quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Lição 01 - 4º Trimestre 2018 - O Que é o Movimento Pentecostal? Jovens.

Lição 1 - O Que é o Movimento Pentecostal

4º Trimestre de 2018
Introdução
I-O Milagre
II-Perigos que Rondam o Milagre
III-O Contraste da Religiosidade com a Palavra do Evangelho
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Apresentar um panorama bíblico do Pentecostes;
Reconhecer que a promessa divina do derramamento do Espírito foi feita ainda no Antigo Testamento;
Conscientizar de que o Pentecostes é uma promessa cumprida em nossos dias.
Palavra-chave: Pentecostes. 
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
De acordo com a Bíblia Sagrada, Deus enviou Jesus para redimir a humanidade de seus pecados. Esse ato foi realizado quando Cristo entregou sua vida como um sacrifício e pagou o preço do pecado. O inocente que se fez réu foi contado entre os mortos, mas retornou à vida e cumpriu o projeto de Deus para a salvação dos homens.
Enquanto esteve com os homens, Jesus realizou feitos que marcaram seu ministério, como, por exemplo, curar enfermos e expulsar demônios, e disse que aqueles que o seguissem fariam essas e outras coisas mais, como serem cheios do Espírito Santo e falar em outras línguas. O Espírito de Deus, antes dado por medida, agora seria repartido de forma abundante e traria consigo presentes de Deus para os seus servos. Denominamos esses presentes de dons espirituais.
O primeiro século foi marcado por abundantes sinais do cumprimento dessa promessa de Jesus. O Espírito de Deus veio sobre os discípulos, deu-lhes o poder para testemunharem de Jesus, dotou-lhes com a capacidade de falar línguas que eles não tinham aprendido, e até profecias foram manifestas entre eles. O que Deus disse que faria, Ele assim o fez.
Ao longo dos séculos seguintes, a Igreja do Senhor Jesus passou por diversos momentos que mudaram a sua história, mas as manifestações relatadas no primeiro século não deixaram de ocorrer. Um estudo honesto da história mostra que as manifestações conforme relatadas no livro de Atos estavam ocorrendo, ainda que de forma esparsa. Então, chegamos ao fim do século XIX, período em que essas manifestações voltaram a ocorrer em diversas partes do mundo.  
Há pouco mais de um século, cristãos em vários lugares do mundo passaram a experimentar em seus cultos um avivamento sem precedentes. Foram vistos entre eles sinais como os descritos em Atos dos Apóstolos, como falar em outras línguas, curas, libertação de pessoas oprimidas, profecias e uma forte e profunda convicção da presença de Deus, confissão de pecados e salvação.
Como esse fenômeno trouxe manifestações semelhantes às relatadas na Bíblia, precisava de um nome que o identificasse.
Discorreremos sobre a origem veterotestamentária do nome, da celebração do povo e de como Deus utilizou-se de uma data de comemoração para cumprir a promessa do revestimento de poder anunciada por Jesus.
I – UM PANORAMA BÍBLICO DO PENTECOSTES
A palavra Pentecostes refere-se a uma festa celebrada pelos israelitas 50 dias após a páscoa. No Antigo Testamento, o Senhor ordenou inicialmente três celebrações: (1) a Festa dos Ázimos, também chamada Páscoa, (2) a Festa das Primícias, ou Tabernáculos, (3) e a Festa das Colheitas, ou Pentecostes.
A Festa dos Ázimos, também chamada Páscoa, foi iniciada ainda no Egito no tempo da escravidão. Ela foi precedida de nove pragas, nas quais Deus julgou o Egito e Faraó. O Senhor orientou Moisés a falar com Faraó para que os filhos de Abraão fossem libertos; todavia, como o monarca não quis proceder com a ordem de Deus, o Eterno mostrou seu poder trazendo transtornos na ordem natural daquela civilização, julgando também seus deuses e mostrando o quanto eram impotentes ante o Deus Vivo e Verdadeiro. Com esses sinais, o Senhor estava mostrando ao seu próprio povo que Ele era o seu Deus e que todos deviam confiar nEle. A última praga foi precedida da orientação divina de que toda família hebraica deveria sacrificar um cordeiro e marcar a ombreira da porta com o sangue daquele cordeiro sacrificado. Na noite delimitada pelo Senhor, a família deveria reunir-se e comer a carne do cordeiro e pães sem fermento e, em seguida, aguardar, pois “eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízo. Eu sou o SENHOR” (Êx 12.12). A obediência ao que Deus ordenou preservou a vida daquelas famílias e marcou a saída dos hebreus da terra da escravidão.
Os Tabernáculos, ou Festa das Cabanas, tinha por preceito o “morar por sete dias em cabanas ou tendas e a de levar quatro espécies de plantas para a cerimônia de bênção especial” (Judaica, p. 165, Volume 7). Era o período do fim das colheitas, e as famílias deveriam construir uma cabana nas proximidades de Jerusalém. Foi numa Festa das Cabanas que Jesus foi ao templo ensinar (Jo 7.2).   
Motivo de Alegria
Deus orientou ao povo para que o momento da Festa de Pentecostes fosse uma ocasião alegre. O povo de Israel não se furtava de ser festivo.
A Festa das Colheitas ou Pentecostes deveria ser, conforme preconiza a Lei, motivo de grande júbilo para os hebreus. Deus diz: “E te alegrarás perante o SENHOR, teu Deus [...]” (Dt 16.11). Essa orientação divina incluía os filhos, os servos, os levitas, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que ali estivessem. A celebração ordenada por Deus deveria ser um motivo de confraternização que incluía até mesmo os que não pertenciam à família dos israelitas, devendo ser também um momento de alegria. Pentecostes não era um momento de tristeza ou de arrependimento, mas, sim, de satisfação, pois estavam num período de sega do trigo e da cevada que Deus dera a eles. A alegria residia em diversos fatos: de que, em meio a tanto trabalho, eles teriam um dia da semana para descansar das atividades; de que não eram mais escravos no Egito, pois, se antes trabalhavam para sustentar uma nação opressora, agora trabalhavam em suas próprias lavouras; e o de poder estar diante do Senhor Deus, obedecendo a sua Lei de forma tão inovadora.
Essa festa durava um dia, pois o povo estava em plena atividade de colheita da safra de grãos. Da mesma forma, Pentecostes traz alegria em nossos dias por ser a realização de uma das promessas mais importantes de Deus para com aqueles que creem nEle.
Os judeus, portanto, levavam a sério as comemorações ordenadas por Deus e investiam para que esses momentos fossem realmente alegres, com músicas, danças, momentos com o Senhor e comunhão com seus irmãos.
O Pentecostes em Atos dos Apóstolos
Voltando para o Novo Testamento e acompanhando a trajetória da narrativa de Lucas, a promessa de revestimento de poder deu-se pouco tempo depois de Jesus ter voltado aos céus.
A promessa do Eterno estava sendo cumprida. Cremos que há um momento determinado por Deus para Ele realizar seu propósito.
Somente quando o vento do Espírito veio sobre os discípulos é que eles puseram-se a obedecer a comissão dada pelo Senhor. Na verdade, eles já estavam obedecendo ao Senhor quando aguardavam em Jerusalém. O revestimento de poder prometido ainda não havia sido concedido, mas, a partir dessa concessão no dia de Pentecostes, os discípulos passaram a testemunhar de Jesus.
Aqueles discípulos já conheciam a Jesus e tinham recebido a salvação dada por Deus, mas estavam esperando o cumprimento da promessa do Pai: “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). O próprio Jesus falou do batismo no Espírito Santo aos seus seguidores como uma promessa do Pai, e esse evento teve tamanha importância que chamou a atenção de outras pessoas que estavam em Jerusalém, abrindo, assim, a oportunidade para Pedro falar de Jesus e do cumprimento da profecia de Joel naquele dia em sua primeira pregação.  
II – A PROMESSA FEITA NO ANTIGO TESTAMENTO
O Contexto de Joel
