terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Lição 09 - 4º Trimestre 2018 - O Perigo da Indiferença Espiritual - Adultos.

Lição 9 - O Perigo da Indiferença Espiritual

4º Trimestre de 2018
ESBOÇO GERAL
INTRODUÇÃO
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
II – QUANDO AS PALAVRAS NÃO SE COADUNAM COM A PRÁTICA
III – UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS
CONCLUSÃO
UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS
Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Eliel dos Santos Gaby
As pessoas a quem Jesus dirige essa parábola estavam de fato muito interessadas em obedecer à Lei. Contudo, não estavam muito preparadas para receber aquele a quem o próprio Deus enviou. Não se pode fazer apenas parte da vontade de Deus. A obediência à Lei acrescida à rejeição de Cristo, descamba para o legalismo e, na parábola que estamos estudando, equivale a um sim meramente verbal, contrariando os fatos e, por conseguinte, a vontade de Deus.
Sobre o legalismo, Champlin destaca que “esta expressão, como usada pelos teólogos cristãos, não tem nada contra a dignidade da lei, muito pelo contrário, fala de abusos dos propósitos da lei”.1  Ele destaca também que “muitos judeus convertidos ao cristianismo, que aceitaram o ensino de que Jesus era o Messias, ainda continuaram observando a lei pelas duas razões sugeridas, sendo que o judaísmo nunca promoveu um conceito de justificação pela fé, assim, legalismo, então, é o uso da lei como uma base de soteriologia e como o guia da vida espiritual, no lugar da justificação pela fé e a lei do Espirito como o guia da espiritualidade”.2
Pode ser que ao redor dos que ouviam a parábola, encontravam-se também muitos publicanos, meretrizes e pecadores que, ao contrário de alguns, não se arrependeram de seus pecados de forma legítima e autêntica. Eles estavam dispostos a acreditarem em Jesus, mas não estavam interessados em obedecer a vontade de Deus. Se os primeiros são legalistas, os segundos são os participantes da graça barata. Como vimos num tópico anterior, o verdadeiro arrependimento conduz à mudança de atitude. Quem possui uma fé genuína, fatalmente desejará fazer a vontade de Deus.
Em João 15.14 Jesus é enfático ao ensinar que nós seremos seus amigos se fizermos o que Ele manda: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”.  Fazer a vontade de Deus era o eixo sobre o qual girava toda a religião de Israel. A Lei era a sua expressão clara e escrita. Champlin destaca que “o Senhor Jesus agora desejou acrescentar outro pensamento precioso: aqueles discípulos especiais de então para diante dificilmente poderiam ser classificados como meros servos, segundo ordinariamente se poderia entender, dentro das relações então comuns entre escravos e senhores, visto que dos servos só se poderia esperar servidão, pelo contrário, o Senhor Jesus elevou a posição de seus discípulos como seus iguais, isto é, como seus amigos, seus companheiros”.3
Contudo, agora chegamos a uma revelação plena e perfeita da vontade de Deus através de Jesus Cristo. Ele anuncia a vinda do Reino e chama à conversão: “Desde então, começou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” (Mt 4.17). Ela passa, afinal, através de sua pessoa. O Pai quer que os homens recebam aquele que Ele enviou. Não se trata de querer obedecer a Lei sem receber a Cristo. Também não se trata de desejar a Cristo, mas não querer obedecer a seus ensinos.
Através desta parábola precisamos compreender o perigo da indiferença espiritual. Alguns pensam que podem confessar que amam a Deus com seus lábios mas viver com o coração distante dele. Pensam poder encontrar a Deus prescindindo de Cristo. Outros há que vivem na austeridade da Lei, mas não querem receber a Jesus. A marca indelével da amizade com Deus é a aceitação de Cristo como Filho de Deus, e, isso é possível, a partir do momento em que O obedecemos.
O fundamento da obediência a Deus é manifestado no amor ao Senhor Jesus e a sua Palavra: “De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.10-11). O Salmo 119 descreve que as santas escrituras devem guiar nossas vidas. Nos versículos 6 e 22, o salmista destaca que quando seguimos os seus ensinamentos não existem motivos para nos envergonharmos: “Então, não ficaria confundido, atentando eu para todos os teus mandamentos. Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos”.
No versículo 7 o salmista destaca a necessidade do cultivo de um coração íntegro: “Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido os teus justos juízos. Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente”, e nos versículos 9, 10, 11 e 30 ele fala da observância de uma vida pura e que não se desvia dos mandamentos do Senhor: “Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os teus juízos”.
Davi tinha um desejo profundo de conhecer e obedecer ao Senhor, e o fervor deste desejo está evidenciado no Salmo 119.5-4 e a excelência deste desejo pode ser notada na ênfase das expressões “vivifica-me”, “ensina-me” e “faze-me atinar”. Moody destaca que “o perigo confrontando o salmista fá-lo pedir força e conforto. Ele percebe que a vivificação que ele deseja vem da compreensão dos ensinamentos de Deus”.4  No Salmo 119.33-40 o salmista usa a expressão “ensina-me e o seguirei” e na sequência pede pela orientação de Deus para que sua vida seja afastada da insensatez.
A obediência deve estar ligada à vontade de Deus. Para sair da indiferença espiritual, o ser humano precisa receber aquele que Deus enviou ao mundo. A pessoa de Cristo separa de forma bastante clara a humanidade perdida, composta até mesmo por religiosos que dizem fazer a vontade de Deus, mas não a fazem, e aqueles que serão admitidos no Reino. O caminho é o do arrependimento com a consequente mudança de atitude, em direção à obediência a Deus.
Texto extraído da obra “As Parábolas de Jesus:As verdades e princípios divinos para uma vida abundante.” 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018”.

1 CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. Vol.3. São Paulo: Hagnos, 2013. p. 753.
2 Ibidem.
3 CHAMPLIN, Russell N. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Volume 2. São Paulo: Candeia, 1995. p. 545.
4 PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody – Gênesis a Malaquias. Vol. 1. São Paulo: Editora Batista Regular, 2007. p. 126.

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