terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Lição 09 - 4º Trimestre 2018 - A Maravilhosa Cura Divina - Jovens. 18 a 40 anos.

Lição 9 - A Maravilhosa Cura Divina 

4º Trimestre de 2018 
Introdução
I - Esclarecendo os Termos
II - A Profecia nas Sagradas Escrituras
III - Funções da Profecia
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Mostrar a origem das enfermidades;
Reconhecer a cura como uma dádiva divina para os nossos dias;
Conscientizar de que Deus tem poder para curar.
Palavra-chave: Pentecostes.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
A história da humanidade mostra-nos um grande crescimento tecnológico com o passar do tempo. Deus deu sabedoria ao homem, e este aprendeu a lidar com o fogo, a cuidar de animais e a cultivar plantas que serviriam de alimento. O homem aprendeu a construir casas, cidades, preparou armas para proteger-se e desenvolveu mecanismos para ter uma vida de qualidade. Contudo, a história da humanidade também nos mostra que os homens desenvolveram doenças que os levaram à morte ou que lhes trouxeram incapacidade laborativa, limitações físicas e afastamento social.
O desenvolvimento de ciências como a Medicina, a enfermagem e a odontologia mostra a luta da humanidade em querer vencer as doenças e buscar tratamentos e meios para evitá-las. À medida que o tempo passa, entretanto, novos males vão aparecendo, e velhas doenças, aparentemente erradicadas, retornam ao cenário mundial. Como se isso fosse pouco, nosso século tem sido pródigo em doenças do corpo e da alma.
O movimento pentecostal traz diversas marcas, como, por exemplo, a crença no falar em línguas e no batismo no Espírito Santo, a libertação de pessoas oprimidas e possessas por espíritos malignos, a ocorrência de milagres e a cura divina. Não é incomum pessoas contarem testemunhos de curas recebidas da parte de Deus em igrejas pentecostais. Até mesmo pessoas desenganadas pela medicina têm encontrado no Eterno a cura para suas doenças do corpo e da alma.
A Bíblia mostra que Deus tem o poder e o desejo de curar pessoas em nossos dias. A cura divina está baseada nas Escrituras e corroborada nas palavras de nosso Senhor Jesus, que declarou que seus discípulos imporiam as mãos sobre os enfermos e que estes seriam curados. O Pentecostes de Atos deu prosseguimento às curas divinas e à operação de milagres operados por Jesus nos evangelhos, comprovando, assim, a atuação do Espírito de Deus na igreja. E hoje? Podemos contar com a mão de Deus para operar curas em nome de Jesus? Como pentecostais, cremos que sim.
I – ORIGEM DAS ENFERMIDADES
Descobrir a origem dos males que afetam o corpo humano não é uma tarefa simples. As doenças existem, e isso é fato. A luta do homem pela cura mostra o quanto somos frágeis e o quanto necessitamos de que nosso corpo seja tratado continuamente. Na perspectiva bíblica e teológica, surge um desafio: De onde procedem as doenças? Para que possamos compreender a cura divina, é preciso entender que ela existe para tratar males que afetam o corpo e a alma. A cura não tem sentido se não houver um mal que venha assolar um corpo, e esse mal, por sua vez, pode ter três origens.
Consequência do Pecado
A cura pode ser vista como uma consequência do pecado. O homem não foi criado doente. Deus criou o mundo com a característica original de ser bom. Desde o primeiro dia da criação até o sexto dia, nenhuma referência há que delimite a existência de um mundo infestado de pragas e males que assolariam a raça humana. Adão e Eva foram criados com saúde, sem qualquer característica de que tinham em seus corpos os elementos necessários para o desenvolvimento do processo de deterioração. Vivendo no estado de perfeição no Éden, eles tinham não apenas a comunhão com Deus, mas também a saúde perfeita e um ambiente favorável à longevidade. A única referência à morte foi dada pelo próprio Deus ao advertir que não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles não eram eternos, pois foram criados, mas gozavam da imortalidade, até que decidiram priorizar aquilo que a serpente disse ser mais importante, descartando o que o Senhor havia ordenado. O pecado agora afetou a constituição física do primeiro casal, que passou a estar sujeito aos efeitos da morte, com a deterioração do corpo, e seus descendentes passaram a herdar igualmente a possibilidade de contrair doenças. Estas, como fruto do pecado, passaram a coexistir com a humanidade como um vetor de envelhecimento e morte.
A enfermidade pode ser entendida como uma consequência do pecado? Sim. Quando Jesus cura um coxo no dia de sábado, recomendou a ele: “Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior” (Jo 5.14). Considera-se que aquele homem certamente cometera um mal que o impedia de ter a saúde normalizada, e a recomendação de Jesus seria um alerta para ele andar com Deus e ficar livre de males mais complexos. Se esse caso é, de fato, fruto de um pecado cometido, veremos que as doenças possuem outras causas. 
Ação de Satanás
Uma fonte de doenças apresentada na Bíblia é a ação de Satanás. Em algumas ocasiões, o inimigo é responsável pela existência de algumas doenças. A Bíblia fala que Jesus libertou uma mulher numa sinagoga, no sábado, que era prisioneira de Satanás. Lucas descreve que esta mulher “tinha um espírito de enfermidade havia já dezoito anos; e andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se” (Lc 13.11). Esse texto não parece ser uma referência a uma possessão maligna, mas, sim, a uma doença colocada naquela mulher por Satanás. Ele pode influenciar e atacar uma pessoa sem apossar-se integralmente de seu corpo e mente. Nessa passagem, a mulher curada glorificou a Deus pela sua cura, mas havia um líder naquela sinagoga que, apesar de ver a cura e a mulher glorificando a Deus, repreendeu a audiência por ser um dia de sábado. Tão ruim quanto ser oprimido por Satanás é não glorificar a Deus quando Ele traz a cura de uma pessoa na congregação.
Há casos, entretanto, em que o Diabo toma posse da mente e do corpo de uma pessoa, causando doenças também. Marcos 9 fala de um jovem lunático, que foi atacado desde a infância por um espírito maligno, do qual Jesus libertou. Ao expulsar aquele demônio, Jesus restaurou a saúde física e mental daquele moço, sendo este um caso real de possessão demoníaca cujo efeito causava uma doença na pessoa.
Outro caso a ser analisado é o do gadareno que estava possesso por uma legião de demônios. Ele é descrito como um homem que tinha sua morada nos sepulcros, preso com grilhões e cadeias e que andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes e pelos sepulcros e ferindo-se com pedras (ver Mc 5.1-5). Essa é uma descrição assustadora para um ser humano dominado por Satanás. Quando liberto por Jesus, causou surpresa na cidade, pois, além de os demônios entrarem em uma manada de porcos, que se precipitou no mar, o homem foi achado “vestido e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus” (Lc 8.35). O gadareno, agora liberto, quis seguir o Mestre, mas foi orientado por Ele: “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez e como teve misericórdia de ti” (Mc 5.19). A cura desse homem causou uma impressão tão forte nos habitantes daquela região que eles pediram a Jesus que saísse daquela localidade. Ao invés de aproveitarem a ocasião para serem curados também, preferiram que Jesus ficasse afastado deles.
Outro exemplo a ser analisado, mesmo que de forma breve, é o caso do espinho na carne do apóstolo Paulo. O servo de Deus recebera revelações das quais não poderia contar. A experiência que ele teve foi tão sublime que era possível tornar-se uma pessoa soberba ante a tudo o que ele havia contemplado. Para que não ficasse soberbo com a experiência que teve, o Senhor permitiu que ele fosse atingido por um mensageiro de Satanás para esbofeteá-lo. O próprio Paulo relata essa declaração, e tal “espinho” é descrito como sendo um enviado de Satanás. Não é dito o que era especificamente; muitos estudiosos da Bíblia, porém, creem que se tratava de uma doença, possivelmente um problema nos olhos ou nas costas por causa dos vários acoites que recebeu. De forma alguma, vemos a possibilidade de uma possessão maligna nessa passagem, pois Paulo foi um homem cheio do Espírito de Deus. Pelo visto, em seus escritos, o Senhor não determinou a cura para o apóstolo, mas deu a ele a sua graça para suportar aquela situação. Deus sabia como lidar com seu servo, limitando-lhe uma possível arrogância.
Outros Fatores
A Palavra de Deus registra que o Eterno deu permissão a Satanás para atacar Jó. A Bíblia, no entanto, não diz que todas as doenças são fruto da ação direta do inimigo e da permissão de Deus. Um caso relatado nas Escrituras é o de Miriã, irmã de Moisés, que ficou leprosa após ser disciplinada pelo Senhor por ter falado contra seu irmão (Nm 12). Esse caso foi uma ação direta do Senhor contra a irmã de Moisés, que ficou curada sete dias depois (v. 15).