Parece que Joel era um nome comum no mundo do Antigo Testamento. O filho mais velho de Samuel chamava-se Joel (1 Sm  8.2), e um homem chamado Joel foi nomeado pelo rei Davi para que fosse governador da meia tribo de Manassés (1 Cr 27.20). Um Joel supervisionava os benjamitas em Jerusalém no período do pós-exílio (Ne 11.9), e um levita de nome Joel prestou auxílio ao rei Ezequias na restauração dos serviços do Templo (2 Cr 29.12). Do profeta Joel, homem usado por Deus, temos menção do nome do seu pai. O profeta teve seu breve ministério em Judá e, talvez, tenha sido uma pessoa próxima das atividades do templo, pois é mencionado que “foi cortada a oferta de manjar e a libação da Casa do SENHOR; os sacerdotes, servos do SENHOR, estão entristecidos” (Jl 1.9). 
Para Joel, o dia do SENHOR estava chegando como um julgamento aos pecadores. A profecia do servo de Deus parece indicar que o Eterno iria usar as dificuldades pelas quais o povo passaria para fazê-lo chegar mais perto dEle. Uma praga de gafanhotos destruiu a colheita de grãos de cevada e de trigo e, após isso, há uma conclamação ao jejum e à oração (1.14; 2.15). Para um povo que dependia das chuvas para terem suas colheitas em dia, uma praga de gafanhotos coloca em risco a economia e a capacidade de sobrevivência das pessoas. Com a escassez de provisão, o preço dos alimentos sobe, e, como quem plantou grãos não pode colhê-los porque os gafanhotos destruíram a safra, a economia é afetada, trazendo enormes transtornos para a sociedade. Eles não se haviam preparado para isso.
Essa não foi a primeira vez que a Bíblia mencionou uma praga de gafanhotos como uma forma de Deus punir ou julgar um povo. Nos dias de Moisés, os egípcios perderam plantações quando “o SENHOR trouxe sobre a terra um vento oriental todo aquele dia e toda aquela noite; e aconteceu que pela manhã o vento oriental trouxe os gafanhotos” (Êx 10.13). Foram tantos deles que “cobriram a face de toda a terra, de modo que a terra se escureceu” (v. 15). Salomão, em sua prece a Deus, mencionou problemas como “queima de searas, ferrugem, gafanhotos e pulgão” como problemas reais em seus dias (1 Rs 8.37). Apocalipse, a revelação dada a João, menciona gafanhotos com poder de escorpião para atacar os homens, e não as árvores e plantas (Ap 9.3-5). Os gafanhotos descritos em Joel também já foram considerados como uma representação dos babilônios, medos, persas, mas não nos parece adequada essa comparação. O certo é que, após esse fenômeno, Deus chama o povo para que se converta de coração a Ele (2.12). O profeta fala que haverá fartura, pois o Senhor há de abençoar a terra.
O profeta, no entanto, também traz a comunicação da efusão do Espírito. Essa era uma bênção com um precedente no próprio Antigo Testamento. Números 11 mostra-nos que Moisés, já cansado pelas atividades de seu ministério como legislador e juiz do povo, pediu ajuda ao Senhor. Deus orientou-o a separar 70 anciãos para colocar neles o Espírito que estava sobre Moisés, e, nessa ocasião, aqueles homens profetizaram apenas uma vez. Ao que nos diz o texto, Josué, o jovem que acompanhava Moisés, ficou enciumado porque havia outras pessoas profetizando no arraial, e ele recebeu de Moisés a resposta: “Tens tu ciúmes por mim? Tomara que todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu Espírito!” (v. 29). Na ótica de Moisés, quanto mais pessoas cheias do Espírito, melhor. E, na ótica de Deus, essa era uma ideia viável. Por que não derramar do seu Espírito sobre mais que 70 hebreus? Por que não ter milhares de pessoas sendo alcançadas por essa graça?      
A Promessa Feita
Os discípulos de Jesus estavam no cenáculo reunidos debaixo de uma promessa: a de serem revestidos de poder para testemunhar. É provável que, por ocasião da vinda do Espírito Santo, eles não se tivessem lembrado da profecia de Joel de que, nos últimos dias, Deus derramaria do seu Espírito. Eles não tinham noção do tempo que levaria para que se cumprisse a promessa de Jesus, nem sabiam como ela seria cumprida. Quem poderia imaginar que, em um cenáculo, logo pela manhã, num dia de festa nacional, Deus moveria seu Espírito sobre aqueles homens e mulheres limitados para torná-los aptos a falar de Jesus e agir com poder em nome dEle. “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito” (Jl 2.28,29). Essa profecia mostra que, no futuro, em relação aos dias de Joel, Deus visitaria a humanidade trazendo sobre ela um derramar do seu Espírito, e esse derramar do Espírito faria com que eventos, como profecias, sonhos e visões, que eram dados aos profetas no Antigo Testamento, fossem dados de forma ampla a quem não era profeta. Joel inclui pessoas que tinham poucos direitos e eram tidos por “inferiores” em algumas sociedades: os servos. Eles também seriam contemplados pelo alcance dessa promessa divina.
O Alcance dessa Promessa
Deus anunciara a efusão do Espírito por meio de Joel, e, uma vez feita a promessa, chegou o momento do seu cumprimento. Ao longo das Escrituras, o Senhor fez promessas que entendemos serem condicionais. Nelas, Deus propõe-se a realizar um feito caso os homens correspondam ao que foi falado por Ele.
Exemplo claro de uma promessa condicional é quando Davi, antes de morrer, orienta a Salomão a que obedeça aos mandamentos do Senhor para que ele e a sua linhagem não desapareçam da história dos reis de Israel.
Essa promessa de Deus estava realmente condicionada ao comportamento dos descendentes de Davi. Caso eles descumprissem o que Deus havia ordenado, seriam esquecidos, e Deus não se utilizaria da descendência de Davi para ter reis em Israel.
Outro exemplo de promessa condicional está em Malaquias 3.10:
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.
Esse texto não trata apenas do compromisso de um fiel para com os recursos que devem ser trazidos à Casa de Deus, mas também abrange igualmente a forma como Deus retribui aos que depositam a sua confiança nEle. Muitos pregadores alegam que devemos fazer prova de Deus após trazer os dízimos. O texto, porém, não diz que quem entrega o dízimo deve fazer prova de Deus, a menos que Ele, na verdade, não traga a sua bênção. Devemos, sim, fazer prova de Deus se Ele não nos abençoar, e essa é a condição.
Nessa mesma esteira, há as chamadas promessas incondicionais. Trata-se daquelas que não dependem de qualquer atitude por parte dos homens. O Senhor faz a promessa e encarrega-se de cumpri-la independentemente do que o homem tenha feito para facilitar, seja com recursos ou obediências, o mover de Deus.
O derramamento do Espírito Santo nos últimos dias não necessariamente dependia de atitudes humanas, mas somente do passar do tempo. “Nos últimos dias” é o requisito para que Deus cumpra aquilo que prenunciara por meio de Joel. Chegado o momento, Deus fez o que havia prometido. Os discípulos precisavam somente obedecer a Jesus e aguardar a promessa de Deus em Jerusalém.
Cumprida a promessa, Pedro, de imediato, não apenas reconheceu que a profecia de Joel havia-se cumprido naquele dia, como também que esse cumprimento tinha, inicialmente, dois objetivos: (1) após a ressurreição de Jesus e sua volta aos céus, o derramar do Espírito era um sinal claro de que Deus estava revestindo os seguidores de Cristo com uma autoridade para testemunhar e que (2) todo aquele que invocasse o nome do Senhor seria salvo. Pedro ainda deixou claro que, apesar de Jesus ter sido crucificado, Ele foi feito Cristo, o Messias: “Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36). O Senhor ressurreto, o Messias, havia mandado o seu Santo Espírito como havia prometido. 
*Adquira o livro. COELHO, Alexandre. O Vento Sopra Onde Quer: O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
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Lição 01 - 4º Trimestre 2018 - Parábola - Uma Lição para a Vida - Adultos.

