quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Lição 2 - 1º Trimestre 2015 - Jovens!

Lição 2

Eu creio em Deus Filho1° Trimestre de 2015
rev-jovensINTRODUÇÃO

I – A CONCEPÇÃO DO FILHO DE DEUS E SEU NASCIMENTO VIRGINAL (Is 7.14; Mt 1.18-22)
II – A OBRA SALVÍFICA DE JESUS CRISTO (Jo 1.41; 10.10; Lc 19.10)
III – HERESIAS A RESPEITO DA NATUREZA DE JESUS CRISTO
CONCLUSÃO
EVIDÊNCIAS DA DUPLA NATUREZA DE CRISTO
COLOSSENSES 2.9
Prezado professor, na lição desta semana, estudaremos a respeito das duas naturezas distintas encontradas em Jesus Cristo: a divina e a humana. O Filho de Deus, como é chamado nas Escrituras Sagradas, veio em forma de homem a este mundo, nascendo do ventre de uma virgem por intermédio da ação do Espírito Santo, e cumpriu a missão que lhe foi incumbida de proclamar a salvação aos perdidos e oprimidos, e trazê-los de volta a Deus. Embora, tenha deixado o trono da glória para cumprir o seu propósito, Cristo não abandonou a sua natureza divina, ele continua a se revelar como Deus Bendito e Poderoso, com seus atributos divinos.


Todavia, “aniquilou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Cf. Fl 2.7), apresentando também todos os aspectos de um homem comum. Assim sendo, o Messias se entregou a morte, como um cordeiro mudo, ele não abriu a boca. Nosso Senhor cumpriu o propósito divino, para o qual foi enviado, de morrer na cruz do Calvário e, por meio de seu sangue derramado, trazer a redenção aos crentes e a remissão de seus pecados. Em razão disso, as Escrituras sagradas apresentam várias evidências que comprovam a deidade de Cristo, visto que tanto o seu lado humano, como o seu lado divino revelam ao mundo, a natureza do amor de Deus. Portanto, professor, é relevante que seus alunos compreendam a respeito da dupla natureza de Cristo, a fim de que possam buscar um relacionamento mais íntimo com o Cristo Deus.

1. A deidade de Cristo

As Escrituras confirmam a deidade de Cristo. Em várias passagens, Cristo apresenta aspectos que evidenciam a sua natureza divina. Na obra Teologia Sistemática de Eurico Bérgsten, podemos destacar alguns:
“a. Jesus é chamado Deus. ‘Do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste’ (Hb 1.8). Duas vezes Ele o chamou: ‘Meu Filho amado’ (Mt 3.17; Mc 9.7). Todo aquele, pois, que nega que Jesus é Filho de Deus, faz o próprio Deus mentiroso, ‘porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu’ (1 Jo 5.10).
b. Jesus possuía atributos divinos. Ele era(é) onipotente (Lc 4.35,36,41); onisciente (Jo 2.24; 4.16-19); onipresente (Mt 28.20; 18.20; 2 Co 13.4); imutável (Hb 3.8; Hb 1.12); eterno (Cl 1.17; Jo 1.1; Mq 5.2); adorado. Ele que afirmou: ‘Ao Senhor teu Deus adorarás’ (Mt 4.10) e aceitou adoração (Mt 28.9-17; 14.33; 15.25). Veja também Hb 1.6.
c. Suas obras divinas provam a sua deidade. Jesus tomou parte na criação do mundo (Jo 1.3; Cl 1.16; 1 Co 8.6), e por Ele todas as coisas subsistem (At 17.28); realizou obras divinas (Jo 5.36; 10.25,37,38) e ressuscitou mortos (Lc 7.14,15; 8.54,55; Jo 11.39-44). Ele mesmo é a ‘Ressurreição e a vida’ (Jo 11.25; 5.25); também perdoou e perdoa pecados (Mt 9.5; Lc 5.20; 7.47-50; At 10.38).
d. A sua natureza divina prova a sua deidade. Jesus é santo. Era chamado ‘santo’ (At 2.27; 3.14; 4.27). Ele fez sempre o que era agradável a Deus (Cf. Jo 8.29). Amava a justiça e aborrecia a iniquidade (Cf. Hb 1.9). Ele não conhecia pecado (2 Co 5.21), era imaculado (Hb 7.26), sem mancha (1 Pe 1.19) e puro (1 Jo 3.3)” (CPAD, 2013, pp.50-52).

2. Jesus Cristo, homem

Da mesma maneira, Cristo apresentou todos os aspectos concernentes à natureza humana. Porquanto, ele era 100% Deus e 100% homem. Sendo assim, Cristo, a fim de cumprir a sua missão, “aniquilou-se a si mesmo, assumindo a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fl 2.7). Ele deixou a sua glória e se fez carne, a fim de se tornar Ele mesmo, a razão da salvação de todo aquele que nele crer. Durante o tempo em que esteve neste mundo, viveu como um homem comum, sujeito a todas às paixões humanas, mas sem pecado. Ele permaneceu santo e justo até o fim. A fim de entendermos melhor esta verdade, vejamos alguns aspectos apresentados por Eurico Bérgsten, que comprovam a sua humanidade:
“a. A Bíblia chama Jesus de ‘homem’. Quando Pedro falou, disse: ‘Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus’ (At 2.22); Pilatos disse a respeito de Jesus: ‘Eis aqui o homem’ (Jo 19.5). Jesus disse, falando de si mesmo: ‘Nem só de pão viverá o homem’ (Mt 4.4); Ele também afirmou: ‘Mas, agora, procurais matar-me a mim, homem que vos tem dito a verdade’ (Jo 8.40); Paulo escreveu que a graça (Rm 5.15-18) e a ressurreição vieram por um homem (1 Co 15.21) e que há ‘um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem’ (1 Tm 2.5).
b. Jesus nasceu como qualquer homem. Embora Maria houvesse concebido de modo sobrenatural pelo Espírito Santo (Lc 2.7), Jesus nasceu como todos os homens nascem (Lc 2.7). Deus lhe preparou um corpo (Hb 10.5), e Ele ‘veio em carne’ (1 Jo 4.2), e se fez carne (Jo 1.14), e como outro homem qualquer participou ‘da carne e do sangue’ (Hb 2.14). Assim, Ele teve corpo (Mt 26.12; Lc 24.39), alma (Mt 26.38) e espírito (Jo 11.33). Ele estava sujeito ao crescimento e ao amadurecimento naturais (Lc 2.40,52), e aprendeu a obediência (Hb 5.8).