Cabe dizer aqui que, na atualidade, são muitos os casos em que doenças de fundo emocional afetam as pessoas. Tais males atacam não apenas a mente, como também o corpo, interferindo na disposição das pessoas, em sua forma de pensar, impedindo-as até mesmo de alimentar-se. Males como a depressão, a síndrome do pânico, a ansiedade e o estresse têm sido comuns principalmente em ambientes urbanos, onde pressões profissionais e financeiras e a violência têm sido os vetores de grandes baixas. Não são poucos os casos de pessoas com sintomas de aparente ataque do coração que são afetadas por estresse.
Outros males são advindos de um estilo de vida danoso ao corpo humano. Tabagismo, alcoolismo, uso de entorpecentes e até mesmo falta de exercícios físicos e má alimentação contribuem para o aumento de pessoas enfermas. A hereditariedade também é um fator determinante para o surgimento de doenças crônicas, como a pressão alta e a diabetes. Não nos parece haver uma ação direta do Diabo nesses casos mencionados. Não raro, a própria pessoa coloca-se num grupo de risco de doenças por estar em contínuos períodos de preocupação, trabalhando em excesso, descuidando do seu próprio corpo ou se envolvendo com vícios que aceleram a chegada de doenças.
II – DEUS TEM PODER PARA CURAR
Tendo tratado das possíveis origens das doenças, veremos como a Palavra de Deus trata da cura divina.  
Se Quiseres, Podes Tornar-me Limpo
Em seu evangelho, Mateus relata no capítulo 8 que, logo após ter encerrado o discurso conhecido como Sermão do Monte, o Senhor é seguido de uma grande quantidade de pessoas, até que um leproso destaca-se na narrativa quando se aproxima de Jesus e adora-o. Aquele homem, carente de uma cura divina, diz: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo” (v. 2b). Para nós, a lepra é praticamente uma doença que tem tratamento acessível, mas, naqueles dias, ela excluía a pessoa da sociedade. O leproso percebe em Jesus duas características em relação à cura: o querer e o poder. Querer não se confunde com poder, e poder não necessariamente se confunde com uma vontade de agir. Muitas “divindades” podem prometer cura e não cumprir o que prometeram. Jesus, todavia, tem o poder para curar. 
A resposta de Jesus traz o desejo de Deus em relação à cura divina e à fé daquele homem: Ele quer e Ele pode. Jesus responde ao leproso estendendo a mão e dizendo: “Quero; sê limpo. E logo ficou curado da lepra” (v. 3b). Jesus ordena o homem já curado que procure o sacerdote e dê a oferta que foi delimitada por Moisés, justamente para servir de testemunho. Aqui, vemos a importância de glorificarmos a Deus quando recebemos uma intervenção divina em nossa saúde. A cura de uma pessoa serve para o Senhor ser glorificado, e Ele tem poder para curar todas as doenças, independentemente da origem. Deus tem o poder para curar, e Ele quer curar.  
A Cura Divina Glorifica a Deus
A cura divina manifesta a glória de Deus, que é glorificado na cura que Ele mesmo proporcionou. A mulher encurvada que Jesus curou na sinagoga no dia de sábado glorificou a Deus (Lc 13.13). O paralítico que ficava pedindo esmolas na porta Formosa glorificou a Deus pulando e saltando dentro do templo, algo que fugia aos parâmetros de comportamento no santuário (At 3.8). A multidão que viu Jesus curando um paralítico em Cafarnaum também deu glórias a Deus (Mt 9.8). Mesmo os teólogos que defendem que o Senhor limitou a si mesmo e não defendem que as curas divinas sejam constantes em nossos dias reconhecem que, quando uma cura divina ocorre, Ele é glorificado.
É evidente que as pessoas nem sempre se lembram de agradecer ao Eterno por uma cura. Lucas, o escritor pentecostal, menciona em seu evangelho, no capítulo 17, que Jesus, certa vez, deparou-se com dez leprosos que lhe pediram misericórdia e cura. Indo eles para mostrarem-se ao sacerdote, como Jesus orientara, foram limpos, mas apenas um retornou glorificando a Deus em alta voz e, com o rosto em terra, agradeceu a Jesus. Nem todas as pessoas que experimentaram uma cura da parte de Deus manifestam a devida gratidão e o reconhecimento reservado àquEle que agiu com misericórdia e que interveio no corpo. Daqueles dez leprosos curados por Jesus, apenas um teve a consciência de aproveitar a oportunidade de rever Jesus para agradecer pela cura recebida. Além da saúde física, aqueles homens receberam uma oportunidade de vida renovada, o retorno à vida social, o convívio com a família e até mesmo o retorno ao mercado de trabalho. Por sua graça, Deus não deixa de operar por causa de pessoas que não se lembram de demonstrar sua gratidão. Seu poder continua estendido para curar e salvar, ainda que sejamos ingratos e esquecidos para com aquilo que nos concedeu Ele.
A Fé para a Cura Divina
A Palavra de Deus dá ênfase a uma palavra chamada fé, que pode ser traduzida como uma confiança, uma certeza atribuída ao que o Senhor falou sobre si mesmo e sobre o que Ele faria. A fé é tão importante que Deus, ao longo das Escrituras, mostra homens e mulheres de fé, que demonstraram o quanto confiavam em Deus e que foram recompensados por Ele. A fé foi importante na vida de Abraão, Isaque e Jacó. Foi a fé em Deus que manteve José íntegro quando escravo e prisioneiro e que o ajudou a manter-se como homem de Deus quando governador do Egito. Foi a fé que sustentou Moisés, Samuel, Davi, Elias e tantos outros personagens.
A Bíblia mostra que a fé também é importante para a cura divina. João Marcos narra que Jesus vinha de uma série de manifestações miraculosas, como, por exemplo, a libertação de um homem de Gadara, a cura de uma mulher que tinha um sangramento que não estancava, sem falar que, nesse mesmo dia, Ele ainda ressuscitou a filha de Jairo, um homem que era líder na sinagoga local (Mc 5).
Jesus segue em direção à Nazaré, terra na qual foi criado, e foi ensinar na sinagoga. As pessoas daquela localidade ouviram Jesus falando e perguntaram-se sobre a procedência da sabedoria com que Jesus falava. Ao invés de valorizarem a sua presença ali, cientes dos milagres que Ele havia operado, eles desdenharam e desprezaram o Senhor. A incredulidade deles e a desonra com que trataram o Senhor foram tão grandes que Jesus, de acordo com Marcos, “não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos” (Mc 6.5). É interessante notar que a falta de fé parece ter um poder neutralizador de milagres e curas. A Bíblia não diz que Jesus não quis fazer obras maravilhosas, mas diz que Ele não podia por causa da falta de fé. A incredulidade parece realmente ter um efeito impeditivo de milagres e curas em certas ocasiões.
Se recorrermos ao mesmo evangelista, no capítulo 2, vemos que um paralítico foi trazido por quatro amigos para ser curado por Jesus. Como o local em que Jesus estava foi cercado por uma multidão, aqueles homens fizeram um buraco no teto e baixaram por ele o paralítico. “E Jesus, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados” (Mc 2.5). Nesses dois casos, há clara associação entre ter fé para ser curado e não ter. O centurião romano (Lc 7) pede a Jesus que cure o seu servo, e Jesus, mesmo a distância, curou aquele enfermo, acrescentando acerca daquele centurião: “Digo-vos que nem ainda em Israel tenho achado tanta fé” (Lc 7.9).
Ainda analisando exemplos em que a fé foi importante para a operação da cura divina, vemos no livro de Atos que Lucas registra, na cidade de Listra, um homem que jamais tinha andado: “Este ouviu falar Paulo, que, fixando nele os olhos e vendo que tinha fé para ser curado, disse em voz alta: Levanta-te direito sobre teus pés. E ele saltou e andou” (At 14.9,10). Nesses casos, vemos que a Bíblia mostra que a fé é um elemento indispensável para a cura divina.  
CONCLUSÃO
De forma direta, a cura divina é para os nossos dias. Ela não ficou limitada aos dias da Igreja Primitiva e não há um texto sequer na Bíblia que diga que o tempo de o Senhor operar curando enfermos e salvando pessoas acabou, ou que a cura divina foi necessária até a Igreja do Senhor ser estabelecida. A cura divina faz parte do projeto de Deus da mesma forma que a salvação, e Jesus não apenas curou enfermos, como também disse que os que cressem nEle também curariam enfermos em seu nome. 
Em Cristo, há cura para as doenças do corpo e da alma, e Ele quer usar crentes cheios do Espírito Santo para que, em seu nome, orem por enfermos e vejam as curas sendo manifestadas. Por isso, creiamos em Deus, cuidemos de nossa saúde e oremos pelos doentes até que o Senhor retorne para buscar a sua Igreja. 
*Adquira o livro. COELHO, Alexandre. O Vento Sopra Onde Quer: O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.