Lição 1 - Parábola: Uma Lição para VidaVideoaula - pastor Wagner Tadeu dos Santos Gaby


4º Trimestre de 2018
ESBOÇO GERAL
I – O QUE É PARÁBOLA
II – CONTEXTO SOCIAL E LITERÁRIO
III – COMO LER UMA PARÁBOLA
A PARÁBOLA
Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Eliel dos Santos Gaby
A parábola é uma “narração alegórica que encerra uma doutrina moral”1  e tem como propósito facilitar a compreensão de uma mensagem através do compartilhamento de uma história, fixando assim conceitos essenciais em nossa mente, e isto é possível, uma vez que a parábola contém sempre uma lição central. Para Champlin ‘parábola’ “indica, literalmente, comparação, e é comumente usada para indicar uma história breve, um exemplo esclarecedor, que ilustra uma verdade qualquer”2.  Assim, a parábola é uma história que objetiva que algo seja claramente compreendido a partir de uma ilustração com base na situação vivencial da vida comum.
A parábola é diferente de uma fábula e de um mito. Sobre a diferença existente entre a parábola e a fábula, Champlin destaca que “a fábula é uma forma de história ilustrativa fictícia e que ensina através da fantasia, mediante a apresentação de animais que falam ou de objetos animados. A parábola nem sempre lança mão de histórias verídicas, mas admite a probabilidade, ensinando mediante ocorrências imaginárias, mas que jamais fogem à realidade das coisas”3.  Em relação à diferença entre a parábola e o mito é necessário verificar que este “narra uma história como se fosse verdadeira, mas não adiciona nem a probabilidade e nem a verdade. A parábola não tenta contar uma história que deve ser aceita como história real e, sim, um tipo de narrativa que nem sempre sucedeu realmente”.4
Para Cope, a “parábola é justaposição, isto é, colocação de uma coisa ao lado de outra com a finalidade de comparação e ilustração; indicação de casos paralelos ou análogos; é o caso do argumento da analogia. [...] Aristóteles distingue parábola em geral da fábula dizendo que a primeira descreve relações humanas, com o que as parábolas do N.T. concordam; inventa casos análogos que não são históricos, mas sempre verossímeis, isto é, sempre prováveis e correspondendo ao que de fato ocorre na vida real”.5 
É comum limitarmos o significado e alcance das parábolas somente no Novo Testamento, porém, sua verificação é ampla na história antiga e também está presente no Antigo Testamento. Apesar de Cristo ter se utilizado de parábolas para transmitir sua mensagem de forma simples e clara, fato este marcante inclusive no seu ministério terreno, não foi ele o criador desse recurso. As parábolas são verificadas entre os povos orientais da antiguidade, e, na literatura judaica eram usadas de maneira abundante na literatura dos rabinos com o objetivo de explicar verdades e doutrinas. O modo de vida agrário era o ambiente inspirador para o uso da parábola para atingir o objetivo de compartilhar uma mensagem. “Os escritos rabínicos estão cheios de histórias, alegóricas ou parabólicas quanto ao caráter, com a intenção de deixar claro algum ponto do ensino ou ilustrar alguma passagem na Bíblia Hebraica”.6  As parábolas estão presentes nos textos do Antigo Testamento devido ao fato de serem os hebreus exímios contadores de histórias, ou seja, era natural a presença das parábolas na cultura literária dos hebreus.
No que diz respeito ao uso de parábolas por outros povos na história, Charles Salmond destaca que “a utilização desse tipo de linguagem exercia atração especial sobre os povos orientais, para quem a imaginação era mais rápida e também mais ativa que a faculdade lógica. A grande família das nações conhecidas como semitas, aos quais pertencem os hebreus, junto com os árabes, os sírios, os babilônios e outras raças notáveis já demonstraram a especial tendência à imaginação, como também um gosto particular por ela”.7  A palavra hebraica mashal tem o significado de provérbio, analogia e parábola, e apesar de ser aplicada de forma variada e abrangente, a ideia essencial de seu significado faz referência a produção textual na forma de parábola.
(Texto extraído da obra “As Parábolas de Jesus:As verdades e princípios divinos para uma vida abundante. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018”. )

1BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: FTD, 1996. p.482.
2CHAMPLIN, Russell N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 5. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 57.
3 CHAMPLIN, Russell N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 5. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 57.
4 Ibidem.
COPE apud MANSON, T. W. O Ensino de Jesus. São Paulo: ASTE, 1965. p. 74.
6TENNEY, Merrill C. Enciclopédia da Bíblia – Cultura Cristã. Vol. 4. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. p. 774.
7 SALMOND, Charles apud LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia - Uma análise detalhada de todas as parábolas das Escrituras. São Paulo: Editora Vida, 2006. p. 8.

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segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Louvo ao Papai do Céu que me dá Amigos - Berçário.

Lição 14 - Louvo ao Papai do Céu que me dá amigos 

 3º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Levar as crianças a entender que o Papai do Céu lhes dá amigos de verdade.
É hora do versículo: “[...] um verdadeiro amigo é mais chegado que um irmão” (Provérbios 18.24).
Nesta lição, as crianças aprenderão que o Papai do Céu é muito bom. Ele nos ama muito e sabe que a gente precisa ter amiguinhos, por isso o Papai do Céu nos dá amigos! Todos aqui são amiguinhos uns dos outros e Jesus é amigo de todos nós! Êba! Vamos todos nos abraçar em um abraço bem apertado!
Como complemento para esta lição, após realizar todas as atividades propostas no manual do professor, e caso ainda haja tempo, sugerimos que distribua uma folha com a imagem abaixo. Nela há um desenho representando o amor de Jesus pelas crianças. Enfatize mais uma vez que Ele é o nosso maior e melhor amigo.
licao14.bercario.atividade
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário
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Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Eu Posso Ajudar? Maternal.

Lição 14 - Eu posso ajudar

 3º Trimestre de 2018
Chegamos ao final de mais um trimestre e esse é o momento propício para uma avaliação. Pensando nisso, elaboramos um pequeno questionário para ajudá-la. Caso deseje, você também poderá enviá-lo para nós, pois sua avaliação auxilia na melhora do nosso trabalho (telma.bueno@cpad.com.br). 
1. O tema geral do trimestre
Excelente – Bom – Regular – Ruim 
2. As histórias bíblicas
Excelente – Bom – Regular – Ruim 
3. Os visuais
Excelente – Bom – Regular – Ruim 
4. As atividades propostas na seção “Oficina de Ideias”
Excelente – Bom – Regular – Ruim
5. As atividades propostas na revista do aluno
Excelente – Bom – Regular – Ruim
6. A frequência dos alunos no decorrer do trimestre
Excelente – Bom – Regular – Ruim
7. O relacionamento com os pais e responsáveis
Excelente – Bom – Regular – Ruim
8. O relacionamento com os outros professores
Excelente – Bom – Regular – Ruim
9. O que você teria mudado? Por que?
10. O que não funcionou?
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal
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Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Amigos de Deus no Novo Testamento - JD Infância.

Lição 14 - Amigos de Deus no Novo Testamento

3º Trimestre de 2018
Objetivos: Os alunos deverão enumerar os personagens bíblicos que foram estudados ao longo do trimestre.
É hora do versículo: “[...] foi chamado de 'amigo de Deus'” (Tg 2.23).
Nesta lição, as crianças farão uma revisão geral dos personagens que foram estudados durante todo o trimestre. Esta revisão será feita a partir de algumas informações mais importantes sobre esses personagens.
Este trimestre possui 14 domingos. Estamos disponibilizando a 14ª lição para o aluno.
Esperamos que esta aula enriqueça muito a vida de sua classe.
jardimalunolicao14
jardimaluno2licao14
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Um Viajante Bondoso - Primários.