3. Jesus integrou-se completamente na sociedade de sua época

a. Jesus era membro de uma família. Quando Maria concebeu pelo Espírito Santo, era noiva de José. Por revelação de um anjo, ele tomou conhecimento disso e resolveu aceitar Maria como a sua esposa.
b. Jesus teve um nome, como qualquer outro homem. O nome que Maria lhe deu foi aquele que o anjo havia dito que lhe dessem: ‘E lhe porás o nome de Jesus’ (Mt 1.21; Lc 1.31).
c. Jesus teve, como qualquer outro homem, a sua genealogia. A Bíblia até registra duas genealogias do lado de José, o pai adotivo de Jesus, o cabeça da família, que definia a sua posição jurídica (Mt 1.1-17), e a segunda genealogia do lado de Maria, a sua mãe, que definia a sua posição biológica (Lc 3.23-38). Nas genealogias judaicas não se registravam nomes de mulheres e, por isso, Maria não aparece em Lucas 3.23 como filha de seu pai Eli, mas em lugar dela, José, seu marido, como ‘filho de Eli’ (Cf. Mt 1.16).
d. Jesus teve a sua profissão secular. O seu pai adotivo era carpinteiro (Mt 13.55). Jesus aprendeu a mesma profissão, e por isso, era chamado de ‘carpinteiro’ (Mc 6.3)” (2013, pp.53-55).

4. Propósito, pelo qual, Cristo assumiu a forma humana

Em vista disso, a vinda de Cristo a este mundo, como homem, possuía uma finalidade: a salvação do homem. Sua morte na cruz do Calvário trouxe redenção aos crentes e a remissão dos pecados, por meio do seu sangue derramado (cf. Ef 1.7). Como um cordeiro mudo, Ele não abriu a boca, mas se entregou a fazer a vontade do Pai, “sendo obediente até a morte e morte de cruz” (Fl 2.8). O ato de Cristo abriu caminho para que o homem alcançasse a restauração da sua comunhão com o Criador e adentrasse no Santo dos santos, porquanto, o véu que os separava se rasgou e já não há mais impedimento para estar na presença de Deus.

Desse modo, que tipo de pessoa Jesus deveria ser, ou mesmo, se apresentar aos homens para que realmente trouxesse esperança aos que estavam perdidos em seus pecados? Não haveria outra maneira mais verdadeira e precisa do que Cristo se manifestar em carne, assumir a forma humana e sentir na pele o que realmente é enfrentar todos os dias as tentações e os problemas decorrentes da natureza humana decaída.

O autor de Hebreus relata a idoneidade de Cristo como nosso sumo sacerdote diante do Pai: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.14-16). Portanto, Ele é a causa da nossa salvação, pois a sua justiça na cruz é imputada a todo aquele que nEle crer e se arrepende dos seus pecados (Cf Rm 4.5).

Considerações finais

Considerando as evidências abordadas na lição, concluímos que tanto a divindade de Cristo, quanto o seu lado humano revelam ao mundo, a natureza do seu infinito amor. Porquanto Ele se esvaziou de sua glória para assumir a forma humana, e se humilhou como servo, a fim de fazer a vontade do Pai, e isso, até o fim, culminando em sua morte. Mesmo sendo Deus e possuindo os atributos divinos, se fez homem, adquirindo todos os aspectos da humanidade comum. Ele não hesitou em se entregar por amor, não abriu a boca para reclamar, nem replicou ou achou que não valeria a pena passar por tamanho sofrimento. Antes, glorificou ao Pai no momento mais angustiante de sua vida, dizendo: “Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres” (Mt 26.39).

Com isso, Jesus cumpriu o propósito divino, para o qual, veio a este mundo e trouxe salvação ao perdido pecador, a fim de que a comunhão com o Criador fosse restaurada. Portanto, é imprescindível adquirir tal conhecimento acerca de Cristo, pois é Ele o nosso sacerdote real que nos compreende e fiel para interceder por nós diante do Pai.
Por Thiago Santos.
Educação Cristã. 
Publicações. CPAD.

Lição 3 - 1º Trimestre 2015 - Jovens.

Lição 3

Eu creio no Deus Espírito Santo1° Trimestre de 2015
rev-jovensINTRODUÇÃO

I – O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA (Jo 14.26; Mt 12.32; At 5.3)
II – O ESPÍRITO SANTO E A BÍBLIA
III – O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO CRENTE   (Ef 5.18)

CONCLUSÃO
O FRUTO DO ESPÍRITO, UMA AÇÃO DIVINA.

GL 5.22,25
Na lição desta semana, estudaremos a respeito da ação do Espírito Santo na vida do crente. O Senhor Jesus, nas últimas instruções aos seus discípulos, antes de ser preso, disse-lhes: “sem mim, nada podereis fazer” (Jo 15.5), visto que Ele conhece a nossa estrutura e sabe o quanto somos limitados para fazermos a sua vontade. É o Espírito Santo que age na vida do crente e transforma a sua natureza decaída, em uma nova criatura que adore a Deus em espírito e em verdade (2 Co 5.17).
A ação do Espírito Santo é indispensável para que o crente produza o “fruto” do Espírito, de modo que não cumpra mais a concupiscência da carne, antes, caminhe no espírito e sirva a Deus em obediência e santidade (Gl 5.16). Pois sem a presença do Consolador é impossível para o homem agradar a Deus. A partir dessa perspectiva de fé, o crente cheio da Palavra da Verdade é regenerado pelo Espírito e se torna alguém comprometido com o Reino de Deus, independentemente de suas limitações internas ou de situações adversas exteriores. Com base nessas informações, o professor poderá refletir com os seus alunos, a respeito da manifestação do Espírito Santo na vida do crente transformado e quais as implicações desta ação para a aquisição da maturidade cristã.

1. A ação do Espírito na natureza humana
Em face disso, a ação do Espírito faz com que o crente, após a sua conversão, deixe toda prática desagradável a Deus que é decorrente da sua natureza pecaminosa e decaída, e se torne uma nova criatura em Cristo Jesus. Porquanto, a Palavra afirma que, “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Co 5.17). Logo, a nova vida em Cristo Jesus, faz com que o pecador seja santificado e adore a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.24).

É importante enfatizar que esta nova criatura, somente aprenderá a se comportar de acordo com a Palavra de Deus, se de fato, permitir que o Espírito Santo atue em seu caráter diariamente, a fim de moldá-lo, para que verdadeiramente experimente a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Cf. Rm 12.1,2). Tal condição está sujeita a prática do que discorre o apóstolo Paulo em sua epístola aos Gálatas, “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (5.16). Sendo assim, é responsabilidade do crente, permitir com que o Espírito atue com liberdade em sua vida, a fim de que a natureza humana seja mortificada e a nova natureza espiritual seja vivificada em Cristo Jesus.

2. A importância do “fruto” do Espírito na vida cristã

Assim sendo, a ação do Espírito Santo é indispensável na caminhada cristã, pois a santificação é um processo constante que depende da ajuda divina para que o crente não pratique a vontade da carne, e sim, ande no espírito para que o fruto do Espírito Santo se mostre presente em sua vida.

Uma vez que o crente encontra dificuldade para produzir este “fruto”, subentende-se que em sua vida, algo não está em harmonia com os preceitos da Palavra de Deus. Acerca disso, o apóstolo Paulo admoesta aos Romanos: “Porque os que são segundo a carne, inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito. Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.5-8). E nesse caso, os que não submetem a sua vida ao temor do Espírito, certamente não persistirão na comunhão com Deus, pois aonde não há o fruto do Espírito, há toda obra da carne e práticas semelhantes que não agradam a Deus (Cf. Tg 3.16).

