quinta-feira, 22 de novembro de 2012


Lição 08

O PROFETA NAUM E O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA

25 de novembro de 2012

TEXTO ÁUREO


Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se,
porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez (Gn 18.32). 

VERDADE PRÁTICA


 

No tempo estabelecido por Deus, cada nação, e cada indivíduo em particular,
passará pelo crivo da justiça divina.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo:
 se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez” (Gn 18.32). 

O capítulo 18 de Gênesis temos nos versículos 1 a 16, o aparecimento de três anjos a Abraão, depois nos versículos 17 à 22, temos o anúncio divino sobre a destruição de Sodoma e Gomorra e finalmente onde o nosso texto áureo deste domingo está inserido - Gênesis 18.23-33, quando Abraão intercede junto a Deus pelos homens, senão vejamos: 
“18.23   E chegou-se Abraão, dizendo: Destruirás também o justo com o ímpio?
18.24   Se, porventura, houver cinqüenta justos na cidade, destruí-los-ás também e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que estão dentro dela? 
  18.25 .   Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio; que o justo seja como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o Juiz de toda a terra?

18.26   Então, disse o SENHOR: Se eu em Sodoma achar cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei todo o lugar por amor deles.

18.27   E respondeu Abraão, dizendo: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza.

18.28   Se, porventura, faltarem de cinqüenta justos cinco, destruirás por aqueles cinco toda a cidade? E disse: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco.

18.29   E continuou ainda a falar-lhe e disse: Se, porventura, acharem ali quarenta? E disse: Não o farei, por amor dos quarenta.

18.30   Disse mais: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar: se, porventura, se acharem ali trinta? E disse: Não o farei se achar ali trinta.

18.31   E disse: Eis que, agora, me atrevi a falar ao Senhor: se, porventura, se acharem ali vinte? E disse: Não a destruirei, por amor dos vinte.

18.32   Disse mais: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez.

18.33   E foi-se o SENHOR, quando acabou de falar a Abraão; e Abraão tornou ao seu lugar”.  

            O texto revela a preocupação de Abraão com seu sobrinho Ló e sua família. “Abraão intercedeu diante de Deus para Ele não destruir as cidades (vv.22-32). Deus respondeu à oração de Abraão, embora não como este esperava. Deus não destruiu os justos com os ímpios. Ele salvou os justos, porém destruiu os ímpios.

            No dia da ira futura de Deus, que há de vir sobre o mundo (ver 1 Ts 5.2, 2 Ts 2.2). Deus já prometeu que salvará os justos (Lc 21.34-36; Ap 3.10)” (Bíblia Pentecostal).

            Segundo a tradição judaica o quorum mínimo para uma reunião, serviço sagrado, um Minian ou minyan (em hebraico: מִנְיָן, cujo significado é contar, número; pl. מִניָנִים minyanim)   é de 10 adultos (homens, justos) para a realização das liturgias públicas judaicas, seja em uma sinagoga ou templo, ou em casa.

O mínimo de 10 é, evidentemente, uma sobrevivência na Sinagoga da instituição muito mais antiga em que 10 chefes de famílias constituídas a menor subdivisão política. Em Êxodo lemos que Moisés, aconselhado por Jetro, nomeia chefes de dez, bem como chefes de cinqüenta, de cem, e de milhares de pessoas (Ex 18). 

No Talmude Babilônico há um comentário na seção do Mishnah, onde cita a base bíblica para 10 homens que constituem uma congregação nas palavras de Números 14.27: "Até quando sofrerei esta má congregação que murmura contra mim?" que se refere aos espias que foram enviados para espiar a terra de Canaã, 12 no total, dos quais dois, Josué e Calebe, foram fiéis, e apenas 10 "mal".

            Outra referência é esta que está em nosso texto áureo, Gn 18.22, onde Abraão pergunta a Deus: Ora, não se ire o Senhor que ainda só mais esta vez falo: se, porventura, se acharem ali dez? E disse: Não a destruirei, por amor dos dez”.

            Portanto, o quórum para os serviços públicos judaicos é de 10 homens ou pessoas. O quórum cristão diferentemente é de apenas 2 ou 3, independentemente de ser homem, mulher, criança ou ancião: Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mateus 18.20). 

