Lição 8 - A Profecia na Experiência Pentecostal
4º Trimestre de 2018
Introdução
I-Esclarecendo os Termos
II-A Profecia nas Sagradas Escrituras
III-Funções da Profecia
Conclusão
I-Esclarecendo os Termos
II-A Profecia nas Sagradas Escrituras
III-Funções da Profecia
Conclusão
Professor(a), a lição deste domingo tem como objetivos:
Conceituar os termos profecia e profeta;
Reconhecer a importância das profecias nas Sagradas Escrituras;
Apresentar as funções da profecia.
Conceituar os termos profecia e profeta;
Reconhecer a importância das profecias nas Sagradas Escrituras;
Apresentar as funções da profecia.
Palavra-chave: Pentecostes.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Alexandre Coelho:
Introdução
Quando Deus deu origem aos dons espirituais, Ele assim os fez objetivando a edificação da Igreja. Até à escrita da primeira carta de Paulo aos Coríntios, não há registros de um texto que trouxesse uma orientação sobre os carismas, ou seja, os dons espirituais. O apóstolo Paulo, então, insere na epístola os preceitos sobre a utilização dos dons espirituais, mais especificamente sobre o falar em línguas e a profecia.
A profecia, em particular, tem sido alvo de estudos em todos os seguimentos cristãos. Por meio dela, é possível ver o plano de Deus ao longo da história, não apenas o ato de profetizar e o momento em que a profecia foi falada, mas igualmente o seu cumprimento e o contexto em que ela foi cumprida. O Senhor levantou Moisés, Samuel, Elias, Eliseu, Isaías, Daniel e tantos outros no Antigo Testamento para que fossem usados por Ele, além de Jesus, Paulo, Pedro, Ágabo e tantos outros no Novo Testamento. Esses são nomes que aparecem nas Escrituras, mas havia muitos outros profetas que a Palavra não menciona os nomes, mas que foram grandemente usados por Deus.
A Bíblia é repleta de profecias. Tendo ela sido escrita, entre outros motivos, com o objetivo de orientar todos os que desejam ter comunhão com o Eterno, surge a pergunta: Deus, que usou a profecia para revelar a sua vontade, teria o desejo de que a profecia fosse corrente em nossos dias? Seria possível haver em nossos dias pessoas que poderiam profetizar da mesma forma que os profetas descritos nas Escrituras? A profecia seria, então, um dom do Espírito Santo para os nossos dias, ou tal dom estaria sepultado na História da Igreja?
A profecia, em particular, tem sido alvo de estudos em todos os seguimentos cristãos. Por meio dela, é possível ver o plano de Deus ao longo da história, não apenas o ato de profetizar e o momento em que a profecia foi falada, mas igualmente o seu cumprimento e o contexto em que ela foi cumprida. O Senhor levantou Moisés, Samuel, Elias, Eliseu, Isaías, Daniel e tantos outros no Antigo Testamento para que fossem usados por Ele, além de Jesus, Paulo, Pedro, Ágabo e tantos outros no Novo Testamento. Esses são nomes que aparecem nas Escrituras, mas havia muitos outros profetas que a Palavra não menciona os nomes, mas que foram grandemente usados por Deus.
A Bíblia é repleta de profecias. Tendo ela sido escrita, entre outros motivos, com o objetivo de orientar todos os que desejam ter comunhão com o Eterno, surge a pergunta: Deus, que usou a profecia para revelar a sua vontade, teria o desejo de que a profecia fosse corrente em nossos dias? Seria possível haver em nossos dias pessoas que poderiam profetizar da mesma forma que os profetas descritos nas Escrituras? A profecia seria, então, um dom do Espírito Santo para os nossos dias, ou tal dom estaria sepultado na História da Igreja?
I – ESCLARECENDO OS TERMOS
Profeta – dom ou ministério
Para que possamos entender a profecia como dom espiritual, é preciso saber a diferença entre a “profecia” trazida como mensagem de um pregador da Palavra de Deus e a profecia como dom do Espírito Santo. Esta é, em termos básicos, uma mensagem espontânea da parte de Deus para a sua Igreja ou para indivíduos, com o objetivo de edificar, consolar, exortar e predizer o futuro. Essas funções são apresentadas na primeira carta de Paulo aos Coríntios em referência à atuação direta do Espírito Santo na administração dos dons espirituais e, ao longo do Novo Testamento, com as revelações proféticas sobre o fim dos tempos.