Lição 14 - A História de um Viajante Bondoso

3º Trimestre de 2018
Objetivo: Que o aluno compreenda que devemos amar e cuidar de todos, sem discriminação, como queremos ser amados e cuidados.
Ponto central: Jesus nos ordena a amar a todos como a nós mesmos.
Memória em ação: “[...] Ame os outros como você ama a você mesmo” (Gl 5.14b).
     Querido (a) professor (a), chegamos ao final de mais um trimestre e que histórias e lições ricas pudemos estudar ao longo desse período. Apesar das dificuldades, você foi usado (a) por Deus para semear preciosas sementes. Não turbe o seu coração, pois o crescimento e o frutificar delas são com o Senhor (1 Co 3.7). Apenas seja perseverante em continuar realizando a obra que Ele lhe confiou!
     Aproveite o final do trimestre, e previamente faça uma decoração espalhando pela sala o visual das demais histórias contadas nas aulas anteriores. Faça uma brincadeira tipo “galinha choca”, “adoleta” ou outra do tipo para que aleatoriamente uma criança escolhida identifique por meio da cena do visual de qual parábola se trata e a lição que aprendeu com ela. Esta é uma forma de recapitulação e memorização divertida, além de enfatizar ainda mais os valores que Jesus ensinou em cada história.
    Esta última parábola narrada em Lucas 10.25-37 é particularmente uma das minhas preferidas. Ela basicamente frisa a principal mensagem de Jesus: amar a Deus no próximo (Mt 22.39,40). E, sobretudo explica quem é este próximo, justamente a pessoa que lhe for mais “odiosa”.
     Um bibliólogo certa vez explicou a profundidade do arquétipo do “samaritano”, estrategicamente escolhido por Jesus. Em 722 a. C. o reino da Samaria foi vencido e o povo levado para a Assíria em cativeiro, onde casaram com povos pagãos, o que era proibido pela lei de Moisés. Por isso, ao longo dos séculos o povo de Jerusalém odiava os samaritanos, não os considerando mais judeus por eles terem se misturado. Tal expositor da bíblia, questionou para contextualizar essa lição narrada por Jesus, quem hoje são “os samaritanos” dos crentes? Os homossexuais, as prostitutas, traficantes, assassinos, presidiários, os do partido político A ou B ... ?
    E para você, quem seria a pessoa mais digna de ser desprezada, punida, odiada ou excluída? Segundo Jesus, é essa o seu “samaritano”, o seu próximo, a quem você deve amar tão profundamente como a si mesmo. E não apenas em palavras, mas principalmente com AÇÕES! Reflita sobre a grandeza desta lição contada (e vivida!) pelo Rabi, o Mestre dos mestres e analise-se, veja se a tem praticado em seu viver cristão, em seu discurso e prática.
    Como dissemos no subsídio anterior, em nossa nação hoje, vivemos dias extremamente conturbados, onde discursos de ódio e violência são aceitos e aclamados até mesmo nos púlpitos das igrejas, sob suposta “defesa” da fé, da família, da moral e dos bons costumes. Não se deixe enganar. A Palavra nos foi dada, estão aí os Evangelhos nos mostrando que os fariseus, isto é, os “crentes” da época do ministério terreno do Messias, faziam o mesmo, usavam as Escrituras como pretexto para todo tipo de maldade e falta de compaixão com o próximo. Ao que Jesus lhes disse:
    “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.
    Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” Mateus 23.27,28.
  Estes mesmos Evangelhos nos mostram também o caráter amoroso de Jesus Cristo – severo com os religiosos (Mt 12.34; 23.14-33), mas mui misericordioso para com os excluídos, marginalizados, tidos por “escória” de sua sociedade (Lc 5.27-32; 7.37-50).
   Lembre-se: “Toda a Lei se resume num só mandamento, a saber: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’” (Gl 5.14).
   Nada que você faça – ainda que seja por zelo pela Palavra, seja pela moral, família, bons costumes ou mesmo pela fé –, terá qualquer valor para o Senhor se não tiver AMOR (Cf Mt 25.35-45; 1 Co 13).
    Que o Deus lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas lições da Revista Primários. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Histórias de Fé e Coragem - Juniores.

Lição 14 - Histórias de Fé e de Coragem

3º Trimestre de 2018
Texto bíblico: Hebreus 11.
Prezado(a) professor(a),
Estamos concluindo mais um trimestre de estudo da Palavra de Deus e esta é uma ótima oportunidade para conversar com seus alunos a respeito do que eles aprenderam durante todo o trimestre. A lição de hoje ressalta que a fé e coragem, encontradas nos heróis da fé, são fruto da comunhão e intimidade que tinham com Deus. Por mais capacitados e competentes que fossem eles não se exaltavam achando que podiam resolver seus problemas sozinhos, antes, depositaram a fé em Deus e se portavam dependentes da sua provisão. Estas características adicionadas à obediência resultaram em testemunho de fé para os crentes da igreja do Novo Testamento (At 28.23; Rm 3.21). Mediante o exemplo desses grandes homens de Deus que não recuaram em atender ao chamado divino, é possível aprender que, se tivermos a mesma fé e esperança no Senhor que pode todas as coisas, também não ficaremos desamparados. Da mesma forma que Deus agiu em favor desses homens, assim também será em nossas vidas, pois Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Compartilhe destas verdades com seus alunos e você verá que a sua fé também será edificada.
A. Aprender a depender de Deus. A Bíblia relata que os heróis da fé eram pessoas semelhantes a nós, possuíam as mesmas fraquezas e limitações (cf. Tg 5.17). No entanto, reconheciam o quão dependentes eram de Deus. A humildade em reconhecer as próprias limitações é fundamental para um relacionamento pessoal com Deus. Não há na Palavra de Deus nenhum herói da fé que tenha vencido ou obtido êxito em alguma missão, que não tenha se mostrado dependente de Deus. Pode acontecer com seus alunos, nesta fase de desenvolvimento das capacidades cognitivas, que alguns deles pensem ser mais capazes do que outros. Mostre que em tudo o que temos e o que fazemos, Deus deve receber a honra e a glória. Até mesmo nossas qualificações é fruto do amor e da graça de Deus agindo em nossas vidas. A Bíblia conta a história de grandes homens de Deus que reconheceram que dependiam de Deus: Abraão, José, Moisés, Elias, Daniel e outros.
B. Uma vida de fé e obediência. Não são poucos os exemplos que encontramos na Bíblia, os quais nos mostram a importância de uma vida de oração. Os heróis da fé enfrentaram momentos muito difíceis, nos quais, tiveram a sua fé provada ao extremo, mas não deixaram a fé e obediência a Deus. É interessante como Deus se revelou na vida desses personagens de maneira gloriosa, livrando-os do fogo, das perseguições, da cova dos leões e dos homens maus que desejavam matá-los (cf. 1 Sm 18.17; 19.1; Et 3.7-10; Dn 3; 6). Em todas as circunstâncias o Senhor nunca os abandonou, mesmo quando pensavam que não veriam mais a mão do Deus agindo de forma favorável.
C. Um exemplo de fé para os crentes do Novo Testamento. A fé manifestada no Antigo Testamento serviu de apoio para a igreja do Novo Testamento. Muitas vezes os apóstolos convenciam os judeus de que Cristo era o Messias que havia de vir, baseados nas palavras ditas pelos profetas que os precederam (cf. At 3.22-36). Semelhantemente, a igreja de Cristo nos dias atuais, também lança mão das palavras dos profetas e do testemunho dos apóstolos como base para fundamentar o que acreditam (cf. Ef 2.19-22). O Senhor Jesus prometeu aos seus discípulos que não os deixariam desamparados em momento algum (cf. Jo 14.18). Esta mesma certeza deve ser experimentada por seus alunos. Nos momentos mais difíceis que enfrentarem é ao Senhor a quem devem clamar, a fim de que sejam ajudados em tempo oportuno e possam glorificar a Deus.
Aproveite a ocasião da aula e converse com seus alunos a respeito da fé. Pergunte se eles são pessoas que confiam em Deus com facilidade e demonstram bastante coragem, ou encontram muita dificuldade para depositarem total confiança em Deus. Mostre-lhes que até mesmo os grandes heróis da fé tiveram seus momentos de fraqueza. Mas Deus, que é rico em misericórdia, se compadeceu deles e os fortaleceu para que não desfalecessem. Em muitas ocasiões, tudo o que é preciso fazer para superar os desafios é confiar e depender de Deus.
Recorte e leve para a sala de aula várias tiras de papel. Escreva nelas os nomes dos heróis da fé. Se preferir, você pode utilizar os heróis apresentados em cada lição da revista. Deposite as tiras em uma sacola ou caixa de sapato. Peça para cada aluno retirar um papel e, numa folha separada, escrever as qualidades e fraquezas desses heróis. Ao final, eles deverão dizer com quais dessas características mais se identificam.
Por Thiago Santos
Educação Cristã - Publicações CPAD
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Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Jesus Aparece aos Seus Discípulos - Pré Adolescentes.

