Lição 8 - O Exílio de Davi
4º Trimestre de 2019
ESBOÇO GERAL
I – AS CARACTERÍSITCAS DO EXÍLIO DE DAVI
II – DAVIE E O AMOR COM OS PAIS
III – MORRENDO POR DAVI
I – AS CARACTERÍSITCAS DO EXÍLIO DE DAVI
II – DAVIE E O AMOR COM OS PAIS
III – MORRENDO POR DAVI
Osiel Gomes
A Caverna de Adulão
No dicionário organizado por J. D. Douglas1, a definição de caverna do termo hebraico é mea´rah, que pode ser entendido como covil, buraco. Formada por pedras calcárias e de giz, servia como habitação, esconderijo, cisterna, sepulcro. Biblicamente falando, pode-se notar que diversos personagens aparecem habitando em cavernas, como foi o caso de Ló (Gn 19.30). No tocante a ser usada como sepulcro, podemos citar o caso de Abraão, Isaque, Rebeca, Lia, Jacó, os quais foram sepultados na Caverna de Macpela (Gn 23.19; 25.9; 49.29-32; 50.13). No caso de esconderijo, elas foram usadas por Elias e Davi (1 Rs 19.9; 1 Sm 22.1).
No seu aspecto literal, a caverna de Adulão era denominada antigamente fortaleza. Acredita-se que o nome caverna surge pela corruptela do texto hebraico. Essa caverna ficava 32 quilômetros a sudeste de Jerusalém e pouco mais que isso de Gate. Esse lugar se tornou o exílio de Davi, tanto antes como depois de grandes passagens (2 Sm 23.13-17).
A causa de Davi se dirigir para essa fortaleza deveu-se ao ódio e ao ciúme declarado de Saul contra sua pessoa. Isso se comprova facilmente no ato da matança que ele faz com os sacerdotes de Nobe por considerar que o sumo sacerdote dera apoio ao fugitivo Davi (1 Sm 21.1-27). O fim de Saul será triste porque ele colhe aquilo que plantou (Gl 6.7).
Os Proscritos da Caverna de Adulão
Os proscritos, ou seja, degredados, banidos, que se juntaram a Davi, num total de quatrocentos homens, eram de três classes: (a) aqueles que se achavam em aperto, do hebraico matsowq, “apuro, pressão, dificuldade ou perseguição”; (b) os que deviam dinheiro a juros, do hebraico nasha; e (c) homens amargurados, do hebraico marah. Era desses que Davi seria líder.
É bom entender que os que se ajuntaram a Davi estavam na mesma situação que ele: eram considerados fora da lei e não estavam contentes com o governo de Saul. Então, com eles Davi forma um exército que trabalhará a seu favor. Não foi difícil liderá-los por duas razões: primeiro, estavam nas mesmas condições de Davi; segundo, tinham consciência de que Davi era a grande esperança de mudança. Eles iriam trabalhar no mesmo propósito. Caso Davi crescesse, eles também cresceriam, e foi o que aconteceu. Ao subir Davi ao trono, não foram esquecidos pelo seu rei.
Quando líder e servo trabalham com os mesmos ideais, objetivos, o sucesso é garantido. Paulo disse à igreja de Filipos que Timóteo tinha seus mesmos sentimentos, por isso cuidaria bem deles (Fp 2.19-23). Vale dizer que esse grupo de homens passou a servir a Davi com submissão porque a primeira coisa que ele fez foi valorizar cada um. Isso pode ser comprovado pelo elogio que Davi faz quando menciona em sua lista os grandes valentes, que, em destaque, pode-se pontuar três (2 Sm 23.13,14; 1 Cr 11.15.16), enquanto o sistema os perseguia.
Por vezes achamos por demais difícil liderar igreja, um grupo de pessoas; todavia, quando o pastor ou líder procura valorizar o talento, a capacidade de seus servos, sendo humilde em tudo, fica mais fácil. É nesse sentido que é bom atentar para o que Jesus disse: “aquele que quiser ser o primeiro, seja servo de todos” (Mt 10.44). Liderança firmada na autocracia, na inflexibilidade, que apenas exige, cobra, sem valorizar o outro, jamais permanecerá de pé. É bom lembrar que Pedro nivelou-se aos demais presbíteros e, para alcançar o respeito dos seus liderados, servia de exemplo (1 Pe 5).
Texto extraído da obra “O Governo Divino em Mãos Humanas”, editada pela CPAD.
1 Douglas, J. D. Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 2006. p. 219.
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