Lição 1 - O Que é o Movimento Pentecostal
4º Trimestre de 2018
Introdução
I-O Milagre
II-Perigos que Rondam o Milagre
III-O Contraste da Religiosidade com a Palavra do Evangelho
Conclusão
I-O Milagre
II-Perigos que Rondam o Milagre
III-O Contraste da Religiosidade com a Palavra do Evangelho
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar um panorama bíblico do Pentecostes;
Reconhecer que a promessa divina do derramamento do Espírito foi feita ainda no Antigo Testamento;
Conscientizar de que o Pentecostes é uma promessa cumprida em nossos dias.
Reconhecer que a promessa divina do derramamento do Espírito foi feita ainda no Antigo Testamento;
Conscientizar de que o Pentecostes é uma promessa cumprida em nossos dias.
Palavra-chave: Pentecostes.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
De acordo com a Bíblia Sagrada, Deus enviou Jesus para redimir a humanidade de seus pecados. Esse ato foi realizado quando Cristo entregou sua vida como um sacrifício e pagou o preço do pecado. O inocente que se fez réu foi contado entre os mortos, mas retornou à vida e cumpriu o projeto de Deus para a salvação dos homens.
Enquanto esteve com os homens, Jesus realizou feitos que marcaram seu ministério, como, por exemplo, curar enfermos e expulsar demônios, e disse que aqueles que o seguissem fariam essas e outras coisas mais, como serem cheios do Espírito Santo e falar em outras línguas. O Espírito de Deus, antes dado por medida, agora seria repartido de forma abundante e traria consigo presentes de Deus para os seus servos. Denominamos esses presentes de dons espirituais.
O primeiro século foi marcado por abundantes sinais do cumprimento dessa promessa de Jesus. O Espírito de Deus veio sobre os discípulos, deu-lhes o poder para testemunharem de Jesus, dotou-lhes com a capacidade de falar línguas que eles não tinham aprendido, e até profecias foram manifestas entre eles. O que Deus disse que faria, Ele assim o fez.
Ao longo dos séculos seguintes, a Igreja do Senhor Jesus passou por diversos momentos que mudaram a sua história, mas as manifestações relatadas no primeiro século não deixaram de ocorrer. Um estudo honesto da história mostra que as manifestações conforme relatadas no livro de Atos estavam ocorrendo, ainda que de forma esparsa. Então, chegamos ao fim do século XIX, período em que essas manifestações voltaram a ocorrer em diversas partes do mundo.
Há pouco mais de um século, cristãos em vários lugares do mundo passaram a experimentar em seus cultos um avivamento sem precedentes. Foram vistos entre eles sinais como os descritos em Atos dos Apóstolos, como falar em outras línguas, curas, libertação de pessoas oprimidas, profecias e uma forte e profunda convicção da presença de Deus, confissão de pecados e salvação.
Como esse fenômeno trouxe manifestações semelhantes às relatadas na Bíblia, precisava de um nome que o identificasse.
Como esse fenômeno trouxe manifestações semelhantes às relatadas na Bíblia, precisava de um nome que o identificasse.
Discorreremos sobre a origem veterotestamentária do nome, da celebração do povo e de como Deus utilizou-se de uma data de comemoração para cumprir a promessa do revestimento de poder anunciada por Jesus.
I – UM PANORAMA BÍBLICO DO PENTECOSTES
A palavra Pentecostes refere-se a uma festa celebrada pelos israelitas 50 dias após a páscoa. No Antigo Testamento, o Senhor ordenou inicialmente três celebrações: (1) a Festa dos Ázimos, também chamada Páscoa, (2) a Festa das Primícias, ou Tabernáculos, (3) e a Festa das Colheitas, ou Pentecostes.
A Festa dos Ázimos, também chamada Páscoa, foi iniciada ainda no Egito no tempo da escravidão. Ela foi precedida de nove pragas, nas quais Deus julgou o Egito e Faraó. O Senhor orientou Moisés a falar com Faraó para que os filhos de Abraão fossem libertos; todavia, como o monarca não quis proceder com a ordem de Deus, o Eterno mostrou seu poder trazendo transtornos na ordem natural daquela civilização, julgando também seus deuses e mostrando o quanto eram impotentes ante o Deus Vivo e Verdadeiro. Com esses sinais, o Senhor estava mostrando ao seu próprio povo que Ele era o seu Deus e que todos deviam confiar nEle. A última praga foi precedida da orientação divina de que toda família hebraica deveria sacrificar um cordeiro e marcar a ombreira da porta com o sangue daquele cordeiro sacrificado. Na noite delimitada pelo Senhor, a família deveria reunir-se e comer a carne do cordeiro e pães sem fermento e, em seguida, aguardar, pois “eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízo. Eu sou o SENHOR” (Êx 12.12). A obediência ao que Deus ordenou preservou a vida daquelas famílias e marcou a saída dos hebreus da terra da escravidão.