Lição 09 - 4º Trimestre 2018 - O Perigo da Indiferença Espiritual - Adultos.

Lição 9 - O Perigo da Indiferença Espiritual

4º Trimestre de 2018
ESBOÇO GERAL
INTRODUÇÃO
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
II – QUANDO AS PALAVRAS NÃO SE COADUNAM COM A PRÁTICA
III – UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS
CONCLUSÃO
UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS
Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Eliel dos Santos Gaby
As pessoas a quem Jesus dirige essa parábola estavam de fato muito interessadas em obedecer à Lei. Contudo, não estavam muito preparadas para receber aquele a quem o próprio Deus enviou. Não se pode fazer apenas parte da vontade de Deus. A obediência à Lei acrescida à rejeição de Cristo, descamba para o legalismo e, na parábola que estamos estudando, equivale a um sim meramente verbal, contrariando os fatos e, por conseguinte, a vontade de Deus.
Sobre o legalismo, Champlin destaca que “esta expressão, como usada pelos teólogos cristãos, não tem nada contra a dignidade da lei, muito pelo contrário, fala de abusos dos propósitos da lei”.1  Ele destaca também que “muitos judeus convertidos ao cristianismo, que aceitaram o ensino de que Jesus era o Messias, ainda continuaram observando a lei pelas duas razões sugeridas, sendo que o judaísmo nunca promoveu um conceito de justificação pela fé, assim, legalismo, então, é o uso da lei como uma base de soteriologia e como o guia da vida espiritual, no lugar da justificação pela fé e a lei do Espirito como o guia da espiritualidade”.2
Pode ser que ao redor dos que ouviam a parábola, encontravam-se também muitos publicanos, meretrizes e pecadores que, ao contrário de alguns, não se arrependeram de seus pecados de forma legítima e autêntica. Eles estavam dispostos a acreditarem em Jesus, mas não estavam interessados em obedecer a vontade de Deus. Se os primeiros são legalistas, os segundos são os participantes da graça barata. Como vimos num tópico anterior, o verdadeiro arrependimento conduz à mudança de atitude. Quem possui uma fé genuína, fatalmente desejará fazer a vontade de Deus.
Em João 15.14 Jesus é enfático ao ensinar que nós seremos seus amigos se fizermos o que Ele manda: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”.  Fazer a vontade de Deus era o eixo sobre o qual girava toda a religião de Israel. A Lei era a sua expressão clara e escrita. Champlin destaca que “o Senhor Jesus agora desejou acrescentar outro pensamento precioso: aqueles discípulos especiais de então para diante dificilmente poderiam ser classificados como meros servos, segundo ordinariamente se poderia entender, dentro das relações então comuns entre escravos e senhores, visto que dos servos só se poderia esperar servidão, pelo contrário, o Senhor Jesus elevou a posição de seus discípulos como seus iguais, isto é, como seus amigos, seus companheiros”.3
Contudo, agora chegamos a uma revelação plena e perfeita da vontade de Deus através de Jesus Cristo. Ele anuncia a vinda do Reino e chama à conversão: “Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17). Ela passa, afinal, através de sua pessoa. O Pai quer que os homens recebam aquele que Ele enviou. Não se trata de querer obedecer a Lei sem receber a Cristo. Também não se trata de desejar a Cristo, mas não querer obedecer a seus ensinos.
Através desta parábola precisamos compreender o perigo da indiferença espiritual. Alguns pensam que podem confessar que amam a Deus com seus lábios mas viver com o coração distante dele. Pensam poder encontrar a Deus prescindindo de Cristo. Outros há que vivem na austeridade da Lei, mas não querem receber a Jesus. A marca indelével da amizade com Deus é a aceitação de Cristo como Filho de Deus, e, isso é possível, a partir do momento em que O obedecemos.
O fundamento da obediência a Deus é manifestado no amor ao Senhor Jesus e a sua Palavra: “De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.10-11). O Salmo 119 descreve que as santas escrituras devem guiar nossas vidas. Nos versículos 6 e 22, o salmista destaca que quando seguimos os seus ensinamentos não existem motivos para nos envergonharmos: “Então, não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos”.
No versículo 7 o salmista destaca a necessidade do cultivo de um coração íntegro: “Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente”, e nos versículos 9, 10, 11 e 30 ele fala da observância de uma vida pura e que não se desvia dos mandamentos do Senhor: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os teus juízos”.
Davi tinha um desejo profundo de conhecer e obedecer ao Senhor, e o fervor deste desejo está evidenciado no Salmo 119.5-4 e a excelência deste desejo pode ser notada na ênfase das expressões “vivifica-me”, “ensina-me” e “faze-me atinar”. Moody destaca que “o perigo confrontando o salmista fá-lo pedir força e conforto. Ele percebe que a vivificação que ele deseja vem da compreensão dos ensinamentos de Deus”.4  No Salmo 119.33-40 o salmista usa a expressão “ensina-me e o seguirei” e na sequência pede pela orientação de Deus para que sua vida seja afastada da insensatez.
A obediência deve estar ligada à vontade de Deus. Para sair da indiferença espiritual, o ser humano precisa receber aquele que Deus enviou ao mundo. A pessoa de Cristo separa de forma bastante clara a humanidade perdida, composta até mesmo por religiosos que dizem fazer a vontade de Deus, mas não a fazem, e aqueles que serão admitidos no Reino. O caminho é o do arrependimento com a consequente mudança de atitude, em direção à obediência a Deus.
Texto extraído da obra “As Parábolas de Jesus:As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.” 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018”.

1 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol.3. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 753.
2 Ibidem.
3 CHAMPLIN, Russell N. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Volume 2. São Paulo: Candeia, 1995. p. 545.
4 PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody – Gênesis a Malaquias. Vol. 1. São Paulo: Editora Batista Regular, 2007. p. 126.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - A História de Daniel e os Leões - Berçário.

Lição 08 - A história de Daniel e os Leões

4º Trimestre de 2018

Objetivo da lição: Demonstrar, através das atividades e exposições, a fidelidade de Deus para com Daniel ao livrá-lo da cova dos leões.
É hora do versículo: “O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões [...]” (Daniel 6.22).
Nesta lição, as crianças estudarão sobre a história de Daniel. O rei da cidade de Daniel deu uma ordem mandando que ninguém orasse a nenhum deus porque ele mesmo queria estar no lugar de Deus. Mas Daniel continuou orando ao Papai do Céu e por isso ele recebeu o castigo de ser jogado na cova para ser devorado pelos leões. Mas uma coisa aconteceu: o Papai do Céu mandou um anjo que fechou as enormes bocas dos leões e não  deixou que nada de mal acontecesse com Daniel.
Após realizar todas as atividades propostas no manual do professor e caso haja tempo, imprima a folha abaixo e distribua para as crianças colorirem o desenho de Daniel com alguns leões. Reforce com seus alunos que o Papai do Céu não deixou leão nenhum machucar Daniel. Incentive as crianças maiores a cobrirem o nome do nosso personagem de hoje. Não deixe de orar com a turminha.
daniel.licao8.bercario
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Berçário

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - Na Casa do Meu Amigo Há Cura - Jd. Infância.

Lição 8 - Na Casa do meu Amigo Há Cura

4º Trimestre de 2018
Objetivos: Os alunos deverão crer que Jesus curou no passado e pode curar no presente; entender que a vontade do Papai do Céu é maior do que a nossa.
É hora do versículo: “O Senhor [...] cura todas as minhas doenças.” (Sl 103.3).
Nesta lição, as crianças aprenderão, através da história da cura da mão de um homem no templo, que Jesus curou no passado e pode curar no presente. Na igreja, a casa do Papai do Céu, é o lugar onde podemos pedir cura das nossas doenças assim como aquele homem com a mão doente.
Como atividade complementar, após a realização das atividades propostas na revista do aluno e do professor, e caso haja tempo, sugerimos que imprima a atividade abaixo, uma para cada criança, e peça que ligue a imagem correspondente ao sintoma. Enfatize que quem pode curar todas as doenças é Jesus. Depois deixe que pintem o desenho.
doencas.licao8.jardim
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Verônica Araujo
Editora da Revista Jardim de Infância

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - Felizes os Que são Puros de Coração - Juniores.

