- Categoria: Jovens
- Publicado: 27 Junho 2016
Conhecendo o livro de Isaías
3° Trimestre de 2016
INTRODUÇÃOI – TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
II – OBJETIVOS DE ISAÍAS
III – CONTEÚDO DE ISAÍAS
CONCLUSÃO
1. CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO LIVROEste livro trata de um dos profetas mais celebrados do Antigo Testamento, com muita profundidade teológica, especialmente na Cristologia e na Escatologia, tendo em vista sua grande capacidade literária em ser poeta e orador, um artista de palavras, um grande estadista, reformador e teólogo. Portanto, ao mesmo tempo em que é extremamente gratificante ler Isaías, deparamo-nos com a complexidade de seus vaticínios. Desta forma, tenho consciência de que existem lacunas neste livro, o que o torna aberto a críticas, todavia me esforcei para que a mensagem do profeta fosse contextualizada, ciente da distância cultural, histórica e religiosa que nos separam do texto escrito há 2.700 anos, por este motivo também estou aberto a críticas.
Para a contextualização seguiremos o senso de justiça aguçado, que é próprio da juventude, e a sua educação para a cidadania, diante dos grandes desafios brasileiros para combater a corrupção, que tem como uma das primeiras consequências a injustiça social. Por este motivo, me ative a necessidade de tornar compreensível a mensagem de justiça e esperança de salvação contida em Isaías. Para tanto, dei especial destaque a textos clássicos do profeta: as denúncias de injustiça social, sua chamada, o servo sofredor e a vida e ministério do Messias, seguindo a divisão dos capítulos sugeridos pela editora CPAD para a lição de jovens, objetivo principal desta obra.
Os escritos do profeta Isaías são uma das mais grandiosas produções teológicas do Antigo Testamento. Sua mensagem é profunda e parte de alguém que conhecia o ambiente onde estava inserido, de modo que, tomado pela inspiração divina, foi muito assertivo nas suas profecias, especialmente as que predisseram a vinda messiânica de Jesus Cristo. Nenhum outro profeta se referiu a este fato com tantos detalhes quanto ele. Sua pregação foi marcada por uma paixão sacerdotal, descrevendo Cristo, seu serviço e sacrifício com muita clareza, sendo por isso mesmo chamado de o evangelista do Antigo Testamento ou ainda o “Evangelho de Isaías”. Seu livro também é chamado de “O livro da Salvação”, sendo uma das mais importantes obras da literatura bíblica hebraica depois do Pentateuco. O próprio Jesus leu Isaías. Portanto, tanto o conteúdo do livro quanto sua autoria são ratificados e confirmados no Novo Testamento.
O profeta tem uma beleza poética e riqueza literária ao escrever que encanta qualquer leitor, por isso também é chamado de “Rei dos Profetas”. Muitas expressões e palavras utilizadas não se encontram em nenhum outro lugar do Antigo Testamento. Dentre as mais importantes destacam-se o “Renovo do Senhor” (Is 4.2), “Emanuel” (Is 7.14), “O povo que andava em trevas viu uma grande luz” (Is 9.2), “todos se alegrarão perante ti” (Is 9.3), “seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6), “rebento do tronco de Jessé” (Is 11.1), “anunciador de boas-novas” (Is 41.27), “meu servo” (Is 42.1), “o meu Eleito, em quem se compraz a minha alma” (Is 42.1), e “o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is 53.5). Um dos ápices das profecias de Isaías se dá nos capítulos 52 e 53 quando ele compõe o Cântico do Servo Sofredor, cujo conteúdo salvífico aponta para o sofrimento, padecimento, morte e ressurreição do Messias.
A elaboração teológica, obviamente, segue a linha da ortodoxia professada pela Assembleia de Deus, especialmente o Método Histórico Gramatical, aceito pela maioria das igrejas pentecostais. Preocupando-se sempre em manter a inspiração, a veracidade, o vaticínio e a predição dos textos bíblicos, como histórica e doutrinariamente são ensinados. Assim, estes subsídios e lições de EBD pretendem honrar quem é “Senhor da história [e] aquele que pode permitir que o futuro seja contado com antecedência.”
I – TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
Tem-se afirmado que existem duas ou três grandes porções distintas em Isaías, diferentes entre si no estilo literário e nas abordagens, embora estejam em unidade entre si. Uma que vai do capítulo 1 ao 39, outra do 40 ao 55 e outra do 56 ao 66, organizadas em épocas diferentes, chegando alguns a dizerem que poderiam ter sido escritas durante e exílio, portanto na Babilônia, e no período pós-exílico, em Jerusalém. Contra esta afirmação pode-se dizer que a mudança de estilo pode ser resultado da variação de propósito do autor, mudança do destinatário, estado de ânimo, a idade ou outra influência sobre o autor e necessariamente não indica que este seja outra pessoa. Portanto, tradicionalmente atribui-se a autoria de todo o livro a Isaías, filho de Amoz.
Antes de ser profeta, Isaías era o cronista, o que escrevia as histórias reais, do rei Uzias: “Quanto ao mais dos atos de Uzias, tanto os primeiros como os últimos, o profeta Isaías, filhos de Amós, o escreveu.” (2 Cr 26.22). Portanto, este texto bíblico confirma o fato dele ter vivido por um longo tempo no palácio real e desfrutado de privilégios reais. Esta informação aponta que o profeta, para ser cronista, era um erudito escritor que provavelmente teve uma formação escolar muito avançada em relação àquela época, demonstrando que o profeta de Deus, nos tempos bíblicos e muito mais hoje, pode perfeitamente conciliar estudos acadêmicos com unção divina, desfazendo a compreensão errônea de que os estudos ou a teologia esfriam a fé e a devoção. O leitor poderá argumentar que esta realidade é do passado, mas a prova de que é presente é o fato das igrejas pentecostais no Brasil não possuírem universidades (apenas faculdades) e não terem nenhum programa stricto sensu (mestrado e doutorado) para fomentar estudos e pesquisas sobre a teologia pentecostal, sendo esta em boa parte dependente das teologias das igrejas históricas, muitas das quais negam a experiência com o Espírito Santo nos moldes das igrejas pentecostais. A absorção de teologias cessacionistas tem ocasionado esfriamento espiritual das igrejas pentecostais na questão da liberdade à operação do Espírito Santo e desvios em relação à compreensão da atuação deste por falta de teologias pentecostais, afastando algumas igrejas desta nova maneira de ser igreja que os pentecostais trouxeram para o mundo evangélico.
II – OBJETIVOS DE ISAÍAS
O tema central de Isaías é o amor de Deus demonstrado no socorro ao seu povo através do sacrifício do Servo Sofredor, ou seja, a grande salvação de Deus, apesar da situação calamitosa. Por isso, os objetivos de Isaías ao escrever eram: falar contra a rebeldia, a idolatria e a falsa religião; denunciar a injustiça social; anunciar o juízo de Deus (o cativeiro babilônico) diante do pecado; e anunciar a vinda do Messias, o único que seria capaz de libertar o povo do pecado e trazer completa libertação. O profeta desenvolve seu conteúdo demonstrando quem é o Deus que Israel deveria servir; fala sobre o Espírito de Deus (Is 11.1-2; 32.15; 42.1; 61.1; 63.14); anuncia o Messias e discorre escatologicamente sobre a glória do Reino futuro que será perfeito com Cristo como seu rei eterno.
Os capítulos do livro foram, em sua maioria, escritos seguindo a lógica da experiência do profeta (Is 6), descrita no capítulo 7 deste livro, que vai além da simples narrativa transformadora. Ela é um esquema de várias profecias de seu livro, estabelecendo uma estrutura de pensamento da seguinte forma: (1) é exposta a santidade de Deus de forma clara (Is 6.1-4); (2) traz-se a consciência e a realidade do pecado (Is 6.5: “sou homem de lábios impuros”); (3) mostra-se a iminência do castigo divino como consequência do pecado (Is 6.5: “Ai de mim, estou perecendo”); e (4) aponta-se para uma esperança concreta de salvação (Is 6.6-7).
III – CONTEÚDO DE ISAÍAS
Os conteúdos proféticos bíblicos de modo geral apresentam as seguintes temáticas, que também estão presentes em Isaías: (1) profecia como instrução e orientação ao povo; (2) discernimento e interpretação de fatores sociais, econômicos, políticos e religiosos, presentes ou iminentes; (3) acusação, condenação e juízo; e (4) esperança e promessa de restauração com base nas alianças e na misericórdia de Deus.
CONCLUSÃOBoa e abençoada aula e aprendizado! Será um prazer estarmos juntos neste trimestre. Em caso de contribuições ou dúvidas envie-me um e-mail para:
claitonebd@gmail.com.
Subsídio escrito pelo próprio comentarista da Revista, Pastor Claiton Ivan Pommerening.