Os Tabernáculos, ou Festa das Cabanas, tinha por preceito o “morar por sete dias em cabanas ou tendas e a de levar quatro espécies de plantas para a cerimônia de bênção especial” (Judaica, p. 165, Volume 7). Era o período do fim das colheitas, e as famílias deveriam construir uma cabana nas proximidades de Jerusalém. Foi numa Festa das Cabanas que Jesus foi ao templo ensinar (Jo 7.2).
A Festa dos Ázimos, também chamada Páscoa, foi iniciada ainda no Egito no tempo da escravidão. Ela foi precedida de nove pragas, nas quais Deus julgou o Egito e Faraó. O Senhor orientou Moisés a falar com Faraó para que os filhos de Abraão fossem libertos; todavia, como o monarca não quis proceder com a ordem de Deus, o Eterno mostrou seu poder trazendo transtornos na ordem natural daquela civilização, julgando também seus deuses e mostrando o quanto eram impotentes ante o Deus Vivo e Verdadeiro. Com esses sinais, o Senhor estava mostrando ao seu próprio povo que Ele era o seu Deus e que todos deviam confiar nEle. A última praga foi precedida da orientação divina de que toda família hebraica deveria sacrificar um cordeiro e marcar a ombreira da porta com o sangue daquele cordeiro sacrificado. Na noite delimitada pelo Senhor, a família deveria reunir-se e comer a carne do cordeiro e pães sem fermento e, em seguida, aguardar, pois “eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízo. Eu sou o SENHOR” (Êx 12.12). A obediência ao que Deus ordenou preservou a vida daquelas famílias e marcou a saída dos hebreus da terra da escravidão.
Os Tabernáculos, ou Festa das Cabanas, tinha por preceito o “morar por sete dias em cabanas ou tendas e a de levar quatro espécies de plantas para a cerimônia de bênção especial” (Judaica, p. 165, Volume 7). Era o período do fim das colheitas, e as famílias deveriam construir uma cabana nas proximidades de Jerusalém. Foi numa Festa das Cabanas que Jesus foi ao templo ensinar (Jo 7.2).
Motivo de Alegria
Deus orientou ao povo para que o momento da Festa de Pentecostes fosse uma ocasião alegre. O povo de Israel não se furtava de ser festivo.
A Festa das Colheitas ou Pentecostes deveria ser, conforme preconiza a Lei, motivo de grande júbilo para os hebreus. Deus diz: “E te alegrarás perante o SENHOR, teu Deus [...]” (Dt 16.11). Essa orientação divina incluía os filhos, os servos, os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que ali estivessem. A celebração ordenada por Deus deveria ser um motivo de confraternização que incluía até mesmo os que não pertenciam à família dos israelitas, devendo ser também um momento de alegria. Pentecostes não era um momento de tristeza ou de arrependimento, mas, sim, de satisfação, pois estavam num período de sega do trigo e da cevada que Deus dera a eles. A alegria residia em diversos fatos: de que, em meio a tanto trabalho, eles teriam um dia da semana para descansar das atividades; de que não eram mais escravos no Egito, pois, se antes trabalhavam para sustentar uma nação opressora, agora trabalhavam em suas próprias lavouras; e o de poder estar diante do Senhor Deus, obedecendo a sua Lei de forma tão inovadora.
Essa festa durava um dia, pois o povo estava em plena atividade de colheita da safra de grãos. Da mesma forma, Pentecostes traz alegria em nossos dias por ser a realização de uma das promessas mais importantes de Deus para com aqueles que creem nEle.
Os judeus, portanto, levavam a sério as comemorações ordenadas por Deus e investiam para que esses momentos fossem realmente alegres, com músicas, danças, momentos com o Senhor e comunhão com seus irmãos.
Deus orientou ao povo para que o momento da Festa de Pentecostes fosse uma ocasião alegre. O povo de Israel não se furtava de ser festivo.
