segunda-feira, 12 de abril de 2021

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - Ação de Graça pela Igreja de Corinto - Jovens.

 

Lição 02 - Ação de Graça pela Igreja de Corinto 

2º Trimestre de 2021

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves, comentarista do trimestre.

AÇÃO DE GRAÇAS PELA IGREJA DE CORINTO 

Paulo inicia a carta com as saudações, de forma fraternal e agradecendo a Deus pela vida dos coríntios. O amor do apóstolo pela comunidade fala mais alto do que sua insatisfação com alguns comportamentos internos. Antes de falar sobre os problemas, o apóstolo registra uma das características da igreja, que era a abundância de dons.

I. Saudações de Paulo à Igreja (1.1-3) 

O autor da carta apresenta-se e justifica seu chamado (1.1) Segundo Brown (2004, pp. 554-561), na época do apóstolo Paulo, existia certo padrão de escrita para as correspondências. Elas geralmente começavam pelo “endereço”, que compreendia os nomes do remetente, do destinatário e as saudações, seguido do “proêmio”, a segunda seção da carta, que poderia ser formulada como uma ação de graças ou como doxologia, envolvendo descrições da situação do remetente e da condição do destinatário. Após a apresentação dos assuntos expostos no corpo da carta, a correspondência era encerrada com uma saudação final e a despedida. Paulo não inventa um modelo novo para escrever; pelo contrário, ele segue o modelo existente, favorecido pela sua boa formação. No entanto, nem sempre Paulo escrevia pessoalmente suas cartas. Ele fazia uso de outro costume da antiguidade, comum tanto nas casas comerciais quanto nas famílias mais abastadas, que tinham à sua disposição um escravo bem instruído para redigir as correspondências, que eram ditadas pelos seus senhores. O nome desse escriba profissional era “amanuense”. Paulo não escreveu a Carta aos Romanos com as suas próprias mãos, mas ditou-a para o copista Tércio, provavelmente conhecido dos irmãos da igreja de Roma, pois ele aproveita para enviar-lhes saudações (Rm 16.22). Quando Paulo escreve aos coríntios (1.1), de início demonstra que ele não trabalhava sozinho; o irmão Sóstenes estava com ele. Sóstenes era o antigo chefe da sinagoga de Corinto, que se converteu a Cristo e foi espancado pelos judeus diante do tribunal romano por defender a Paulo (At 18.17). Enquanto Paulo escreve a carta em Éfeso, Sóstenes continua ao seu lado para ajudar a comunidade cristã com seus problemas. Mais à frente, iremos ver que Paulo sempre delegava atividades e responsabilidades aos seus auxiliares como Apolo, Timóteo, Silas e Tito. A amizade verdadeira é algo muito precioso na vida de uma pessoa e deve ser cultivada desde a tenra idade para que se mantenha ao longo da vida. Ela é como um tesouro a ser preservado. Paulo, como costume em outras cartas (Gl 1.1; Rm 1.1), faz questão de defender seu apostolado e a origem divina de seu chamado, pois na comunidade também surgiram alguns falsos mestres que constantemente tentavam manchar a imagem do apóstolo e o valor de sua mensagem. Ele faz questão de destacar que seu ministério era da vontade de Deus. A convicção do chamado dá a garantia na excelência no exercício do ministério cristão.

II. Paulo dá Graças a Deus pela Obra de Cristo na Vida dos Coríntios (1.4-9) 

Paulo, como era seu costume, inclui no início de sua carta ações de graças a Deus pela obra de Cristo na vida de seus ouvintes. O hábito de orar pelas pessoas desenvolve em quem ora o sentimento de empatia, de colocar-se no lugar do outro. A pessoa que ora com sinceridade diante de Deus tem a tendência de ter um melhor relacionamento interpessoal. Paulo estava com o coração abatido pelas informações que havia recebido sobre a situação da igreja em Corinto, mas, antes de tudo, ele reconhece o valor da obra de Deus na vida daquelas pessoas. Elas haviam aceitado a mensagem do evangelho e estavam buscando uma nova vida com Deus. Paulo dá graças pela conversão e a fé em Cristo dos coríntios, fruto de suas pregações e testemunho de vida transformada na convivência de 18 meses naquela comunidade. O estilo de vida da cidade era um grande desafio para a manutenção de uma vida exemplar. Paulo, mesmo diante das diversas falhas demonstradas pelos membros da igreja, era grato pela permanência do grupo de fiéis. Ele distingue três pontos importantes: o enriquecimento na Palavra, no conhecimento experiencial de Deus e o testemunho de Cristo confirmado neles. O apóstolo conhecia bem o poder do evangelho para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16). A cultura e os costumes da cidade eram um grande desafio para os membros da igreja, e o apóstolo dá uma mensagem de ânimo para seus liderados. No meio da comunidade, estavam acontecendo muitas falhas e comportamentos inadequados; contudo, o apóstolo não poderia desistir deles. Pelo contrário, ele tinha consciência de que deveria dar graças a Deus pela obra de Cristo na vida daquelas pessoas, porquanto ele também pensava conhecer a Deus e precisou ter sua vida totalmente transformada pelo amor de Cristo. Além do mais, não eram todas as pessoas da comunidade envolvidas nas divisões e dissensões; pelo que tudo indica, na sua maioria, eram as pessoas com melhores posses e condições educacionais e culturais segundo o critério humano.

Paulo inclui um alerta de fidelidade em suas ações de graças (1.7b,8) O reconhecimento e as ações de graças pela vida e fé dos destinatários preparam o caminho para o que estava por vir. Alguns teólogos afirmam que as palavras amáveis de Paulo eram uma forma de ironia, mas essa não parece ser a intenção. Paulo realmente vai preparando o coração dos ouvintes para expressar suas preocupações com as informações recebidas sobre o comportamento interno na comunidade. Eles ainda estavam no início da caminhada cristã e faltava-lhes maturidade espiritual. Paulo faz menção da promessa do arrebatamento e cita o Dia do Senhor. Esse “Dia” tem um significado teológico muito impactante. No Antigo Testamento, a expressão “o Dia de Iahweh” apontava para o dia do juízo de Deus (Jl 3.14; Am 5.18-20). No Novo Testamento, a expressão refere-se ao regresso de Cristo, ou seja, a parúsia (Fp 1.6,10; 2.16; 1 Ts 5.2). De certa forma, o arrebatamento também é uma forma de juízo, pois quem não está preparado não será arrebatado. Por outro lado, para quem está dentro da vontade de Deus, será um dia de gozo e vitória permanente. Infelizmente, sempre existirão aqueles que estarão indiferentes por não terem recebido ou por não terem crido na mensagem do evangelho. Paulo temia que o comportamento dos membros daquela comunidade pudesse comprometer a própria salvação. O apóstolo deixa claro que o comportamento no presente pode comprometer o futuro, evidenciando que um dos objetivos de sua carta era dissipar com os conflitos e comportamentos que não condiziam com a vida cristã.

A expectativa de Paulo estava alicerçada na fidelidade de Deus (1.9) 

Paulo esclarece que sua expectativa estava fundamentada na fidelidade de Deus ao seu projeto de salvação da humanidade. A sua conversão do judaísmo para o cristianismo certamente mudou sua forma de ver o Senhor, de um Deus irado e vingativo para um Deus de amor e de misericórdia. Na comunidade cristã em Corinto, existiam muitas práticas que não agradavam ao Pai, mas Paulo tinha convicção de que Deus nunca desistiria deles. Por mais falho que seja o ser humano, Deus sempre está disposto a perdoá-lo e auxiliar na mudança de rumo de sua vida. Os crentes eram abençoados pelo Espírito, mas não estavam andando pelo Espírito. Todavia, Paulo confiava plenamente na fidelidade de Deus ao plano de salvação da humanidade planejada por meio de seu Filho, Jesus Cristo. Por esse motivo, ele afirma com veemência: “Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor”. Paulo não está afirmando que, uma vez que havia feito a decisão por Cristo, estavam salvos de forma definitiva. Ele está enfatizando a fidelidade de Deus com o plano de salvação; para isso, os cristãos em Corinto deveriam manter-se firmes na sua fé. No caso de falha, Deus sempre está disposto a dar uma nova chance a quem estiver disposto a retornar para Ele. Deus é fiel às suas promessas e ao plano de salvação em Cristo Jesus.

Uma Igreja Marcada pelos Dons (1.7) 

Os dons são cumprimento da pregação do evangelho Os primeiros versículos da carta trazem uma saudação encorajadora do apóstolo, destacando a graça e a paz que vem de Deus por meio de Jesus ao seu povo. Dentre esses versículos, o versículo 7 pode passar despercebido, mas tem um grande impacto na comunidade coríntia e será tratado com mais detalhes por Paulo mais à frente na carta (1 Co 12-14). Paulo sensibiliza seus ouvintes de que as promessas de Deus por intermédio de suas pregações do evangelho estavam sendo cumpridas no meio da comunidade. Eles estavam cheios de dons (presentes) de Deus. Arrington e Stronstad (2003, p.129) afirmam que a declaração de que aos coríntios não faltam nenhum dom espiritual tem tido três possíveis interpretações:

1. Pode significar que eles, como uma congregação, possuíam todos os dons espirituais; 

2. De um relacionamento próximo é a ideia que, potencialmente, senão de fato, todos os dons poderiam ser seus; 

3. Pode ainda significar que os coríntios jactavam-se de possuírem todos os dons e que Paulo estivesse sendo sarcástico repetindo a sua reivindicação. Mas é improvável que Paulo reprove-os a esse respeito.