Visto que a concupiscência é transitória, como declara João, o discípulo amado, em sua carta, “Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2.16,17).
Portanto, o fruto do Espírito é importante na vida cristã, pelo fato de que, sua presença evidencia que o crente está em comunhão com Deus e caminhando em obediência e santidade em sua presença.

3. O amadurecimento cristão é decorrente da ação do Espírito

À vista disso, a ação do Espírito no crente é indispensável para que, de fato, possa realizar aquilo que é do agrado de Deus. Visto que por conta própria é impossível que o crente cumpra tudo quanto é concernente à vontade divina.

Embora sejamos guiados pelo Espírito Santo, isto não significa dizer que somos independentes de sua graça. A procedência cristã só é possível quando dedicamos a nossa vida a Deus e “pensamos nas coisas que são do alto, e não nas que são da terra” (Cf. Cl 3.2). Tal comportamento é resultado do trabalho do Espírito Santo no caráter do crente, a fim de moldá-lo para que se pareça com Cristo. Ao passo que o crente é transformado, seu coração se torna cada vez mais cheio da Palavra e, com isso, mais comprometido com o Reino de Deus.

Neste processo de amadurecimento, o crente entra em conflito com as suas limitações internas, que o fazem reconhecer o quanto é frágil e dependente da graça divina. Da mesma maneira, as adversidades com que o crente se depara na vida, também servem de instrumento para aperfeiçoar a sua fé, em conformidade com as Escrituras (Cf. Tg 1.12).
Em razão disso, o Espírito Santo recebe um nome diferente na Palavra de Deus, seu nome é “Consolador”, que segundo o Dicionário Vine, “vem do grego paraklesis e, significa ‘chamado para o lado de alguém’ (formado de para, ‘ao lado de’, e kaleõ, ‘chamar’), por conseguinte, ‘exortação, consolação, conforto’” (CPAD, 2009, p.497). Pelo que esta é a sua atribuição, confortar o crente, a fim de que esteja fortalecido na fé e perseverante em produzir o fruto do Espírito em seu viver. Portanto, Ele é o nosso advogado que defende a nossa causa, a fim de que não pereçamos mediante as lutas que enfrentamos.

Considerações finais

Em vista do que tratamos nesta lição, notamos que a ação do Espírito Santo é imprescindível na vida do crente para que este produza o “fruto” do Espírito. Visto que em conformidade com esta ação, o crente precisa se apresentar dependente da graça divina para que possa ser auxiliado em tempo oportuno. Não obstante, tenhamos as nossas limitações e dificuldades, o Senhor Deus conhece a nossa estrutura e sabe que “somos pó” (Cf. Sl 103.14).

O Espírito Santo age na vida do crente e o transforma em nova criatura, a fim de que o adore em espírito e em verdade. Ele também age para que o crente ande no espírito e não cumpra as concupiscências da carne, que são prejudiciais a comunhão com Deus. Todavia, o espírito ajuda o crente a obedecer a Deus e a viver em santidade, à medida que o crente se enche da Palavra de Deus e procura ter uma vida de vigilância e oração, sua vida espiritual prospera e, assim, seu caráter torna-se amadurecido e mais comprometido com o Reino de Deus. Portanto, que possamos contar com o nosso “paracleto”, ou seja, com o nosso Consolador, o nosso “advogado” para que possamos crescer e amadurecer na presença de Deus.
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.

Lição 4 - 1º Trimestre 2015 - Jovens.

Lição 4

Eu creio na inspiração das Escrituras1° Trimestre de 2015
rev-jovensINTRODUÇÃO
I– AUTORIA DAS ESCRITURAS E SUA INSPIRAÇÃO (2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.19-21)
II – A MENSAGEM DA BÍBLIA
III – A INERRÂNCIA E A CONFIABILIDADE DAS ESCRITURAS (HC 3.2)
CONCLUSÃO
A SEGURANÇA PLENA NA INSPIRAÇÃO DA PALAVRA DE DEUS
2 PEDRO 1.20,21
Na aula desta semana, estudaremos a respeito dos fundamentos bíblicos que sustentam a inspiração plena das Escrituras Sagradas. Além do mais, ressaltaremos o valor do conteúdo bíblico como Palavra de Deus que norteia a vida cristã. Para tanto, devemos considerar que a ação do Espírito Santo fez com que homens fieis e separados por Deus se dispusessem em ser usados para registrar a Santa Palavra. Nela, podemos encontrar algumas referências que comprovam que a Escritura Sagrada, de fato, é plenamente inspirada por Deus, sendo também conhecida como a “inerrante” Palavra de Deus.

Em contraste, encontramos a crítica da teologia modernista que aceita a inspiração das Escrituras, porém, afirma que os textos são produtos de seus respectivos autores e que, por conta disso, devem conter erros. Para eles, a Bíblia contém a palavra de Deus, mas não é a “Palavra de Deus”. Não obstante, é imprescindível para a vida cristã, a reflexão e obediência às Escrituras Sagradas, assim como o próprio Cristo recomendou: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39).

Considerando essas afirmativas, o professor poderá dialogar com a classe a respeito das concepções críticas em relação à inspiração das Escrituras, apresentando os argumentos que confirmam a inspiração plena dos “escritos sagrados”. Além disso, também refletir sobre a importância da Bíblia como “Palavra de Deus” para a nossa vida cristã.

1. Fundamentos que asseguram a inspiração das Escrituras Sagradas

Em virtude da importância dada às Santas Escrituras, não é difícil de entendermos que para a elaboração desta obra tão especial, Deus tenha separado e inspirado homens igualmente especiais. Eram profetas, sacerdotes, juízes e operários. Todos com qualidades específicas que, deram a eles, o título de autores do divino livro sagrado. Homens que se dispuseram ousadamente em registrar a Palavra da Verdade, a fim de que as gerações futuras tomassem conhecimento da vontade de Deus, através das Escrituras Sagradas.
Na Bíblia, encontramos algumas referências que sustentam a veracidade da inspiração dos textos, e a inerrância da verdade ali registrada. Na obra Teologia Sistemática de Eurico Bérgsten, vemos alguns aspectos que fundamentam a inspiração plenária defendidos por aqueles que, assim crêem, com convicção:

“Para os crentes convictos da sua salvação, que vivem a comunhão com Deus e sentem a operação do Espírito Santo em suas vidas, aquela crítica [modernista] não gera problemas. Eles o fazem com convicção. A base dessa rejeição é segura. Vejamos:
A. O testemunho de Jesus: Em primeiro lugar, rejeitam toda a crítica contra a Palavra de Deus, porque Jesus considerou as Escrituras como ‘a Palavra de Deus’ (Mc 7.13). E o apoio dEle vale mais que as ideias e afirmativas de quem quer que seja.
B. A evidência eterna: Rejeitam a crítica modernista contra a veracidade da Bíblia, porque seria uma ofensa contra Deus, que é perfeito (Mt 5.48), afirmar que a Palavra contém erros e mentiras. A Bíblia afirma: ‘A Lei do Senhor é perfeita’ (Sl 19.7). ‘É provada’ (Sl 18.30), e ‘fieis, todos os seus mandamentos’ (Sl 111.7).
C. A ciência: A palavra da ‘ciência’ também nunca é a ‘última palavra’. O que hoje se afirma em nome da ciência, amanhã outros o desfazem. Um grande teólogo alemão, A. Luescher constatou em uma de suas obras que, no ano de 1850, os críticos contra a Bíblia apresentaram setecentos argumentos científicos contra a veracidade da mesma. Hoje, seiscentos desses argumentos já foram deixados por descobertas mais atualizadas. Mas o que a Bíblia afirma é como uma rocha — que não muda por causa das ondas do mar que se lançam contra ela.
D. A evidência da fé: Não queremos trocar a nossa fé na Palavra de Deus por consideração a homens que consideram a sua sabedoria mais do que a de Deus. Queremos que a nossa fé se apoie, não na sabedoria humana, mas no poder de Deus (1 Co 2.5)” (CPAD, 2013, pp.13,14).