Lição 14 - Jesus Aparece aos Seus Discípulos

3º Trimestre de 2018
Texto bíblico: João 20.19—21.17.
Prezado(a) professor(a),
Esta é a última lição do trimestre e, certamente, seus alunos aprenderam muitas verdades sobre o evangelho de João. Nesta última lição, seus alunos estão convidados a estudar com maiores detalhes o momento em que Jesus apareceu aos seus discípulos. Muitos pensam que Jesus apareceu uma única vez após haver ressuscitado, porém a Bíblia relata pelo menos mais cinco aparições. Dentre elas está o episódio citado no evangelho de João, quando o Mestre aparece aos seus discípulos junto ao Mar de Tiberíades. Naquela ocasião o Senhor tem uma conversa muito franca com o apóstolo Pedro e o testa para ensiná-lo uma importante lição a respeito do amor. O cuidado de Jesus pelos seus discípulos é maravilho e o seu amor não muda. O Mestre precisava aproveitar aquela ocasião para restaurar o coração de Pedro que ainda se encontrava entristecido por haver negado o Senhor no momento que antecedeu a sua condenação. Este episódio nos ensina grandes lições sobre o nosso relacionamento com o Mestre. O Senhor conhece os que são seus e intercedeu para que nenhum deles viesse a se perder (cf. Jo 17.15-21).
1. O amor de Jesus é contínuo. O amor do Mestre por seus discípulos não se resumiu ao período de seu ministério terreno. Mesmo após ser abandonado por eles durante o momento de sua prisão, o evangelho de João relata que Jesus Cristo os amou enquanto estava neste mundo e os amou até o fim (Jo 13.1). Ainda depois de ressurreto, Jesus reencontra os seus discípulos e lhes faz uma promessa: que estaria com eles todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28.20). O comprometimento do Mestre com seus discípulos mostra que Ele os conhecia profundamente e sabia que não poderiam suportar morrer com Ele naquele momento trágico da sua condenação. Por esse motivo, a aparição de Jesus ressurreto, inclusive com a presença de Tomé, expressava que o Senhor não queria deixar nenhum deles de fora da promessa. Antes, era uma demonstração de cuidado e fidelidade com aqueles que Ele havia convocado para anunciar o evangelho até os confins da terra (cf. Jo 15.16-19).
2. A necessidade de restauração. O caso de Pedro demandava maiores cuidados, pois ele havia sido o único discípulo que se aproximara de Jesus durante o momento do seu julgamento. Nenhum deles estava preparado para morrer juntamente com o Mestre. Ademais, aquela hora era propicia para que o Messias fosse julgado e condenado, porquanto para isso Ele havia sido enviado ao mundo (cf. Jo 18.37). Isso não justifica o fato de que Pedro não deveria ter negado o seu Senhor, mas revela os limites da natureza humana. Jesus o conhecia muito bem e sabia do seu amor, mas ainda era preciso que Pedro aprendesse uma última lição. Depois da refeição à beira da praia, junto ao Mar de Tiberíades, Jesus pergunta a Pedro se ele o amava. Após afirmar três vezes que sim, que o amava, Jesus reforça a lição: “apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21.15-17). O cuidado para com o rebanho do Senhor e a incumbência de iniciar os trabalhos da igreja primitiva estavam sobre os ombros de Pedro, uma grande responsabilidade que o apóstolo encarregou-se de cumprir fielmente.
O apóstolo Pedro recebeu um perdão sem igual da parte do Senhor. Este mesmo amor ainda se encontra à disposição de todos os servos de Deus, mesmo quando cometem alguma falha. Aproveite a ocasião e converse com seus alunos sobre o comportamento de Pedro. Pergunte se alguma vez eles já se sentiram como Pedro, indigno de ser amado por Jesus e inapto para atender ao chamado divino. Mostre à classe que o nosso Deus é misericordioso e trabalha para que estejamos capacitados a cumprir a sua vontade. Talvez alguns de seus alunos tenham negado o Mestre em alguma ocasião e isso trouxe muita tristeza. Reforce que o Senhor continua a amá-los e deseja que eles aprendam a amá-lo e sejam fiéis também.
Por Thiago Santos
Educação Cristã - Publicações CPAD
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Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Igreja na Atualidade - Adolescentes.

Lição 14 - Igreja na Atualidade

3º Trimestre de 2018
ESBOÇO DA LIÇÃO
TEMPOS DIFÍCEIS
FAÇA A DIFERENÇA!
OBJETIVOS
Contextualizar a atual situação da Igreja;
Alertar sobre os perigos da Teologia da Prosperidade;
Incentivar os alunos a fazerem a diferença nas suas vidas.
O joio na igreja: como conviver com os infiéis
Douglas Roberto de Almeida Baptista
A tensão entre as diferenças de comportamentos na igreja resulta em problemas de relacionamentos de uns para com outros e inclusive com a liderança. A questão precisa ser administrada com sabedoria e muita paciência. Cristo ao contar a parábola do trigo e o joio ensinou que devemos aprender conviver com estas pessoas sob o risco de “colher o joio e arrancar também o trigo com ele” (Mt 13.29).
O próprio Cristo precisou conviver com o joio durante seu ministério terreno. Por aproximadamente três e ano meio Jesus suportou Judas. Cristo sempre soube que Iscariotes era falso, ladrão e traidor (Jo 6.70; 12.6; 18.5), no entanto o manteve como membro do colegiado apostólico. No final, Judas arrancou-se e arrebentou-se sozinho (At 1.18). Acerca deste tipo de pessoas Paulo advertiu a Timóteo: “Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario (...). Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2Tm 3.9,13).
Uma das maiores dificuldades no ministério pastoral é saber como apascentar, “administrar” e como manter “bom relacionamento” com os crentes infiéis. Eles fazem parte da igreja. São membros ou congregados identificados nas Escrituras como o joio do campo da parábola de Jesus.
Na parábola, Cristo ensinou que a semente do joio era resultado da falta de vigilância dos homens, sendo sutilmente aproveitada pelo inimigo: “dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se” (Mt 13.25). Mais tarde, ao ser interrogado em particular, acerca do significado da parábola,  Jesus explicou aos apóstolos: “... o joio são os filhos do maligno; o inimigo, que o semeou, é o diabo” (Mt 13.38-39).
De acordo com o ensino de Jesus sempre haverá joio em nosso meio. O número deles dependerá de nossa vigilância espiritual. Uma igreja dormente é aquela que permite o joio germinar e multiplicar. O joio se alastra quando é negligenciado o discipulado para os novos convertidos. O joio se multiplica quando a igreja ignora o ensino da palavra de Deus. Quanto mais a igreja dormir, mais joio e menos trigo no campo. Se dormir menos, o joio será reduzido e o trigo aumentará. E ao se descobrir o joio em meio ao trigo deverá prevalecer a orientação de Jesus: “Deixai crescer ambos juntos até à ceifa” (Mt 13.30).
Não cabe ao pastor arrancar o joio. Sua função é amá-los. Amar com sinceridade, sem hipocrisia, com amor não fingido (Rm 12.9). Não pode ignorar suas necessidades nem tampouco menosprezar sua companhia. Agindo assim, é possível que um dia o joio seja transformado em trigo: “Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível”  (Mt 19.26). 
(Texto extraído do site CPADNEWS, disponível em: http://www.cpadnews.com.br/blog/douglasbaptista/o-cristao-e-o-mundo/137/o-joio-na-igreja:-como-conviver-com-os-infieis.html)

Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Desenvolvendo a Sua Salvação - Juvenis.