De qualquer forma, os dons concedidos à igreja serviam de testemunho da verdade da doutrina cristã pregada pelo apóstolo. Ele, ao escrever a carta, provavelmente ficava imaginando no momento que havia chegado à cidade de Corinto. Muitos dos que estavam na comunidade no momento da escrita ele encontrou na sinagoga judaica ainda, assim como ele antes da conversão, agarrados no legalismo judaico, e de repente são alcançados pela sua pregação do evangelho. Na sinagoga, também deve ter conhecido vários devotos que se sentiam desprestigiados e inferiores no ambiente judaico e, ao aceitarem Jesus, descobrem que também têm acesso direto a Deus, sem intermediários. Mulheres, crianças, escravos, entre outros marginalizados que ouviam que as pessoas ricas estavam naquela situação porque eram justas, e os pobres, devido ao pecado, como o ensino da Teologia da Retribuição que ainda imperava na Palestina, ao converterem-se, sentem-se incluídos como filhos de Deus. Todos estes, em especial quando estavam já nas casas em suas reuniões cristãs, certamente ouviram Paulo pregar sobre os dons e dizer que todos teriam acesso e que Deus deliberadamente os dá a quem quer. Como Paulo deve ter ficado feliz ao ver os dons sendo derramados entre os cristãos em Corinto! Certamente, sua alma jubilava ao ver seus “filhinhos” passaram por essa experiência cristã. Agora, ao escrever a carta, sabendo dos problemas internos da comunidade, Paulo lembra-os dos dons recebidos de Deus, algo para ser preservado e continuar buscando.

Algumas pessoas ainda hoje questionam a existência e a finalidade dos dons. Outros, que defendem a teologia cessacionista, afirmam que os dons serviram somente para os tempos da Igreja Primitiva, como se Deus fosse limitar seus dons ao tempo e espaço. Todavia, não há melhor forma de comprovar uma verdade a não ser experimentando-a. Por isso, muitos como os coríntios podem comprovar o cumprimento da pregação do evangelho desfrutando os dons de Deus em sua vida. Uma das primeiras reações que se ouve em relação aos leitores das cartas aos Coríntios é: como Deus pôde derramar tantos dons para uma igreja tão rebelde e cheia de problemas morais? Aqui vale destacar o conselho de Richards (2014, p. 326): “quando estivermos desanimados com outros, lembremo-nos do exemplo de Paulo. Vamos nos unir a ele agradecendo a Deus pelo potencial que, no seu tempo, Deus fará com que seja desenvolvido até mesmo na vida do cristão mais apático”. O próprio significado de dom, um presente imerecido de Deus, auxilia a aproximação ao entendimento. Paulo diz que a manifestação dos dons na igreja era o testemunho de Cristo confirmado no meio dela (1 Co 1.6,7). Os dons espirituais confirmam o anúncio da Palavra de Deus (Mc 16.17-20; Gl 3.2-5; Hb 2.3,4).

Os dons não definem grau de espiritualidade 

No meio pentecostal, a cultura que predomina é de que as manifestações dos dons espirituais são sinônimas de espiritualidade e santidade. Isso é um engano, pois a santidade é evidenciada pelo fruto do Espírito. Na nova situação diante de Deus, o cristão deve andar sob a lei do Espírito de vida (Rm 8.5). Muitas pessoas confundem uma pessoa avivada com manifestações externas e de dons espirituais, mas Paulo deixa claro em Romanos 8.2 e principalmente na carta aos Gálatas que a pessoa avivada é aquela que tem vida espiritual manifestada pela presença do fruto do Espírito em sua vida (Gl 5). 

Os dons são capacitações para o serviço e o bem comum 

Os dons devem ser utilizados com base no amor. Talvez esse seja o motivo de Paulo incluir o capítulo 13 (o poema do amor) entre os capítulos 12 e 14 dessa carta. O poema do amor é um interlúdio ao tema teológico dos dons espirituais. Assim como Tiago (1.19-27), ele mostra para quem quer ver e também para quem não quer qual é o sentido da verdadeira religião, que não está baseada nas práticas litúrgicas nem nos dons espirituais, entre outros aspectos da vida religiosa, mas no amor. O amor aplicado é um dos sinais da espiritualidade cristã. Não é por acaso que Paulo relaciona o amor como fruto do Espírito (Gl 5.22,23).

A diversidade de dons é um grande tesouro para qualquer comunidade, desde que o dom não seja considerado um fim em si mesmo. Paulo nas suas cartas aconselha a humildade na utilização dos dons dados por Deus e adverte sobre o perigo de se utilizá-los para projeção própria. Segundo o pastor Antonio Gilberto, “o dom espiritual é uma dotação ou concessão especial e sobrenatural pelo Espírito Santo, de capacidade divina sobre o crente, para o serviço especial na execução dos propósitos divinos para e através da Igreja”. Ele reforça que “foi a poderosa e abundante operação dos dons do Espírito que promoveu a expansão da Igreja Primitiva como se vê no livro de Atos dos Apóstolos e nas Cartas” (GILBERTO, 2006, p. 68). Pastor Antonio Gilberto (2006, p. 68-73) assevera que os dons de 1 Coríntios 12—14 são de atuação eventual, inesperada e imprevista (quanto ao portador). Tudo depende da soberania de Deus na operação dos dons. Ele separa os dons em três classes, conforme resumo abaixo:

1. Dons que manifestam o saber de Deus (1 Co 12.8-10) – manifestam a multiforme sabedoria de Deus: a. A palavra da sabedoria (v.8) – Dom de manifestação da sabedoria sobrenatural, pelo Espírito Santo; b. A palavra da ciência (v. 8) – Dom de manifestação de conhecimento sobrenatural pelo Espírito Santo; de fatos, de causas, entre outros; e c. O dom de discernir os espíritos (v. 10) – Dom de conhecimento e de revelação sobrenaturais pelo Espírito Santo.

2. Dons que manifestam o poder de Deus (1 Co 2.9,10) – Manifestam o poder dinâmico de Deus: a. A fé (v. 9) – Manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo. Superação e eliminação de obstáculos. Trata-se da fé chamada “fé especial”, “fé miraculosa”, que opera também em conjunto com vários outros dons; b. Os dons de curar (v. 9) – Esses dons são multiformes na sua constituição e na sua operação. Manifestação de poder sobrenatural pelo Espírito Santo para a cura das doenças e enfermidades do corpo, da alma e do espírito, para crentes e descrentes; e c. As operações de maravilhas (v. 10) – São operações de milagres extraordinários, surpreendentes, prodígios. Prodígios espantosos pelo poder de Deus para despertar e converter incrédulos (Jo 6; At 8.6, 13, 19.11).

3. Dons que manifestam a mensagem de Deus (1 Co 12.10) - Manifestam a mensagem da parte de Deus, poderosa, edificante e consoladora: a.  A profecia (v. 10) - Manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para edificação, para exortação e para consolação do povo de Deus (1 Co 13.2,9; 14.1,3,5,29,39); b.  A variedade de línguas (v. 10) - Dom de expressão plural, um milagre linguístico sobrenatural. As mensagens em línguas mediante esse dom devem ser interpretadas para que a igreja seja edificada (1 Co 14.5,27); c.  Interpretação de línguas (v. 10) - Manifestação de mensagem verbal, sobrenatural, pelo Espírito Santo. O dom de interpretação é um dom em si mesmo, e não uma duplicação do dom de profecia (1 Co 12.10, 30, 14.5,13,26-28).

Os dons espirituais têm como um dos objetivos a glorificação do Senhor Jesus e a edificação da igreja (Jo 16.14; 1 Co 12.3; 14.5). Quando alguém recebe os dons e usa-os com o objetivo de glorificar a si mesmo, esse alguém está tomando para si o que é para ser dedicado a Deus. Os dons são dados gratuitamente pelo Senhor para serem compartilhados e trazerem mais benefícios quando se complementam entre si (sinergia). Portanto, a autoavaliação dos dons recebidos não deve ser feita comparando com o uso das demais pessoas, mas avaliando qual a contribuição dada para a totalidade dos dons concedidos à comunidade cristã. Por isso, Paulo compara a Igreja como um corpo. Paulo dá graças pelos dons que se manifestavam entre os coríntios, mas adverte que os dons devem ser usufruídos para o bem comum (1 Co 14). 

Lição 03 - 2º Trimestre 2021 - Dons de Revelação - Adultos.

 

Lição 3 - Dons de Revelação 

2º Trimestre de 2021

ESBOÇO GERAL
I – PALAVRA DA SABEDORIA
II – PALAVRA DA CIÊNCIA
III – DISCERNIMENTO DOS ESPÍRITOS 

Elinaldo Renovato

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1 Co. 14.26).

Os dons de revelação constituem parte da revelação de Deus, concedida ao homem salvo, para que, por eles, a “multiforme sabedoria” divina seja manifestada no meio da Igreja, e os crentes em Jesus sejam protegidos das sutilezas do adversário e das maquinações humanas contra a fé cristã. 

Sem a presença física de Cristo, após sua Ascensão aos céus, os salvos, reunidos em igrejas locais, precisam de maneira indispensável, dos dons espirituais, tanto para cumprirem a Missão confiada por Cristo, quanto para lutar e vencer “as hostes espirituais da maldade nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Sem eles, a igreja local não passa de uma comunidade humana, uma associação religiosa, como um “vale de ossos”, transformados em corpos com tecidos humanos, mas sem vida. Tem estruturas humanas, ministeriais, denominacionais, intelectuais, políticas e administrativas, mas não tem o poder de Deus em sua vida institucional. Os dons espirituais propiciam a provisão divina para a igreja cumprir a sua missão, concedida por Cristo, de proclamar o evangelho por todo o mundo a toda a criatura. 

Dentre esses, os chamados “dons de revelação” aparecem como categoria de grande valor e necessidade, no meio das igrejas locais. No tempo de Paulo, havia confusões, mistificações doutrinárias, ensinos heréticos e tantos outros tipos de informações, que chegavam aos ouvidos dos crentes, que muitos se desviaram, iludidos pelos “ventos de doutrina” (Ef 4.14). O gnosticismo ameaçava a integridade da fé cristã. Os judaizantes queriam impor seus ensinos legalistas e ultrapassados. A igreja precisava de recursos espirituais sobrenaturais para não ser esmagada pelas heresias, muitas delas travestidas de verdades absolutas. Só a revelação de Deus, manifestada de forma incisiva poderia evitar a derrocada do cristianismo.