2. A concepção crítica da Teologia Modernista a respeito da inspiração das Escrituras Sagradas
Em contraste aos tradicionais, vemos a Teologia Modernista que apesar de aceitar a inspiração das Escrituras, entende que a elaboração do texto bíblico é produto das habilidades humanas e, por conta disso, apresenta em sua composição, erros consideráveis.

Acerca disso, a obra Teologia Sistemática declara: “A teologia modernista não aceita a doutrina sobre a inspiração plenária da Bíblia. Eles concordam em aceitar que as ideias ou pensamentos da Bíblia podem ser inspirados, mas que as palavras usadas no texto são produto dos autores, os quais estavam sujeitos a erros. Outros concordam em reconhecer a Bíblia como autoridade em assuntos meramente espirituais; porém, em tudo o que se relaciona com ciência, biologia, geologia, história, etc., a Bíblia não pode ser considerada uma autoridade. Eles dizem abertamente: ‘Errar é humano’. Para dar uma aparência de piedade e respeito às coisas de Deus, eles dizem: ‘A Bíblia contém a palavra de Deus, mas não é a Palavra de Deus’. Infelizmente essa crítica materialista contra a veracidade da Bíblia tem se espalhado muito, e aonde ela chega, leva consigo mortandade — como a geada com as plantas. A falsamente chamada ‘ciência’ faz que aqueles que a professam se desviem da fé (1 Tm 6.20,21)” (CPAD, 2013, pp.12,13).

Portanto, é de se esperar que devido ao grande valor que este livro possui para os diversos cleros religiosos, cada um deles procure fundamentar a sua concepção em relação às Sagradas Escrituras, a fim de provar que a sua concepção é a mais completa.

3. O valor das Escrituras Sagradas para a vida cristã

Não obstante, encontremos contradições entre os estudiosos a respeito da veracidade dos “escritos sagrados”, a nossa fé deve ser unânime em afirmar que a reflexão e a obediência a Palavra de Deus é o ideal para a vida cristã (Cf. Ef 1.13). É imprescindível que tenhamos o conhecimento da vontade de Deus, sem que nos voltemos para os testemunhos registrados na Bíblia. A Palavra de Deus nos ensina, conforme o que foi dito pelo profeta Oséias: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Os 4.6), porquanto, a falta de direcionamento e instrução resulta em decisões precipitadas, que são prejudiciais a nossa comunhão com Deus.

Desse modo, é indispensável o exame das Escrituras Sagradas, assim como Cristo nos ensinou: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (Jo 5.39), ou seja, a fé cristã está fundamentada em Cristo, pois tanto a Lei mosaica quanto o testemunho dos profetas, relatam e ratificam a respeito do “Messias” (Cf. Mt 5.17; Rm 3.21,22).

É também pela Palavra de Deus que adquirimos a maturidade cristã. Uma vida espiritual abençoada é uma vida em constante crescimento na “graça e no conhecimento” (2 Pe 3.18a), e para tanto, precisamos compreender e aplicar os preceitos e valores contidos nas Escrituras Sagradas, pois assim, saberemos como proceder mediante os conflitos e adversidades que atravessamos em nossas vidas. Quando a Palavra de Deus está verdadeiramente aperfeiçoada em nós, isto significa dizer que, estamos adquirindo maturidade cristã e, assim, atingiremos o ideal de Deus para nossas vidas.

Portanto, para que a juventude de nosso tempo tenha uma vida espiritual saudável, e assim, culmine na vida eterna, é necessário meditar na Palavra de Deus diariamente, visto que é por meio dela que alcançamos a santificação como afirma o apóstolo Paulo: “porque, pela Palavra de Deus e pela oração, é santificada” (1 Tm 4.5).

Considerações finais

Tendo em vista o valor inestimável que possui a Palavra de Deus, devemos considerar que a ação do Espírito foi responsável pela realização desta obra magnífica que se tornou o livro mais lido em toda a história da humanidade. Para tanto, o Senhor Deus chamou, capacitou e inspirou homens valorosos que registraram com primor e temor, aquela que viria a ser conhecida no mundo inteiro como “Palavra de Deus”.

Assim sendo, é irrelevante a declaração dos críticos que não reconhecessem a essência desta “Palavra” e como forma de justificar a sua descrença, alegam que as Escrituras Sagradas ao menos contêm a palavra de Deus, mas não pode ser considerada a Palavra de Deus, visto que autores cometeram falhas ao registrarem os escritos. Todavia, o conteúdo da Santa Palavra é fiel, a sua essência indica para uma vida santa e de comunhão com Deus, e está repleta de ensinamentos que são de suma importância para a vida cristã. Portanto, todo crente deve estudar e refletir na Palavra de Deus, pois nela encontramos o alimento necessário para o nosso crescimento e, como resultado, alcançarmos a maturidade cristã.
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.