RESUMO DA LIÇÃO 08 


O PROFETA NAUM E O LIMITE DA TOLERÂNCIA DIVINA

 

I. O LIVRO DE NAUM

1. Contexto histórico.

2. Estrutura.

3. Mensagem

 

II. TOLERÂNCIA E VINDICAÇÃO

1. Vingança (v.2).

2. Longanimidade.

3. O poder de Deus.

 

III. CASTIGO DOS INIMIGOS

1. Quem são os “inimigos”?

2. O estilo de Naum.

3. Reminiscências históricas?

4. A consolação de Judá.
 

INTERAÇÃO


 

Nínive havia provado da graça e da misericórdia do Senhor. No tempo de Jonas, o povo ninivita arrependeu-se dos seus pecados e prostrou-se perante o Eterno, confessando a sua ignomínia. Assim, o povo recebeu de Deus o perdão dos seus pecados. Aquela nação foi salva do juízo divino! Mas o tempo passou e depois de aproximadamente um século e meio, a nova geração de Nínive esqueceu-se do passado de quebrantamento ao Senhor. Ela voltou pecar contra Deus com requintes de crueldade, perversidade e malignidade. Por isso o profeta Naum vocifera: “Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia de mentiras e de rapina! Não se aparta dela o roubo”. Agora o juízo divino sobre Nínive seria irreversível.  

OBJETIVOS 


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Explicar o contexto histórico do livro de Naum.

·   Apontar os limites entre tolerância e vindicação.

·   Conscientizar-se da existência do juízo divino.  

ESBOÇO DO LIVRO DE NAUM 


TÍTULO (1.1) — PESO DE NÍNIVE  

I. A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15).     Características da Administração da Justiça de Deus    (1.2-7).     A Ruína Iminente de Nínive (1.8-11.14).      Consolo para Judá (1.12,13,15).  

II. Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13)     Introdução (2.1,2).     O Combate Armado (2.3-5).

    A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12).     A Voz do Senhor (2.13).  

III. Razões da Queda de Nínive (3.1-19)     Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4).     A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19).  

COMENTÁRIO


introdução
                                        PALAVRA CHAVE

      OBEDIÊNCIA:

Ato ou efeito de tolerar, indulgência, condescendência.  

Quando Naum anunciou o seu oráculo contra Nínive, já fazia um século e meio que Deus havia dispensado a sua misericórdia à grande, poderosa e perversa cidade. No tempo de Jonas, o Senhor compadecera-se dos ninivitas, poupando-os de iminente destruição. Infelizmente, o tempo passou e eles vieram a se esquecer do perdão divino, voltando a pecar contra Deus. Por isso, o profeta Naum proclama a ruína inevitável de Nínive. Agora, o juízo divino é irreversível! De todos os profetas menores, Naum foi o que recebeu o maior aval da história e da arqueologia. Suas profecias foram de uma exatidão singular e seu cumprimento, hoje, é facilmente verificável. O livro do profeta Naum permanece como um forte monumento da inspiração divina das Escrituras. Por volta do final do século 19, o ceticismo reinante considerava que Nínive e a Assíria não passavam de meras lendas. Escavações na região descobriram não só a cidade, mas todo um império. Essas descobertas levaram  ao início da “assiriologia”, um ramo da arqueologia. Hoje se sabe que diversos detalhes da profecia de Naum se cumpriram em 612 a.C., quando Nabopolassar da Babilônia e Ciaxites da Pérsia, fizeram o cerco e destruíram Nínive. Sua aniquilação foi tão completa que, posteriormente, foram travadas batalhas em seus sítios sem o conhecimento de que ali havia existido uma cidade tão grande. Exemplo de descoberta arqueológica que apresenta um personagem do Reino do Norte ou Reino de Israel, o rei Jeú (2 Rs 10). Obelisco Negro de Salmanasar III, rei assírio que reinou entre os anos 858 até 824 a.C. “Marduk-apil-usur, rei de Suhi, Qalparunda, rei de Patin, Jeú, rei de Israel...”. No obelisco, o rei de Israel Jeú esta ajoelhado diante do monarca assírio. O texto, que está logo após o relevo do personagem bíblico, diz: “Tributo de Jeú, filho de Omri. Prata, ouro, vasos de prata... cetros para a mão do rei [e] dardos, [Salmanasar] recebeu dele.”  A Bíblia,diz que Jeú “não teve o cuidado de andar de todo o coração na lei do Senhor, Deus de Israel” (2 Rs 10.31). 
I. O LIVRO DE NAUM  