E, nos dias presentes, será que não há necessidade da revelação especial de Deus, através de sua palavra e de dons ou carismas que façam a diferença, para  que os cristãos saibam discernir o “joio do trigo”? Certamente, hoje, mais do que nunca, a igreja de Jesus, em toda a parte, necessita desses recursos. Os dons de revelação podem identificar a origem, os meios e os propósitos de muitas falsas doutrinas, que surgem a cada dia, no meio evangélico. Pela revelação sobrenatural, pode-se desmascarar os falsos pastores, os “obreiros fraudulentos”, “de torpe ganância”.

Satanás sabe muito bem aproveitar os novos meios de comunicação à disposição das pessoas. Através da televisão e da internet, são disseminadas seitas e heresias as mais diversas. Pastores, bispos, apóstolos e profetas espalham suas mensagens de forma tão sutil, que são capazes de arrebanhar milhares de crentes incautos, que não conhecem nem leem a palavra de Deus. Sinais, milagres e prodígios tomam conta de espaço considerável, em programas de TV, levando muitos a supervalorizarem a fé, em detrimento da pessoa do Senhor Jesus Cristo. Os sinais do poder de Deus são necessários, sem dúvida. Mas o foco neles, em lugar do foco na cruz de Cristo constitui grave desvio da missão da Igreja de Cristo.

Sem a revelação de Deus, muitos crentes abandonam as igrejas onde nasceram, foram batizadas com o Espírito Santo e receberam tantas bênçãos, atraídas por pregadores milagreiros. Muitos desses só falam de curas e libertação de  demônios, mas não combatem o pecado. Vemos líderes de grandes igrejas, em caríssimos programas de televisão, que não dão uma palavra sequer contra a prostituição e o homossexualismo. E há até alguns que aprovam o aborto, esse crime hediondo. Por quê? Por que não querem ser “politicamente incorretos”. Mas pregam milagres. E lamentavelmente, por falta de revelação, no seio de muitas igrejas, há divisões e deserções que causam tantos escândalos ao Corpo de Cristo.

Neste comentário, discorreremos sobre três tipos de dons de revelação: A palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento (ou da ciência) e o discernimento dos espíritos. Três manifestações dos dons do Espírito Santo, que são indispensáveis à integridade espiritual, ao acesso ao conhecimento mais profundo das verdades bíblicas e ao confronto com as “hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. 

Texto extraído da obra “Dons Espirituais e Ministeriais”, editada pela CPAD.

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - O Propósito dos Dons Espirituais - Adultos.

 

Lição 2 - O Propósito dos Dons Espirituais 

2º Trimestre de 2021

ESBOÇO GERAL
I – OS DONS NÃO SÃO PARA ELITIZAR O CRENTE
II – EDIFCANDO A SI MESMO E AOS OUTROS
III – EDIFICAR TODO CORPO DE CRISTO 

Elinaldo Renovato

A experiência da vida cristã indica que grande parte das pessoas, nas igrejas pentecostais, não sabe lidar muito bem com os recursos espirituais que Deus coloca à disposição dos crentes. A começar do batismo com o Espírito Santo, há uma confusão de ideias sobre sua natureza, a forma de receber, e, mais ainda, quanto à sua finalidade ou propósito. Há quem pense que o cristão é batizado para falar línguas. Quando, na verdade, o falar em línguas, em princípio, é um sinal da experiência do recebimento do batismo com o Espírito Santo, e este uma bênção distinta da salvação, concedida para que o cristão tenha poder para testemunhar com eficácia da mensagem do evangelho (At 1.8).

O falar línguas também pode ser evidencia do recebimento do “dom de variedade de línguas”, como um dom, ou carisma do Espírito Santo, entre outros, tão importantes, que Deus concede “a cada um como Ele quer”, mas sempre com propósitos ou finalidades especiais, visando a edificação, a unidade e o fortalecimento da sua igreja, tanto no sentido Universal, quanto no sentido da igreja local. Com esse entendimento, podemos dizer que, se o batismo com o Espírito Santo e o uso dos dons espirituais não forem bem compreendidos, no seio da igreja  local, certamente, haverá a manifestação estranha de comportamentos inadequados de espiritualidade.

Em certa ocasião, este escritor foi pregar numa igreja, no interior de um Estado brasileiro. O templo estava lotado. Mas, na hora da pregação, ficou inviável discorrer sobre o tema a que o pregador se propôs, porque os irmãos, quase sem parar, falavam línguas o tempo todo. Era uma comunidade bem animada, avivada, por assim dizer, mas pareceu claro que havia faltado ensino quanto ao uso dos dons espirituais, especialmente o dom de línguas. 

Eles não o faziam com o intuito de prejudicar a transmissão da mensagem. Mas estavam muito mais interessados em mostrar que eram batizados com o Espírito Santo, ou que falavam línguas, do que com o entendimento do que lhes seria transmitido. Tivemos que encerrar a prédica mais cedo, pois éramos interrompidos o tempo todo, com brados em alta voz de louvor. A falta de ensino resulta no mau uso dos dons espirituais. Dá lugar a meninices no meio da igreja. A igreja de Corinto, na Grécia, possuía praticamente todos os dons espirituais (cf. 1 Co 1.7), mas o apóstolo Paulo, em sua primeira carta àquela igreja, fez uma referência nada desejável àqueles irmãos. “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo” (1 Co 3.1).

Um verdadeiro paradoxo à primeira vista. Uma igreja que possuía todos os dons, com crentes batizados com o Espírito Santo; uns falavam línguas, outros profetizavam; outros interpretavam; outros tinham dons de curas e milagres; outros possuíam muito conhecimento espiritual, mas Paulo lhes escreve, demonstrando que, em sua avaliação, eles não eram tão espirituais quanto pareciam ser pelo fato de terem tantos dons! Foi mais contundente, dizendo que eles eram “carnais” ou “meninos em Cristo”! Seria motivo para perguntarem a Paulo: “Como pode, pastor Paulo, uma coisa dessas? O senhor diz, no início de sua carta (1.7), que nenhum dom falta à igreja, e, poucos parágrafos depois, diz que esta igreja é formada de carnais e meninos em Cristo?”

Talvez nem foi feita tal pergunta, pois a resposta sobre sua avaliação da igreja de Corinto foi dada logo a seguir, naquele trecho da missiva do apóstolo, para não deixar dúvida quanto à sua afirmação desagradável: “porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens? Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu, de Apolo; porventura, não sois carnais?” (1 Co 3.3,4). Não poderia haver uma igreja mais espiritual do que aquela, mas, infelizmente, não poderia haver crentes mais carnais do que aqueles. Se fosse nos dias atuais, algum “apóstolo” ou “bispo” se sentiria muito vaidoso em ser pastor de tal congregação.

Entre eles havia crentes invejosos, outros que promoviam contendas e dissensões, lançando irmãos contra irmãos. Certamente, eles não entendiam bem a natureza e o propósito dos dons espirituais para a igreja. Imaginavam, como acontece hoje, que possuir um dom espiritual é motivo para considerar-se superior aos outros; era razão para ser consagrado ao ministério, para ser presbítero ou ministro; quem sabe, havia irmãs de oração, que viviam profetizando, com a finalidade de dirigir a vida do pastor ou de outras pessoas; quem sabe, ainda, havia quem sapateasse na igreja, ou saísse marchando ou correndo, para lá e para cá, para chamar a atenção para sua espiritualidade. 

Havia algo pior. Divisão dentro da própria igreja. Havia grupos, partidos, “igrejinhas”, “panelinhas” e grupinhos de partidários de Apolo, de Pedro, de Paulo e até “de Cristo”. Aliás, este último grupo ou partido era o mais carnal de todos. Eram do tipo de crente que, hoje, diz: “Eu não dou satisfação a ninguém. Eu não obedeço ‘a homem’, mas só a Cristo”. São os que não obedecem aos pastores, ao dirigente da igreja, principalmente quando esses querem corrigir excessos de manifestações ditas espirituais no uso de dons. 

Como Paulo não era o pastor titular da igreja, mas seu fundador, e vivia distante por força de seu ministério missionário, deve ter tomado conhecimento através de informações consistentes quanto ao comportamento da igreja. E por carta precisou exortá-los a que não continuassem na prática de comportamentos contrários à sã doutrina e ética no uso dos dons espirituais. Assim, é importantíssimo que os líderes de igrejas promovam o ensino bíblico quanto à origem, a natureza e o propósito dos dons espirituais. Este comentário tem essa finalidade, fornecendo análise e subsídios para o ensino sobre o propósito dos dons espirituais.

Texto extraído da obra “Dons Espirituais e Ministeriais”, editada pela CPAD. 

Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo. 

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Lição 01 - 2º Trimestre 2021 - A Primeira Carta de Paulo à Igreja de Corinto - Jovens.

 

Lição 1 - A Primeira Carta de Paulo à Igreja de Corinto 

2º Trimestre de 2021

Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio de autoria do pastor Natalino das Neves, comentarista do trimestre.

A Primeira Carta de Paulo à Igreja de Corinto

INTRODUÇÃO

Para iniciar o contato com a Primeira Carta aos Coríntios, serão apresentadas algumas considerações iniciais para auxiliar o entendimento dos demais capítulos.

De início, serão identificadas a autoria, a ocasião e a motivação da escrita. Para uma aproximação ao contexto socioeconômico, político e cultural, será apresentado um panorama da cidade e das comunidades judaica e cristã. Por fim, veremos algumas das principais características da Carta.