A Festa das Colheitas ou Pentecostes deveria ser, conforme preconiza a Lei, motivo de grande júbilo para os hebreus. Deus diz: “E te alegrarás perante o SENHOR, teu Deus [...]” (Dt 16.11). Essa orientação divina incluía os filhos, os servos, os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que ali estivessem. A celebração ordenada por Deus deveria ser um motivo de confraternização que incluía até mesmo os que não pertenciam à família dos israelitas, devendo ser também um momento de alegria. Pentecostes não era um momento de tristeza ou de arrependimento, mas, sim, de satisfação, pois estavam num período de sega do trigo e da cevada que Deus dera a eles. A alegria residia em diversos fatos: de que, em meio a tanto trabalho, eles teriam um dia da semana para descansar das atividades; de que não eram mais escravos no Egito, pois, se antes trabalhavam para sustentar uma nação opressora, agora trabalhavam em suas próprias lavouras; e o de poder estar diante do Senhor Deus, obedecendo a sua Lei de forma tão inovadora.
Essa festa durava um dia, pois o povo estava em plena atividade de colheita da safra de grãos. Da mesma forma, Pentecostes traz alegria em nossos dias por ser a realização de uma das promessas mais importantes de Deus para com aqueles que creem nEle.
Os judeus, portanto, levavam a sério as comemorações ordenadas por Deus e investiam para que esses momentos fossem realmente alegres, com músicas, danças, momentos com o Senhor e comunhão com seus irmãos.
O Pentecostes em Atos dos Apóstolos
Voltando para o Novo Testamento e acompanhando a trajetória da narrativa de Lucas, a promessa de revestimento de poder deu-se pouco tempo depois de Jesus ter voltado aos céus.
A promessa do Eterno estava sendo cumprida. Cremos que há um momento determinado por Deus para Ele realizar seu propósito.
Somente quando o vento do Espírito veio sobre os discípulos é que eles puseram-se a obedecer a comissão dada pelo Senhor. Na verdade, eles já estavam obedecendo ao Senhor quando aguardavam em Jerusalém. O revestimento de poder prometido ainda não havia sido concedido, mas, a partir dessa concessão no dia de Pentecostes, os discípulos passaram a testemunhar de Jesus.
Aqueles discípulos já conheciam a Jesus e tinham recebido a salvação dada por Deus, mas estavam esperando o cumprimento da promessa do Pai: “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). O próprio Jesus falou do batismo no Espírito Santo aos seus seguidores como uma promessa do Pai, e esse evento teve tamanha importância que chamou a atenção de outras pessoas que estavam em Jerusalém, abrindo, assim, a oportunidade para Pedro falar de Jesus e do cumprimento da profecia de Joel naquele dia em sua primeira pregação.
Voltando para o Novo Testamento e acompanhando a trajetória da narrativa de Lucas, a promessa de revestimento de poder deu-se pouco tempo depois de Jesus ter voltado aos céus.
A promessa do Eterno estava sendo cumprida. Cremos que há um momento determinado por Deus para Ele realizar seu propósito.
Somente quando o vento do Espírito veio sobre os discípulos é que eles puseram-se a obedecer a comissão dada pelo Senhor. Na verdade, eles já estavam obedecendo ao Senhor quando aguardavam em Jerusalém. O revestimento de poder prometido ainda não havia sido concedido, mas, a partir dessa concessão no dia de Pentecostes, os discípulos passaram a testemunhar de Jesus.
Aqueles discípulos já conheciam a Jesus e tinham recebido a salvação dada por Deus, mas estavam esperando o cumprimento da promessa do Pai: “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). O próprio Jesus falou do batismo no Espírito Santo aos seus seguidores como uma promessa do Pai, e esse evento teve tamanha importância que chamou a atenção de outras pessoas que estavam em Jerusalém, abrindo, assim, a oportunidade para Pedro falar de Jesus e do cumprimento da profecia de Joel naquele dia em sua primeira pregação.
II – A PROMESSA FEITA NO ANTIGO TESTAMENTO
O Contexto de Joel
Parece que Joel era um nome comum no mundo do Antigo Testamento. O filho mais velho de Samuel chamava-se Joel (1 Sm 8.2), e um homem chamado Joel foi nomeado pelo rei Davi para que fosse governador da meia tribo de Manassés (1 Cr 27.20). Um Joel supervisionava os benjamitas em Jerusalém no período do pós-exílio (Ne 11.9), e um levita de nome Joel prestou auxílio ao rei Ezequias na restauração dos serviços do Templo (2 Cr 29.12). Do profeta Joel, homem usado por Deus, temos menção do nome do seu pai. O profeta teve seu breve ministério em Judá e, talvez, tenha sido uma pessoa próxima das atividades do templo, pois é mencionado que “foi cortada a oferta de manjar e a libação da Casa do SENHOR; os sacerdotes, servos do SENHOR, estão entristecidos” (Jl 1.9).
