 34.1-35.27).
a) Origem
do profeta.
Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v.1c) refere-se a uma cidade
da Assíria, situada a 38
quilômetros de Nínive, em Al-kush, ao norte do atual
Mossul, Iraque. Tal informação é a menos provável, visto que, desde a antiguidade, a
cidade de Cafarnaum — na Galileia, casa de Jesus (Mt 9.1; Mc 2.1), cujo nome
significa “aldeia de Naum” — é apontada como local de nascimento do profeta. Jerônimo acreditava que esta cidade ficava perto de Ramá, na Galiléia,
ele sugere que era uma cidadezinha vizinha de Cafarnaum.
b) Período
aceitável.
Em 612 a.C.
a cidade de Nínive foi destruída. A profecia menciona também o desmoronamento de Nô-Amon como fato
comprovado historicamente (3.8-10). O rei assírio, Assurbanípal, destruiu a cidade egípcia de Nô em 663 a.C. De acordo com essas informações, podemos considerar 663 a 612 a.C. como um período
histórico significativo para situarmos o ministério profético de Naum.
c) Nínive
(v.1).
Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de
Cuxe (Gn 10.8-11), por volta de 4500
a.C. — tornando-se proeminente antes de 2000 a.C. O rei assírio,
Senaqueribe (705 - 681 a.C),
fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria. O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade”
(Jn 1.2; 3.2). A crueldade do povo ninivita era indescritível e essa foi a fama que os
acompanhou durante toda a história.
2. Estrutura. O
“Livro da visão de Naum” (v.1b) consiste em três breves capítulos. O
capítulo 1 divide-se em duas partes principais:
- a primeira é um salmo de louvor a
Jeová (vv.2-8);
- a segunda, num estilo poético,
anuncia o castigo dos seus inimigos (vv.9-14), sendo que o versículo 15 é parte
do capítulo 2 na Bíblia Hebraica. O
segundo capítulo anuncia o assédio e a destruição de Nínive. E
o terceiro o “boletim de ocorrência” dos motivos de sua queda.
3.- Mensagem. O
tema do livro é a “queda de Nínive”. A
expressão “peso de Nínive” (v.1a) proclama o início de sua ruína. O
substantivo hebraico para “peso” é massa que significa “carga, fardo,
sofrimento” (Êx 23.5; Nm 11.11,17) bem como “sentença pesada, oráculo,
pronunciamento, profecia” (Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). Ela
aponta para a proclamação de um desastre (Is 14.28; 23.1; 30.6).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O
tema do livro de Naum é a “queda de Nínive”. Ele descreve o juízo de uma cidade
que deliberadamente rebelou-se contra Deus.
II. TOLERÂNCIA
E VINDICAÇÃO
1. Vingança (v.2). A mensagem de Naum é o
juízo divino sobre Nínive. Aqui, sobressaem os
atributos divinos pertinentes ao tema. O verbo hebraico naqam, “vingar-se, tomar
vingança”, aparece três vezes só neste versículo e precisa ser devidamente
compreendido. Vingança é o castigo
imposto por dano ou ofensa; diz respeito a infratores contumazes da lei divina.
Visto que a vingança
pertence a Deus (Sl 94.1), contra eles está o justo “Juiz de
toda a terra” (Gn 18.25).
2. Longanimidade. Deus é compassivo e “tardio em irar-se” (v.3a), pois a
longanimidade divina espera o arrependimento do pecador (Rm 2.4-6). Todavia, isso não é
sinônimo de impunidade, pois a justiça do Eterno não permite tomar o culpado
por inocente. Uma vez que Nínive
persistiu em sua maldade e a Assíria construiu o seu império pela violência e
desrespeito aos direitos humanos, massacrando muitos povos, dentre eles o de
Judá e o de Israel, agora essas mesmas nações se alegrarão com a queda e a
humilhação da cidade maléfica (3.5-7).
3. O poder de Deus. As
descrições poéticas dos atributos divinos estão ligadas ao poder e a majestade
de Deus (1.3-8). O
profeta declara que o Senhor “tem o seu caminho
na tormenta e na tempestade” (v.3). Em
linguagem metafórica, o poder, a grandeza e a majestade do Senhor são descritos
através da força da natureza. Essas
descrições mostram que a espera do Eterno em punir os ninivitas não se deu por
falta de poder, mas por causa de sua longanimidade.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Deus
é tolerante, compassivo, pois espera o arrependimento do pecado. Todavia, a sua
justiça não permite tomar o culpado por inocente.
III. O
CASTIGO DOS INIMIGOS
1. Quem são os “inimigos”? Os assírios eram os
“inimigos” e a expressão “peso de Nínive” (v.1) — referindo-se à capital da
Assíria — o confirma. A ausência da
indicação desse povo (vv. 9-14) também ensina as nações, ao longo da história,
que sentenças similares às da Assíria são aplicáveis a qualquer povo que se
levantar contra Deus. Por essa razão a queda
dos assírios foi definitiva (v.9).
2. O estilo de Naum. O livro do profeta
Naum é rico em metáforas. O exército assírio é
comparado a um emaranhado de espinhos e aos bêbados embriagados com vinho
(v.10), significando que Deus enfraqueceu o poder de Nínive e que os ninivitas
são uma “presa fácil”. Por esse mesmo motivo,
Nabopolassar, rei de Babilônia e pai do rei Nabucodonosor, entrou na cidade em 612 a.C. sem resistência
alguma dos assírios.