Considerações Iniciais da Primeira Carta aos Coríntios

Carta ou Epístola, qual termo usar? Existe uma discussão antiga sobre qual o termo correto para identificar as correspondências de Paulo. Alguns dizem que, quando a correspondência é destinada a uma pessoa, o termo correto seria carta, e quando enviado para comunidades, deveria ser utilizado o termo epístola. Na verdade, o nome dado não vai prejudicar em nada o estudo do texto bíblico, mas algumas considerações são importantes para definir qual termo será utilizado neste livro. Na Roma antiga, a utilização da epístola era um procedimento corrente e necessário para tratar de assuntos tanto oficiais quanto particulares. O governo e as famílias dispunham de mensageiros para a entrega de suas correspondências. O corpo de escrito paulino geralmente é classificado como pertencente ao gênero denominado “epistolar”. Segundo Malatian (2009, p. 198), “a codificação do gênero epistolar é antiga. As Epístolas de Cícero (106-43 a.C.) serviram como modelo durante séculos, testemunhando a sua vida privada e, principalmente, a pública, como filósofo, orador e político romano”. Deissmann (1910, pp. 218-221,225), no final do século XIX, propôs uma distinção entre “carta” e “epístola”. Ele considerava a carta um meio “não literário” de comunicação entre as pessoas, de natureza pessoal e confidencial, podendo ser endereçado a um indivíduo como também a uma comunidade inteira, enquanto que a “epístola” constituía uma forma literária, como o diálogo, a oração e o drama antigo, destinada a um público mais amplo e à posteridade. Segundo esse conceito de Deissmann, os escritos paulinos seriam classificados como não literários, porque eram endereçados a pessoas (Filemom), e às comunidades específicas (Romanos, Coríntios, Gálatas, Tessalonicenses, Filipenses, etc.). Seriam “cartas” por apresentarem mais semelhanças com os escritos não literários antigos do que com as epístolas propriamente ditas. Tudo indica que, na época de Paulo, não havia distinção entre os termos “carta” e “epístola”. O próprio apóstolo denominava suas correspondências como epistole (1 Co 5.9; 16.3; 2 Co 3.1-3,7.8), que, na sua época, denominava qualquer tipo de correspondência, independentemente de sua finalidade e da quantidade de destinatários. Nos dias atuais, a língua portuguesa não distingue os dois vocábulos: “carta” e “epístola”. Eles são concebidos como sinônimos. As versões modernas do Novo testamento traduzem o termo epistole por carta. Dessa forma, neste livro será utilizado o termo moderno carta. 

O apóstolo Paulo é considerado o autor da Primeira Carta aos Coríntios tanto no meio eclesiástico como na academia. Essa Carta está entre as cartas paulinas conhecidas como inquestionáveis (Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses, 1 Tessalonicenses e Filemom) pela “notável afinidade no vocabulário, sintaxe e conteúdo” (FISK, 2018, p. 300). Paulo era ao mesmo tempo judeu (Rm 11.1; Fl 3.4,5; 2 Co 11.22), cidadão romano (At 16.37,38; 22.25-29; 23.27; 25.10-12) e cidadão da diáspora, influenciado pela cultura helenista (cultura grega). Paulo, provavelmente, falava aramaico (At 22.1), grego, hebraico e latim. A religiosidade e rigor ao cumprimento da Lei transformam-no em perseguidor dos seguidores de Cristo, por entender estar fazendo a vontade de Deus (Gl 1.13,14; 1 Co 15.9; Fl 3.6). Todavia, ele converte-se, e o perseguidor torna-se perseguido por amor ao evangelho (At 9.1-19; 22.4-21; 26.8-18; Gl 1.11-17). A partir desse período, ele passa a ser conhecido como o apóstolo dos gentios. Paulo foi o primeiro e o maior teólogo de todos os tempos. Ele, mais do que ninguém, contribuiu para que o cristianismo tornasse-se internacionalmente conhecido e intelectualmente coerente. Seus escritos moldaram o cristianismo mais do que qualquer outro escrito do Novo Testamento. Os seus textos, desde a primeira vez em que foram recebidos, obtiveram o reconhecimento da igreja como uma norma oficial de fé e vida. Para Kümmel (2003, p. 178), o pensamento teológico de Paulo ocupa o centro do Novo Testamento sob o ponto de vista cronológico e determina a evolução do pensamento cristão primitivo. 

Paulo chegou na cidade de Corinto entre o ano 50 e 51 d.C. (At 18.1), vindo de Atenas, e hospedou-se na casa de Priscila e Áquila, casal de missionários que haviam sido expulsos de Roma em 49 por meio do decreto do imperador Cláudio (At 18.2,3). Ele permanece por 18 meses nessa cidade, trabalhando na oficina de fabricação de tendas do casal e pregando o evangelho quando tinha oportunidade, começando pelos judeus na sinagoga, onde sofre forte resistência. Então, Paulo passa a dedicar-se à pregação aos pagãos (At 18.6,7), reunindo-se na casa de Justo, que ficava ao lado da sinagoga. No início, a comunidade era formada de pobres e pessoas sem muita instrução (1 Co 1.26; 7.21; 11.21,22), até que Crispo e Sóstenes, ambos chefes da sinagoga, também se convertem (At 18.8,17). A estadia de Paulo foi marcada por muitas tensões e conflitos tanto com judeus quanto com gregos, e essa situação provocou intensa correspondência entre Paulo e a Igreja em Corinto. A primeira carta conhecida em nossa Bíblia foi escrita quando Paulo estava em Éfeso (1 Co 16.8) durante a terceira viagem missionária, entre 54 e 55 d.C. 1.1.4 Propósito da carta O propósito geral para a escrita da Primeira Carta aos Coríntios foi instruir os novos convertidos de uma recente comunidade cristã urbana com forte influência da cultura helenística (grega) sobre os riscos de partidarismos e divisões que estavam ocorrendo por influência de alguns líderes, bem como enfatizar o significado e a importância da mensagem da cruz de Cristo. No entanto, esse propósito geral para uma exposição mais didática pode ser classificado em dois motivos principais: 1. Dar orientações a partir de informações recebidas de pessoas da casa de Cloe (1 Co 1.11) sobre problemas internos da comunidade, a saber: divisões (1 Co 1.12-16), escândalo público de incesto (1 Co 5.1), brigas internas levadas ao tribunal da cidade (1 Co 6.1) e comportamento escandaloso de alguns (1 Co 6.12ss). 2. Responder ao pedido de orientações feito pela comunidade (At 16.15-17; 1 Co 7.1) sobre dúvidas a respeito do casamento (1 Co 7.1-40), compra de carne oferecida aos ídolos (1 Co 8.1-10.33), comportamento nas reuniões da comunidade (1 Co 11.2-14.40) e sobre questões da ressurreição (1 Co 15.1-58). 1.2 Quem Foram os Destinatários da Carta 1.2.1 Um panorama da cidade de Corinto Na época do apóstolo Paulo, a cidade de Corinto tinha muitos atrativos; ela era um centro turístico de negócios, de lazer, de política, de conhecimento e de religiosidade. No entanto, para chegar a esse status, antes ela tem uma história de destruição e superação (NEVES, 2019, pp. 73-75). Após três anos de tensões sem precedentes entre Roma e Corinto, em 146 a.C., o general romano Lúcio Múmio exterminou grande parte da população masculina e dos libertos, escravizou as mulheres e crianças, saqueou a cidade, devastou as edificações e construções referenciais a ponto de transformar a cidade de Corinto num desolado monte de ruínas. Aproximadamente cem anos depois, ela surge das ruínas. Júlio César reconstrói a cidade em um curto período de tempo, favorecido pelas vantagens topográficas do local. Corinto torna-se uma cidade-colônia, a metrópole da província romana de Acaia. Corinto chegou a ter mais de 500 mil habitantes, uma das maiores de todo o Império Romano. Corinto é um istmo, ou seja, uma faixa de terra rodeada de água dos dois lados. Por ser uma cidade portuária com dois portos: Laqueu/Lequeo/Licaeus (golfo de Corinto — liga a cidade à navegação que vem e vai para a Itália e o Ocidente) e Cencreia (golfo sarônico — movimentava todo o comércio que vinha e ia para Atenas, Éfeso, Antioquia e o Oriente), possuía uma grande prosperidade comercial. No entanto, dois terços da população eram de escravos e trabalhadores: “doqueiros” (carregavam e descarregavam os navios) e os “diolcois” (transporte de navios de um porto, o Egeu; para o outro, o Adriático, por meio de paus roliços). O outro terço da população era composto de homens livres e libertos, principalmente helênicos e romanos, pertencentes ao sistema patronal romano e elite grega. Além destes, havia os ricos capitães e marinheiros que controlavam as embarcações comerciais e turísticas que transitavam nos dois portos da cidade. Quando ocorriam os jogos ístmicos (atletismo) durante a primavera, a sociedade dinamizava-se para receber centenas de turistas para Corinto, entre eles pessoas das mais diversas regiões e características, pensadores itinerantes, filósofos consagrados portadores das mais diferentes visões de mundo, além de proclamadores de outras religiões. A cidade, pela sua localização estratégica, também foi beneficiada com a construção de uma cidadela que trazia segurança bélica. Nela ficava estacionada a guarnição e soldados que controlavam o movimento de pessoas, mercadorias e que facilitavam a cobranças de impostos. Segundo Peixoto (2008, p. 26), a cidadela era construção ampla, cercada por altos muros de mais de dois quilômetros de comprimento, que alcançavam até o porto de Licaeus. Nela, no tempo de Paulo ficava estacionada a tropa romana com seu governo, matérias de guerra e costumes. A parte maior da cidade desenvolveu-se fora dos muros da cidadela. Essa estrutura favorecia o transporte e comércio das mercadorias produzidas na cidade, como no caso de Paulo, Priscila e Áquila com suas tendas, que possivelmente também serviam ao exército com barracas militares. Quanto à religião, dentre os 23 templos da cidade, dois destacam-se pela imponência e importância: Templo de Afrodite/Vênus (deusa do amor) e Templo de Apolo (deus da música, do canto, da poesia e da beleza masculina). As religiões mistéricas promoviam experiências em que seus participantes eram levados ao êxtase, com vistas à autossatisfação, alienação e ausência de consciência crítica. Eram celebradas grandes festas tidas como sagradas, com carnes sacrificadas a ídolos (representantes do Império Romano). Assim, em algumas celebrações religiosas, os participantes entravam em transe; em outras, em orgias. Existia uma sinagoga judaica, possivelmente composta pela maioria de judeus que foram expulsos de Roma pelo Imperador Cláudio em 54 d. C., conforme afirma Renan (2003, p. 183): “Próximo ao desembarque de Paulo, um grupo de judeus expulsos de Roma pelo édito de Cláudio também havia chegado de barco, entre os quais estavam Áquila e Priscila, que já nesta época professavam a fé em Cristo”. Em relação à sexualidade, havia um grande conflito entre os costumes dos religiosos; a valorização do ser humano e como se dava a exploração do corpo, tratativas com o casamento, viuvez, celibato, virgindade, entre outros costumes de uma cidade cosmopolita como a Corinto do primeiro século. Existia uma grande valorização da sabedoria filosófica, conhecimento considerado como fonte de libertação humana. O oposto da sabedoria e do sistema de governo que dominava a cidade de Corinto, Paulo apresenta a sabedoria da cruz, a opção não pela elite e pelos poderosos, mas pelo Crucificado, pelos pobres e pelos desprotegidos, pelos desprezados e sem projeção na sociedade corintiana. Paulo procurava conscientizar os cristãos de Corinto que eles não podiam reproduzir as desigualdades, as injustiças e as promiscuidades romanas que dominavam a cidade. Corinto era sinônimo de riqueza e luxo, de alcoolismo e de corrupção. O estilo de vida era tão depravante que era utilizado um termo pejorativo para os moradores da cidade, “corintizar”, tamanha falta de seriedade e frouxidão moral. Nos dias do apóstolo Paulo, havia uma população de raça indefinida e heterogênea. Os primeiros colonizadores romanos eram homens livres vindos da Grécia, Egito, Síria e Judeia. Na sua maioria, aventureiros gregos e burgueses romanos. Quanto às profissões, eram ex soldados romanos, filósofos, mercadores, marinheiros, marreteiros, entre outras. 