Para Joel, o dia do SENHOR estava chegando como um julgamento aos pecadores. A profecia do servo de Deus parece indicar que o Eterno iria usar as dificuldades pelas quais o povo passaria para fazê-lo chegar mais perto dEle. Uma praga de gafanhotos destruiu a colheita de grãos de cevada e de trigo e, após isso, há uma conclamação ao jejum e à oração (1.14; 2.15). Para um povo que dependia das chuvas para terem suas colheitas em dia, uma praga de gafanhotos coloca em risco a economia e a capacidade de sobrevivência das pessoas. Com a escassez de provisão, o preço dos alimentos sobe, e, como quem plantou grãos não pode colhê-los porque os gafanhotos destruíram a safra, a economia é afetada, trazendo enormes transtornos para a sociedade. Eles não se haviam preparado para isso.
Essa não foi a primeira vez que a Bíblia mencionou uma praga de gafanhotos como uma forma de Deus punir ou julgar um povo. Nos dias de Moisés, os egípcios perderam plantações quando “o SENHOR trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e aconteceu que pela manhã o vento oriental trouxe os gafanhotos” (Êx 10.13). Foram tantos deles que “cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra se escureceu” (v. 15). Salomão, em sua prece a Deus, mencionou problemas como “queima de searas, ferrugem, gafanhotos e pulgão” como problemas reais em seus dias (1 Rs 8.37). Apocalipse, a revelação dada a João, menciona gafanhotos com poder de escorpião para atacar os homens, e não as árvores e plantas (Ap 9.3-5). Os gafanhotos descritos em Joel também já foram considerados como uma representação dos babilônios, medos, persas, mas não nos parece adequada essa comparação. O certo é que, após esse fenômeno, Deus chama o povo para que se converta de coração a Ele (2.12). O profeta fala que haverá fartura, pois o Senhor há de abençoar a terra.
O profeta, no entanto, também traz a comunicação da efusão do Espírito. Essa era uma bênção com um precedente no próprio Antigo Testamento. Números 11 mostra-nos que Moisés, já cansado pelas atividades de seu ministério como legislador e juiz do povo, pediu ajuda ao Senhor. Deus orientou-o a separar 70 anciãos para colocar neles o Espírito que estava sobre Moisés, e, nessa ocasião, aqueles homens profetizaram apenas uma vez. Ao que nos diz o texto, Josué, o jovem que acompanhava Moisés, ficou enciumado porque havia outras pessoas profetizando no arraial, e ele recebeu de Moisés a resposta: “Tens tu ciúmes por mim? Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!” (v. 29). Na ótica de Moisés, quanto mais pessoas cheias do Espírito, melhor. E, na ótica de Deus, essa era uma ideia viável. Por que não derramar do seu Espírito sobre mais que 70 hebreus? Por que não ter milhares de pessoas sendo alcançadas por essa graça?
Parece que Joel era um nome comum no mundo do Antigo Testamento. O filho mais velho de Samuel chamava-se Joel (1 Sm 8.2), e um homem chamado Joel foi nomeado pelo rei Davi para que fosse governador da meia tribo de Manassés (1 Cr 27.20). Um Joel supervisionava os benjamitas em Jerusalém no período do pós-exílio (Ne 11.9), e um levita de nome Joel prestou auxílio ao rei Ezequias na restauração dos serviços do Templo (2 Cr 29.12). Do profeta Joel, homem usado por Deus, temos menção do nome do seu pai. O profeta teve seu breve ministério em Judá e, talvez, tenha sido uma pessoa próxima das atividades do templo, pois é mencionado que “foi cortada a oferta de manjar e a libação da Casa do SENHOR; os sacerdotes, servos do SENHOR, estão entristecidos” (Jl 1.9).