Lição 1 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 1

Deus dá a sua Lei ao povo de Israel1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO
I – A PROMULGAÇÃO DA LEI
II – OS CÓDIGOS
III – O CONCERTO
IV – O SACRIFÍCIO
CONCLUSÃO
A INSERÇÃO DA LEI NO ANTIGO TESTAMENTO
Êxodo 20.1-26
Estamos iniciando um novo ano, com um novo currículo, repleto de novidades, e para iniciarmos este primeiro trimestre, estudaremos a respeito da inserção da lei mosaica ao povo hebreu, considerando as mais profundas implicações messiânicas nela encontrada. Em cada lição, aprenderemos de que maneira o Senhor Deus enviou os seus mandamentos pelas mãos de Moisés, a fim de libertar a nação de Israel dos preceitos e costumes egípcios, que ao longo de quatrocentos e trinta anos, subjugaram os hebreus, de modo que a fé pura e verdadeira no Deus de Abraão, Isaque e Jacó, quase definhou.
Entretanto, o Senhor Deus manifestou o seu braço forte e mão poderosa, através do homem que elegeu para libertar a Israel da casa da servidão e guiá-lo pelo deserto: Moisés. Mas para que este empreendimento divino se concretizasse o Senhor fez seu servo passar por um longo curso na casa de Jetro, seu sogro, no deserto de Midiã, a fim de prepará-lo para conduzir os hebreus à Terra Santa. Porquanto, o propósito do Senhor Deus era levantar um povo santo e comprometido com a Aliança abraâmica; um povo que o adorasse de todo o coração, de maneira que todas as nações conhecessem o seu santo e excelso Nome.
Assim sendo, considerando o momento histórico do povo israelita em sua peregrinação pelo deserto, o professor poderá comentar com seus alunos, a respeito das principais implicações que a lei trouxe ao modo de vida do povo hebreu. Qual a importância da lei no processo de libertação do povo de Israel da cultura egípcia. E como se deu o preparo do povo hebreu, a fim de que se tornasse um povo santo e idôneo para adentrar na “Terra Prometida”. Boa aula!
I. A Lei de Deus é apresentada ao povo
O Senhor Deus enviou a sua Lei, a fim de que o seu povo tomasse conhecimento dos valores e preceitos, pelos quais, seriam guiados em meio ao deserto, e principalmente, para que conhecesse qual a boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Sendo assim, para que este propósito fosse concretizado, o Senhor Deus enviou os seus mandamentos através das mãos de Moisés e ordenou que o povo guardasse e praticasse tudo quanto os fora ensinado (Cf. Êx 20). Pois não deveriam abandoná-los e nem deixar de ensiná-los aos seus filhos e às gerações futuras. Visto que, se permanecessem em sua Palavra, toda a sorte de bênçãos, o Senhor derramaria sobre o seu povo (Dt 28.1,2). Porém, caso desobedecessem, seriam penalizados e levados cativos por outras nações que não serviam ao mesmo Deus, e perderiam o privilégio de viverem pacificamente como nação santa e povo escolhido do Senhor dos Exércitos (Cf. 28.15).
Assim sendo, Deus propôs ao seu povo a Lei mosaica, a fim de instruí-los a andar em conformidade com o propósito divino pré-estabelecido. Em razão disso, a Lei se aplica de forma distinta, conforme discorre o Dicionário Bíblico Wycliffe: “Uma distinção muito comum foi estabelecida entre as legislações moral, cível (ou judiciária) e cerimonial incluídas no Pentateuco. A lei moral está resumida nos Dez Mandamentos. A cível é encontrada nas muitas aplicações ou amplificações da lei moral a casos específicos (como em Êx 21–22). E a cerimonial está contida nos numerosos ritos relativos ao sacerdócio e aos sacrifícios (como em Êx 21.1–31.17; 35–40, em todo o livro de Levítico e Números 1.1–10.10; 15; 17–19; 28–36)” (CPAD, 2010, p.1140).
Desse modo, a Lei enviada por Deus ao seu povo, lhe serviu de preparação, a fim de que estivessem com o coração quebrantado e sensível para ouvir e obedecer inteiramente à voz de Deus e, assim, possuírem a “Terra que mana leite e mel”. E para isso, o Senhor Deus escolheu o seu servo Moisés e o fez passar quarenta anos no deserto, na casa de seu sogro Jetro, que era sacerdote em Midiã, a fim de que fosse treinado para guiar a nação de Israel por mais quarenta anos pelo deserto, em meio a um povo rebelde e de duro coração, a quem Deus amava e iria se revelar de uma maneira tão especial. Desse modo, a lei teve profunda importância na construção dos valores e preceitos que iriam fundamentar o comportamento e a cultura desta nova nação em formação, o povo a quem Deus havia escolhido.
II. A libertação do aculturamento egípcio
Da mesma maneira, a lei de Deus também se encarregou de tratar do processo de libertação da cultura pagã egípcia, em que o povo hebreu havia mergulhado, durante os quatrocentos e trinta anos de escravidão que vivenciaram. Com isso, muitos do povo de Deus já não guardavam mais as promessas abraâmicas de forma fiel e justa. Todavia, a partir do sofrimento e opressão aplicados pelo Faraó, os fieis da nação resolveram clamar a Deus e Ele ouviu o seu clamor.
A Bíblia de Estudo Pentecostal discorre que “O espaço de tempo entre a morte de José (Gn 50.26) e o início da perseguição de Israel pelos egípcios (Êx 1.11) foi de, aproximadamente, 220 anos. Se o Êxodo ocorreu em cerca de 1440 a.C., o Faraó ‘que não conheceu a José’ é provavelmente Tutmose I (1539-1514 a.C.) (ver At 7.18). O Faraó do Êxodo seria Amenotepe II (1447-1421 a.C). O tempo total dos israelitas no Egito foi de 430 anos (Êx 12.40)” (CPAD, 1995, p.117 – Nota).
Dessa maneira, o povo israelita passou tempo suficiente no Egito para aprender toda a cultura idólatra e promíscua, que de modo geral, era totalmente contrária a lei de Deus. Por causa disso, o teor dos ensinamentos instruídos por Moisés, parecia ser tão pesado, como alguns podem até argumentar. No entanto, foram de suma importância para a descaracterização e libertação de todo o aculturamento mundano com que foram subjugados. Essa foi a forma que Deus utilizou, a fim de preparar o seu povo para adentrar na Terra Prometida.
III. O surgimento de um povo santo e comprometido com a Aliança abraãmica
Em face disso, o propósito da lei mosaica era preparar a nação de Israel para tomar posse das promessas de Deus, feitas a Abraão e a sua posteridade (Gn 12). O desejo do coração de Deus era levantar um povo santo e comprometido com a aliança abraâmica; um povo que o adorasse em espírito e em verdade, de todo o coração, a fim de que as outras nações conhecessem que só o Senhor, o Deus de Israel, é o verdadeiro Deus, digno de ser adorado. No entanto, como bem sabemos, isto não se cumpriu de forma integral com Israel, tendo em vista que o endurecimento e a desobediência para com Deus foi a causa de sua queda. A partir de então, o Senhor Deus estendeu a sua graça aos gentios, a todos os que, ouvindo a sua Palavra e crendo em Jesus Cristo, o Filho de Deus, possam também se tornar seus filhos e alcançar a vida eterna.
Vejamos que a história de Israel tem o seu derradeiro estado, difundido no surgimento da Igreja, como afirma o amado apóstolo Paulo: “Digo, pois: porventura, tropeçaram, para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua queda, veio a salvação aos gentios, para incitá-los à emulação. E, se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição, a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude! [...] Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? E, se as primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os ramos o são. E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás, pois: Os ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem! Pela sua incredulidade foram quebrados, e tu estás em pé pela fé; então, não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que te não poupe a ti também” (Rm 11.11-12, 15-21).
Portanto, o propósito de Deus permanece firme, em levantar uma “geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido para que anuncie as virtudes dAquele que chama das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9), a fim de que este povo o adore em espírito e em verdade.
Considerações finais
Em vista do que podemos observar, a lei mosaica teve um importante papel na construção dos valores e preceitos que deveriam nortear o comportamento da nação de Israel em formação, à medida que adentrassem na “Terra Prometida”. Sem dúvida, não foi um processo tão fácil assim, inclusive para Moisés. Porém, o Senhor se mostrou presente em todos os episódios da peregrinação do povo de Deus em meio ao deserto. A mão poderosa do Senhor foi com seu servo Moisés, e o instruiu para que estabelecesse a lei. Com isso, o povo assumiria uma identidade própria, com uma cultura própria, baseada nas promessas patriarcais, e que tomariam forma durante a travessia pelo deserto.
Depois de quatrocentos e trinta anos de subserviência como escravos na casa de Faraó, finalmente chegaria o momento em que o povo poderia respirar a liberdade de andar com Deus e o adorá-lo, tão somente dependente da sua provisão. Pois Deus assim esperava que o seu povo o reconhecesse, e vivessem de forma santa, de maneira que as outras nações conhecessem a soberania do Deus de Israel.
Portanto, a introdução da lei ao povo, trouxe mudanças significativas no modo de vida, na libertação de Israel da cultura egípcia e cooperou para que os hebreus estivessem preparados para tomarem posse da promessa do Senhor e desfrutar das bênçãos de Deus na “Terra que mana leite e mel”
Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.