A presença de uma comunidade judaica em Corinto é mencionada em Atos 18.4-8. A comunidade tinha sua sinagoga formada, na sua maioria, por judeus que foram expulsos de Roma pelo decreto do Imperador Cláudio em 54 d.C. Paulo tinha por hábito em suas viagens missionárias, ao chegar a uma nova cidade, começar pregando nas sinagogas, pois isso lhe provia uma base por onde abancar seu trabalho. As sinagogas na diáspora, ou seja, fora da Palestina, desempenhavam uma função mais significativa aos judeus do que as sinagogas em seu próprio território. Era considerada o centro da vida comunitária dos judeus da diáspora. Na sinagoga, era possível estudar, tomar decisões sobre a comunidade dos judeus; ela servia de arquivo de registros da vida comunitária, além de ser o ponto de reunião religiosa e de culto. Willians afirma que havia três grupos estratégicos para a expansão do evangelho entre os membros da sinagoga.

Com o cristianismo, os devotos gentios simpatizantes com o judaísmo não precisavam mais ter de adequar-se a todo ritualismo que era imposto aos judeus puros para sentirem-se parte integrante da comunidade. Em Cristo, a antiga distinção entre judeu e gentio havia sido abolida; diante de Deus, todas as pessoas que se submetem ao senhorio de Cristo são tratadas da mesma forma, independentemente de nacionalidade, cor, gênero, entre outras diferenças. Essa mensagem era difícil para um judeu ouvir e aceitar. Paulo, em suas preleções e ensinos, traz fortes argumentos sobre a justificação pela fé na obra vicária de Cristo e das exigências que eram exclusivas para os judeus.

No entanto, essa mensagem não agrada a maioria dos judeus da sinagoga, inclusive judeus que acabam convertendo-se ao cristianismo e que não se sentiam ainda à vontade com a doutrina da justificação pela fé. Por isso, a comunidade judaica de Corinto manifesta-se contra a pregação messiânica de Paulo nas sinagogas frequentadas por judeus. Os anciãos dessa comunidade, revoltados com a mensagem do apóstolo, acabam por arrastá-lo para ser julgado em tribunal romano. Gálio, procônsul na Acaia, recusou-se a julgar o caso por entender que era uma questão judaica interna. Segundo Rohden (1999, p. 230), Gálio era irmão do célebre filósofo romano Sêneca e também adepto da filosofia dos estoicos. A sua existência e o cargo que ocupava encontram-se “imortalizados numa carta que o imperador Cláudio dirigiu a Delos, como atesta uma inscrição em pedra encontrada na dita cidade; ‘Gálio, meu amigo e procônsul de Acaia’, lhe chama Cláudio’”. Assim, Paulo sai absolvido (At 18.15). Durante a estadia de Paulo em Corinto, o relacionamento com a comunidade judaica foi marcado por tensões e conflitos. 1.2.3 A comunidade cristã de Corinto Paulo fundou e consolidou a comunidade cristã de Corinto (1 Co 3.6,10; At 18.1-8). Os primeiros membros da comunidade cristã em Corinto eram provenientes da comunidade judaica, mas a maioria dos cristãos tinha origem no círculo de pagãos simpatizantes do monoteísmo judaico (At 18.1-11). As sinagogas tinham por costume aproximar as pessoas da mesma profissão. Assim, Paulo fica mais próximo de Áquila e Priscila, deles recebe hospedagem e passam a trabalhar juntos, pois tinham o mesmo ofício de fabricar tendas. Provavelmente, a loja em que eles trabalhavam também passa a ser fonte de pregação da Palavra durante a semana. As pessoas vão sendo confrontadas pela pregação de Paulo e convertendo-se. Devido ao rompimento com os judeus da sinagoga, Paulo passou a realizar as reuniões nas casas de pessoas cristãs. Semelhante à proporção populacional da cidade, a maioria das pessoas convertidas era escrava (1 Co 1.26). Mas pessoas importantes dentre os judeus convertem-se, como “Tito Justo, que servia a Deus e cuja casa estava junto da sinagoga, e Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; também muitos dos coríntios, ouvindo-o, creram e foram batizados” (At 18.7,8). A primeira casa em que foram realizadas as reuniões do grupo cristão foi na residência de Tito Justo. Os judeus provavelmente ficaram irritados com o grupo cristão realizando reuniões bem ao lado da sinagoga, pois era uma boa oportunidade para continuar chamando atenção dos judeus que ali congregavam. A igreja expandiu-se, e outras casas também foram abertas para que outros grupos de cristãos fizessem suas reuniões. No entanto, os costumes e hábitos dos coríntios acabam por transpor as portas da igreja e começam acontecer os conflitos e divisões. Dois grandes perigos ameaçavam a unidade da igreja local: o legalismo (salvação por meio da obediência exclusiva a certos regulamentos e costumes da Lei) e o antinomismo (a salvação vem pela fé, e não era necessário sujeitar-se a nenhuma lei moral). A jovem comunidade cristã destacava-se pelo entusiasmo espiritual que acompanha as orações e as reuniões. Era uma comunidade rica em dons (1 Co 1.4-7), porém imatura espiritualmente (1 Co 3.1-4). 

As cartas de Paulo à comunidade cristã em Corinto A situação conflituosa devido às diferenças internas na comunidade, como as tensões entre judeus e gregos (1 Co 1.18-31), livres e escravos (1 Co 7.21-23) e a insegurança em relação a várias questões doutrinárias provocaram uma intensa correspondência entre Paulo e a igreja em Corinto. No cânon bíblico, existem somente duas cartas, todavia o apóstolo Paulo escreveu, pelo menos, quatro cartas aos coríntios, mas duas dessas cartas foram perdidas (1 Co 5.9; 2 Co 2.4; 7.8). A primeira carta escrita por Paulo aos coríntios é conhecida como pré-canônica. Ela é uma carta que se perdeu (1 Co 5.9-13) e foi escrita para orientar sobre o relacionamento com pessoas devassas e corruptas. Alguns teólogos defendem que fragmentos dessa carta estariam em 2 Co 6.14–7.1. A segunda carta escrita é a que conhecemos hoje no cânon como primeira. A carta foi entregue por Timóteo (1 Co 4.17; 16.10,11) entre 55 e 56 d.C. Nela, Paulo menciona sua intenção de enviar Timóteo a Corinto a fim de resolver alguns dos problemas. As cartas de Paulo, em geral, eram escritas para tirar dúvidas e prestar orientações pastorais às recentes comunidades cristãs fundadas entre os gentios. Quando estava em Éfeso, o apóstolo ficou ciente de alguns problemas na igreja devido à grande influência secular e religiosa. Além das tensões entre judeus e gregos (1 Co 1.12,13,18-31), livres e escravos (1 Co 7.21-23), existiam questões doutrinárias sobre ressurreição, casamento, dons espirituais, questões morais e éticas, entre outras. Isso faz das cartas aos coríntios uma grande fonte de doutrinas sistemáticas, que graças à disposição e desprendimento do apóstolo Paulo para a missão e o ensino, chegaram até nós. Na sequência, Paulo escreveu uma terceira carta, conhecida como “a carta das lágrimas”, para resolver conflitos no relacionamento com a comunidade. Ele fez menção dela em 2 Coríntios 2.3-9; 7.8-12. Ela também se perdeu. Alguns teólogos defendem que fragmentos dessa carta estariam em 2 Co 10-13. A quarta carta escrita é a que conhecemos hoje no cânon como a Segunda Carta aos Coríntios.

Estrutura da Primeira Carta aos Coríntios 

As cartas de Paulo, em geral, eram escritas para tirar dúvidas e orientar pastoralmente as recentes comunidades cristãs entre os gentios. Na proposta de estrutura a seguir, fica evidente essa prática do apóstolo. Introdução: saudações e ação de graças (1.1-9). 

I - Problemas noticiados a Paulo por pessoas da casa de Cloe (1.10–4.21): 
a) Divisões, partidos e tendências (1.10-16); 
b) Esforço de Paulo para resolver o problema (1.17–4.21). 

II - Problemas de conhecimento público que chegou até Paulo (5.1–6.20): 
a) Caso de incesto (5.1-13); 
b) Incapacidade de resolver os problemas internos da comunidade (6.1-11); 
c) Imoralidade sexual (6.12-20). 

III - Problemas trazidos a Paulo pela própria comunidade (7.1–14.40): 
a) Castidade, casamento e virgindade (7.1-40); 
b) Carnes sacrificadas aos ídolos (8.1–10.33); 
c) Comportamento nas reuniões de culto (11.2–14.40): a. Participação das mulheres (11.2-16); b. Participação na Santa Ceia (11.17-34); c. Dons e ministérios eclesiásticos (12.1–14.40); 
d) Dúvidas sobre a ressurreição (15.1-58). 

