quinta-feira, 21 de março de 2019

Lição 12 - 1º Trimestre 2019 - Vivendo em Constante Vigilância - Adultos.

Lição 12 - Vivendo em Constante Vigilância 

1º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – O SIGNIFICADO DE VIGILÂNCIA
II – JESUS NO GETSÊMANI
III – EXORTAÇÃO À VIGILÂNCIA
EXORTAÇÃO À VIGILÂNCIA
Esequias Soares
Daniele Soares
A vigilância é um tema significativo no relato da angústia de Jesus no Getsêmani. Jesus disse a Pedro, João e Tiago, seu irmão: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mt 26.38). Outra vez, disse a esses três discípulos, depois de ter orado ao Pai pedindo que, se possível, passasse dele o cálice: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice” (v.39), e a seguir: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (v. 41). O termo grego para “vigiar” nessas duas passagens é o mesmo, gregoréo, mas o sentido em cada uma delas difere pelo contexto. No v. 38, indica ficar despertado, acordado. O Dicionário exegético do Novo Testamento, de Horst Balz e Gerhard Schneider, explica que esse verbo “significa em primeiro lugar não dormir” e justifica esse significado primário pelo fato de Jesus exortar três vezes os seus discípulos no relato do Getsêmani a permanecerem acordados com ele, e o dicionário acrescenta ainda que a parábola do servo vigilante (Lc 12.36-38) “deve ser entendida no sentido de não dormir” (p. 801). O grifo não é nosso. De fato, o verbo é derivado de egrégora, perfeito de egeiro, “levantar, acordar, despertar”. O apóstolo Paulo usa esse verbo em contraste com dormir (1 Ts 5.6). A ideia de vigiar e vigilância é figurada. Devemos estar atentos a tudo sobre as especulações da falsa batalha espiritual.
Mas o v. 41 parece ser uma reminiscência ao Pai nosso, “não nos induzas à tentação” (Mt 6.13). O “vigiai” (Mt 26.41) ensina outra coisa, diferente do v. 38, pois lá a ideia é de ficar despertado, acordado, na companhia de Jesus, no momento tão crucial em toda a sua vida terrena; mas, aqui, significa estar vigilante e atento para evitar o fracasso espiritual e ficar distante do pecado. Trata-se de um aviso contra o vacilo. A advertência é esclarecida pelo próprio Senhor Jesus, “para que não entreis em tentação”; e mais: “o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. E isso não somente por causa das astúcias de Satanás, mas também por causa da tendência humana para o pecado.
O “espírito” aqui não se refere ao Espírito Santo nem ao espírito satânico, mas ao espírito humano no crente, que adora a Deus em espírito (Jo 4.24); fala línguas em espírito (1 Co 14.3), ora e canta com o espírito (1 Co 14.14-16). O contraste bíblico entre carne e espírito revela, muitas vezes, o conflito entre a santificação e a tendência pecaminosa (Rm 8.5-9; Gl 5.17). Mas o termo “carne” tem um significado amplo nas Escrituras; é usado de modo geral para toda a criação, os seres humanos e os animais (Gn 6.13, 17; 1 Co 15.39), para se referir ao corpo humano (Jó 33.21); ao gado, quando se trata de alimento (Lv 7.19); e também para se distinguir do espírito (Jó 14.22; 1 Co 5.5). Quando Jesus expressa o contraste: “o espírito está pronto, mas a carne é fraca”, há quem interprete “carne” aqui como a natureza física considerando o estado de exaustão dos discípulos, até certo ponto aceitável (Sl 78.39). O contexto parece indicar o sentido de fraqueza moral e espiritual, pois a vigilância é para não cair em tentação. Sêneca, senador romano e maior expoente do Estoicismo do século 1, dizia: Errare humanum est, “Errar é humano”. Veja que até mesmo dos pagãos reconheciam a fraqueza moral dos seres humanos.
A vigilância em Mateus 26.41 significa estar vigilante para manter a fidelidade ao Senhor Jesus e nunca se apartar dele. Trata-se de uma advertência solene a todos os crentes em todos lugares e em todas as épocas para viverem atentos em todos os momentos da vida (Ef 6.18).
Texto extraído da obra “Batalha Espiritual”, editada pela CPAD. 
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