Lição 2 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 2

O padrão da Lei Moral
1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO
I – AS TÁBUAS DA LEI
II – OS DEZ MANDAMENTOS
III – A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
IV – A LEI A GRAÇA
CONCLUSÃO
O CUMPRIMENTO ÉTICO E MORAL DA LEI MOSAICA
Deuteronômio 4.1
Na lição desta semana, aprenderemos concernente ao propósito ético e moral, encontrado na lei mosaica e instituído por Deus, a fim de que o seu povo obedecesse e colocasse em prática, tudo quanto foi ordenado para o seu bem. Embora tenha sido apresentada como um código, a lei de Deus trazia em sua essência a ética concernente a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Êx 20.1-17). Dessa maneira, o interesse do coração de Deus era que o seu povo, a quem Ele havia escolhido e retirado do Egito, cumprisse eticamente a sua Palavra, e não caísse no comodismo e na velhice da letra, em que os mandamentos de Deus se tornassem meramente parte de um cerimonial religioso, próprio de uma vida espiritual enfraquecida e sem amor para com Deus (Is 29.13).
Outra especificidade da lei de Deus era que o seu povo vivesse moralmente de acordo com a sua Palavra. Sua conduta deveria servir de exemplo para que as outras nações observassem a dedicação e o cuidado com o sagrado, o temor para com Deus e o amor para com o próximo. Todavia, o povo hebreu não entendeu o mais primordial da lei, conforme mencionado por Jesus posteriormente: “o juízo, a misericórdia e a fé” (Mt 23.23). Antes, andou conforme o propósito do seu coração malvado e desobedeceu a voz do Criador, servindo aos ídolos e murmurando, quando surgiam as dificuldades durante a travessia pelo deserto.
No entanto, a lei tornou-se transitória, mas a graça é permanente e é nessa graça que Cristo cumpriu inteiramente a lei de Deus, pois o que era impossível para os homens, visto que se tornou em meros preceitos forjados pela concepção humana, Cristo a praticou na essência da vontade de Deus e apresentou um Novo Caminho, pelo qual, o homem pode obedecer e agradar o coração do Criador em espírito e em verdade. Em vista disso, professor, nesta aula, reflita com seus alunos a respeito do princípio da lei de Deus e qual o seu real propósito designado para o seu povo. Boa aula!

I. O princípio ético da lei
A lei de Deus, embora tenha sido apresentada como um código legislativo, pela qual, Israel tomava conhecimento das orientações concernentes aos cerimoniais, aos sacrifícios, às festas religiosas, aos direitos e deveres civis e morais, na verdade era muito mais do que mera instrução. A lei estabelecida por Deus trazia consigo um quadro de valores e princípios específicos e inerentes ao caráter de Deus. Porquanto, o interesse do coração do Senhor era que o seu povo, de fato, experimentasse a sua boa, perfeita e agradável vontade.

O Dicionário Bíblico Wycliffe, descreve o valor desta lei em toda a Escritura: “A lei moral outorgada a Moisés no monte Sinai assume um ligar muito importante na revelação bíblica:
(1) Esta lei foi especificamente escrita pala mão de Deus; portanto, foi recebida por Israel como o fundamento de sua teocracia (Êx 24.12; 31.18; 32.15,16; Dt 5.22; 9.10,11).
(2) Essa lei foi colocada na arca do testemunho onde continuamente representou a base da aliança entre Deus e Israel (Dt 10.1-5; 1 Rs 8.9).
(3) Provavelmente, essa parte da lei foi mencionada naquelas passagens que retratam o prazer que o justo sente pela lei de Deus (Sl 1 e 119).
(4) Essa parte da lei estava provavelmente na mente dos profetas quando falavam sobre a lei de Deus escrita sobre o coração do homem na nova aliança (Jr 31.31-34; Ez 11.17-20; 36.25-27; 37.24-28).
(5) Nas questões e controvérsias sobre a lei de Deus, o Dez Mandamentos são citados como o receptáculo da essência de sua lei (Mt 19.16-20; Lc 10.25-28; Rm 2.17-23; 7.7; 13.9,10; 1 Tm 1.7-10).
(6) Este é o componente da lei que Paulo descreve como: ‘santo, justo e bom’ (Rm 7.12), e ‘espiritual’ (7.14). Essa lei que revela o pecado do homem (7.7).
(7) Cristo tinha em mente, em primeiro lugar, os Dez Mandamentos em sua restauração do verdadeiro propósito da lei quando exigiu a obediência do coração ao invés de unicamente a conformidade exterior (Mt 5.21-48; Cf. Rm 13.9,10)” (CPAD. 2010, p.1140).
Em razão disso, a lei de Deus não pode ser confundida como simples parte de um cerimonial religioso, decorrente de uma falsa religiosidade, em que se busca somente cumprir uma formalidade exterior. Antes, o propósito da lei era formar na mente dos israelitas a consciência da existência de um Deus santo, que esperava de seus servos a reverência e a adoração de um coração puro que tem prazer no Senhor.

II. O propósito moral da lei
Da mesma maneira, a lei possui em seu cerne, a especificidade moral que através dos seus princípios, regia a conduta daqueles que serviam a Deus. Por conta disso, o povo hebreu serviria de exemplo para que as outras nações, ao tomarem conhecimento da fidelidade e dedicação do povo judeu, atentassem para o Deus Criador dos céus e da terra, e assim, abandonassem a idolatria e avareza com que estavam amortecidos em seus pecados (Cf. Dt 4.6-8). Contudo, esta proposta não foi bem entendida pelos israelitas, apesar de Moisés exortar continuamente o povo à obediência.
Desse modo, o povo de Deus não compreendeu que o mais primordial da lei divina era “o juízo, a misericórdia e a fé”, conforme o próprio Cristo afirmou (Cf. Mt 23.23). Pois o propósito moral da lei não era a mera observância dos preceitos mosaicos, a fim de estabelecer uma nova religião, repleta de formalidades. Pelo contrário, em Deuteronômio 4.1, Moisés deixa claro que os estatutos e os juízos ensinados, seriam praticados para que eles tivessem vida, pois estavam prestes a entrar na terra que o Senhor Deus os daria.
À vista disso, o propósito moral da lei está baseado na fé, pois a lei em si, não torna a pessoa íntegra ou mesmo justa diante de Deus, mas indica em que consiste a conduta santa e temente, daqueles que servem ao Criador com boa vontade, e não, na velhice da letra. A lei, em seu propósito moral também tinha como finalidade, levá-los a um relacionamento harmonioso com Deus e com o próximo. Pois para Deus, “O obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (Cf. 1 Sm 15.22).
Portanto, fazendo assim, o coração do povo não estaria longe do seu Criador, e a prática da verdade não seria uma utopia para aqueles que estavam debaixo da lei, porquanto, como afirma o Salmista: “Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e alumia os olhos. [...] Também por eles é admoestado o teu servo; e em guardá-los há grande recompensa” (Sl 19.8,11).