1. Contexto histórico. Naum, cujo nome significa “consolo”, “conforto”. Naum, à semelhança de outros profetas menores, não possui biografia. Ele apresenta-se apenas como o “elcosita”. O reinado no qual profetizou não é mencionado (v.1b). As escassas informações de que dispomos ainda não são conclusivas. As opiniões dos eruditos são divergentes. Elas variam entre o assédio de Jerusalém, em 701 a.C, por Senaqueribe, rei da Assíria (2 Rs 18.13) até as reformas religiosas protagonizadas por Josias, rei de Judá, em 621 a.C. (cf. 2 Rs 22.1-23.37; 2 Cr 34.1-35.27). 
a) Origem do profeta. 
Alguns estudiosos acreditam que “elcosita” (v.1c) refere-se a uma cidade da Assíria, situada a 38 quilômetros de Nínive, em Al-kush, ao norte do atual Mossul, Iraque.  Tal informação é a menos provável, visto que, desde a antiguidade, a cidade de Cafarnaum — na Galileia, casa de Jesus (Mt 9.1; Mc 2.1), cujo nome significa “aldeia de Naum” — é apontada como local de nascimento do profeta. Jerônimo acreditava que esta cidade ficava perto de Ramá, na Galiléia, ele sugere que era uma cidadezinha vizinha de Cafarnaum. 
b) Período aceitável. 
Em 612 a.C. a cidade de Nínive foi destruída. A profecia menciona também o desmoronamento de Nô-Amon como fato comprovado historicamente (3.8-10). O rei assírio, Assurbanípal, destruiu a cidade egípcia de Nô em 663 a.C. De acordo com essas informações, podemos considerar 663 a 612 a.C. como um período histórico significativo para situarmos o ministério profético de Naum. 
c) Nínive (v.1). 
Nínive era a antiga capital do império assírio. Suas ruínas estão localizadas ao norte do Iraque. É uma das cidades pós-diluvianas fundada por Ninrode, descendente de Cuxe (Gn 10.8-11), por volta de 4500 a.C. — tornando-se proeminente antes de 2000 a.C. O rei assírio, Senaqueribe (705 - 681 a.C), fortificou a cidade, garantindo assim o apogeu da capital assíria. O Senhor refere-se a ela como a “grande cidade” (Jn 1.2; 3.2). A crueldade do povo ninivita era indescritível e essa foi a fama que os acompanhou durante toda a história. 
 
2. Estrutura. O “Livro da visão de Naum” (v.1b) consiste em três breves capítulos. O capítulo 1 divide-se em duas partes principais: 
- a primeira é um salmo de louvor a Jeová (vv.2-8);
- a segunda, num estilo poético, anuncia o castigo dos seus inimigos (vv.9-14), sendo que o versículo 15 é parte do capítulo 2 na Bíblia Hebraica. O segundo capítulo anuncia o assédio e a destruição de Nínive. E o terceiro o “boletim de ocorrência” dos motivos de sua queda. 
 
3.- Mensagem. O tema do livro é a “queda de Nínive”. A expressão “peso de Nínive” (v.1a) proclama o início de sua ruína. O substantivo hebraico para “peso” é massa que significa “carga, fardo, sofrimento” (Êx 23.5; Nm 11.11,17) bem como “sentença pesada, oráculo, pronunciamento, profecia” (Hc 1.1; Zc 9.1; 12.1). Ela aponta para a proclamação de um desastre (Is 14.28; 23.1; 30.6).  

SINOPSE DO TÓPICO (I)

O tema do livro de Naum é a “queda de Nínive”. Ele descreve o juízo de uma cidade que deliberadamente rebelou-se contra Deus.  