Para Joel, o dia do SENHOR estava chegando como um julgamento aos pecadores. A profecia do servo de Deus parece indicar que o Eterno iria usar as dificuldades pelas quais o povo passaria para fazê-lo chegar mais perto dEle. Uma praga de gafanhotos destruiu a colheita de grãos de cevada e de trigo e, após isso, há uma conclamação ao jejum e à oração (1.14; 2.15). Para um povo que dependia das chuvas para terem suas colheitas em dia, uma praga de gafanhotos coloca em risco a economia e a capacidade de sobrevivência das pessoas. Com a escassez de provisão, o preço dos alimentos sobe, e, como quem plantou grãos não pode colhê-los porque os gafanhotos destruíram a safra, a economia é afetada, trazendo enormes transtornos para a sociedade. Eles não se haviam preparado para isso.
Essa não foi a primeira vez que a Bíblia mencionou uma praga de gafanhotos como uma forma de Deus punir ou julgar um povo. Nos dias de Moisés, os egípcios perderam plantações quando “o SENHOR trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e aconteceu que pela manhã o vento oriental trouxe os gafanhotos” (Êx 10.13). Foram tantos deles que “cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra se escureceu” (v. 15). Salomão, em sua prece a Deus, mencionou problemas como “queima de searas, ferrugem, gafanhotos e pulgão” como problemas reais em seus dias (1 Rs 8.37). Apocalipse, a revelação dada a João, menciona gafanhotos com poder de escorpião para atacar os homens, e não as árvores e plantas (Ap 9.3-5). Os gafanhotos descritos em Joel também já foram considerados como uma representação dos babilônios, medos, persas, mas não nos parece adequada essa comparação. O certo é que, após esse fenômeno, Deus chama o povo para que se converta de coração a Ele (2.12). O profeta fala que haverá fartura, pois o Senhor há de abençoar a terra.
O profeta, no entanto, também traz a comunicação da efusão do Espírito. Essa era uma bênção com um precedente no próprio Antigo Testamento. Números 11 mostra-nos que Moisés, já cansado pelas atividades de seu ministério como legislador e juiz do povo, pediu ajuda ao Senhor. Deus orientou-o a separar 70 anciãos para colocar neles o Espírito que estava sobre Moisés, e, nessa ocasião, aqueles homens profetizaram apenas uma vez. Ao que nos diz o texto, Josué, o jovem que acompanhava Moisés, ficou enciumado porque havia outras pessoas profetizando no arraial, e ele recebeu de Moisés a resposta: “Tens tu ciúmes por mim? Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!” (v. 29). Na ótica de Moisés, quanto mais pessoas cheias do Espírito, melhor. E, na ótica de Deus, essa era uma ideia viável. Por que não derramar do seu Espírito sobre mais que 70 hebreus? Por que não ter milhares de pessoas sendo alcançadas por essa graça?
A Promessa Feita
Os discípulos de Jesus estavam no cenáculo reunidos debaixo de uma promessa: a de serem revestidos de poder para testemunhar. É provável que, por ocasião da vinda do Espírito Santo, eles não se tivessem lembrado da profecia de Joel de que, nos últimos dias, Deus derramaria do seu Espírito. Eles não tinham noção do tempo que levaria para que se cumprisse a promessa de Jesus, nem sabiam como ela seria cumprida. Quem poderia imaginar que, em um cenáculo, logo pela manhã, num dia de festa nacional, Deus moveria seu Espírito sobre aqueles homens e mulheres limitados para torná-los aptos a falar de Jesus e agir com poder em nome dEle. “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28,29). Essa profecia mostra que, no futuro, em relação aos dias de Joel, Deus visitaria a humanidade trazendo sobre ela um derramar do seu Espírito, e esse derramar do Espírito faria com que eventos, como profecias, sonhos e visões, que eram dados aos profetas no Antigo Testamento, fossem dados de forma ampla a quem não era profeta. Joel inclui pessoas que tinham poucos direitos e eram tidos por “inferiores” em algumas sociedades: os servos. Eles também seriam contemplados pelo alcance dessa promessa divina.