A pregação da Palavra de Deus, considerada por muitos teólogos como uma “profecia”, tem por base Efésios 4, onde Paulo apresenta os chamados dons ministeriais, ou seja, aqueles dons ou presentes que Deus deu para a Igreja a pessoas com vocações distintas: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Eles abençoam o corpo de Cristo com seu trabalho, mas a Igreja não é deles, e sim do Senhor.
Na busca de uma semântica mais elástica, tem-se crido que a “profecia” é a pregação das Escrituras. Neste caso, aqueles que ministram a Palavra seriam equiparados a profetas por estarem utilizando a maior profecia de todas, a Palavra de Deus. Como há duas referências relacionadas à existência da profecia no âmbito da Igreja, é necessário respeitar o contexto em que cada uma dessas referências está sendo trazida. Não nos parece que Efésios e Atos estejam tratando da mesma manifestação, ainda que o nome seja o mesmo.
A pregação da Palavra de Deus, considerada por muitos teólogos como uma “profecia”, tem por base Efésios 4, onde Paulo apresenta os chamados dons ministeriais, ou seja, aqueles dons ou presentes que Deus deu para a Igreja a pessoas com vocações distintas: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores. Eles abençoam o corpo de Cristo com seu trabalho, mas a Igreja não é deles, e sim do Senhor.
Na busca de uma semântica mais elástica, tem-se crido que a “profecia” é a pregação das Escrituras. Neste caso, aqueles que ministram a Palavra seriam equiparados a profetas por estarem utilizando a maior profecia de todas, a Palavra de Deus. Como há duas referências relacionadas à existência da profecia no âmbito da Igreja, é necessário respeitar o contexto em que cada uma dessas referências está sendo trazida. Não nos parece que Efésios e Atos estejam tratando da mesma manifestação, ainda que o nome seja o mesmo.
A Pregação da Palavra de Deus
Na língua do Novo Testamento, a palavra pregação é “kerygma”; essa palavra traz a ideia de proclamação por um arauto. Kerygma é a proclamação, e keryx, o mensageiro. A pregação é uma importante forma de comunicar uma mensagem e vem ganhando destaque na História da Igreja. Grandes pregadores foram responsáveis por trazer milhões de pessoas a Cristo. Da mesma forma, os pregadores anônimos tornaram o evangelho conhecido a pessoas individualmente, bem como o testemunho de Jesus Cristo em todo o mundo.
Junto ao ensino, a pregação vem solidificando a Palavra de Deus nos corações dos ouvintes que vêm à igreja, seja para congregar e adorar, seja para simplesmente assistir a um culto. A pregação é tão importante para o cristianismo que, nos cursos de Teologia, há a disciplina de hermenêutica, para interpretação da Bíblia, e a homilética, que traz orientações sobre a exposição da Palavra de Deus, como a elaboração de sermões, a forma de apresentar-se e de falar e a maneira como se portar no púlpito.
Esses recursos são importantes para a exposição da Palavra, seja na pregação, seja no ensino. Entretanto, o dom de profecia, conforme relatado em 1 Coríntios, não é a explanação da Palavra, mas, sim, uma Palavra espontânea da parte de Deus, algo não planejado pelo intelecto humano. Trata-se de uma ocorrência que o homem não pode controlar, que não pode querer manifestar sem que Deus assim o inicie. Basta dizer que, no Novo Testamento, não há um registro que mostre escolas de profetas ou técnicas de manifestar uma profecia. Essa possibilidade de intervir com uma palavra profética é do próprio Espírito Santo.