III. Cristo cumpriu a lei integralmente
Assim sendo, a lei assumiu um caráter transitório. Apesar de sua importância quanto ao tratado de Deus com o seu povo, a fim de libertá-los dos rudimentos egípcios em que estavam entrelaçados, todavia, a lei não podia tratar do problema do pecado. Mas pela graça, Cristo assumiu a forma humana e fez o que era impossível para os homens, visto que “a lei estava inflamada pelo pecado” (Cf. Rm 8.3).
O Comentário Histórico-cultural do Novo Testamento discorre a respeito: “[...] a expressão en sarki, ou ‘na carne’ está caracterizando a humanidade relacionada com Adão, que está nas garras de um pecado que modifica e distorce os desejos e as percepções, assim como as obras. Paulo está dizendo aqui que Cristo, ao assumir a semelhança humana relacionada com Adão, colocou um ponto final no que era antigo e introduziu uma nova época através de sua própria morte como um verdadeiro ser humano. Agora o crente está em Cristo, e se relaciona com Deus através do Espírito de Cristo. À medida que vivemos, e nos relacionamos com Deus sob a perspectiva de um novo ‘eu’, em lugar da perspectiva do antigo ‘eu’, descobrimos que os ‘justos requisitos’ da Torá foram, ‘plenamente atendidos’ em nossa vida” (CPAD, 2007, p.305).
Tendo em vista que somente Cristo cumpriu integralmente todo o propósito ético e moral da lei, é por meio da fé nEle que alcançamos a graça de Deus e também nos tornamos praticantes da essência da lei. Pois esta era e é o propósito da lei desde o início. Assim como Deus falou ao seu povo e estabeleceu ordenanças, afim de que praticassem tudo quanto é agradável a Deus, do mesmo modo, os que creem em Cristo, também praticam a justiça conquistada por Ele na Cruz.

Considerações finais
Concluímos assim, que o propósito ético e moral encontrado na lei mosaica, era fazer com que o povo santo e liberto por Deus da casa da servidão, entendesse que o Criador esperava que eles praticassem as ordenanças e os mandamentos com alegria. Pois o que o Senhor Deus os instruíra a fazer, por meio de Moisés, era para o próprio bem da nação, porquanto a promessa da Terra Prometida havia sido feita a Abraão e a sua posteridade, e de que forma poderiam tomar posse desta bênção, se não estivessem preparados.
Em razão disso, deveriam cumprir não um código carregado de ordenanças que nem eles mesmos podiam carregar. Antes, a vontade de Deus era o comprometimento de seus filhos em cumprir a sua boa, perfeita e agradável vontade, descoberta em sua lei, de modo que a sua Santa Palavra não caísse em descrédito ou mero formalismo, como parte de um cerimonial, mas que fosse refletida e vivida em espírito e em verdade. Assim, as exigências da lei, não seriam difíceis de ser praticadas pelo seu povo.
Mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, e sabendo da insuficiência da lei, visto que estava enferma por conta do pecado embutido na natureza humana, por sua graça e seu grande amor, enviou o seu Filho Unigênito ao mundo, a fim de cumprir, por sua morte na cruz toda a exigência da lei. E deste modo, a justiça foi imputada aos que creem em Cristo Jesus, pois se tornam participantes do Reino de Deus e, de fato, cumpridores da sua vontade mediante a fé. Pois para isso, Deus escolheu um povo, santo e obediente, a fim de que cumprissem com integridade ética e moralmente a essência da sua Palavra.

Por Thiago Santos.
Educação Cristã.
Publicações. CPAD.

Lição 3 - 1º Trimestre 2015 - Adultos.

Lição 3

Não terás outros deuses
1° Trimestre de 2015
rev-adultos
INTRODUÇÃO

I – A AUTORIDADE DA LEI
II – O PRIMEIRO MANDAMENTO
III – EXEGESE DO PRIMEIRO MANDAMENTO
IV – MONOTEÍSMO
CONCLUSÃO
O PAGANISMO NO CONTEXTO HISTÓRICO DE ISRAEL
DEUTERONÔMIO 5.6,7
Na aula desta semana, veremos de que forma o paganismo esteve presente no contexto histórico da nação de Israel, durante e depois da saída do povo hebreu do Egito. Por vários anos, o paganismo (adoração a outros deuses) fez parte da prática religiosa do povo escolhido, a começar com Abraão em Ur dos Caldeus (Gn 11.31,32). De família idólatra, seu pai, Tera, servia aos ídolos e conduzia seus filhos no mesmo caminho, até que aprouve ao Senhor chamar Abraão e lhe fazer a promessa de uma descendência santa (Cf. Gn 12.1-9). Alguns anos depois, a descendência de Abraão desce ao Egito e ali se multiplica.
Com o tempo, a cultura egípcia influenciou o modo de vida dos hebreus a tal ponto, que os costumes pagãos se tornaram parte do seu cotidiano religioso. Por fim, Deus envia seu servo Moisés e com mão poderosa, os tira da casa da servidão no Egito, a fim de que Israel o sirva e o adore no deserto (Cf. Êx 13—14). Apesar de tantos sinais e maravilhas realizados, o povo torna a idolatria e se rebela contra Deus. Então, o Senhor enviou a sua lei, o “Decálogo”, ou, os Dez Mandamentos como é conhecido, a fim de que aprendessem a obediência. Em meio à crise espiritual em que Israel se encontrava, Deus ordenou: “Não terás outros deuses diante de mim” (Cf. Êx 20.3), ou seja, mais do que a revelação da soberania divina, o mandamento declara a exclusividade de adoração exigida pelo Senhor.
Visto que o propósito da lei era libertar o seu povo das raízes do paganismo que estavam aprofundadas em sua alma, de modo que o privava da comunhão com o Criador. Sendo assim, verifique com a classe, as decorrências do período de idolatria em que se encontrava a nação de Israel. Compartilhe com seus alunos, quais lições a respeito da libertação, podemos aprender com o exemplo do povo de Deus.