Conclusão: recados e despedidas (16.1-24). 

A leitura da carta auxiliada pela estrutura descrita contribuirá para que o leitor compreenda as intenções do autor ao escrevê-la e para que tenha uma visão geral antes da leitura completa do texto bíblico. 

Imaturidade espiritual: partidarismos e divisões internas da comunidade Uma das principais características da Primeira Carta é o problema que mais preocupa o apóstolo: as divisões internas da comunidade. Esse comportamento demonstrava a imaturidade espiritual da nova comunidade cristã. Esse problema perpassa toda a carta, porém recebe atenção especial nos quatro primeiros capítulos: 

a) as divisões a partir das pessoas que anunciavam o evangelho (1.1-16);

b) as divisões a partir da condição social dos membros; 

c) as divisões a partir das duas sabedorias: de Deus e a humana (2.1-16); e

d) divisões a partir do relacionamento de Paulo com a comunidade (4.1-21). 

Destaca-se a forma pedagógica, carinhosa e, ao mesmo tempo, firme de tratar o problema em busca de solução aplicada pelo apóstolo. O exemplo de Paulo pode ajudar as comunidades cristãs contemporâneas na solução de seus problemas internos. 1.3.4 O contraste entre a loucura da cruz e a sabedoria do mundo Outra característica que se destaca na Carta é a ênfase que Paulo dá ao contraste entre a loucura da cruz e a sabedoria do mundo. Corinto contava com uma grande quantidade de filósofos, poetas e oradores que se orgulhavam da sua herança intelectual. Para eles, a encarnação de Jesus e sua morte como criminoso representavam a perversão da sabedoria. Por isso, a sabedoria do mundo não serve para definir o modo de viver do cristão. Quando Paulo esteve em Corinto pela primeira vez, a mensagem central foi o Cristo crucificado. Ele não se importou de ser contestado e ser chamado de louco ou de escandaloso (1.23). A mensagem da cruz de Cristo condena as divisões (1.17-4.13), questiona a vanglória dos que praticam escândalo (5.1-13), censura as imoralidades sexuais (6.12-20) e reprova o comportamento egoísta nas reuniões (11.17- 34). A pregação do evangelho é loucura para os padrões humanos e sabedoria de Deus para salvação aos que creem (1.21).

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - Quem é Deus? - Juvenis.

 

Lição 2 - Quem é Deus? 

2º Trimestre de 2021

ESBOÇO DA LIÇÃO
1. REVELADO PARA SER CONHECIDO
2. CONHECENDO O CARÁTER DE DEUS
3. COMO AS PESSOAS VÊEM DEUS
4. EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO

OBJETIVOS
Conhecer o Deus revelado nas Escrituras;
Saber o que é ateísmo e panteísmo;
Compreender o caráter de Deus revelado em seus nomes.

Querido (a) professor (a), nesta aula vamos falar sobre DEUS. Tem algum tema melhor?! Que este Deus maravilhoso e Todo-Poderoso abençoe você e sua turma neste momento de tamanha dificuldade global. 

Apesar de o momento não ser favorável para uma série de coisas, não perca sua fé. O tempo do Senhor é diferente, ele não segue a nossa agenda, lógica ou ritmo. Trata-se do “kairós”, em grego: καιρός, isto é, "o momento oportuno", "certo" ou "supremo". A palavra “supremo” por sua vez no dicionário da língua portuguesa refere-se ao que está acima de qualquer coisa; ao que pertence a Deus, o tempo divino. 

Como bem diz as Escrituras: “Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Pe 3.8).

Você confia no tempo do Senhor? Confia que a hora dEle é perfeita e Ele não se atrasa? Crê que Ele não volta atrás em suas promessas, ainda que alguns as julguem tardias?! Então, lança sobre o Senhor toda a sua frustração, angustia e ansiedade, porque Ele certamente tem cuidado de você (1 Pe 5.7).

Que tal propor esta reflexão à sua turma?! Eles estão sob grande pressão, crescer, fazer vestibular, escolher uma profissão, o que fazer para o resto de suas vidas, etc. Cheios de expectativas e anseios. E tudo isso ainda somado ao enfrentamento de uma pandemia grave, isolamento, perdas, sustos, medos... Certamente, precisam muito de seu apoio e orações.

Antes de começar a aula, converse com eles sobre esses assuntos e por fim, leia a passagem de Mateus 6.25-34. Em seguida, ore por todas as questões apresentadas, pedindo que o Senhor cuide de cada uma, e dê a todos a paz que o mundo não conhece, que excede todo o entendimento e os ajuda a semear, fazer a sua parte, mas sem angustia, com a confiança de que o Deus Todo-Poderoso é quem abençoará o crescimento e colheita de cada semente plantada, em todas as áreas de suas vidas.

Para introduzir o nosso tema “Quem é Deus?” sugerimos que você proponha esta pergunta aos seus juvenis, incentivando-os a responderem de uma forma bem pessoal. 

Diga que não se refere a conceitos teológicos ou respostas pedagogicamente elaboradas, mas uma que seja franca e com base nas suas próprias experiências pessoais. A fim de ajudá-los a se aprofundarem e se expressarem melhor, proponha também outros questionamentos: Quando e como foi a primeira vez que você ouviu falar de Deus? De lá pra cá, o que mudou no seu pensamento a respeito dEle? Que experiências pessoais você já teve com Ele e pode citar que comprovaram ou fortaleceram sua fé de que Deus existe? Como você falaria de Deus para alguém que nunca ouviu falar dEle? 

Incentive sempre à sua classe a buscar esse conhecimento e relacionamento, íntimo e pessoal com o Senhor. 

O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula!

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - Em Deus, o Nosso Pai - Adolescentes.

 

Lição 2 - Em Deus, o Nosso Pai 

2º Trimestre de 2021

Texto Bíblico: João 3.16,17; Mateus 6.9-13

Destaque: “Vejam como é grande o amor do Pai por nós! O seu amor é tão grande, que somos chamados de filhos de Deus e somos, de fato, seus filhos. É por isso que o mundo não nos conhece, pois não conheceu a Deus.” (1 Jo 3.1)

Objetivos
# Demonstrar
 como Deus se revela na Bíblia;
# Destacar o caráter de Deus através dos seus nomes revelados na Bíblia;
# Elencar os atributos de Deus.

O DEUS ÚNICO E VERDADEIRO SE REVELOU

Na seção “Quebrando a Rotina”, da revista do Professor, há uma sugestão de conclusão de atividade pedagógica que leva em conta a apresentação de gravuras sobre deuses de diversas culturas. Talvez os mais próximos e acessíveis ao nosso público infanto-juvenil sejam os deuses da Mitologia Grega, onde muito deles estão presentes em desenhos animados e em manifestações culturais diversas.

O objetivo dessa atividade é mostrar que, diferentemente das formas e dos contornos físicos mostrados por intermédio dessas figuras, em relação ao Deus da Bíblia, não há formas ou imagens, pois nenhuma daria conta dEle. Aqui, o prezado professor deve acrescentar uma importante informação referente à revelação de Deus de acordo com as Escrituras Sagradas, que destaco a seguir:

O teólogo pentecostal norte-americano, Russel Joyner, na introdução do capítulo quatro, da obra Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal menciona que a revelação de Deus à humanidade não se deu para simplesmente propor conhecimentos técnicos ou teóricos à Igreja a respeito de si mesmo. O objetivo maior dessa revelação está vinculado “a um desafio pessoal, a uma confrontação e a oportunidade de o homem reagir positivamente a essa revelação”.

O autor ainda menciona como exemplo disso quando Deus se encontrou com Adão, com Abraão, com Jacó, com Moisés, com Isaías, com Pedro e tantas outras testemunhas. Essas personagens bíblicas comprovam que o objetivo maior da revelação de Deus é que o conheçamos experimentalmente, não somente por teorias ou imagens. Tal entendimento está absolutamente de acordo com o fundamento da Teologia Pentecostal, onde sempre defendeu a doutrina de que podemos conhecer a Deus de maneira pessoal, experimental e autêntica.

Na obra Pentecostes: Essa História é a nossa História, editada pela CPAD,  na introdução do capítulo 2, a fim de mostrar a importância do livro de Atos para os pentecostais, e a atualidade da manifestação do Espírito Santo, Robert Menzies cita a fala de um líder pentecostal chinês: “Quando os cristãos ocidentais lêem o livro de Atos, vêem nele histórias inspiradoras. Quando os crentes chineses lêem o livro de Atos, vêem nele nossas vidas”. Ou seja, o autor quer mostrar que os pentecostais crêem piamente na autenticidade de toda a experiência relatada em Atos dos Apóstolos e experimentada pelos discípulos de Cristo por intermédio do Santo Espírito como fenômenos que podem ser repetidos e vivenciados hoje: essa é a grande herança pentecostal para a cristandade. 

Por isso, interligue a doutrina da Revelação de Deus com o propósito de experimentarmos o Altíssimo de maneira gloriosa. Que os nossos adolescentes tenham uma experiência autêntica com o Deus da Bíblia!

A Paz do Senhor Jesus!

Flavianne Vaz 
Editora Responsável pela Revista Adolescentes Vencedores da C

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - O Libertador - Pré Adolescentes.

 

Lição 2 - O Libertador 

2º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Êxodo 12.31-41.

Prezado(a) professor(a),

Na lição desta semana seus alunos aprenderão um pouco mais a respeito do nosso Libertador. E quem é o nosso Libertador? O Senhor dos Exércitos, o Todo-Poderoso é quem liberta o seu povo. O texto bíblico desta lição encontra-se em Êxodo 12.31-41 e diz respeito ao momento em que Israel saiu do Egito, da casa da servidão conforme a Palavra do Senhor. Mas para que isso acontecesse, Deus teve que levantar um servo seu fiel, disposto a cumprir esta missão. Seu nome era Moisés, o homem mais manso da terra (cf. Nm 12.3).