A palavra kerygma não aparece nos capítulos 12 e 14 de 1 Coríntios, textos estes que falam sobre a profecia no culto público. Não há que se considerar, portanto, que o profeta de 1 Coríntios 14 é aquele que prega a Palavra de Deus, pois o texto não traz a ideia de uma exposição dos escritos do Antigo Testamento, que era a Bíblia dos primeiros cristãos. A palavra para pregação e suas derivadas, kerygma, aparecem em textos como Mateus 9.35, com Jesus ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho do Reino (didáskōn en tais sinagōgais autōn kai keryssōn to euanggelion tēs basileia). Mateus não usou a palavra profeteía para expressar a pregação.
Outra menção de pregação é vista em Marcos 16.15, quando Jesus ordena aos discípulos que preguem o evangelho. O termo também aparece em Romanos 10.14 em “como ouvirão, se não há quem pregue” (grifo meu). Nesses textos, vemos com clareza que a pregação não é descrita como profecia, mas, sim, como a proclamação de uma mensagem. Se realmente respeitarmos a semântica de cada palavra, não teremos dúvidas de que a pregação é uma atividade e o profetizar é outra.
O ensino também pode ser considerado aqui. A exposição didática da Palavra de Deus é incentivada nas Escrituras. Mestres são desafiados a empenharem-se cada vez mais no ministério do ensino, mas ensinar as Escrituras também não é profetizar. A profecia da parte de Deus pode acontecer numa aula de Escola Dominical, num instituto bíblico ou Faculdade de Teologia, mas não é o ensino formal das Escrituras.
Embora todo discurso inspirado seja “discurso profético” no sentido mais amplo do termo (cf. At 2.4,16-18; Ap 19.10), ao falar de “profecia”, Paulo refere-se especificamente à palavra de revelação, que, neste caso, é proferida no contexto da congregação. Ele não confunde esse dom com o ensino (exposição das Escrituras ou das implicações do evangelho), embora seja possível aprender por meio de profecias (1 Co 14.31). Ele também não o confunde com “exortação”, como dom separado (Rm 12.8), embora a profecia também pudesse abranger essa função (1 Co 14.3)
No ensino, a autoridade de Deus encontrava-se no texto ou em uma mensagem anterior, e o mestre apropriava-se dela uma vez que expusesse seu conteúdo com precisão. Na profecia, a mensagem de Deus estava na profecia em si à medida que refletisse com precisão o que o Espírito Santo estava dizendo (embora a profecia no Novo Testamento, assim como a do Antigo Testamento, muitas vezes reflita a linguagem de profecias bíblicas anteriores). Na profecia, a pessoa era inspirada a falar diretamente como agente de Deus, declarando em essência: “Isto diz o Espírito Santo” (At 21.11; ver também Ap 2.1; 3.1).
Junto ao ensino, a pregação vem solidificando a Palavra de Deus nos corações dos ouvintes que vêm à igreja, seja para congregar e adorar, seja para simplesmente assistir a um culto. A pregação é tão importante para o cristianismo que, nos cursos de Teologia, há a disciplina de hermenêutica, para interpretação da Bíblia, e a homilética, que traz orientações sobre a exposição da Palavra de Deus, como a elaboração de sermões, a forma de apresentar-se e de falar e a maneira como se portar no púlpito.
Esses recursos são importantes para a exposição da Palavra, seja na pregação, seja no ensino. Entretanto, o dom de profecia, conforme relatado em 1 Coríntios, não é a explanação da Palavra, mas, sim, uma Palavra espontânea da parte de Deus, algo não planejado pelo intelecto humano. Trata-se de uma ocorrência que o homem não pode controlar, que não pode querer manifestar sem que Deus assim o inicie. Basta dizer que, no Novo Testamento, não há um registro que mostre escolas de profetas ou técnicas de manifestar uma profecia. Essa possibilidade de intervir com uma palavra profética é do próprio Espírito Santo.
A palavra kerygma não aparece nos capítulos 12 e 14 de 1 Coríntios, textos estes que falam sobre a profecia no culto público. Não há que se considerar, portanto, que o profeta de 1 Coríntios 14 é aquele que prega a Palavra de Deus, pois o texto não traz a ideia de uma exposição dos escritos do Antigo Testamento, que era a Bíblia dos primeiros cristãos. A palavra para pregação e suas derivadas, kerygma, aparecem em textos como Mateus 9.35, com Jesus ensinando nas sinagogas e pregando o evangelho do Reino (didáskōn en tais sinagōgais autōn kai keryssōn to euanggelion tēs basileia). Mateus não usou a palavra profeteía para expressar a pregação.