Lição 8 - Felizes os que são puros de coração 

4º Trimestre de 2018
Texto bíblico: Mateus 5.8; 23.26,26.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos aprenderão que um coração puro é indispensável para que a obra de Deus seja realizada com excelência. Jesus afirmou aos seus discípulos que felizes são os que têm um coração puro porque verão a Deus (cf. Mt 5.8). A pureza está atrelada à santidade, e as Escrituras Sagradas afirmam que Deus é santo, nEle não há falta alguma (cf. Tg 1.17). Logo, todos os que estão na presença de Deus e conservam a pureza de coração, receberão a recompensa de ver o Senhor e de estar continuamente em Ele. Seus alunos precisam aprender desde cedo que conservar um coração puro deve ser o alvo constante de todo cristão. Infelizmente, muitas circunstâncias surgem para tentar “sujar” o coração daqueles que servem a Deus, porém com a ajuda do Espírito Santo é possível manter o coração limpo. A história de hoje apresenta o exemplo de pessoas que se preocupavam mais com a aparência do que com a pureza interior. Destes fazia parte um bom número de fariseus que prezavam mais por honrar os rudimentos da tradição judaica do que zelar pela prática da vontade de Deus (cf. Jo 12.42,43). Na aula desta semana, mostre aos seus alunos o que é preciso observar para que tenham um coração puro e uma vida santa na presença de Deus.
A. A pureza de coração, uma virtude indispensável. A Palavra de Deus ensina que a pureza de coração é um requisito fundamental para que o crente possa desfrutar da presença de Deus de forma plena (cf, Mt 5.8). A pureza encontra sinônimo na palavra santidade. Faz parte do caráter de Deus ser santo, pois esta é a forma como Ele se identifica aos seus servos. “Sejam santos porque eu sou santo”, disse o Senhor (cf. 1 Pe 1.16). Sendo assim, ser santo não é um privilégio daqueles que participam das coisas concernentes ao Reino de Deus, e sim o dever de toda a criação de Deus. O relacionamento com o Senhor depende da forma como a pessoa se mantém separada de tudo o que é pecado ou que recebe influência dele. Preservar o coração limpo é afastar-se de todas as coisas que possam manchar o relacionamento o Criador. O Senhor promete uma recompensa para aqueles que rejeitam o pecado e mantêm o coração puro. Estes desfrutarão perpetuamente da presença do Senhor e terão alegria plena em sua presença (cf. Ap 21.3,4,7).
B. Pureza interior X pureza exterior. Nos tempos de Jesus, infelizmente, havia aqueles que se preocupavam mais com a aparência do que com o interior do coração. O zelo dos fariseus por cumprir à risca todos os preceitos e ensinamentos da tradição judaica contrastava terminantemente com a vontade de Deus para o seu povo (cf. Mt 15.1-14). Na busca intensa por encontrar o caminho que os aproximasse de Deus, os judeus terminaram se afastando cada vez mais, porque não honravam a Deus nem aceitavam receber os seus ensinamentos. Antes, escolheram fundamentar a sua fé na religiosidade e tradição humana (cf. Mt 23.23). O orgulho os levou ao declínio espiritual. Como consequência dessa escolha, muitos não conseguiam compreender, de fato, qual era a vontade de Deus apresentada por Jesus, pois os seus olhos estavam vendados. Da mesma maneira, temos o nosso entendimento entenebrecido quando nos apegamos aos rudimentos institucionais e nos esquecemos de que o mais importante para Deus é a salvação e o bem-estar das pessoas. O Senhor espera encontrar em cada um de nós um coração puro que preze por fazer a vontade de Deus, e não apenas por demonstrar uma aparência vazia e sem perspectiva.
Compartilhe com seus alunos a importância de mantermos um coração puro na presença de Deus. Explique aos seus alunos que a boca fala aquilo que o coração está cheio. Sabemos que um coração cheio de sentimentos bons pronunciará palavras que edificam. Em contrapartida, um coração sujo pronunciará apenas palavras más e ações que não têm nenhum proveito. A fim de fixar o ensinamento da lição desta semana, prepare e distribua aos seus alunos várias bocas no tamanho de uma folha A4. Eles poderão pintar e decorar com canetinha e lápis de cor. Prepare uma folha com várias palavras boas e ruins e distribua aos seus alunos. Eles deverão recortar e colar sobre a boca as palavras que edificam. Peça que escrevam abaixo da boca: “A boca fala do que o coração está cheio” (Lc 6.45). 

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - Estudar é Preciso - Pré Adolescentes.

Lição 8 - Estudar é Preciso

4º Trimestre de 2018
Texto bíblico: Provérbios 1.1-7; 18.15.
Prezado(a) professor(a),
Na lição desta semana seus alunos serão conscientizados acerca da importância de se dedicarem aos estudos. O estudo, mais do que uma obrigação para aqueles que não gostam de estudar, precisa ser compreendido como um instrumento para se alcançar a qualidade de vida. Seus alunos precisam olhar os estudos não como um privilégio, e sim como uma necessidade. Há muitos jovens nos dias atuais reclamando que não conseguem uma melhor colocação no mercado de trabalho. No entanto, quando surgem as oportunidades para dedicarem-se aos estudos, capacitarem-se através de cursos e treinamentos, inventam a desculpa de que não têm tempo ou condições financeiras. É bem verdade que, em algumas circunstâncias, a situação do jovem é bem difícil. Porém, há muitos casos de jovens que não querem sacrificar o tempo e o lazer a fim de estarem mais bem preparados para o mercado de trabalho. Seus alunos ainda não possuem a compreensão plena da profissão que exercerão no futuro, porém devem entender que cada oportunidade de estudo perdida, hoje, é um empecilho a mais no desenvolvimento das habilidades e competências necessárias a serem desenvolvidas amanhã. Portanto, ressalte aos seus alunos a importância de se dedicarem aos estudos hoje para que tenham um futuro brilhante profissionalmente (Pv 1.1-6).
1. Estudar: uma necessidade. A compreensão dos estudos, para muitos, resume-se a uma obrigação. São crianças e adolescentes que não têm o interesse por estudar, pois não veem nos estudos uma forma de satisfação das suas necessidades mais imediatas. Por outro lado, há pais que reforçam esta perspectiva, visto que muitos não incentivam seus filhos a estudarem, e sim a trabalharem cedo para ajudarem com a provisão das necessidades materiais do lar. De fato, este é um problema muito grave a ser enfrentado e, por isso, o seu papel, caro professor, é fundamental nesse contexto. Há muitos alunos que frequentam a Escola Dominical, ou mesmo a igreja, e precisam ser estimulados a estudar. E você, professor, tem a incumbência de despertar nos seus alunos o prazer pela leitura e pela lição bíblica através de uma aula criativa e alegre. Mostre os benefícios que os estudos podem trazer para a vida de seus alunos. Explique que, mais do que um privilégio de estar na escola, estudar é uma necessidade para que seus alunos adquiram a capacitação necessária e estejam preparados para exercer os melhores cargos no mercado de trabalho.
2. Estudar: uma oportunidade que não pode ser perdida: Dedicar-se aos estudos requer esforço, renúncia, motivação e, acima de qualquer coisa, disciplina. O compromisso com os estudos é uma qualidade que poucos alunos possuem, tendo em vista que estudar não parece ser algo prazeroso para a maioria dos pré-adolescentes. Todavia, é importante compreender que a dedicação aos estudos é uma espécie de investimento. Quando mais a pessoa se dedica e prioriza os estudos, melhor preparada estará para competir às melhores vagas nas universidades e também no mercado de trabalho. Mas educar, muitas vezes, deve ser compreendido como uma oportunidade única que não pode ser desperdiçada. Há muitas chances de se conquistar uma bolsa de estudos e que não devem ser negligenciadas por seus alunos (cf. Ec 11.1-10). Ter as melhores oportunidades de preparar-se para o mercado de trabalho, desenvolver competências e habilidades específicas para corresponder às exigências do mercado de trabalho são chances que começam a surgir a partir da dedicação aos estudos ainda na fase da infância. Alunos que apresentam os melhores desempenhos na escola adquirem a maior probabilidade de alcançar os melhores resultados e ocupam as primeiras vagas.
A lição desta semana é uma oportunidade para conscientizar seus alunos sobre a necessidade de estudar. Converse com eles sobre o assunto, ajude-os a encontrar a motivação necessária para enfrentarem suas maiores dificuldades. Incentive-os a pensar o quanto são capazes de alcançar os melhores resultados. E não se esqueça de enfatizar que a Palavra de Deus nos mostra que muitos servos de Deus ocuparam cargos de alta relevância nos maiores impérios e governos que já existiram sobre a terra (cf. Gn 41.38-44; Ne 1.11; Dn 1.3-6). Isso só foi possível porque eram dedicados e habilitados em varias ciências e conhecimentos de suas respectivas épocas e, acima de tudo, tinham comunhão com Deus (Dn 1.11-21).  

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - Papai do Céu Cuida de Mim - Maternal.