Depois de enviá-lo a Faraó muitas vezes para pedir que libertasse o povo e não havendo resposta positiva o Senhor lançou dez pragas sobre a terra do Egito. O juízo de Deus trouxe grande destruição e, por fim, a morte dos primogênitos, inclusive do filho de Faraó. Nesse meio tempo, o Senhor ordenou que o povo hebreu realizasse uma festa que ficou conhecida como Páscoa. A festa deveria ser comemorada por todas as gerações futuras, pois neste grande dia o Senhor libertou os seus servos da terra da servidão, o Egito, e o guiaria pelo deserto rumo à Terra Prometida. Deus não deixou faltar nada para seu povo. 

Bíblia de Estudo Pentecostal (1995, pág. 132) relata com mais detalhes a respeito desta comemoração:

[...] Cada família tinha de tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe; famílias menores podiam repartir um único cordeiro entre si (cf. Êx 12.4). Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os israelitas deviam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Quando o destruidor passasse por aquela terra, ele passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue aspergido sobre elas (daí o termo Páscoa, do heb. pesah, que significa “pular além da marca”, “passar por cima”, ou “poupar”). Assim, pelo sangue do cordeiro morto, os israelitas foram protegidos da condenação à morte executada contra todos os primogênitos egípcios. Deus ordenou o sinal do sangue, não porque Ele não tivesse outra forma de distinguir os israelitas dos egípcios, mas porque Ele queria ensinar ao seu povo a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-o para o advento do “Cordeiro de Deus”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (Jo 1.29).

Assim como Deus livrou o seu povo da servidão, semelhantemente, o sacrifício de Jesus Cristo pode livrar aqueles que creem da servidão do pecado. Para o cristão, a Páscoa possui um sentido mais simbólico: Jesus é o nosso Cordeiro Santo. Por meio de seu sangue podemos ser purificados e temos a nossa culpa removida (cf. Rm 3.23-26). Do mesmo modo como o cordeiro pascal substituía o primogênito, também a morte de Cristo é substitutiva em relação ao crente. Cristo é o nosso Cordeiro da Páscoa, que foi sacrificado por nós (1 Co 5.7).

Para reforçar o ensinamento da lição de hoje, sugerimos que você converse com seus alunos sobre libertação espiritual. Explique que assim como o povo hebreu encontrou resistência ao sair do Egito, semelhantemente, todo aquele que abandona o pecado e se converte a Cristo encontrará a resistência do mundo e de Satanás. Assim como Faraó, o inimigo de nossas almas também luta para impedir que a pessoa sirva a Deus com liberdade. Mostre aos seus alunos que eles devem perseverar na fé, pois o nosso Senhor Jesus Cristo é o Libertador que nos livrará deste “Egito” de pecados e nos levará para a vida eterna. 

Tenha uma excelente aula!

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - Deus se Aborrece - Juniores.

 

Lição 2 - Deus se Aborrece 

2º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Gênesis 3.1-4,16.

Caro(a) professor(a),

Na aula desta semana seus alunos aprenderão a respeito da maneira como Deus se relaciona com a sua criação. A história bíblica de hoje encontra-se no livro de Gênesis 3.1-4,16. Deus é justo e preza pela sua justiça. No momento em que Satanás, disfarçado de Serpente, veio tentar Eva, o Senhor havia ordenado claramente a Adão que de toda árvore que havia no jardim eles poderiam se alimentar do fruto, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal (cf. Gn 2.16,17). Deus não somente deu uma ordem para Adão, como também, deixou claro qual seria a terrível consequência que acarretaria sobre a vida do primeiro casal, caso desobedecessem a Palavra de Deus: a morte.

É importante que seus alunos, desde cedo, compreendam que Deus não é injusto em trazer o castigo como resultado da desobediência. No capítulo 3 de Gênesis o Senhor chama Adão e Eva para conversar e ouve da parte deles as mais penosas justificativas na intenção de isentarem-se da culpa de haver pecado contra o Criador. Todavia, o Senhor os declara culpados e traz a sentença sobre todos, inclusive sobre a serpente — Satanás, que havia incitado a criação de Deus contra o seu Criador (cf. Gn 3.9-19).

É importante que você, professor(a), saiba como transmitir o conhecimento bíblico, adequando o texto bíblico a uma linguagem apropriada à faixa etária de seus alunos. Um exemplo clássico que ajudará seus alunos a compreenderem essa lição é a obediência aos pais. Você pode conversar com seus alunos sobre os direitos e deveres dos filhos em relação às tarefas de casa. É indispensável que o aluno nesta etapa saiba distinguir as figuras de autoridade que há em seu lar, neste caso, seus pais ou aqueles que são responsáveis pela sua criação. Seus alunos precisam aprender que assim como temos direitos garantidos, também temos obrigações a cumprir, e isso não se aplica somente em nossas casas, mas também em todos os setores da sociedade, ou seja, na escola, no trabalho quando se tornarem adultos, no curso, etc.

Portanto, é preciso obedecer aos pais que são autoridades constituídas por Deus, sempre prezando por cumprir os ensinamentos das Sagradas Escrituras, a fim de que cresçam num ambiente de harmonia e educação, importantes para formação do caráter cristão.

Tenha uma excelente aula!

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - O Primeiro Homem - Primários.

 

Lição 2 - O Primeiro Homem 

2º Trimestre de 2021

Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança.

Ponto central: Fomos criados à semelhança de Deus. 

Memória em ação: “Assim Deus criou os seres humanos; ele os criou parecidos com Deus [...]” (Gn 1.27).

Querido (a) professor (a), nossa próxima aula vamos apresentar aos Primários um dos episódios mais interessante das Sagradas Escrituras, quando Deus criou o ser humano. Evidentemente que de todas as belíssimas obras do nosso Criador, essa desperta especial interesse nos pequeninos. Afinal, é uma explicação sobre a própria origem deles. 

Ore durante a semana para que corra tudo bem em classe e a Palavra de Deus alcance os corações e memórias de seus alunos. Nós, professores, nunca podemos prever qual aula será mais marcante na vida de cada criança. Mas cabe a nós orar por isso, para que as sementes plantadas naqueles corações cresçam e frutifiquem para a glória do Senhor. 

Se você dispuser de algum tempinho extra, procure aprofundar sua pesquisa e estudo de Gênesis. As crianças podem fazer perguntas muito interessantes e aprofundadas. Mesmo que a caminho do trabalho, ou algo assim, você pode assistir algum documentário ou vídeo teológico sobre o tema; há muita coisa no YouTube, por exemplo.

Além das atividades propostas em sua revista, a fim de fixar o aprendizado e memorização da lição de hoje, também sugerimos para o final da aula uma brincadeira que está muito em alta entre a faixa etária de seus alunos e eles certamente vão adorar. 

Para ilustrar o momento que Deus modela e compõe o ser humano, nesta lição específica Adão, utilize massa de modelar como um método pedagógico para despertar ainda maior interesse neles pela lição. 

Peça que os primários recontem a história ilustrando-a simultaneamente ao manusear e dar formas a massinha. “Deus formou cada detalhe de Adão com muito amor e capricho...” 

Desafie-os a também contarem a história de hoje dessa maneira ilustrativa para os seus pais, amigos, etc. Assim, de modo lúdico e divertido, as crianças estarão memorizando, internalizando os princípios desta história, além de também evangelizarem.

primarios 0 boneco

Imagem de Internet

O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!

Lição 01 - 2º Trimestre 2021 - O Começo - Primários.

 

Lição 1 - O Começo 

2º Trimestre de 2021

Objetivo: Que o aluno compreenda que Deus criou todas as coisas.

Ponto central: Toda criação de Deus é boa. Ele tudo criou para o nosso bem. 

Memória em ação: “No começo Deus criou os céus e a terra” (Gn 1.1).

Querido (a) professor (a), como está sua semana santa?! Para a maioria um pouco corrida, não é mesmo?! Se este também for o seu caso, esforce-se para dar uma pausa em toda agitação e refletir sobre o maior presente que já recebeu do Senhor: a vida eterna em Cristo Jesus. Não permita que os anos e costumes apaguem o brilho e alegria por tão gloriosa salvação. Reflita também em o quanto, mesmo neste tempo de dificuldades, Deus já te abençoou, livrou, recorde os desafios que superou... Lembrar e agradecer são atitudes essenciais para a saúde emocional, espiritual e até mesmo física. 

Meditar e agradecer sempre traz forças para melhor vivenciar as próximas etapas, quer as planejadas ou as inesperadas. Trazer à memória todos os momentos que o Senhor nos fortaleceu, abençoou, consolou, capacitou ou mesmo só esteve conosco em silêncio traz a confiança e ânimo para seguirmos adiante, certos de que haja o que houver esse mesmo Deus fiel continuará ao nosso lado e não há nada mais valioso do que isso, a presença dEle.

O tema de nossa lição é “O Começo”. Se você é professor há muitos anos, talvez possa lhe soar um pouco repetitivo falar sobre o livro de Gênesis novamente, contudo, é importante lembrarmos três fatores cruciais para o ministério de mestre na Escola Dominical. 

    • Primeiro, que vale para todos os cristãos, é que a Palavra de Deus é viva, eficaz e uma fonte inesgotável de sabedoria, instrução e crescimento (Cf. Hb 4.12).  Ela se renova, trazendo a cada leitura de um mesmo trecho sagrado uma perspectiva, entendimento, orientação, ou seja, “um alimento” diferente para sua alma. 

    • Em segundo lugar, um dos principais métodos comprovadamente eficazes para o aprendizado é a repetição. Ao longo da história, inúmeros filósofos, neurocientistas, professores, pedagogos e outros especialistas, cada qual na sua área, vem frisado a importância da repetição no sistema de ensino-aprendizagem humano. Tanto para absorver conceitos, quanto para um aperfeiçoamento de práticas, a repetição é necessária.