Outra menção de pregação é vista em Marcos 16.15, quando Jesus ordena aos discípulos que preguem o evangelho. O termo também aparece em Romanos 10.14 em “como ouvirão, se não há quem pregue” (grifo meu). Nesses textos, vemos com clareza que a pregação não é descrita como profecia, mas, sim, como a proclamação de uma mensagem. Se realmente respeitarmos a semântica de cada palavra, não teremos dúvidas de que a pregação é uma atividade e o profetizar é outra.
O ensino também pode ser considerado aqui. A exposição didática da Palavra de Deus é incentivada nas Escrituras. Mestres são desafiados a empenharem-se cada vez mais no ministério do ensino, mas ensinar as Escrituras também não é profetizar. A profecia da parte de Deus pode acontecer numa aula de Escola Dominical, num instituto bíblico ou Faculdade de Teologia, mas não é o ensino formal das Escrituras.
Embora todo discurso inspirado seja “discurso profético” no sentido mais amplo do termo (cf. At 2.4,16-18; Ap 19.10), ao falar de “profecia”, Paulo refere-se especificamente à palavra de revelação, que, neste caso, é proferida no contexto da congregação. Ele não confunde esse dom com o ensino (exposição das Escrituras ou das implicações do evangelho), embora seja possível aprender por meio de profecias (1 Co 14.31). Ele também não o confunde com “exortação”, como dom separado (Rm 12.8), embora a profecia também pudesse abranger essa função (1 Co 14.3)
No ensino, a autoridade de Deus encontrava-se no texto ou em uma mensagem anterior, e o mestre apropriava-se dela uma vez que expusesse seu conteúdo com precisão. Na profecia, a mensagem de Deus estava na profecia em si à medida que refletisse com precisão o que o Espírito Santo estava dizendo (embora a profecia no Novo Testamento, assim como a do Antigo Testamento, muitas vezes reflita a linguagem de profecias bíblicas anteriores). Na profecia, a pessoa era inspirada a falar diretamente como agente de Deus, declarando em essência: “Isto diz o Espírito Santo” (At 21.11; ver também Ap 2.1; 3.1).
A Profecia Trazida pelo Espírito Santo
Quando o Espírito de Deus traz uma mensagem espontânea para falar ao coração de uma nação, de uma autoridade, de uma congregação ou mesmo de uma pessoa, entendemos ser essa palavra uma profecia. Na Bíblia, há ocasiões em que as pessoas usadas por Deus com esse dom são efetivamente chamadas de profetas. A pessoa que traz a profecia nem sempre é literalmente chamada de profeta no contexto, mas suas palavras são identificadas como profecias. Quando Jesus declarou que deveria sair de Jerusalém para que um profeta na cidade de Davi não morresse, completou: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” (Lc 13.34,35). A Casa de Deus, o Templo, não demorou muito a ser destruído, cumprindo-se, assim, o que Jesus dissera que aconteceria.
O Senhor disse que Pedro iria negá-lo três vezes (Mt 26.34), o que se cumpriu naquela mesma noite em que Ele foi preso. Outros textos já qualificam o falante como profeta, como nos dois casos de Ágabo, em Atos. Ágabo, um profeta em Jerusalém, “dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César” (At 11.28). Essa profecia fez com que irmãos da Antioquia enviassem socorro aos irmãos que habitavam na Judeia. Esse mesmo Ágabo, em Atos 21, foi a Cesareia, onde Paulo estava, e advertiu-lhe que ele seria preso se fosse a Jerusalém (vv. 10-13), profecia esta que se cumpriu (At 21.33). Ele não é chamado de arauto, o keryx, mas de profeta, profetés (At 11.27). A Bíblia não apresenta qualquer impedimento para que um pregador, seja ele leigo ou com formação teológica, venha a ser usado no dom de profecia, pois os dons são dados pelo Espírito, que reparte “particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11). Entretanto, à luz do Novo Testamento grego, pregar a Palavra de Deus não é sinônimo de manifestar o dom de profecia como relatado em 1 Coríntios.Pelo que já foi apresentado até o momento, podemos crer que Paulo não se refere à profecia como sinônimo de pregação, o que afasta a possibilidade de que profetas sejam aqueles que expõem a Palavra de Deus por meio da exposição das Escrituras. Explicar a Palavra e ensiná-la não se confunde com o receber uma palavra profética da parte de Deus.