Lição 8 - Papai do Céu Cuida de Mim

 4º Trimestre de 2018
Objetivo da lição: Que a criança compreenda que ela pode descansar no cuidado do Papai do Céu. 
Para guardar no coração: “O Senhor guardará você de todo o perigo[...]” (Sl 121.7)
É hora de preparar-se
“Além da confiança no cuidado de Deus, o capítulo 27 de Atos traz-nos outras preciosas lições. Uma delas, que desejamos partilhar com você, está na diferença entre a atitude de Paulo e a dos soldados, em relação aos presos. A idéia dos soldados era que matassem os prisioneiros para que ninguém fugisse a nado (v.42). Uma justificativa para esta atitude é que os soldados deveriam pagar com a própria vida, se algum preso escapasse. Um olhar mais atento sobre a natureza humana, revela-nos, entretanto, algo mais grave na decisão dos soldados: na opinião deles, aqueles prisioneiros já estavam mesmo condenados. Afinal, quem eram eles, senão criminosos, salteadores e assassinos? Que lhes importava se Deus prometera a Paulo a vida daqueles homens? Isto os tornava menos criminosos e menos merecedores de castigo? Era melhor que morressem de uma vez!
Não fazemos nós assim também? Em nossos sentimentos, não julgamos determinadas pessoas imerecedoras da graça de Deus? Em nosso coração, não as sentenciamos à condenação eterna? Fazemos isto cada vez que duvidamos da salvação de um traficante ou de um estuprador. Dentro de nós, gostaríamos mesmo é que se manifestasse contra eles a ira de Deus, conforme Rm 1.18. Esquecemo-nos de que graça é justamente favor imerecido, e que a vontade do Pai é que nenhum se perca (Jo 6.39).
Que Deus nos dê a visão correta do apóstolo Paulo, que a ninguém julgou indigno, mas preocupou-se com a salvação de todos. Por que Deus lhe teria prometido a vida de todos quantos navegavam com ele (At 27.24)? Certamente, enquanto a tripulação lutava contra a tempestade, o apóstolo lutava em oração perante Deus, suplicando não só por si, como também por seus companheiros de viagem. Por certo, o grande missionário não perdera tempo; aproveitara cada minuto da viagem para falar-lhes de Cristo e conduzi-los à vida eterna, muito embora, dezenas deles estivessem de fato condenados à morte física, pela lei romana” (Marta Doreto).
Perfil da criança do maternal
“Se tivéssemos de usar uma única palavra para responder como é mentalmente a criança do maternal, diríamos: descobridora. A sua curiosidade e constante investigação das coisas, que a impulsionam a mexer em tudo, a querer tocar e ainda levar à boca, são totalmente justificáveis: estão descobrindo o surpreendente mundo criado pelo Pai Celeste.
A descoberta do mundo começou pelo próprio quarto, quando ainda era bebê; depois o lar, e vai expandindo-se à medida que sai de casa e freqüenta novos ambientes. E este conhecimento ou descoberta abrange também as pessoas, a começar pelos pais e os irmãos, e a si mesma. Aos poucos vai se conhecendo e conscientizando-se do lugar que ocupa na família, depois na sala de aula entre os demais alunos, e assim por diante” (Marta Doreto).
Oficina de ideias
“Encha de água umas duas bacias grandes, e deixe que as crianças coloquem para “navegar” os barquinhos que fizeram com folhas de revista. Mostre-lhes como agitar a água da bacia, para fingir que é uma tempestade no mar” (Marta Doreto).
Até logo
Depois de repetir o versículo e o cântico do dia, encerre a aula com uma oração. Prepare as crianças para a saída. Quando os pais ou responsáveis forem buscar as crianças, recomende que, em casa, leiam a história bíblica de hoje para o(a) filho(a). Sugira que utilizem uma bíblia infantil. O texto bíblico da lição se encontra em Atos 27.8-44.  
Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista de Maternal

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - Neemias, o Herói que não Desistiu - Primários.

Lição 8 - Neemias, o Herói que não Desistiu

4º Trimestre de 2018
Objetivo: Que o aluno compreenda que não devemos desistir diante das dificuldades, pois o Senhor é conosco.
Ponto central: É preciso perseverar até receber a vitória.
Memória em ação: “[...] não desanimem, nem desistam [...]” (Hb 12.3b).
Querido (a) professor (a), em nossa próxima aula vamos falar sobre um tema tão difícil de praticar, até mesmo para nós adultos: PERSEVERAR! Diante das dificuldades, dos imprevistos, dos infortúnios, das injustiças, do cansaço, da derrota, do desânimo, ou seja, da vida. Oh, como é difícil não desistir e perseverar até o fim, até receber a promessa! Imagina então se manter firme, mesmo ciente de que “esse fim” tão desejado pode não ser como nós esperamos. Ou ainda, perseverar no Senhor, mesmo se a promessa não vier. Isso mesmo. A verdade – que requer ainda maior fé, maturidade e genuíno amor por Deus –, é esta: por mais que perseveremos crendo, nem sempre vivenciamos as promessas.
Responda para si mesmo: Eu ainda seria fiel ao Senhor se Ele não fizesse o que tanto peço em oração? Eu ainda o amaria, ainda o serviria? Porque os “heróis da fé” mencionados em Hebreus 11 assim fizeram.
[...] Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas, mas, vendo-as de longe, e crendo nelas, e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
Porque os que isso dizem claramente mostram que buscam uma pátria.  E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam oportunidade de tornar.
Mas, agora, desejam uma melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade” (Hebreus 11.13-16).
Nesta revista cujo tema e objetivo central é apresentar aos pequeninos alguns heróis, cujas histórias registradas nas Sagradas Escrituras nos inspiram enormemente a perseverar em nossas próprias batalhas não tem como não lembrar desta maravilhosa galeria dos heróis da fé. Você estaria entre eles, entre os que “sem terem recebido as promessas” (v.13), ainda assim morreram cheios de fé?
Evidentemente o texto de Hebreus se refere à promessa da vida eterna, da Canaã celestial. Contudo, ainda é válida a reflexão: sirvo a Deus por amor ou por obrigação? Ou por medo? Ou hábito? Ou por interesse? Se Ele não cumprir o que eu tanto espero, oro, preciso, eu ainda o amarei e servirei com o mesmo fervor?!
Independente de suas respostas converse com o Pai, peça a Ele esse amor que fortalece a fé de um homem tão poderosamente a ponto de ultrapassar a lógica humana, o tempo e até mesmo a morte... Que vive aqui e adentra a Eternidade com a compreensão e alegre contentamento de que a nossa Pátria não é neste mundo.
Que a alegria da salvação renove as suas forças para continuar perseverando em todas as suas batalhas.
[...] não desanimem, nem desistam [...]” (Hebreus 12.3).
[...] aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mateus 24.13)
[...] O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3.5,6)
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - A Santidade Não Saiu de Moda - Adolescentes.

Lição 7 - A Santidade Não Saiu de Moda 

4º Trimestre de 2018
ESBOÇO DA LIÇÃO
FUI CHAMADO PARA SER SANTO!
O QUE É SANTIFICAÇÃO?
NÃO FUI CHAMADO PARA “FICAR”!
SANTIDADE AO SENHOR
Marcelo Oliveira de Oliveira
O que é santificação
Santificação tem a ver com “separação”, “dedicação”, “purificação”, “consagração” e “serviço”, conforme apresentado pelo teólogo pentecostal, Myer Pearlman, em sua “Conhecendo as Doutrinas da Bíblia”.
A Santificação, no campo espiritual, ocorre de maneira instantânea quando entregamos nossa vida a Cristo, pois Ele nos justifica, regenera e santifica. Entretanto, do ponto de vista da vida cristã na Terra, a santificação é um processo progressivo que envolve a reafirmação de vivência da vida cristã que se permite perseverar em Deus, rompendo radicalmente com o mundo.
O significado da santidade dos sacerdotes
A santidade exigida por Deus aos sacerdotes, no Antigo Testamento, significava a entrega total deles para exercer integralmente a vontade de Deus. Por isso, o sacerdote, bem como os levitas, não recebeu terra nem poderia trabalhar, mas devia ser sustentado pelos seus irmãos de outras tribos, a fim de viver radicalmente para Deus. Os sacerdotes, bem como os levitas, eram o motor que fazia o Tabernáculo, mais tarde o Templo, funcionar o tempo todo. Logo, a consciência de que Deus estava presente no meio de seu povo era diuturnamente lembrada pelo ministério no templo de seus escolhidos.
Santidade dos sacerdotes implicava toda a área da vida: a área moral, sim; a área espiritual também; a área ministerial propriamente dita. Tudo no sacerdote deveria transparecer a santidade ao Senhor. Dizer “Senhor, eu sou teu” importava significar verdade e sinceridade. Do contrário, Deus não aceitava. Ele sempre demonstrou sua não aceitação do falso sacerdote por intermédio do ministério dos santos profetas. 
O princípio da santidade hoje
A Palavra de Deus diz: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1 Pe 2.9,10). Aqui, está exposado o mesmo princípio de santidade esperado na vida dos sacerdotes do Antigo Testamento: “separação”, “dedicação”, “purificação”, “consagração” e “serviço”.
A implicação agora é maior, pois não fomos escolhidos por intermédio do ministério de um grande líder como Moisés, ou do sacerdote Arão, ou sob a liderança de Josué, mas pelo próprio Cristo, o Filho de Deus (Hb 2.1-4).
Texto extraído da revista Ensinador Cristão, editada pela CPAD. 

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - Vale a Pena ser Bom - Juvenis.