    • Em terceiro lugar, e o que sempre explicamos, enquanto editora de materiais didáticos para a Escola Bíblica Dominical, um currículo é elaborado ciclicamente, isto é, com temas que retornam periodicamente, justamente para contemplar também os novos alunos – quer sejam estes vindos de fora da igreja ou de classes das faixas etárias inferiores. Para nós professores, as lições podem estar se repetindo em sala de aula, porém, é novidade para muitos da turminha que compõe sua classe de alunos hoje. 

Esperamos que o Senhor renove a alegria por seu chamado em seu coração, a fim de que as próximas aulas sejam ministradas aos pequeninos com toda a riqueza de sua experiência, mas também empolgação e pureza de como quando você ouviu estas histórias pela primeira vez. O Senhor lhes dê uma Páscoa abençoada! Boa aula.

Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Primários da CPAD

Lição 02 - 2º Trimestre 2021 - A história do mar que se abriu - Maternal.

 

Lição 02 - A história do mar que se abriu 

2º Trimestre de 2021

 

Objetivo da lição: Levar a criança a descansar em Deus diante das crises.

Para guardar no coração: “[...] O Senhor lutará por vocês.” (Êx 14.14)

Nesta lição, além do aluno conhecer a história do milagre da abertura do Mar Vermelho para o livramento do povo de Deus, ele também deve entender que podemos clamar a Deus quando algo não estiver indo bem e também crer que o Papai do Céu nos socorrerá.

Como complemento desta lição, caso haja tempo após a realização de toda atividade proposta na revista, sugerimos um exercício de recorte e cole. As crianças deverão recortar os animais marinhos e colá-los no Mar Vermelho que Moisés está abrindo. As crianças também poderão colorir o mar com giz azul de lousa molhado em cola branca.

animais licao2 maternal 2t


Deus abençoe a sua aula e os seus alunos!

Lição 01 - 2º Trimestre 2021 - A história de um cestinho e um bebê - Maternal.

 

Lição 01 - A história de um cestinho e um bebê 

2º Trimestre de 2021

Objetivo da lição: Certificar a criança de que ela jamais será abandonada por Deus.

Para guardar no coração: “[...] Nunca os deixarei, e jamais os abandonarei [...].” (Hb 13.5)

Na oficina de ideias, sugerimos que o professor faça um cestinho desenhado na cartolina para que as crianças colem palha entrelaçada. Imprima o cesto abaixo em formato A4 e entregue uma folha para cada criança. 

cesto licao1 maternal 2t

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Lição 01 - 2º Trimestre 2021 - O Deus Criador - Juniores.

 

Lição 1 - O Deus Criador 

2º Trimestre de 2021

Texto Bíblico: Gênesis 1—2.

Prezado professor,

Estamos iniciando mais um trimestre ministrando as Lições Juniores. É um novo momento, e como todo início você deve estar preparado para ministrar lições que terão um efeito terminante no desenvolvimento espiritual de seus alunos. Verifique a lista de materiais que você vai utilizar ao longo de suas aulas e deixe organizado num espaço reservado para a Escola Dominical. A lição de hoje trata a respeito do “Deus Criador”. O Senhor é o Criador de todas as coisas, Ele se revela em toda a sua criação. Antes que toda a criação viesse a existir o Senhor já existia. Deus criou a humanidade de uma forma especial, e deseja relacionar-se com ela.

A. Deus existe antes de todas as coisas. Nesta primeira lição os seus alunos terão a oportunidade de conhecer maios sobre o Criador. E logo de início é fundamental que saibam que o Senhor existe antes de todas as coisas. Tudo o que existe e o que foi criado são obras das mãos de Deus. Ele é infinito, eterno, auto existente e todas as coisas só existem porque esta é a sua vontade soberana. O universo e toda a criação subsistem e são sustentados pelas mãos de Deus (cf. Is 42.5). E como Criador de todas as coisas o Senhor também assume a responsabilidade direta com a obra de suas mãos. O ser humano é a maior obra criada por Deus e, por esse motivo, tem maior relevância. Neste caso, é importante que seus alunos saibam que estão sendo cuidados pela poderosa mão de Deus e podem confiar nEle (cf. Sl 139.14; Cl 1.16).

B. Deus criou a humanidade e deseja se relacionar com ela. Deus é um ser pessoal, isto é, Ele é uma pessoa. Ele criou o ser humano à sua imagem e semelhança e o colocou no jardim do Éden. Infelizmente, o ser humano pecou contra o Criador e perdeu o direito à comunhão plena com Ele (Gn 3; Rm 5.12; Ap 12.9). Mas Deus não desistiu de resgatar a sua criação e de trazê-la de volta à mesma comunhão que havia no Éden. Por causa disso, o Criador enviou o seu Filho Unigênito a este mundo e o entregou para ser morto e pendurado na cruz do Calvário. O sacrifício de Jesus Cristo foi o preço do resgate que Deus teve de pagar para cumprir sua própria justiça sobre o pecado, pois não poderia voltar-se contra a sua própria palavra (cf. Cl 2.13,14). Ele é santo e decidiu cumprir a sua justiça, mas não nos imputou a culpa dos pecados. Antes, por amor de nós, depositou-a sobre os ombros de seu Filho Amado Jesus que não tinha pecado. O Cordeiro de Deus que não tinha pecado veio a este mundo e obedeceu à vontade do Pai. Desde então, podemos ser reconciliados com Deus à medida que cremos no sacrifício de Jesus e depositamos nEle a fé que nos leva à salvação (1 Jo 1.8—2.2).  

Por esse motivo é de suma importância que você, professor, saiba como ensinar a verdade bíblica aos seus alunos, mostrando não apenas de forma teórica, mas ensinando como alguém deve crer e praticar aquilo que ensina. Seus alunos vão perceber, mediante o seu testemunho, se o conteúdo que você está ensinando, de fato, é o que você acredita ou apenas uma forma de pensar como tantas outras. Mostre à sua classe através do seu testemunho quem é o verdadeiro Deus, Criador dos céus, da terra e de todos os que nela habitam.

Tenha uma excelente aula!

Lição 01 - 2º Trimestre 2021 - O Criador - Pré Adolescentes.

 

Lição 1 - O Criador 

2º Trimestre de 2021

Texto bíblico: Gênesis 1.1-4, 26-28, 31.

Caríssimo(a) professor(a),

Estamos começando mais um trimestre de muito trabalho e dedicação ao ministério para o qual fomos chamados. Novos desafios nos esperam neste ano e uma grande responsabilidade nos foi atribuída. Seus alunos precisam crescer espiritualmente e compreender os diversos aspectos que envolvem a fé que estão aprendendo a professar. Para tanto, o seu cuidado e dedicação no ensino da Palavra de Deus de forma aprimorada é imprescindível.

E para iniciarmos de maneira eficiente a lição deste trimestre traz o tema “Quem é Deus”. Nela, seus alunos terão a oportunidade de conhecer os aspectos da natureza divina, como ela se revela. Veremos que as Escrituras Sagradas apresentam Deus como o Criador do universo, o Libertador da humanidade, o Justo Juiz que julga com justiça, o Pai amoroso que deseja compartilhar da sua maravilhosa graça e presença com a humanidade. Tais aspectos nos fazem perceber que Deus não realiza nada de maneira desorganizada ou sem propósito.

Nesta primeira lição, que tem como título “O Criador”, a proposta é revelar a natureza do Deus Criador e a relação com a sua criação. O livro de Gênesis mostra que Deus criou os céus e a terra, manifestando a sua glória e majestade. Depois de haver criado e organizado todo o ecossistema e os seres vivos para nele habitar, por fim, criou o homem e o constituiu de honra e autoridade sobre a sua criação (cf. Gn 1.27,28). Diferente de todas as outras criaturas que Deus fez, o ser humano é especial, pois o Senhor concedeu-lhe a capacidade de pensar e adorar de forma espontânea àquEle que o criou. Por esses e outros motivos, toda a criação de Deus deve adorá-lo, inclusive, o ser humano. 

1. A criação deve adorá-lo porque Ele é o Criador. Tudo que existe é resultado da vontade de Deus e o ser humano é a principal obra da sua criação. Sendo assim, Deus é digno de ser adorado e glorificado pela sua criação. A Bíblia afirma que todo ser que vive deve louvar e exaltar o nome do Senhor (cf. Sl 150.6). A criação de Deus não foi criada por acaso, há um propósito de Deus para cada obra da sua criação, inclusive, para o ser humano. Cada uma das suas criaturas exerce papel especial na criação de Deus e, por fim, a adoração é a principal peculiaridade da sua criação (cf. Rm 11.36).

 2. A principal criação de Deus deve reconciliar-se com o seu criador. Após haver criado todas as coisas, o Senhor colocou o ser humano no jardim do Éden e ordenou-lhe que não tocasse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Infelizmente, o ser humano desobedeceu à voz de Deus e cedeu à tentação de Satanás (cf. Gn 3). Por conta disso, a humanidade definhou e distanciou-se de Deus (cf. Rm 3.23). Somente mediante a fé em Jesus Cristo é que ela pode ser reconciliada com Deus. O apóstolo Paulo enfatiza esta verdade quando escreve aos coríntios que Deus estava em Cristo, reconciliando o mundo consigo mesmo, não lhes imputando os seus pecados, antes pondo sobre nós a palavra da reconciliação (cf. 2 Co 5.18). Aos efésios, Paulo afirma que Cristo desfez as inimizades e pela cruz, reconciliou ambos os povos (judeus e gentios) com Deus em um só corpo (cf. Ef 2.16). A reconciliação da humanidade com Deus faz parte do propósito eterno do Criador. Deus não quer que a principal obra de suas mãos permaneça distante da sua presença e venha se perder (cf. Ez 33.11).

Por esse motivo, seus alunos precisam compreender que eles são a propriedade exclusiva do Senhor e a maior de todas as suas criações. Explique que Deus tem propósitos para a vida de cada um deles. Dentre eles está o de adorar e engrandecer ao Criador. Seus alunos precisam aprender que não vieram a este mundo por acaso. Ainda que sejam jovens, Deus os convida a servi-Lo e a proclamarem o nome do Senhor a todas as pessoas (cf. Mt 28.19,20).

Tenha uma excelente aula!