I. A idolatria no contexto histórico de Israel.
Em vista do que podemos observar, o paganismo esteve presente por muito tempo na história do povo hebreu. Somente, após o cativeiro babilônico, em que a terra descansou dos seus sábados, vemos que a idolatria se apartou de modo significativo do povo Judeu, porquanto, não há mais nenhuma referência a respeito desta prática idólatra em Israel. Porém, no processo de estabelecimento dos hebreus na Terra Prometida, encontramos o paganismo impregnado na vida social e religiosa da nação israelita, apesar de conhecerem as promessas abraâmicas. De fato, a idolatria trouxe um desgaste para a comunhão com Deus.
Durante a travessia pelo deserto, o povo se reuniu e resolveu fazer um bezerro de ouro, visto que Moisés demorava retornar do seu retiro espiritual de quarenta dias no monte Sinai; e disse Arão: “Estes são teus deuses, ó Israel, que te tiraram da terra do Egito” (Êx 32.4). Naquele instante, Deus falou com Moisés no alto do monte e contou-lhe o ocorrido. Moisés desceu, repreendeu o povo e quebrou aos pés do monte, as tábuas da lei, escrita pelo dedo do próprio Deus. Em seguida, ordenou a morte dos idólatras (Êx 32.19-29). São estes, dentre outros episódios, que narram a inconstância do povo israelita e o seu apego à idolatria.
Também notamos no período dos Juízes, quando Josué já descansava com seus pais, as Escrituras relatam que “Não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia direito aos seus olhos” (Jz 17.6; 21.25). Nesse período, o povo estava entregue excessivamente ao paganismo e a palavra do Senhor era de muita valia. Então, Deus levanta Samuel como juiz, profeta e sacerdote, a fim de guiar o povo no caminho em que deve andar (1 Sm 2.18; 3.1; 7.15-17). Samuel aboliu a idolatria e renovou a vida religiosa do povo judeu (1 Sm 7.2-6). E desse modo, a história israelita foi assumindo forma, ora em adoração e temor, ora na idolatria e pecado. Até que chegasse o tempo em que o Senhor traria o cativeiro para extirpar de vez, a idolatria e outras práticas religiosas ilícitas do meio do povo escolhido por Deus.

II. Israel e a prática politeísta.
É importante ressaltar o fato de que, Israel passou quatrocentos e trinta anos na casa da servidão, subjugado aos ídolos do Egito, aprendendo toda a cultura pagã e politeísta do baixo Nilo, em que estavam escravizados (Êx 12.40). Em razão disso, os costumes pagãos tornaram-se parte da vida religiosa dos hebreus. O politeísmo, por exemplo, é resultado desta idolatria compulsiva. Esequias Soares relata a definição desta prática: “O politeísmo é a crença em muitos deuses. O termo deriva de duas palavras gregas, polys, ‘muito’, e theos, ‘Deus’. Era a religião dos antigos mesopotâmios, egípcios, gregos, romanos e do atual hinduísmo” (Os Dez Mandamentos: valores divinos para uma sociedade em constante mudança. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.28).
Portanto, era nesta perspectiva que a nação se encontrava, servindo a vários deuses, o que era comum na cultura egípcia, pois cada localidade específica tinha o seu deus. Mediante a isso, o Senhor escolheu seu servo Moisés, a fim de enviá-lo a casa de Faraó para libertar o seu povo da escravidão (Cf. Êx 3.10-14). Para tanto, Deus realizou uma série de prodígios por intermédio de Moisés, em que cada divindade egípcia que possuía grande influência sobre a nação foi, humilhada pelo poder de Deus (Êx 7—11). Todavia, ainda assim, o povo escolhido permaneceu na rebeldia e posteriormente, a idolatria tornou a fazer parte da vida religiosa da nação de Israel.

III. A libertação de Israel do paganismo.
Em face disso, Deus enviou ao seu povo, por meio das mãos de Moisés, a sua santa lei, pela qual, os israelitas deveriam receber a orientação referente à ética da vontade divina, a fim de obedecer tudo quanto fosse ordenado para o bem da nação (Êx 20.1-17). Nesse propósito, Deus ordenou que Moisés subisse ao monte Sinai, e ali o próprio Deus escreveu na tábua de pedra, os mandamentos que Israel deveria guardar e ensinar aos seus filhos (Êx 24.12; 31.18).
Conhecido como “Decálogo”, os Dez Mandamentos foram enviados para libertá-los dos ensinamentos egípcios e formar no povo uma concepção ética do que seria a vontade de Deus. Por esta causa, encontramos dentre os mandamentos divinos, o primeiro que diz “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3). Como podemos observar, esse mandamento está relacionado diretamente com a soberania de Deus, e com a exclusividade de adoração que somente a Ele pertence, porquanto, não existe outro Deus além dEle (Cf Is 42.8; 45.5,6). Todos os outros deuses são vaidades e invenções, fruto da imaginação humana, os quais possuem alguma influência demoníaca por de trás de tamanha idolatria e paganismo.
O Comentário Bíblico Beacon ratifica tal informação: “Deus identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto que Ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu Deus. Não havia lugar para competidores. Todos os outros deuses eram falsos. Diante de mim (v.3) significa ‘lado a lado comigo ou além de mim’. [...] Ele [Deus] sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo. ‘O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os sentidos’. Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos” (CPAD, 2005, p.189). Embora Deus tenha tirado o seu povo da casa da servidão, a libertação do paganismo ocorreu definitivamente com o cativeiro Babilônico, no ano 605 a.C., quando Deus começou a permitir que o mal atingisse o seu povo em decorrência da sua desobediência.

Considerações finais
Finalizando, notamos que a história da nação de Israel foi bem conturbada, pelo fato de que Deus esperava que seu povo, a quem Ele havia manifestado o seu poder e libertado da escravidão, o servisse com integridade. Todavia, isso não ocorreu, pelo contrário, Israel se entregou ao paganismo e por várias vezes se desviou da presença do Criador (Cf. Jr 2.13,17-19).
Com efeito, o período no Egito teve influência significativa na construção da nação israelita, seus valores e costumes estavam entrelaçados com a cultura egípcia e libertá-los desse sistema não seria tão fácil assim. De modo que, na saída do Egito, Deus realizou com mão poderosa, sinais, prodígios e maravilhas, porém, tirar o Egito de dentro deles era o mais difícil, visto que exigia a predisposição do povo em abrir mão das práticas ilícitas que corrompiam a comunhão com o Criador e os tornavam infrutíferos para com Deus.Em razão disso, Deus enviou a sua lei, a fim de instruí-los no caminho que deveriam seguir, eles e seus descendentes, de modo que aprendessem a ética encontrada na palavra de Deus e, assim, estivessem de acordo com a vontade do Criador (Dt 6.1-25).
Os Dez mandamentos, além de apresentar a soberania do Criador, demonstravam o afeto de Deus pelo seu povo à medida que exigia a exclusividade de adoração ao seu nome. Deus os amava e desejava que Israel desfrutasse de uma íntima comunhão com o Criador, e removessem do coração, qualquer apego ao paganismo que de certa forma, estava tão impregnado na alma dos hebreus. Do mesmo modo, o Senhor quer que o seu povo nos dias atuais, desapegue-se de tudo quanto é passível de ocupar o lugar de Deus, pois Ele espera uma entrega na totalidade, a fim de que o seu nome seja adorado e conhecido entre as nações.
Por Thiago Santos
Educação Cristã.
Publicações. CPAD