Lição 14 - Desenvolvendo a sua Salvação

 3º Trimestre de 2018 
“[...] assim também operai a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2.12b)
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. QUEDA E REDENÇÃO
2. DESENVOLVENDO A SALVAÇÃO
3. VIVENDO DE MODO DIGNO DA SALVAÇÃO

OBJETIVOS
Aprender que é necessário operar a nossa salvação.
Conhecer quais são as marcas de um legítimo cristão, que vive de modo digno da sua salvação.
     Querido (a) professor (a), chegamos ao final de mais um trimestre e que tema especial pudemos estudar ao longo desse período. Você foi usado por Deus para semear uma preciosa semente. Não turbe o sue coração, pois o vingar dela, da germinação ao crescimento, é com o Senhor de tudo (1 Co 3.7). Apenas seja perseverante!
     A faixa etária de seus juvenis é quando muitos tomam a decisão não apenas de aceitar o presente da vida eterna em Cristo, como também de se esforçar para viver de modo condizente com ele. É muito importante explicá-los que não há absolutamente nada que possamos fazer ou deixar de fazer para nos tornar merecedores de tal dádiva, que é favor totalmente imerecido (Ef 2.8,9).
     Muitos tentam fazer os juvenis serem obedientes à Palavra e conduta cristã por meio de ameaças, medo de irem para o inferno ou mesmo de receberem alguma punição por parte de Deus ainda hoje, no presente. Quem nunca ouviu um crente dizer: “Deus vai pesar a mão sobre você”? A verdade é que todo esse discurso nada tem a ver com os do próprio Jesus (Mt 11.30).  Sobretudo tratando-se de fidelidade, não há coisa alguma mais poderosa do que o amor, gratidão e respeito, muito menos o medo. Como o apóstolo dos gentios bem disse, sem amor, NADA – por mais grandioso ato de fé e obediência que pareça –, tem qualquer proveito aos olhos do Todo-Poderoso (1 Co 13.1-3).
    Se nem nós, seres humanos, queremos ser “amados” ou mesmo receber qualquer “afeto” por causa do medo ou interesse alheio em conseguir algo de nós, imagina o Senhor?! 
     A fim de lhe preparar ainda mais e inspirar para tal conversa com os seus juvenis, segue abaixo um artigo do nosso saudosíssimo Pr. Antônio Gilberto, publicado outrora no CPAD News.
A Doutrina da Salvação
A salvação é uma obra inteiramente independente de nossas obras, esforços e méritos. Contudo, o homem tem certas condições a cumprir. Essas condições são a fé, o arrependimento e a confissão.
Fé é a confiança em Deus. Ela se ocupa com Deus, assim como o arrependimento ocupa-se com o pecado e o remorso. A fé divisa a misericórdia divina, quando toma-se a mão para receber a salvação (Ef 2.8).
O arrependimento honra a Lei de Deus. Mas, tanto a fé como o arrependimento vêm graciosamente de Deus, para que o homem não tenha de que gloriar-se (At 5.31; Rm 2.4; 12.3; 10.17; At 11.18; Fp 2.13; 2Tm 2.25; Ez 36.27 e Jr 31.3). Bem disse o profeta Isaías que Jeová é a nossa salvação (Is 12.2).
A fé e o arrependimento devem acompanhar o crente em toda sua vida. O primeiro é indispensável ao recebimento das bênçãos; o segundo fá-lo zeloso para pureza. O crente que sabe arrepender-se e humilhar-se aos pés do Senhor é um grande vencedor. Quanto à fé, notemos uma coisa: ela somente opera através do amor (Gl 5.6; Ef 6.23; 2Tm 1.13 e 1Tm 5.8). Há por aí os que se dizem cheios de fé, porém sem qualquer dose de amor divino. É uma anomalia, uma decepção, uma negação da verdade (1Co 13.2).
No tocante à salvação, confissão significa confessar publicamente a Cristo como Salvador. Após crer com o coração (Rm 10.10a), é preciso confessar ou declarar que agora é crente (Rm 10.9-10). Crer Nele sem confessá-lo é flagrante covardia; confessá-lo sem nEle crer é hipocrisia.
Expliquemos: a salvação é uma dádiva ou presente de Deus para nós (Ef 2.8; Tt 3.3 e Rm 6.23). Suponhamos que alguém te ofereça um grande e rico presente, porém suas mãos estão ocupadas com uma porção de objetos inúteis e sem valor, e não queres largar essas coisas para receber esse presente, recusando-o assim. O mesmo acontece em relação a Deus e à Sua salvação. Mas, suponhamos que tu largues tudo e aceites o presente. Nada mereces pelo fato de estenderdes a mão para receber o presente, mas, ao fazer assim, satisfazes a condição para receber essa dádiva. O mesmo se dá em relação à salvação.
    O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Juvenis. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Deus Continua Realizando Milagres - Jovens.

Lição 14 - Deus Continua Realizando Milagres

3º Trimestre de 2018
Introdução
I - A Continuidade da Missão de Jesus Cristo pela Igreja
II - Os Fatores Impeditivos dos Milagres
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Revisar a realização da continuidade da missão de Jesus Cristo pela igreja;
Avaliar os fatores impeditivos dos milagres.
Palavras-chave: Milagre.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor César Moisés Carvalho:
   