Lição 8 - Vale a Pena Ser Bom 

4º Trimestre de 2018
E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem” (2 Ts 3.13).
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. ANDE COM O BONDOSO E SERÁ COMO ELE
2. SEJA COMO O MESTRE, SEJA BONDOSO
3. RECOMPENSA DA MALDADE E DA BONDADE
OBJETIVOS
Mostrar o que é ser bondoso.
Explicar que como filhos de Deus, devemos seguir o exemplo de Jesus.
Destacar que tanto os bons como os maus colherão o fruto de suas ações.
     Querido (a) professor (a), vivemos dias difíceis em que a maldade e iniquidade têm se multiplicado, ao passo que o amor e atos de bondade se extinguido, conforme tudo quanto Jesus nos predisse:
     “Nesse tempo, muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se aborrecerão. E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.
      E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus 24.10-14).
     Como mestre, você é ungido do Senhor para instruir esta nova geração, que pode ser instrumento dEle na sociedade, pode fazer a diferença, ser luz em meio as trevas, levar o seu Evangelho, não só em palavras, mas sobretudo, em ações de bondade e amor. Essas são as marcas mais fortes que evidenciam um genuíno cristão, isto é, um imitador de Cristo (Cf. Jo 13.35). E, como sempre reforçamos aqui, não há forma mais eficaz de ensinar do que com o exemplo. Como frisa Provérbios 22.6, não basta “apontar o caminho”, dizer o que é certo; é preciso instruir “andando” nele.
    Tantas são as ideologias e religiões pregando coisas tão belas. Tantos são os políticos e governos prometendo honestidade e justiça. As pessoas estão perdidas em meio a tantas promessas vazias, em sua maioria. Elas já não sabem no que ou em quem podem confiar. Palavras sem atitudes, discursos de bondade sem ações não refletem a vida e ministério terreno do nosso Salvador, o exemplo que Ele nos deu. Definitivamente, Jesus não se ateve em apenas falar sobre o Reino. Ele caminhou na direção do pobre, do perdido, do doente, do pecador, do excluído; Ele os amou, os curou, alimentou, restaurou, os chamou, incluiu, dignificou... Ou seja, o tempo todo Jesus ensinava o seu amor na prática, até sua lição mais drástica: enfrentar a morte e morte de cruz; dar a própria vida por mim, por você e por tantos mais que também não mereciam.
     Será que como seus seguidores, nós temos refletido em ações a sua bondade e amor? Será que fazemos o bem para quem nos persegue? Para quem nos contraria, incomoda... ou apenas para aqueles de quem gostamos ou concordamos? Lembremo-nos da Palavra do Mestre:
     “Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois que Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.
      Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos igualmente assim? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de notável? Não agem os gentios também dessa maneira? Assim sendo, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus”. (Mateus 5.43-48)
      Proponha essa reflexão aos seus alunos. Leia esta passagem com sua classe e promova um bate-papo sobre elas. E quem sabe os desafie a promover ações de amor e bondade que podem adotar juntos, seja recolhendo mantimentos e produtos de higiene pessoal para instituições carentes, etc.
      O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula.
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - A Profecia na Experiência Pentecostal - Jovens.

Lição 8 - A Profecia na Experiência Pentecostal 

4º Trimestre de 2018
Introdução
I-Esclarecendo os Termos
II-A Profecia nas Sagradas Escrituras
III-Funções da Profecia
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Conceituar os termos profecia e profeta;
Reconhecer a importância das profecias nas Sagradas Escrituras;
Apresentar as funções da profecia.
Palavra-chave: Pentecostes.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
Quando Deus deu origem aos dons espirituais, Ele assim os fez objetivando a edificação da Igreja. Até à escrita da primeira carta de Paulo aos Coríntios, não há registros de um texto que trouxesse uma orientação sobre os carismas, ou seja, os dons espirituais. O apóstolo Paulo, então, insere na epístola os preceitos sobre a utilização dos dons espirituais, mais especificamente sobre o falar em línguas e a profecia.
A profecia, em particular, tem sido alvo de estudos em todos os seguimentos cristãos. Por meio dela, é possível ver o plano de Deus ao longo da história, não apenas o ato de profetizar e o momento em que a profecia foi falada, mas igualmente o seu cumprimento e o contexto em que ela foi cumprida. O Senhor levantou Moisés, Samuel, Elias, Eliseu, Isaías, Daniel e tantos outros no Antigo Testamento para que fossem usados por Ele, além de Jesus, Paulo, Pedro, Ágabo e tantos outros no Novo Testamento. Esses são nomes que aparecem nas Escrituras, mas havia muitos outros profetas que a Palavra não menciona os nomes, mas que foram grandemente usados por Deus.
A Bíblia é repleta de profecias. Tendo ela sido escrita, entre outros motivos, com o objetivo de orientar todos os que desejam ter comunhão com o Eterno, surge a pergunta: Deus, que usou a profecia para revelar a sua vontade, teria o desejo de que a profecia fosse corrente em nossos dias? Seria possível haver em nossos dias pessoas que poderiam profetizar da mesma forma que os profetas descritos nas Escrituras? A profecia seria, então, um dom do Espírito Santo para os nossos dias, ou tal dom estaria sepultado na História da Igreja?  
I – ESCLARECENDO OS TERMOS
Profeta – dom ou ministério
Para que possamos entender a profecia como dom espiritual, é preciso saber a diferença entre a “profecia” trazida como mensagem de um pregador da Palavra de Deus e a profecia como dom do Espírito Santo. Esta é, em termos básicos, uma mensagem espontânea da parte de Deus para a sua Igreja ou para indivíduos, com o objetivo de edificar, consolar, exortar e predizer o futuro. Essas funções são apresentadas na primeira carta de Paulo aos Coríntios em referência à atuação direta do Espírito Santo na administração dos dons espirituais e, ao longo do Novo Testamento, com as revelações proféticas sobre o fim dos tempos.
A pregação da Palavra de Deus, considerada por muitos teólogos como uma “profecia”, tem por base Efésios 4, onde Paulo apresenta os chamados dons ministeriais, ou seja, aqueles dons ou presentes que Deus deu para a Igreja a pessoas com vocações distintas: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Eles abençoam o corpo de Cristo com seu trabalho, mas a Igreja não é deles, e sim do Senhor.
Na busca de uma semântica mais elástica, tem-se crido que a “profecia” é a pregação das Escrituras. Neste caso, aqueles que ministram a Palavra seriam equiparados a profetas por estarem utilizando a maior profecia de todas, a Palavra de Deus. Como há duas referências relacionadas à existência da profecia no âmbito da Igreja, é necessário respeitar o contexto em que cada uma dessas referências está sendo trazida. Não nos parece que Efésios e Atos estejam tratando da mesma manifestação, ainda que o nome seja o mesmo. 
A Pregação da Palavra de Deus
Na língua do Novo Testamento, a palavra pregação é “kerygma”; essa palavra traz a ideia de proclamação por um arauto. Kerygma é a proclamação, e keryx, o mensageiro. A pregação é uma importante forma de comunicar uma mensagem e vem ganhando destaque na História da Igreja. Grandes pregadores foram responsáveis por trazer milhões de pessoas a Cristo. Da mesma forma, os pregadores anônimos tornaram o evangelho conhecido a pessoas individualmente, bem como o testemunho de Jesus Cristo em todo o mundo.
Junto ao ensino, a pregação vem solidificando a Palavra de Deus nos corações dos ouvintes que vêm à igreja, seja para congregar e adorar, seja para simplesmente assistir a um culto. A pregação é tão importante para o cristianismo que, nos cursos de Teologia, há a disciplina de hermenêutica, para interpretação da Bíblia, e a homilética, que traz orientações sobre a exposição da Palavra de Deus, como a elaboração de sermões, a forma de apresentar-se e de falar e a maneira como se portar no púlpito.
Esses recursos são importantes para a exposição da Palavra, seja na pregação, seja no ensino. Entretanto, o dom de profecia, conforme relatado em 1 Coríntios, não é a explanação da Palavra, mas, sim, uma Palavra espontânea da parte de Deus, algo não planejado pelo intelecto humano. Trata-se de uma ocorrência que o homem não pode controlar, que não pode querer manifestar sem que Deus assim o inicie. Basta dizer que, no Novo Testamento, não há um registro que mostre escolas de profetas ou técnicas de manifestar uma profecia. Essa possibilidade de intervir com uma palavra profética é do próprio Espírito Santo.
A palavra kerygma não aparece nos capítulos 12 e 14 de 1 Coríntios, textos estes que falam sobre a profecia no culto público. Não há que se considerar, portanto, que o profeta de 1 Coríntios 14 é aquele que prega a Palavra de Deus, pois o texto não traz a ideia de uma exposição dos escritos do Antigo Testamento, que era a Bíblia dos primeiros cristãos. A palavra para pregação e suas derivadas, kerygma, aparecem em textos como Mateus 9.35, com Jesus ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho do Reino (didáskōn en tais sinagōgais autōn kai keryssōn to euanggelion tēs basileia). Mateus não usou a palavra profeteía para expressar a pregação.
Outra menção de pregação é vista em Marcos 16.15, quando Jesus ordena aos discípulos que preguem o evangelho. O termo também aparece em Romanos 10.14 em “como ouvirão, se não há quem pregue” (grifo meu). Nesses textos, vemos com clareza que a pregação não é descrita como profecia, mas, sim, como a proclamação de uma mensagem. Se realmente respeitarmos a semântica de cada palavra, não teremos dúvidas de que a pregação é uma atividade e o profetizar é outra.
O ensino também pode ser considerado aqui. A exposição didática da Palavra de Deus é incentivada nas Escrituras. Mestres são desafiados a empenharem-se cada vez mais no ministério do ensino, mas ensinar as Escrituras também não é profetizar. A profecia da parte de Deus pode acontecer numa aula de Escola Dominical, num instituto bíblico ou Faculdade de Teologia, mas não é o ensino formal das Escrituras.
Embora todo discurso inspirado seja “discurso profético” no sentido mais amplo do termo (cf. At 2.4,16-18; Ap 19.10), ao falar de “profecia”, Paulo refere-se especificamente à palavra de revelação, que, neste caso, é proferida no contexto da congregação. Ele não confunde esse dom com o ensino (exposição das Escrituras ou das implicações do evangelho), embora seja possível aprender por meio de profecias (1 Co 14.31). Ele também não o confunde com “exortação”, como dom separado (Rm 12.8), embora a profecia também pudesse abranger essa função (1 Co 14.3)
No ensino, a autoridade de Deus encontrava-se no texto ou em uma mensagem anterior, e o mestre apropriava-se dela uma vez que expusesse seu conteúdo com precisão. Na profecia, a mensagem de Deus estava na profecia em si à medida que refletisse com precisão o que o Espírito Santo estava dizendo (embora a profecia no Novo Testamento, assim como a do Antigo Testamento, muitas vezes reflita a linguagem de profecias bíblicas anteriores). Na profecia, a pessoa era inspirada a falar diretamente como agente de Deus, declarando em essência: “Isto diz o Espírito Santo” (At 21.11; ver também Ap 2.1; 3.1).
A Profecia Trazida pelo Espírito Santo
Quando o Espírito de Deus traz uma mensagem espontânea para falar ao coração de uma nação, de uma autoridade, de uma congregação ou mesmo de uma pessoa, entendemos ser essa palavra uma profecia. Na Bíblia, há ocasiões em que as pessoas usadas por Deus com esse dom são efetivamente chamadas de profetas. A pessoa que traz a profecia nem sempre é literalmente chamada de profeta no contexto, mas suas palavras são identificadas como profecias. Quando Jesus declarou que deveria sair de Jerusalém para que um profeta na cidade de Davi não morresse, completou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” (Lc 13.34,35). A Casa de Deus, o Templo, não demorou muito a ser destruído, cumprindo-se, assim, o que Jesus dissera que aconteceria.
O Senhor disse que Pedro iria negá-lo três vezes (Mt 26.34), o que se cumpriu naquela mesma noite em que Ele foi preso. Outros textos já qualificam o falante como profeta, como nos dois casos de Ágabo, em Atos. Ágabo, um profeta em Jerusalém, “dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César” (At 11.28). Essa profecia fez com que irmãos da Antioquia enviassem socorro aos irmãos que habitavam na Judeia. Esse mesmo Ágabo, em Atos 21, foi a Cesareia, onde Paulo estava, e advertiu-lhe que ele seria preso se fosse a Jerusalém (vv. 10-13), profecia esta que se cumpriu (At 21.33). Ele não é chamado de arauto, o keryx, mas de profeta, profetés (At 11.27). A Bíblia não apresenta qualquer impedimento para que um pregador, seja ele leigo ou com formação teológica, venha a ser usado no dom de profecia, pois os dons são dados pelo Espírito, que reparte “particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11). Entretanto, à luz do Novo Testamento grego, pregar a Palavra de Deus não é sinônimo de manifestar o dom de profecia como relatado em 1 Coríntios.Pelo que já foi apresentado até o momento, podemos crer que Paulo não se refere à profecia como sinônimo de pregação, o que afasta a possibilidade de que profetas sejam aqueles que expõem a Palavra de Deus por meio da exposição das Escrituras. Explicar a Palavra e ensiná-la não se confunde com o receber uma palavra profética da parte de Deus. 
II – A PROFECIA NAS SAGRADAS ESCRITURAS
A Profecia no Antigo Testamento e nos Evangelhos
A profecia faz parte da história de Israel. Abraão foi chamado de profeta, e seus descendentes tiveram a oportunidade de exercer esse tipo de função na história da nação. O livro de Hebreus começa dizendo que Deus falou aos pais, muitas vezes e de muitas maneiras, pelos profetas. Essa menção remete ao Antigo Testamento, onde o Senhor estabeleceu líderes para que o povo fosse conduzido até Ele: os sacerdotes, por ocasião da entrega da Lei, os juízes, na terra conquistada, e os reis, que governaram os israelitas. Os profetas entram no cenário das Escrituras nos momentos em que o Senhor quis advertir o povo sobre os seus pecados, a injustiça para com os mais fracos e ao descaso com Deus e seu culto. O Senhor usou o profeta Jonas para tratar dos pecados de uma nação estrangeira, demonstrando, assim, que a sua graça e a sua misericórdia não estavam restritas ao território dos hebreus.
No Antigo Testamento, a designação para profeta era “nabi”. Se Deus mostrava ao profeta algo por meio de visões, ele era chamado de “hozé”, o vidente: “(Antigamente em Israel, indo qualquer consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje antigamente se chamava vidente.)” (1 Sm 9.9). Foi nesse contexto que Saul foi encontrar Samuel.
No contexto do Novo Testamento, Jesus é considerado profeta. Ele teve uma visão de Satanás caindo do céu quando setenta de seus discípulos retornaram trazendo notícias de suas experiências no campo quando anunciaram o Reino de Deus (Lc 10.18). Tal referência, assim como em outras, permite-nos ver o ministério profético nos dias do Senhor com moldes semelhantes aos do Antigo Testamento.
Nem todos os que tiveram visões ou que falaram com anjos podem ser considerados profetas. Zacarias viu e falou com um anjo, mas não foi chamado de profeta. Maria recebeu a visita de Gabriel e não era profetisa. Cornélio recebeu a visita de um anjo, mas não era profeta. O Senhor manifesta sua graça de diversas formas, e cada pessoa tem uma experiência com Ele, mas nem todas essas experiências qualificam a pessoa como sendo usada pelo dom de profecia.
A Profecia depois do Pentecostes