3. Reminiscências históricas. Alguns expositores
bíblicos pensam que o “conselheiro de Belial” (vv.11,12) é uma referência a
Senaqueribe (2 Rs 18.13). É verossímil que o
versículo 14 pareça aplicar-se a ele (2 Rs 18.36,37), pois a reminiscência
histórica é comum em muitas mensagens proféticas. Entretanto, não é o
que parece aqui, pois provavelmente a expressão “mais ninguém do teu nome seja
semeado” (v.14), aluda à falta de herdeiro no trono, denotando o fim do
império. Tal sentença indica o
caráter definitivo do castigo divino.
4. A consolação de Judá. Assim como a profecia
de Obadias era contra Edom, mas a mensagem era para Judá, semelhantemente
ocorre aqui, conforme a declaração profética: “serão
exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais” (v.12).
Essa abrupta mudança
da terceira para a segunda pessoa indica a mensagem de esperança para Judá. O castigo de Judá é
corretivo. O povo ainda achará o
favor divino (v.13). Mas o juízo dos
assírios é final, por haverem eles rejeitado a misericórdia que o Deus de
Israel, gratuitamente, lhes havia oferecido através de Jonas.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
O castigo divino contra os inimigos de Judá
trouxe-lhe consolação e o favor divino de misericórdia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim como o juízo divino puniu a capital da perversa Assíria, assim
também acontecerá no dia da ira de Deus, quando Ele punirá a todos, indivíduos
e nações, que, rejeitando a sua misericordiosa graça, perseveraram na prática
do mal.
Nesse dia, todos prestarão contas de seus atos diante dEle. É o que
adverte o próprio Senhor através de seus profetas.
Contudo, a porta da graça está aberta, oferecendo gratuitamente, a toda
as nações, ampla oportunidade de arrependimento e salvação através de Jesus
Cristo (2 Pe 3.9).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
KAISER
JR., W. C. Pregando e Ensinando a partir do Antigo Testamento: Um guia para a
igreja. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. EDWARDS,
J. Pecadores nas Mãos de um Deus Irado: e outros Sermões. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Analisando as Palavras de Juízo dos
Profetas
Se
desejarmos ouvir as palavras dos profetas de uma maneira que seja fiel ao seu
contexto original e, ao mesmo tempo, de utilidade contemporânea para nós,
devemos antes de mais nada determinar o tema ou propósito básico de cada livro
profético que desejamos pregar. Também será útil mostrar se o propósito do
livro se encaixa no tema global e unificador do Antigo Testamento e no tema ou
plano central de toda a Bíblia.
Depois de
definirmos o propósito do livro, devemos, então, assinalar as principais seções
literárias que constituem a estrutura do livro. Normalmente, existem mecanismos
de retórica que assinalam onde tem início uma nova seção no livro. No entanto,
quando tais mecanismos não estão presentes é preciso observar outros
marcadores. Uma mudança de assunto, uma mudança de pronomes, ou uma mudança em
aspectos de ação verbal, tudo isso pode ser um sinal revelador de que teve
início uma nova seção” (KAISER JR., W. C. Pregando
e Ensinando a partir do Antigo Testamento: Um guia para a igreja. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.121).
SUBSÍDIOS ENSINADOR
CRISTÃO
Naum: O Limite da tolerância divina
Naum
significa “consolação”. Quando ele profetizou para Judá, o Reino do Norte,
Israel, já fora levado cativo pelos assírios. Sua profecia é para Nínive, a
nação que décadas antes foi visitada por Jonas, que a advertiu de seus pecados
e do iminente juízo divino. Desta vez, Deus usa Naum para informar-nos que os
anos de brutalidade dos assírios chegara ao fim.
“Os
destinatários eram os povos oprimidos de Israel e Judá. Que por mais de um
século sofreram com as depravações brutais promovidas pelas forças armadas
assírias. Como resultado disso, tiveram seus lares destruídos, as plantações
queimadas, suas esposas e filhas estupradas e as crianças arremessadas contra
as paredes. Essa opressão alcançou seu ponto culminante em 722 a.C, quando os assírios
destruíram Samaria totalmente e levaram o povo de Israel para o cativeiro” (Guia
do leitor da Bíblia, CPAD, pg.556).
Naum trata
da retribuição divina aos feitos dos assírios e suas maldades. Deus julgou seu
povo por causa de seus pecados, mas também julgaria seus opressores por suas
maldades e atrocidades.
“Nínive
foi capturada pelos medos e babilônios cerca de seiscentos anos antes de Jesus
nascer. A captura de Nínive aconteceu exatamente como Naum predisse. Uma súbita
inundação do rio Tigre carregou parte dos muros que cercavam a cidade,
facilitando a entrada de tropas inimigas. A cidade foi parcialmente destruída
pelo fogo. A destruição de Nínive foi tão completa que todos os vestígios de
sua existência quase desapareceram. Mas em 1845, os arqueólogos descobriram as
ruínas da grande cidade de Nínive. Encontraram escombros de palácios
magníficos. Acharam também milhares de inscrições que nos contam a história da
Assíria escrita pelos próprios assírios. A cidade de Nínive tinha muros de
trinta metros de altura. Eram muros tão largos que quatro carros podiam andar
sobre eles lado a lado. Os muros tinham centenas de torres. Um fosso de 48 metros de largura e 18
de profundidade circundavam os muros. O povo de Nínive pensava que não havia
nada que pudesse destruir a cidade” (Quero Entender a Bíblia. CPAD,
pg.205). Com essas descrições, não é difícil entender o quanto os assírios
tinham depositado sua confiança na estrutura colossal da cidade, que aos olhos
humanos, para a época, era realmente inexpugnável. Mas os assírios não ficariam
impunes de seus males. O julgamento divino já fora decretado, e logo essa nação
pagaria por suas atrocidades contra os povos dominados e sua própria impiedade.