O Senhor disse que Pedro iria negá-lo três vezes (Mt 26.34), o que se cumpriu naquela mesma noite em que Ele foi preso. Outros textos já qualificam o falante como profeta, como nos dois casos de Ágabo, em Atos. Ágabo, um profeta em Jerusalém, “dava a entender, pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César” (At 11.28). Essa profecia fez com que irmãos da Antioquia enviassem socorro aos irmãos que habitavam na Judeia. Esse mesmo Ágabo, em Atos 21, foi a Cesareia, onde Paulo estava, e advertiu-lhe que ele seria preso se fosse a Jerusalém (vv. 10-13), profecia esta que se cumpriu (At 21.33). Ele não é chamado de arauto, o keryx, mas de profeta, profetés (At 11.27). A Bíblia não apresenta qualquer impedimento para que um pregador, seja ele leigo ou com formação teológica, venha a ser usado no dom de profecia, pois os dons são dados pelo Espírito, que reparte “particularmente a cada um como quer” (1 Co 12.11). Entretanto, à luz do Novo Testamento grego, pregar a Palavra de Deus não é sinônimo de manifestar o dom de profecia como relatado em 1 Coríntios.Pelo que já foi apresentado até o momento, podemos crer que Paulo não se refere à profecia como sinônimo de pregação, o que afasta a possibilidade de que profetas sejam aqueles que expõem a Palavra de Deus por meio da exposição das Escrituras. Explicar a Palavra e ensiná-la não se confunde com o receber uma palavra profética da parte de Deus.
II – A PROFECIA NAS SAGRADAS ESCRITURAS
A Profecia no Antigo Testamento e nos Evangelhos
A Profecia no Antigo Testamento e nos Evangelhos
A profecia faz parte da história de Israel. Abraão foi chamado de profeta, e seus descendentes tiveram a oportunidade de exercer esse tipo de função na história da nação. O livro de Hebreus começa dizendo que Deus falou aos pais, muitas vezes e de muitas maneiras, pelos profetas. Essa menção remete ao Antigo Testamento, onde o Senhor estabeleceu líderes para que o povo fosse conduzido até Ele: os sacerdotes, por ocasião da entrega da Lei, os juízes, na terra conquistada, e os reis, que governaram os israelitas. Os profetas entram no cenário das Escrituras nos momentos em que o Senhor quis advertir o povo sobre os seus pecados, a injustiça para com os mais fracos e ao descaso com Deus e seu culto. O Senhor usou o profeta Jonas para tratar dos pecados de uma nação estrangeira, demonstrando, assim, que a sua graça e a sua misericórdia não estavam restritas ao território dos hebreus.
No Antigo Testamento, a designação para profeta era “nabi”. Se Deus mostrava ao profeta algo por meio de visões, ele era chamado de “hozé”, o vidente: “(Antigamente em Israel, indo qualquer consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje antigamente se chamava vidente.)” (1 Sm 9.9). Foi nesse contexto que Saul foi encontrar Samuel.
No contexto do Novo Testamento, Jesus é considerado profeta. Ele teve uma visão de Satanás caindo do céu quando setenta de seus discípulos retornaram trazendo notícias de suas experiências no campo quando anunciaram o Reino de Deus (Lc 10.18). Tal referência, assim como em outras, permite-nos ver o ministério profético nos dias do Senhor com moldes semelhantes aos do Antigo Testamento.
Nem todos os que tiveram visões ou que falaram com anjos podem ser considerados profetas. Zacarias viu e falou com um anjo, mas não foi chamado de profeta. Maria recebeu a visita de Gabriel e não era profetisa. Cornélio recebeu a visita de um anjo, mas não era profeta. O Senhor manifesta sua graça de diversas formas, e cada pessoa tem uma experiência com Ele, mas nem todas essas experiências qualificam a pessoa como sendo usada pelo dom de profecia.