Os discípulos de Jesus estavam no cenáculo reunidos debaixo de uma promessa: a de serem revestidos de poder para testemunhar. É provável que, por ocasião da vinda do Espírito Santo, eles não se tivessem lembrado da profecia de Joel de que, nos últimos dias, Deus derramaria do seu Espírito. Eles não tinham noção do tempo que levaria para que se cumprisse a promessa de Jesus, nem sabiam como ela seria cumprida. Quem poderia imaginar que, em um cenáculo, logo pela manhã, num dia de festa nacional, Deus moveria seu Espírito sobre aqueles homens e mulheres limitados para torná-los aptos a falar de Jesus e agir com poder em nome dEle. “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28,29). Essa profecia mostra que, no futuro, em relação aos dias de Joel, Deus visitaria a humanidade trazendo sobre ela um derramar do seu Espírito, e esse derramar do Espírito faria com que eventos, como profecias, sonhos e visões, que eram dados aos profetas no Antigo Testamento, fossem dados de forma ampla a quem não era profeta. Joel inclui pessoas que tinham poucos direitos e eram tidos por “inferiores” em algumas sociedades: os servos. Eles também seriam contemplados pelo alcance dessa promessa divina.
O Alcance dessa Promessa
Deus anunciara a efusão do Espírito por meio de Joel, e, uma vez feita a promessa, chegou o momento do seu cumprimento. Ao longo das Escrituras, o Senhor fez promessas que entendemos serem condicionais. Nelas, Deus propõe-se a realizar um feito caso os homens correspondam ao que foi falado por Ele.
Exemplo claro de uma promessa condicional é quando Davi, antes de morrer, orienta a Salomão a que obedeça aos mandamentos do Senhor para que ele e a sua linhagem não desapareçam da história dos reis de Israel.
Essa promessa de Deus estava realmente condicionada ao comportamento dos descendentes de Davi. Caso eles descumprissem o que Deus havia ordenado, seriam esquecidos, e Deus não se utilizaria da descendência de Davi para ter reis em Israel.
Outro exemplo de promessa condicional está em Malaquias 3.10:
Deus anunciara a efusão do Espírito por meio de Joel, e, uma vez feita a promessa, chegou o momento do seu cumprimento. Ao longo das Escrituras, o Senhor fez promessas que entendemos serem condicionais. Nelas, Deus propõe-se a realizar um feito caso os homens correspondam ao que foi falado por Ele.
Exemplo claro de uma promessa condicional é quando Davi, antes de morrer, orienta a Salomão a que obedeça aos mandamentos do Senhor para que ele e a sua linhagem não desapareçam da história dos reis de Israel.
Essa promessa de Deus estava realmente condicionada ao comportamento dos descendentes de Davi. Caso eles descumprissem o que Deus havia ordenado, seriam esquecidos, e Deus não se utilizaria da descendência de Davi para ter reis em Israel.
Outro exemplo de promessa condicional está em Malaquias 3.10:
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
Esse texto não trata apenas do compromisso de um fiel para com os recursos que devem ser trazidos à Casa de Deus, mas também abrange igualmente a forma como Deus retribui aos que depositam a sua confiança nEle. Muitos pregadores alegam que devemos fazer prova de Deus após trazer os dízimos. O texto, porém, não diz que quem entrega o dízimo deve fazer prova de Deus, a menos que Ele, na verdade, não traga a sua bênção. Devemos, sim, fazer prova de Deus se Ele não nos abençoar, e essa é a condição.
Nessa mesma esteira, há as chamadas promessas incondicionais. Trata-se daquelas que não dependem de qualquer atitude por parte dos homens. O Senhor faz a promessa e encarrega-se de cumpri-la independentemente do que o homem tenha feito para facilitar, seja com recursos ou obediências, o mover de Deus.
O derramamento do Espírito Santo nos últimos dias não necessariamente dependia de atitudes humanas, mas somente do passar do tempo. “Nos últimos dias” é o requisito para que Deus cumpra aquilo que prenunciara por meio de Joel. Chegado o momento, Deus fez o que havia prometido. Os discípulos precisavam somente obedecer a Jesus e aguardar a promessa de Deus em Jerusalém.
Cumprida a promessa, Pedro, de imediato, não apenas reconheceu que a profecia de Joel havia-se cumprido naquele dia, como também que esse cumprimento tinha, inicialmente, dois objetivos: (1) após a ressurreição de Jesus e sua volta aos céus, o derramar do Espírito era um sinal claro de que Deus estava revestindo os seguidores de Cristo com uma autoridade para testemunhar e que (2) todo aquele que invocasse o nome do Senhor seria salvo. Pedro ainda deixou claro que, apesar de Jesus ter sido crucificado, Ele foi feito Cristo, o Messias: “Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36). O Senhor ressurreto, o Messias, havia mandado o seu Santo Espírito como havia prometido.
*Adquira o livro. COELHO, Alexandre. O Vento Sopra Onde Quer: O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.