Esta última reflexão poderia ser apenas um libelo contra o cessacionismo. Contudo, ela será mais um grito direcionado ao pentecostalismo que uma defesa do movimento. Isso pela verdade de que, à proporção que o pentecostalismo cresce, é igualmente notório um arrefecimento do seu aspecto carismático, tornando-se cada dia mais institucionalizado e formal. Portanto, reservei este último texto para juntar-me a algumas vozes que ultimamente têm se levantado no afã de bradar, intramuros, que é preciso que o pentecostalismo continue sendo, antes de qualquer coisa, um movimento do Espírito. A fim de manter-se nessa posição, e como parte do modo simples e direto de o pentecostal ler a Bíblia Sagrada, é perfeitamente compreensível que os adeptos do movimento busquem respaldo na Palavra de Deus para sua prática de fé, ou seja, para fundamentar biblicamente o que se vivencia. Um desses textos, no que diz respeito ao exercício dos dons e atuação evangelística do pentecostalismo, é o de Marcos 16.15-20. Conhecido como “fim mais longo”, autores como o teólogo pentecostal, Jerry Camery-Hoggatt, pontua que tal “fim” está demarcado a partir do versículo nove. Ele é taxativo em afirmar que, por não constar o referido texto nos melhores manuscritos, “devemos ter em mente que não tem a autoridade da Escritura, e tomarmos cuidado para não incluir essas observações como fatores na interpretação do próprio Evangelho de Marcos”.1 Ele refere-se especificamente aos “pentecostais e carismáticos”, pois, como se sabe, tais “grupos prestam atenção especial à profecia sobre os sinais milagrosos que acompanham a missão cristã, nos versículos 17 e 18 (cf. também v. 20)”, pois, continua, para “esses leitores, a ‘perda’ do fim mais longo parece diminuir a promessa da Escritura de que a vida do crente será acompanhada por sinais milagrosos e carismáticos”. Contudo, como forma de “compensar” tal perda, Camery-Hoggatt recorda que “esses sinais são atestados em outros lugares da Escritura e, talvez mais concretamente, na vida real da comunidade de fé”, pois, finaliza, “Deus não fracassou em se mover de forma redentora ou milagrosa”.2
Apesar de a posição de Camery-Hoggatt ser inflexível, ele faz uma observação importante que é o fato de que os sinais são atestados por outros textos bíblicos e, mais ainda, eles são uma realidade concreta na igreja. E isso é suficiente para fundamentar sua existência na contemporaneidade. A. Elwood Sanner, explica que essa porção escriturística marcana apresenta “o que se chama de ‘um dos maiores problemas textuais do Novo Testamento’”, pois os “dois manuscritos mais antigos e confiáveis (Vaticano e Sinaítico) omitem totalmente estes versículos, e encerram o Evangelho de Marcos em 16.8”, além de que tais “versículos também não aparecem em vários outros antigos manuscritos e também em algumas versões”.3  Contudo, pode-se questionar o porquê de tal texto constar, sem nenhum problema, nas versões bíblicas mais conhecidas (ARC, ARA, e entre colchetes na NTLH e TB, por exemplo). Tal se dá por conta de que estas traduções baseiam-se no chamado textus receptus, tradução do Novo Testamento, editada por Erasmo de Roterdã e “revisado por Stephanus [Roberto Estienne], que serviu de base para edições posteriores até meados do séc. XIX”.4  Sem mais alongar-se no assunto e acerca da referida tradução, é preciso dizer, com o mesmo Camery-Hoggatt, que tal se deu por conta do alargamento do que se “constitui um cânon autorizado da Escritura”: É este “‘uma lista de livros autorizados, no teor dos autógrafos’”  ― dos textos saídos das mãos dos autores ― ou apenas as cópias dos originais? Sendo assim, apesar de algo não recomendado por Camery-Hoggatt, redefiniu-se “o significado do termo cânon para excluir a referência aos autógrafos e enfatizar o ‘texto recebido’ (textus receptus)”.6  Em termos diretos, embora se admita que o texto do “fim mais longo” não seja compatível com a linguagem e o estilo de Marcos, e que tal porção falte nos manuscritos mais antigos, encontrados posteriormente (por volta do século 17), isto é, após a consolidação do texto bizantino que, desde o final do terceiro século era utilizado por toda a cristandade e fonte para o textus receptus, diz Julio Barrera, o entendimento é que “esta passagem, conhecida já no século II por Justino e por Taciano, deve ser considerada parte do texto canônico de Mc”.7
Numa palavra, ainda que se admita que o texto seja “seja acréscimo de retalhos tomados de outros escritos do Novo Testamento, o trecho conserva o pensamento de Marcos, isto é: os discípulos devem continuar a ação de Jesus”.8  Assim, abordei essa questão apenas porque os cessacionistas utilizam tais argumentos para refutar o exercício evangelístico do movimento pentecostal que, desde sempre entendeu que levar a mensagem completa do Evangelho implica não apenas no anúncio, mas também, nos sinais que o acompanham. Não há dúvida que os que têm uma visão elevada da Escritura, ou seja, que a honram como Palavra de Deus, entendem que os milagres são também para os nossos dias, afinal, o texto bíblico diz claramente que “estes sinais seguirão aos que crerem” (v.17a). Tal promessa possui respaldo em outros textos das Escrituras, pois como lembra Craig Keener, “entre os sinais da era messiânica, Isaías predisse que os enfermos seriam curados, a língua dos mudos falaria (Is 35.5,6; contudo a ideia de línguas poderia ser uma referência aos eventos descritos em At 2.4 e 1Co 14) e o povo de Deus testemunharia a seu respeito (Is 43.10)”, pois os “poderes aqui atribuídos aos que creem são os mesmos que caracterizavam os profetas do Antigo Testamento”.Além do mais, tal tese de que o texto trata-se de um acréscimo tardio, longe de representar um problema para o pentecostalismo, revela um aspecto que reforça a importância do fato de tal texto ter sido “acrescentado” ao material de Marcos no segundo século. Se, como os versículos 17 e 18 deixam entrever, os “sinais” seguiriam aos que creem, e tais sinais cessaram com a morte do último apóstolo, ou com o encerramento do último autógrafo, não seria um perigo acrescentar tal texto quando tais prodígios já teriam desaparecido? Por que “acrescentar” uma porção bíblica que previa acontecimentos cuja experiência atual, naquele momento, já provaria sua inveracidade? Isto é, “o texto insiste na missão de levar o Evangelho ao mundo inteiro”, diz J. Delorme, “ligando estreitamente o testemunho da palavra e das obras aos sinais que o acompanham”.10  Portanto, se no segundo século, época em que de acordo com os especialistas tal texto foi incluído ao Evangelho de Marcos, tais sinais tivessem desaparecido, haveria necessidade de incluí-lo?
A única resposta coerente é que, para todos os que ouviam a leitura do Evangelho de Marcos, sobretudo após a inclusão dessa parte, o fato de essas manifestações acontecerem e causar admiração em uns e escândalo em outros, significa que tais práticas eram resultado normal da missão que eles estavam cumprindo, da mesma maneira como havia acontecido com os apóstolos que deram sequência ao ministério que lhes outorgara o Mestre (Mc 16.20). Em termos diretos, conquanto “Marcos tenha composto o Evangelho para uma congregação verdadeira e histórica”, diz Camery-Hoggatt, “para o crente pentecostal suas palavras de alguma maneira ainda soam inexplicavelmente verdadeiras”.11  E isso por uma razão muito simples: os pentecostais experimentam, em seus círculos, as mesmas maravilhas e prodígios que os destinatários originais de Marcos, bem como a Igreja do segundo século que lia o seu Evangelho no formato que temos em nossas Bíblias atualmente, isto é, eles se veem “dentro” da narrativa. Tal exercício é legítimo, inclusive, exegeticamente falando.12 O já citado Craig Keener diz que ao “enxertarmos a nossa vida na narrativa bíblica, tornamo-nos parte da extensão dessa narrativa”, justamente por isso, os “primeiros pentecostais muitas vezes enxergavam Atos 28 como inacabado, uma conclusão que hoje os críticos da narrativa geralmente têm reafirmado”.13 Tal se dá por uma razão muito simples, “a missão” outorgada pelo Senhor ainda encontra-se “inconclusa”, por isso, “continuamos precisando do poder do Espírito para concluí-la (At 1.8), e é exatamente esse poder que nos é prometido (2.39, evocando também a promessa de Deus em 1.4)”.14 Assim, “nós que damos continuidade à sua missão continuamos sendo parte da narrativa da história da salvação, uma narrativa (de nossa perspectiva pós-canônica) para a qual Atos aponta”.15  De forma análoga, o mesmo raciocínio aplica-se com a narrativa do “fim mais longo” de Marcos. E se o problema for com os sinais, tal questão não é nova, pois como instrui Craig Keener, “milagres fornecem um exemplo importante de situações em que abordagens epistêmicas divergentes levam a interpretações diametralmente opostas, tanto nas narrativas bíblicas como nas atuais”.16 O que está sendo dito, é que a “maneira de enxergarmos os milagres depende de nosso parâmetro interpretativo, a nossa fé” , ou seja, é algo decidido a priori e não depende só de “evidências”. 
Portanto, se a cosmovisão do intérprete for cessacionista, ou antissobrenaturalista, nada o fará crer. Ninguém desabona a ideia de que é necessário discernimento e prudência quando se trata do miraculoso. Todavia, como oportunamente observa Craig Keener, há “céticos [que] levam [seu] ceticismo a extremos notáveis”.18  Como exemplo, o mesmo autor diz, como é lógico, que “de uma perspectiva médica, cataratas nos olhos não desaparecem imediatamente sem cirurgia”, não obstante, existem relatos do “desaparecimento instantâneo de cataratas após oração”. Assim, alguém que já decidiu não acreditar, rejeitará quaisquer fatos ou “afirmações que não combinam com a ‘realidade’ que construiu”, isto é, tais pessoas, “podem questionar a credibilidade das testemunhas, de vídeos ou até mesmo de documentação médica; ou elas podem explicar o evento de outro modo, como um evento natural que opera de acordo com princípios naturais ainda não compreendidos (e.g., poder psíquico)”. Tal é a posição, conforme foi dito no capítulo um, do teólogo reformado Simon Kistemaker. Keener diz conhecer “algumas das testemunhas de alguns desses relatos, e seria de esperar que o poder psíquico, se essa fosse a explicação, tivesse resultados mais coerentes (em contraste com a menos conhecida vontade de Deus como aquilo que os filósofos chamam de um agente inteligente e pessoal)”. A conclusão mais óbvia a que chegou o referido autor, é que “o fator comum em um grande número de relatos (em praticamente todos aqueles aos quais tive acesso) foi a oração em nome de Jesus”. E os exemplos não param por aí. Keener menciona casos de revivificação (ou “ressuscitação”), bem como de “coma profundo que parece ser morte”, e diz que estes geralmente “não se prestam facilmente a explicações psicossomáticas”. Ainda assim, o autor diz possuir “dez desses relatos testemunhados de perto por testemunhas oculares” em seu “próprio círculo de amigos e familiares”.19  Considerando que deparar-se com uma enormidade desses casos, por coincidência, seria algo realmente improvável, pergunta retoricamente Keener: “Com base na compreensão normal das probabilidades, não é mais racional pensar que a oração às vezes tem alguma relação com a recuperação?”20
Portanto, a ausência dos milagres em alguns locais não significa, absolutamente, que os prodígios divinos tenham cessado com a morte do último apóstolo. O que deve ser feito, com humildade, é buscar sinceramente diante de Deus a causa da inexistência do miraculoso entre si. Neste aspecto, a Bíblia oferece várias pistas. Ausência de fé e de oração e jejum (Mt 17.14-21), disputas teológicas e de poder (Mc 9.14,38-40), o não-compromisso e a falta de relacionamento com Deus (At 19.13-17), são apenas algumas delas. Não temo em dizer que muitos pentecostais estão optando pelo cessacionismo para justificar o desaparecimento dos milagres em suas comunidades de fé. Com isso, condescendem com a teologia reformada e buscam aprovação de quem, para os considerarem como “cristãos” exigem, tácita e debochadamente, que neguem a fé de expressão carismática. Outros, para serem aceitos nas academias, descreem das principais características do movimento simplesmente por conveniência. Neste vácuo, infelizmente, cresce o sincretismo religioso e um arremedo de péssimo gosto acaba confundido com o genuíno pentecostalismo. Por outro lado, mais importante que o milagre é ter o nome escrito nos céus, ou seja, a salvação (Lc 10.20). Compadecer-se das pessoas e vê-las como alvo do amor divino deve ser a maior motivação para que nos coloquemos à disposição de Deus a fim de sermos instrumentos dEle na esfera da operação de milagres. Tal disposição envolve não apenas o desejo de estar entre as multidões, mas também de ir para os locais de difícil acesso e de escassez de recursos, pois certamente aí é que o Senhor nos instrumentalizará ainda mais (At 8.5-13,26-40). Finalmente, é preciso entender que nem todos serão agraciados com o dom de operação de milagres, pois é justamente isso que Paulo diz aos crentes coríntios ao perguntar: “São todos operadores de milagres?” (1 Co 12.29). Evidentemente que a resposta é “não”. Portanto, nem todos serão instrumentos de Deus neste sentido como, por exemplo, o apóstolo Paulo fora (At 15.12; 19.11; 28.9; Rm 15.18,19 etc.). O importante é não perder de vista que Deus continua realizando milagres.  
*Adquira o livro do trimestre de autoria de CARVALHO, César Moisés. Milagres de Jesus: A Fé Realizando o Impossível. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens

Lição 14 - 3º Trimestre 2018 - Entre a Páscoa e o Pentecostes - Adultos.

Lição 14 - Entre a Páscoa e o Pentecostes

3º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
Somente a redenção em Jesus Cristo traz o derramamento do Espírito Santo.
ESBOÇO GERAL
I – CRISTO, NOSSA PÁSCOA
II – O PENTECOSTES, A FESTA DAS PRIMÍCIAS
III – O DIA DE PENTECOSTES
OBJETIVO GERAL
Conscientizar de que sem a Páscoa, não há Pentecostes; e, sem o Pentecostes, a Páscoa perde a sua eficácia.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Mostrar
 que Cristo é a nossa Páscoa;
Reconhecer a importância do Pentecostes, a Festa das Primícias;
Explicar o significado do Dia de Pentecostes.
Princípios de um Autêntico Avivamento
Pr. Claudionor de Andrade
Se você me perguntar qual o maior avivamento da história da Igreja Cristã, responder-lhe-ei que é o pentecostal. Não quero, com a minha resposta, desmerecer a reforma de Lutero, na Alemanha, ou a iniciativa de John Wesley, na Inglaterra.
Todavia, quando comparo ambos os movimentos ao pentecostal, vejo-me obrigado a reconhecer que este é maior e mais abrangente do que aqueles. Mas reconheço, igualmente, que sem o labor de Lutero e Wesley, nossos pais-fundadores, Daniel Berg e Gunnar Vingren, nada poderiam ter feito. No Reino de Deus, há uma santa e desejável interdependência. Todos dependemos de todos. Em meio a essas considerações, procuremos uma definição de avivamento.
O que é o avivamento
Quando nos propomos a definir o avivamento de acordo com a história e a tradição da Igreja Cristã, deparamo-nos, logo de início, com um incômodo problema de nomenclatura e semântica. Afinal, a palavra certa é “avivamento” ou “reavivamento”? Costumamos usá-las invariavelmente; temo-las por sinônimos. Todavia, há uma diferença substancial entre ambas.
Avivamento diz respeito a um organismo que, embora não esteja morto, ainda precisa experimentar a vida em sua plenitude. Foi o caso dos discípulos de Cristo. Antes do Pentecostes, não estavam mortos; tinham já o Espírito Santo a dirigir-lhes, inclusive, a escolha do sucessor de Judas Iscariotes. O próprio Jesus já havia assoprado, neles, a promessa do Consolador: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22).
Conquanto já vivessem eles como apóstolos e discípulos de Jesus, não haviam sido avivados, pelo Espírito Santo, como Igreja de Cristo. Isso só haveria de acontecer no Dia de Pentecostes, em Jerusalém, conforme o relato de Lucas, no capítulo dois de Atos.
O reavivamento, por seu turno, concerne à igreja que, em consequência de seus pecados e iniquidades, morreu organicamente e, agora, já começa a falecer como organização. Haja vista o ocorrido com a congregação de Sardes, a qual o Senhor Jesus endereça uma carta sobrecarregada de urgências: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus” (Ap 3.1,2, ARA).
Essa igreja, sim, necessitava urgentemente de um reavivamento espiritual, porque sobrevivia apenas no âmbito material. O que a tornava visível era a sua burocracia, membresia e clero.
Na morte de uma igreja, desaparece o ministério e surge o clero; os membros do corpo de Cristo fazem-se logo membresia e clientela; o que era obrigação espiritual desponta, agora, como burocracia pesada e custosa; o que era esperança cristã transforma-se numa mera agenda social e política. Uma igreja, nessas condições, precisa, sim, de um urgente reavivamento.
Portanto, o avivamento coube à Igreja Cristã que, no dia de Pentecostes, passou a viver na força e no poder do Espírito Santo. Ela foi avivada e não reavivada, pois não estava morta; apenas não havia nascido. Quanto ao reavivamento, cabe a igrejas e congregações como a de Sardes que, apesar de já terem experimentado a vida em Cristo, deixaram-se morrer espiritual e ministerialmente. Tais rebanhos carecem de um reavivamento poderoso, para que voltem à vida. Caso contrário, morrerão; logo estarão a cheirar mal.
Embora haja diferenças entre os termos “avivamento” e “reavivamento” podemos, teologicamente, usar um pelo outro, a fim de descrever o movimento do Espírito Santo numa igreja local, objetivando levá-la a experimentar novamente a vida que somente Jesus Cristo pode nos dar.
Portanto, o avivamento ou reavivamento, é a operação sobrenatural do Espírito Santo, na Igreja de Cristo, cujo principal objetivo é reconduzi-la à sua condição primordial de corpo espiritual do Filho de Deus. Essa ação do Espírito Santo só é possível por intermédio destes fatores: retorno à Palavra de Deus, à oração, à santidade, à comunhão e ao serviço cristão.
(Texto extraído da obra “Adoração, Santidade e Serviço:  Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018”. )