No Antigo Testamento, a designação para profeta era “nabi”. Se Deus mostrava ao profeta algo por meio de visões, ele era chamado de “hozé”, o vidente: “(Antigamente em Israel, indo qualquer consultar a Deus, dizia assim: Vinde, e vamos ao vidente; porque ao profeta de hoje antigamente se chamava vidente.)” (1 Sm 9.9). Foi nesse contexto que Saul foi encontrar Samuel.
No contexto do Novo Testamento, Jesus é considerado profeta. Ele teve uma visão de Satanás caindo do céu quando setenta de seus discípulos retornaram trazendo notícias de suas experiências no campo quando anunciaram o Reino de Deus (Lc 10.18). Tal referência, assim como em outras, permite-nos ver o ministério profético nos dias do Senhor com moldes semelhantes aos do Antigo Testamento.
Nem todos os que tiveram visões ou que falaram com anjos podem ser considerados profetas. Zacarias viu e falou com um anjo, mas não foi chamado de profeta. Maria recebeu a visita de Gabriel e não era profetisa. Cornélio recebeu a visita de um anjo, mas não era profeta. O Senhor manifesta sua graça de diversas formas, e cada pessoa tem uma experiência com Ele, mas nem todas essas experiências qualificam a pessoa como sendo usada pelo dom de profecia.
A Profecia depois do Pentecostes
Após o pentecostes de Atos 2, há diversas referências a profecias transmitidas no Novo Testamento, como nos casos de Jesus, Ágabo, Paulo, Pedro e o próprio João, no livro de Apocalipse. Uma profecia inteira tornou-se canônica, a saber, o Apocalipse de João. Outras dessas profecias foram registradas, e o seu registro foi considerado canônico. Essas referências não são para pregação, mas, sim, para a profecia legítima. Uma pregação é fruto, como se entende em nossos dias, de uma preparação conjunta entre oração, estudo das Escrituras e escolha de um assunto para ser tratado a partir das Escrituras. A profecia, por sua vez, é uma mensagem do próprio Deus por meio de um dos seus servos, de maneira espontânea, que ocorria na Igreja no Novo Testamento.
A profecia é tão importante no Novo Testamento que Paulo recomenda a Timóteo, pastor em Éfeso, que milite a boa milícia “segundo as profecias que houve acerca [dele]” (1 Tm 1.18), um exemplo claro de que as profecias eram correntes nas igrejas. Timóteo não era um homem inexperiente ou incrédulo à palavra profética, pois o seu chamado ao ministério pastoral foi fruto, pelo que se entende, não de uma única profecia, mas de várias.
Paulo não diz que as profecias sobre Timóteo foram trazidas por apóstolos, nem menciona a si mesmo como uma das pessoas que profetizaram para ele, pois, se este fosse o caso, o apóstolo certamente o teria registrado. Ao que nos parece, pessoas da igreja que não tinham uma função necessariamente eclesiástica tinham o dom de profetizar pelo Espírito Santo e foram usadas por Deus para falarem com Timóteo. Ao mesmo Timóteo, o apóstolo Paulo ordena que não despreze o dom que ele recebera por profecia e imposição de mãos do presbitério (1 Tm 4.14). Aos que ensinam que as profecias só estiveram em Atos dos Apóstolos, Paulo registra que elas também eram correntes na igreja e que não se tinha dúvidas de que elas não apenas eram recentes, mas que traziam direcionamentos, inclusive ministeriais.
Tais textos não podem ser desconsiderados aos estudiosos que, de forma honesta, analisam o tema profecia no Novo Testamento, bem como a sua contemporaneidade. As menções a palavras proféticas na Igreja não nos parecem ter um caráter meramente histórico, do tipo que existe apenas para que se saiba que Deus operou de uma forma que não opera em nossos dias.