Após o pentecostes de Atos 2, há diversas referências a profecias transmitidas no Novo Testamento, como nos casos de Jesus, Ágabo, Paulo, Pedro e o próprio João, no livro de Apocalipse. Uma profecia inteira tornou-se canônica, a saber, o Apocalipse de João. Outras dessas profecias foram registradas, e o seu registro foi considerado canônico. Essas referências não são para pregação, mas, sim, para a profecia legítima. Uma pregação é fruto, como se entende em nossos dias, de uma preparação conjunta entre oração, estudo das Escrituras e escolha de um assunto para ser tratado a partir das Escrituras. A profecia, por sua vez, é uma mensagem do próprio Deus por meio de um dos seus servos, de maneira espontânea, que ocorria na Igreja no Novo Testamento.
A profecia é tão importante no Novo Testamento que Paulo recomenda a Timóteo, pastor em Éfeso, que milite a boa milícia “segundo as profecias que houve acerca [dele]” (1 Tm 1.18), um exemplo claro de que as profecias eram correntes nas igrejas. Timóteo não era um homem inexperiente ou incrédulo à palavra profética, pois o seu chamado ao ministério pastoral foi fruto, pelo que se entende, não de uma única profecia, mas de várias.
Paulo não diz que as profecias sobre Timóteo foram trazidas por apóstolos, nem menciona a si mesmo como uma das pessoas que profetizaram para ele, pois, se este fosse o caso, o apóstolo certamente o teria registrado. Ao que nos parece, pessoas da igreja que não tinham uma função necessariamente eclesiástica tinham o dom de profetizar pelo Espírito Santo e foram usadas por Deus para falarem com Timóteo. Ao mesmo Timóteo, o apóstolo Paulo ordena que não despreze o dom que ele recebera por profecia e imposição de mãos do presbitério (1 Tm 4.14). Aos que ensinam que as profecias só estiveram em Atos dos Apóstolos, Paulo registra que elas também eram correntes na igreja e que não se tinha dúvidas de que elas não apenas eram recentes, mas que traziam direcionamentos, inclusive ministeriais.
Tais textos não podem ser desconsiderados aos estudiosos que, de forma honesta, analisam o tema profecia no Novo Testamento, bem como a sua contemporaneidade. As menções a palavras proféticas na Igreja não nos parecem ter um caráter meramente histórico, do tipo que existe apenas para que se saiba que Deus operou de uma forma que não opera em nossos dias.
Deus Pode Usar quantos Profetas Forem Necessários na Igreja?
Cremos que sim. Não há impedimento algum para que se profetize na igreja, desde que seja feito com ordem. Profetas aprendem uns com os outros quando a profecia é manifesta (1 Co 14.31).
Não Desprezeis as Profecias
Se Paulo manda não desprezar as profecias, ele assim o faz porque corremos o risco de sermos pessoas que se esquecem dos oráculos de Deus. Um dos problemas de conviver constante e desordenadamente com determinadas manifestações do Espírito é a possibilidade de tornar comum algo que o Senhor diz ser sobrenatural. Há momentos em que as reações humanas à presença e ao poder do Espírito extrapolam certos limites, sendo necessário que a Igreja esteja pronta para ensinar e corrigir esses possíveis excessos tanto no culto quanto fora dele. Na Bíblia, não vemos qualquer menção a Jesus ou aos apóstolos expulsando demônios com o ensino ou com a apresentação sistemática de uma doutrina, e sim com a autoridade do nome de Jesus.
A profecia tem sua importância em nossos dias. Se não fosse assim, Paulo não ensinaria que a palavra profética trazida pelo dom do Espírito Santo fosse julgada por outros profetas: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14.29). Será um perigo se as profecias forem desdenhadas: “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Pv 29.18). Para os que descreem que o dom de profecia é para os nossos dias, alegando que não há necessidade de palavras proféticas na igreja, e que não há como se exercer um controle de tal maneira que o culto não se torne uma bagunça, Paulo orientou que a palavra profética que fosse trazida também fosse julgada. As profecias foram e são, sim, objeto de exame e não podem ser desprezadas: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5.19,20).
Esse mecanismo de controle é adequado, pois o enunciado de uma profecia traz um peso seriíssimo da parte do Senhor. De uma forma sobrenatural, duas ou três pessoas falando trazem edificação à igreja, e o apóstolo Paulo diz que todos aprendem e são consolados por meio do processo de examinar e julgar aquilo que está sendo falado. O culto pentecostal tem essa possibilidade porque Paulo assim orientou. O ato de exercer juízo em uma palavra profética não tem por objetivo contradizer o que o Senhor realmente disse, mas, sim, impedir que uma pessoa seja usada por ela mesma em nome de Deus. Jesus predisse que surgiriam falsos cristos e falsos profetas (Mc 13.22). O assistente da Besta é o Falso Profeta, e o apóstolo João advertiu: “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo 4.1).
Aqui, cabe uma observação. A existência de falsos profetas não pode obscurecer os profetas que realmente são usados por Deus. O Novo Testamento fala de verdadeiras profecias e de falsos profetas também; cabe, porém, à igreja distinguir um do outro. Entretanto, nem a igreja nem teólogo algum podem alegar que a verdadeira profecia deve ser descartada, porque os falsos profetas existem. 
CONCLUSÃO
Sob a perspectiva bíblica, entendemos que profecia é um dom do Espírito Santo que não se confunde com a pregação. Enquanto a pregação é fruto do estudo, da meditação, da oração e do respeito às regras da hermenêutica e da exegese, o dom de profecia vem diretamente de Deus, com a manifestação de uma palavra não planejada. A igreja local deve cultivar esse dom pela amplitude do seu alcance, pois ele edifica todo o corpo de Cristo, e a Palavra de Deus faz menção de que a profecia, assim como as línguas, só acabará quando o que é Perfeito, Jesus, manifestar-se. Como a manifestação de nosso Senhor em glória ainda não ocorreu, não se pode dizer que a profecia, nos moldes de 1 Coríntios 12 e 14, não são mais correntes em nossos dias. Cultivemos, portanto, a profecia e o seu uso em nossas igrejas da forma como orientou o apóstolo Paulo. 
*Adquira o livro. COELHO, Alexandre. O Vento Sopra Onde Quer: O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens 
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quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Lição 08 - 4º Trimestre 2018 - Encontrando o Nosso Próximo - Adultos.

