quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Lição 5 - 1º Trimestre 2016 - A Justificação Pela Fé - Jovens.

Lição 05

 A JUSTIFICAÇÃO 
1° Trimestre de 2016 
CAPA-LBJP-1TRI-2016INTRODUÇÃOI - A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 3.21-26)
II -  A INSUFICIÊNCIA DA LEI PARA A JUSTIFICAÇÃO (Rm 3.27-31; Lc 18.9-14)
III- ABRAÃO COMO EXEMPLO DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ (Rm 4.1-25)
CONCLUSÃO 
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
1. Conceituar o que é a doutrina da justificação pela fé;
2. Conscientizar-se de que a Lei e nem obras meritórias são suficientes para a justificação;
3. Explicar o porquê Paulo utilizou a figura de Abraão para esclarecer a doutrina da justificação pela fé;
4. Aplicar o conteúdo aprendido à sua vida pessoal.
Introdução: 
Nesta lição iremos estudar sobre a doutrina da justificação pela fé, que foi o grande fundamento teológico utilizado pelo Lutero na Reforma Protestante. Para nivelar os conhecimentos, de início será:
a) apresentado os principais conceitos da doutrina da justificação pela fé;
b) ratificado a insuficiência da circuncisão e da lei para a justificação; e
c) apresentada a figura utilizada por Paulo para explicação didática da doutrina da justificação pela fé (Abraão).  Esta lição é muito importante para entender a Carta aos Romanos.
I – A doutrina pela fé (RM 3.21-26)
O que é a doutrina da justificação pela fé?
A DJF é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico. Paulo contra argumenta que basta ao ser humano ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz para Deus o declarar justo. Paulo adverte os gálatas por desprezar este sacrifício e misturar a justificação com a santificação, confiando nas obras de justiça (Gl 1.6,9). Quem procura estabelecer sua própria justiça ou mistura a fé com as obras não alcança a justificação. A DJF é o princípio fundamental da reforma.
O aspecto forense da doutrina da justificação pela fé .
O termo forense = sistema e práticas judiciais . No que se refere à justificação pela fé, tem a ver com o conceito de declaração judicial e envolve não um tribunal comum, mas o supremo tribunal de Deus. Imputação da justiça de Cristo = cerne da justificação forense. Imagine o ser humano diante do tribunal do Criador! Para Lutero, quem é justificado é “ao mesmo tempo justo e pecador”. A graça tem como centro a cruz de Cristo para onde tudo se converge e os justificados são perfeitamente reconciliados.
Jesus e a doutrina da justificação pela fé
A doutrina da justificação pela fé está presente na mensagem propagada por Jesus e prática de vida. Paulo, que não andou junto com Jesus, demonstra que compreendeu melhor do qualquer outro personagem do NT, a mensagem de Jesus. Um dos exemplos clássicos é o relato de Jesus e o ladrão que estava ao seu lado na cruz (Lc 23.43). Outro exemplo é a parábola do fariseu e do samaritano (Lc 18.9-14), que será analisada no próximo tópico.
II – A insuficiência da lei e obras para a justificação (RM 3.27-31; LC 18.9-14)
A justiça do homem é como trapo de imundícia (v.27-30)
A justiça inerente do ser humano é insuficiente para a justificação, considerada como trapos imundícia (Is 64.6; Fp 3.8-9) Por isso, se faz necessária uma justiça superior que está fora do ser humano e que lhe seja atribuída. Essa justificação traz como efeito o perdão, a paz com Deus e a certeza da salvação. As boas obras não é a base, mas consequência da justificação. Antes da justificação, Deus é um juiz “irado” que exige justiça. Após a justificação, inocenta e trata o pecador como filho.
A parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14).
Os fariseus observavam os mais rigorosos padrões legalistas (jejuns, orações, esmolas e outros rituais que excediam a leis cerimoniais mosaicas). O ensino de Jesus chocou seus ouvintes. O publicano reconhecia que sua dívida era muito alta e não tinha condições de pagá-la – roga pela misericórdia de Deus. Não tentou justificar com obras. Por outro lado, o fariseu demonstrou arrogância, confiando que os jejuns realizados, dízimos e outras obras consideradas justas, o justificaria diante de Deus.
A justificação pela fé e a santificação (v. 31).
O apóstolo tem o cuidado para não ser entendido como um libertino, sem regras e disciplina. A justificação, como já vimos, é imediata, instantânea. No entanto, uma vez justificado o crente deve manter sua vida de comunhão e santificação. Alguns críticos da Bíblia afirmam que Paulo contradiz com Tiago, porque este assegura que a fé é comprovada pelas obras. È um equívoco! Enquanto, Paulo fala da justificação (instantânea), Tiago está falando da santificação (progressiva).
III – Abraão como exemplo didático da justificação pela fé (RM 4.1-25)
Como poderia um judeu com a crença milenar de que pertencia ao povo escolhido diretamente por Deus e com direito exclusivo de justificação aceitar a doutrina da justificação pela fé? Paulo precisava buscar no AT um exemplo para demonstrar que a doutrina da justificação que ele ensinava não era nenhuma novidade, mas estava presente na mesma escritura que era venerada pelos judeus. O apóstolo Paulo coloca Abraão acima de todas as figuras dominantes para o povo judeu e dedica todo o capítulo quatro para demonstrar que ele é uma figura adequada para explicar a DJF.
A justificação de Abraão não foi por obras meritórias, mas um presente divino (v. 1-8).
Paulo não evita o campo escolhido pelos seus adversários, ele refreia os judeus que se gloriavam por serem filhos de Abraão. Cita Gn 15.6 para demonstrar que Abraão foi justificado pela fé e não por qualquer obra efetuada. O que foi creditado na conta de Abraão não foi nada nenhuma obra que ele havia feito, mas unicamente a fé que ele demonstrou na Palavra de Deus. Ele é beneficiado pela imputação da justiça divina e não pela imputação das transgressões cometidas. Um presente de Deus.
A justificação de Abraão não foi por meio da circuncisão, nem da lei (v. 9-16).
O período em que Abraão foi declarado justo pela sua fé na palavra de Deus, conforme descrito em Gênesis 15.6, correspondia a uma época bem anterior à sua circuncisão.  Os v.13 a 16 trazem um novo elemento, a antítese entre a lei e a promessa. Esclarece que a lei mosaica foi estabelecida depois da promessa e justificação de Abraão pela fé (430 anos). Abraão foi justificado antes da circuncisão e do estabelecimento da Lei. Portanto, não serem requisitos necessários para a justificação.
O exemplo de Abraão demonstra que a justificação é para todos e por meio de Cristo (v. 17-25).
Paulo preparou todas as explicações anteriores para chegar a esse ponto, demonstrar que a justificação de Abraão está relacionada com Jesus e com sua obra na cruz. Abraão como pai da fé de todo aquele que crê em Cristo e em sua ressurreição, não somente e exclusivamente de uma nação (judaica). Abraão não foi justificado por obras meritórias, nem por rituais externos, mas pela fé, inclusive na ressurreição de seu filho Isaque, conforme Hb 11.18. Um protótipo da fé do verdadeiro cristianismo.
Considerações finais 
Nesta lição nos aprendemos que: a justificação pela fé é uma doutrina bíblica que acertadamente exclui a necessidade de obras meritórias para a salvação do ser humano, porém não abre possibilidade para o antinomismo e precede a santificação. O exemplo de Abraão demonstra, que nem mesmo ele foi justificado pelas suas obras e que a fé em Cristo e em sua obra é o único meio de justificação do(a) pecador(a) e de livramento da ira futura de Deus.
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