Após o pentecostes de Atos 2, há diversas referências a profecias transmitidas no Novo Testamento, como nos casos de Jesus, Ágabo, Paulo, Pedro e o próprio João, no livro de Apocalipse. Uma profecia inteira tornou-se canônica, a saber, o Apocalipse de João. Outras dessas profecias foram registradas, e o seu registro foi considerado canônico. Essas referências não são para pregação, mas, sim, para a profecia legítima. Uma pregação é fruto, como se entende em nossos dias, de uma preparação conjunta entre oração, estudo das Escrituras e escolha de um assunto para ser tratado a partir das Escrituras. A profecia, por sua vez, é uma mensagem do próprio Deus por meio de um dos seus servos, de maneira espontânea, que ocorria na Igreja no Novo Testamento.
A profecia é tão importante no Novo Testamento que Paulo recomenda a Timóteo, pastor em Éfeso, que milite a boa milícia “segundo as profecias que houve acerca [dele]” (1 Tm 1.18), um exemplo claro de que as profecias eram correntes nas igrejas. Timóteo não era um homem inexperiente ou incrédulo à palavra profética, pois o seu chamado ao ministério pastoral foi fruto, pelo que se entende, não de uma única profecia, mas de várias.
Paulo não diz que as profecias sobre Timóteo foram trazidas por apóstolos, nem menciona a si mesmo como uma das pessoas que profetizaram para ele, pois, se este fosse o caso, o apóstolo certamente o teria registrado. Ao que nos parece, pessoas da igreja que não tinham uma função necessariamente eclesiástica tinham o dom de profetizar pelo Espírito Santo e foram usadas por Deus para falarem com Timóteo. Ao mesmo Timóteo, o apóstolo Paulo ordena que não despreze o dom que ele recebera por profecia e imposição de mãos do presbitério (1 Tm 4.14). Aos que ensinam que as profecias só estiveram em Atos dos Apóstolos, Paulo registra que elas também eram correntes na igreja e que não se tinha dúvidas de que elas não apenas eram recentes, mas que traziam direcionamentos, inclusive ministeriais.
Tais textos não podem ser desconsiderados aos estudiosos que, de forma honesta, analisam o tema profecia no Novo Testamento, bem como a sua contemporaneidade. As menções a palavras proféticas na Igreja não nos parecem ter um caráter meramente histórico, do tipo que existe apenas para que se saiba que Deus operou de uma forma que não opera em nossos dias.
Deus Pode Usar quantos Profetas Forem Necessários na Igreja?
Cremos que sim. Não há impedimento algum para que se profetize na igreja, desde que seja feito com ordem. Profetas aprendem uns com os outros quando a profecia é manifesta (1 Co 14.31).
Não Desprezeis as Profecias
Se Paulo manda não desprezar as profecias, ele assim o faz porque corremos o risco de sermos pessoas que se esquecem dos oráculos de Deus. Um dos problemas de conviver constante e desordenadamente com determinadas manifestações do Espírito é a possibilidade de tornar comum algo que o Senhor diz ser sobrenatural. Há momentos em que as reações humanas à presença e ao poder do Espírito extrapolam certos limites, sendo necessário que a Igreja esteja pronta para ensinar e corrigir esses possíveis excessos tanto no culto quanto fora dele. Na Bíblia, não vemos qualquer menção a Jesus ou aos apóstolos expulsando demônios com o ensino ou com a apresentação sistemática de uma doutrina, e sim com a autoridade do nome de Jesus.
A profecia tem sua importância em nossos dias. Se não fosse assim, Paulo não ensinaria que a palavra profética trazida pelo dom do Espírito Santo fosse julgada por outros profetas: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14.29). Será um perigo se as profecias forem desdenhadas: “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Pv 29.18). Para os que descreem que o dom de profecia é para os nossos dias, alegando que não há necessidade de palavras proféticas na igreja, e que não há como se exercer um controle de tal maneira que o culto não se torne uma bagunça, Paulo orientou que a palavra profética que fosse trazida também fosse julgada. As profecias foram e são, sim, objeto de exame e não podem ser desprezadas: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5.19,20).