II. TOLERÂNCIA E VINDICAÇÃO  

1. Vingança (v.2). A mensagem de Naum é o juízo divino sobre Nínive. Aqui, sobressaem os atributos divinos pertinentes ao tema. O verbo hebraico naqam, “vingar-se, tomar vingança”, aparece três vezes só neste versículo e precisa ser devidamente compreendido. Vingança é o castigo imposto por dano ou ofensa; diz respeito a infratores contumazes da lei divina. Visto que a vingança pertence a Deus (Sl 94.1), contra eles está o justo “Juiz de toda a terra” (Gn 18.25). 

2. Longanimidade. Deus é compassivo e “tardio em irar-se” (v.3a), pois a longanimidade divina espera o arrependimento do pecador (Rm 2.4-6). Todavia, isso não é sinônimo de impunidade, pois a justiça do Eterno não permite tomar o culpado por inocente. Uma vez que Nínive persistiu em sua maldade e a Assíria construiu o seu império pela violência e desrespeito aos direitos humanos, massacrando muitos povos, dentre eles o de Judá e o de Israel, agora essas mesmas nações se alegrarão com a queda e a humilhação da cidade maléfica (3.5-7).  

3. O poder de Deus. As descrições poéticas dos atributos divinos estão ligadas ao poder e a majestade de Deus (1.3-8). O profeta declara que o Senhor “tem o seu caminho na tormenta e na tempestade” (v.3). Em linguagem metafórica, o poder, a grandeza e a majestade do Senhor são descritos através da força da natureza. Essas descrições mostram que a espera do Eterno em punir os ninivitas não se deu por falta de poder, mas por causa de sua longanimidade. 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Deus é tolerante, compassivo, pois espera o arrependimento do pecado. Todavia, a sua justiça não permite tomar o culpado por inocente.  

III. O CASTIGO DOS INIMIGOS

 

1. Quem são os “inimigos”? Os assírios eram os “inimigos” e a expressão “peso de Nínive” (v.1) — referindo-se à capital da Assíria — o confirma. A ausência da indicação desse povo (vv. 9-14) também ensina as nações, ao longo da história, que sentenças similares às da Assíria são aplicáveis a qualquer povo que se levantar contra Deus. Por essa razão a queda dos assírios foi definitiva (v.9).  

2. O estilo de Naum. O livro do profeta Naum é rico em metáforas. O exército assírio é comparado a um emaranhado de espinhos e aos bêbados embriagados com vinho (v.10), significando que Deus enfraqueceu o poder de Nínive e que os ninivitas são uma “presa fácil”. Por esse mesmo motivo, Nabopolassar, rei de Babilônia e pai do rei Nabucodonosor, entrou na cidade em 612 a.C. sem resistência alguma dos assírios. 

3. Reminiscências históricas. Alguns expositores bíblicos pensam que o “conselheiro de Belial” (vv.11,12) é uma referência a Senaqueribe (2 Rs 18.13). É verossímil que o versículo 14 pareça aplicar-se a ele (2 Rs 18.36,37), pois a reminiscência histórica é comum em muitas mensagens proféticas. Entretanto, não é o que parece aqui, pois provavelmente a expressão “mais ninguém do teu nome seja semeado” (v.14), aluda à falta de herdeiro no trono, denotando o fim do império. Tal sentença indica o caráter definitivo do castigo divino.  

4. A consolação de Judá. Assim como a profecia de Obadias era contra Edom, mas a mensagem era para Judá, semelhantemente ocorre aqui, conforme a declaração profética: “serão exterminados, e ele passará; eu te afligi, mas não te afligirei mais” (v.12). Essa abrupta mudança da terceira para a segunda pessoa indica a mensagem de esperança para Judá. O castigo de Judá é corretivo. O povo ainda achará o favor divino (v.13). Mas o juízo dos assírios é final, por haverem eles rejeitado a misericórdia que o Deus de Israel, gratuitamente, lhes havia oferecido através de Jonas.  

SINOPSE DO TÓPICO (III)

O castigo divino contra os inimigos de Judá trouxe-lhe consolação e o favor divino de misericórdia. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Assim como o juízo divino puniu a capital da perversa Assíria, assim também acontecerá no dia da ira de Deus, quando Ele punirá a todos, indivíduos e nações, que, rejeitando a sua misericordiosa graça, perseveraram na prática do mal.
Nesse dia, todos prestarão contas de seus atos diante dEle. É o que adverte o próprio Senhor através de seus profetas.
Contudo, a porta da graça está aberta, oferecendo gratuitamente, a toda as nações, ampla oportunidade de arrependimento e salvação através de Jesus Cristo (2 Pe 3.9). 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


KAISER JR., W. C. Pregando e Ensinando a partir do Antigo Testamento: Um guia para a igreja. 1 ed., RJ: CPAD, 2010. EDWARDS, J. Pecadores nas Mãos de um Deus Irado: e outros Sermões. 1 ed., RJ: CPAD, 2005.
Dicionário Bíblico Wycliffe. 1 ed., RJ: CPAD, 2009. 


AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I 


Subsídio Teológico

“Analisando as Palavras de Juízo dos Profetas

Se desejarmos ouvir as palavras dos profetas de uma maneira que seja fiel ao seu contexto original e, ao mesmo tempo, de utilidade contemporânea para nós, devemos antes de mais nada determinar o tema ou propósito básico de cada livro profético que desejamos pregar. Também será útil mostrar se o propósito do livro se encaixa no tema global e unificador do Antigo Testamento e no tema ou plano central de toda a Bíblia.

Depois de definirmos o propósito do livro, devemos, então, assinalar as principais seções literárias que constituem a estrutura do livro. Normalmente, existem mecanismos de retórica que assinalam onde tem início uma nova seção no livro. No entanto, quando tais mecanismos não estão presentes é preciso observar outros marcadores. Uma mudança de assunto, uma mudança de pronomes, ou uma mudança em aspectos de ação verbal, tudo isso pode ser um sinal revelador de que teve início uma nova seção” (KAISER JR., W. C. Pregando e Ensinando a partir do Antigo Testamento: Um guia para a igreja. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.121). 
 

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO  


Naum: O Limite da tolerância divina  

Naum significa “consolação”. Quando ele profetizou para Judá, o Reino do Norte, Israel, já fora levado cativo pelos assírios. Sua profecia é para Nínive, a nação que décadas antes foi visitada por Jonas, que a advertiu de seus pecados e do iminente juízo divino. Desta vez, Deus usa Naum para informar-nos que os anos de brutalidade dos assírios chegara ao fim.

“Os destinatários eram os povos oprimidos de Israel e Judá. Que por mais de um século sofreram com as depravações brutais promovidas pelas forças armadas assírias. Como resultado disso, tiveram seus lares destruídos, as plantações queimadas, suas esposas e filhas estupradas e as crianças arremessadas contra as paredes. Essa opressão alcançou seu ponto culminante em 722 a.C, quando os assírios destruíram Samaria totalmente e levaram o povo de Israel para o cativeiro” (Guia do leitor da Bíblia, CPAD, pg.556).

Naum trata da retribuição divina aos feitos dos assírios e suas maldades. Deus julgou seu povo por causa de seus pecados, mas também julgaria seus opressores por suas maldades e atrocidades.

“Nínive foi capturada pelos medos e babilônios cerca de seiscentos anos antes de Jesus nascer. A captura de Nínive aconteceu exatamente como Naum predisse. Uma súbita inundação do rio Tigre carregou parte dos muros que cercavam a cidade, facilitando a entrada de tropas inimigas. A cidade foi parcialmente destruída pelo fogo. A destruição de Nínive foi tão completa que todos os vestígios de sua existência quase desapareceram. Mas em 1845, os arqueólogos descobriram as ruínas da grande cidade de Nínive. Encontraram escombros de palácios magníficos. Acharam também milhares de inscrições que nos contam a história da Assíria escrita pelos próprios assírios. A cidade de Nínive tinha muros de trinta metros de altura. Eram muros tão largos que quatro carros podiam andar sobre eles lado a lado. Os muros tinham centenas de torres. Um fosso de 48 metros de largura e 18 de profundidade circundavam os muros. O povo de Nínive pensava que não havia nada que pudesse destruir a cidade” (Quero Entender a Bíblia. CPAD, pg.205). Com essas descrições, não é difícil entender o quanto os assírios tinham depositado sua confiança na estrutura colossal da cidade, que aos olhos humanos, para a época, era realmente inexpugnável. Mas os assírios não ficariam impunes de seus males. O julgamento divino já fora decretado, e logo essa nação pagaria por suas atrocidades contra os povos dominados e sua própria impiedade.

 

 

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