Lição 8 - Encontrando o Nosso Próximo 

4º Trimestre de 2018
ESBOÇO GERAL
INTRODUÇÃO
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
II – COMPAIXÃO E CARIDADE SÃO INTRÍNSECAS À FÉ SALVADORA
III – O NOSSO PRÓXIMO É QUALQUER PESSOA NECESSITADA
CONCLUSÃO
INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA
Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Eliel dos Santos Gaby
A Parábola do Bom Samaritano tem sido alvo das mais diversas interpretações. São conhecidas na história diversas exposições sobre esta parábola, inclusive a realizada por Agostinho de Hipona, que procurava ver nesta uma representação da caminhada humana ao sair do Éden (Jerusalém), e tomar o caminho do Mundo (Jericó). Muitas destas interpretações servem-se do método alegórico para atribuir ao texto objetivos que o mesmo não tinha.
Tudo se inicia quando um jovem bem-sucedido, doutor da lei, procura Jesus para pô-lo à prova (ARA) ou tentá-lo (ARC), e o termo utilizado é ekpeirazo, que dá a ideia de colocar à prova o “caráter” de Cristo. Aquele jovem usando de ardil busca colocar o Mestre dos mestres em situação difícil, e quem sabe imaginando receber algum elogio o interroga dizendo: - como farei para herdar a vida eterna? 
Jesus não questiona aquele jovem sobre o conteúdo do primeiro mandamento, mas o questiona sobre sua exegese particular a respeito do mesmo. Jesus lhe pergunta: - como lês? Qual tua interpretação? De que forma você olha para este mandamento?
O jovem não entendendo apenas limita-se a responder recitando o mandamento tal qual escrito. Jesus então o chama à prática daquilo que bem conhecia e bem sabia recitar. Não bastaria para Jesus que aquele jovem soubesse o conteúdo do mandamento, importava para Jesus que ele soubesse interpretar corretamente e colocar o mandamento em ação em sua vida. O Senhor Jesus então vaticina: Faze isto e viverás. Coloque em prática, ame a Deus sobre todas as coisas, ame ao teu próximo como ame a ti mesmo, e então assim fazendo estarás apto à vida eterna.
A passagem de Lc 10.28 indica que o cumprimento da vontade de Deus produz vida: “E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás”. Keener destaca que “alguns textos da lei prometiam a vida para aquele que a mantivesse, e, essa ‘vida’ significava vida longa na terra que o Senhor dera, porém, mais tarde, os intérpretes judeus a leram como uma promessa de vida eterna”.1  Jesus aplicou o termo “viverás” em referência à vida eterna.
Faze isto e viverás” encontra-se no “imperativo presente (continue fazendo isto, para sempre) e o futuro do indicativo ativo como resultado natural”.2 Robertson destaca que “havia apenas um problema com a resposta do doutor da lei, ou seja, ninguém nunca fez, nem poderá sempre fazer o que a lei estabelece, para com Deus e os homens, porque escorregar uma única vez é falhar. Assim, Jesus explica o problema honestamente para o doutor da lei que queria saber o que deveria fazer. Naturalmente, se ele observasse perfeitamente a lei, sempre, ele herdaria a vida eterna”.3
Parece-nos que nos tempos de Jesus a hipocrisia humana, que faz com que homens conhecedores não sejam praticantes do próprio conhecimento, já estava bem presente na sociedade judaica. Diversos foram os embates de Cristo com fariseus e saduceus exatamente por tal comportamento.
Não satisfeito, o jovem doutor interroga Jesus sobre quem seria o seu próximo. Quem sabe imaginasse que dos lábios de Jesus sairiam palavras que remeteriam a um próximo muito amado, às pessoas queridas, às pessoas amadas e amáveis. Quem sabe imaginasse o moço que Jesus diria que o próximo é quem nos faz bem. É então que a parábola vem a lume. Robertson destaca que o jovem doutor “querendo justificar-se a si mesmo, viu imediatamente que tinha se condenado, ao fazer uma pergunta cuja resposta já conhecia, assim, no seu embaraço, ele faz outra pergunta, para mostrar que ele tinha alguma razão, no início”.4
Jesus responde ao jovem que as tradições e a religiosidade não podem nos dizer quem é o nosso próximo. O jovem que sai de Jerusalém para Jericó está caído e ferido e o levita não viu nele seu próximo, o sacerdote também não, mas o samaritano supreendentemente assim o vê. Supreendentemente porque jamais um Judeu praticante da lei como aquele jovem enxergaria nos “impuros”, nos “misturados”, nos “híbridos” samaritanos, alguém próximo seu. Jesus, no entanto, assim o vê e aquele jovem doutor faz ver também.
Lockyer destaca que “os samaritanos não eram puros em termos raciais, mas uma mistura de judeu e gentio; por isso, eram odiados pelos que tinham o sangue integral do grupo étnico judaico, e, embora os dois grupos morassem próximos uns dos outros, não se consideravam e nem se tratavam como próximos no sentido moral da palavra”.5 Este autor destaca também que “o doutor da lei deve ter ficado bastante surpreso, quando Jesus apresentou o samaritano como a única pessoa que se dispôs a ajudar aquele judeuindefeso, na estrada solitária e perigosa. O homem que ajudou o pobre necessitado foi exatamente o que ele menos esperava que o faria”.6
Champlin destaca que a parábola do bom samaritano foi dada a fim de ilustrar o importantíssimo mandamento da lei: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’, e assim, ensina quatro lições: “(a) Jesus ensina aqui um importante princípio da ética humanitária. O próximo pode ser uma pessoa inteiramente desconhecida. (b) O “próximo” pode ser de uma raça diferente, e até mesmo desprezada. (c) O “próximo” pode ser pessoa de outra religião, até mesmo conhecida como herética. (d) Contudo, os cuidados de Deus por toda a humanidade devem manifestar-se na vida de todos quantos são chamados pelo nome”.7 
Texto extraído da obra “As Parábolas de Jesus: As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.”1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018”. 
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KEENER, Craig S. Comentário Bíblico Atos:Novo Testamento. Belo Horizonte: Editora Atos, 2004. p. 226.
2 ROBERTSON, A.T. Comentário Lucas –À luz do Novo Testamento Grego. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013. p. 205.
3 Ibidem.
4 Ibidem.
5 LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia  ̶ Uma análise detalhada de todas as parábolas das Escrituras. São Paulo: Editora Vida, 2006. p. 334.
6 Ibidem.
7 CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol. 6. 11. ed. São Paulo: Hagnos, 2003. p. 64.