Esse mecanismo de controle é adequado, pois o enunciado de uma profecia traz um peso seriíssimo da parte do Senhor. De uma forma sobrenatural, duas ou três pessoas falando trazem edificação à igreja, e o apóstolo Paulo diz que todos aprendem e são consolados por meio do processo de examinar e julgar aquilo que está sendo falado. O culto pentecostal tem essa possibilidade porque Paulo assim orientou. O ato de exercer juízo em uma palavra profética não tem por objetivo contradizer o que o Senhor realmente disse, mas, sim, impedir que uma pessoa seja usada por ela mesma em nome de Deus. Jesus predisse que surgiriam falsos cristos e falsos profetas (Mc 13.22). O assistente da Besta é o Falso Profeta, e o apóstolo João advertiu: “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo 4.1).
Aqui, cabe uma observação. A existência de falsos profetas não pode obscurecer os profetas que realmente são usados por Deus. O Novo Testamento fala de verdadeiras profecias e de falsos profetas também; cabe, porém, à igreja distinguir um do outro. Entretanto, nem a igreja nem teólogo algum podem alegar que a verdadeira profecia deve ser descartada, porque os falsos profetas existem.
A profecia tem sua importância em nossos dias. Se não fosse assim, Paulo não ensinaria que a palavra profética trazida pelo dom do Espírito Santo fosse julgada por outros profetas: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem” (1 Co 14.29). Será um perigo se as profecias forem desdenhadas: “Não havendo profecia, o povo se corrompe; mas o que guarda a lei, esse é bem-aventurado” (Pv 29.18). Para os que descreem que o dom de profecia é para os nossos dias, alegando que não há necessidade de palavras proféticas na igreja, e que não há como se exercer um controle de tal maneira que o culto não se torne uma bagunça, Paulo orientou que a palavra profética que fosse trazida também fosse julgada. As profecias foram e são, sim, objeto de exame e não podem ser desprezadas: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias” (1 Ts 5.19,20).
Esse mecanismo de controle é adequado, pois o enunciado de uma profecia traz um peso seriíssimo da parte do Senhor. De uma forma sobrenatural, duas ou três pessoas falando trazem edificação à igreja, e o apóstolo Paulo diz que todos aprendem e são consolados por meio do processo de examinar e julgar aquilo que está sendo falado. O culto pentecostal tem essa possibilidade porque Paulo assim orientou. O ato de exercer juízo em uma palavra profética não tem por objetivo contradizer o que o Senhor realmente disse, mas, sim, impedir que uma pessoa seja usada por ela mesma em nome de Deus. Jesus predisse que surgiriam falsos cristos e falsos profetas (Mc 13.22). O assistente da Besta é o Falso Profeta, e o apóstolo João advertiu: “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo 4.1).
Aqui, cabe uma observação. A existência de falsos profetas não pode obscurecer os profetas que realmente são usados por Deus. O Novo Testamento fala de verdadeiras profecias e de falsos profetas também; cabe, porém, à igreja distinguir um do outro. Entretanto, nem a igreja nem teólogo algum podem alegar que a verdadeira profecia deve ser descartada, porque os falsos profetas existem.
CONCLUSÃO
Sob a perspectiva bíblica, entendemos que profecia é um dom do Espírito Santo que não se confunde com a pregação. Enquanto a pregação é fruto do estudo, da meditação, da oração e do respeito às regras da hermenêutica e da exegese, o dom de profecia vem diretamente de Deus, com a manifestação de uma palavra não planejada. A igreja local deve cultivar esse dom pela amplitude do seu alcance, pois ele edifica todo o corpo de Cristo, e a Palavra de Deus faz menção de que a profecia, assim como as línguas, só acabará quando o que é Perfeito, Jesus, manifestar-se. Como a manifestação de nosso Senhor em glória ainda não ocorreu, não se pode dizer que a profecia, nos moldes de 1 Coríntios 12 e 14, não são mais correntes em nossos dias. Cultivemos, portanto, a profecia e o seu uso em nossas igrejas da forma como orientou o apóstolo Paulo.
*Adquira o livro. COELHO, Alexandre. O Vento Sopra Onde Quer: O Ensino Bíblico do Espírito Santo e sua Operação na Vida da Igreja. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018.
Que Deus o(a) abençoe.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.
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