sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 4 - 4º TRIMESTRE 2012.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO 


Amós: A justiça social como parte da adoração  

Amós viveu dias de grande prosperidade no Reino do Norte, na época, governado por Jeroboão II. Esse rei obteve muitas vitórias contra seus vizinhos hostis, e com isso, obteve o controle das rotas comerciais que levavam a Samaria, a capital de Israel. “A terra era fértil, as chuvas caíam regularmente e os silos estavam abarrotados de grãos. Nesses anos dourados, foram erguidos majestosos prédios públicos, os ricos construíam espaçosas residências próximas aos centros litúrgicos populares... Todavia, por trás da superfície brilhante da sociedade, escondiam-se tragédias terríveis” (Guia do leitor da Bíblia, CPAD, pg.536). Os fazendeiros eram desalojados de suas terras, que passaram a integrar o patrimônio dos ricos. Os mercadores oprimiam os pobres usando pesos e medidas diferentes na compra de cereais, e muitas pessoas tinham de vender seus próprios filhos para que se tornassem escravos. Era um cenário que atrairia a ira divina.
Amós inicia seu ministério profético nesse cenário, trazendo palavras duras contra a injustiça social em seus dias. Para aqueles que pensam que os profetas eram apenas preditivos, é preciso atentar para o fato de que eles também denunciaram o pecado do povo quando os mais ricos tornaram-se injustos para com os pobres. Deus não está distante das práticas sociais de seus filhos, e não se agrada quando seu próprio povo deixa de aplicar a misericórdia para agirem como mercenários. Deus se importa com a justiça social sim, pois de nada adianta uma pessoa dizer que serve a Deus e praticar coisas indevidas para um servo de Deus, como mal tratamento de seus irmãos ou o descaso para com as necessidades deles. Não há dualidade na vida cristã, ou seja, um crente não pode ser uma pessoa na igreja e outra fora da igreja. Ele deve ser a mesma pessoa em todas as ocasiões. Ao lermos Amós, precisamos decidir se manteremos uma postura de arrogância e distanciamento daqueles que precisam de nossa ajuda. Nas mansões luxuosas, “as mulheres reclinavam-se em divãs incrustados de marfim, degustando carnes e bebendo taças de vinhos exóticos... A elas competia andar na moda. O preço que pagavam por um par de sandálias era um verdadeiro desrespeito à dignidade humana, pois podia salvar um carente forçado a se vender à escravidão para liquidar débitos de agiotagem de algum credor abastado”. Foi em dias como esses que Deus usou Amós para advertir os mais abastados de suas práticas inconvenientes.
(ZUCK, R. B.Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.446).



 

 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Lição 4- O Dia da Prestação de Contas. ( Juvenis)

Texto Bíblico: 1 Coríntios 3.6-15.

O Tribunal de Cristo acontecerá logo após o encontro entre Jesus e a sua igreja, nas nuvens (1 Ts 4.17), no “Dia de Cristo” (Fp 1.6). O povo arrebatado, já com seus corpos glorificados, comparecerá perante o Tribunal de Cristo ( 2 Co 5.10; 1 Co 1.8), para que as suas obras realizadas no corpo como crentes sejam provadas, a fim de que recebam ou não o galardão. Aqui não se trata do Julgamento do Trono Branco, pois este acontecerá logo após o Milênio (Ap 20.11-15).
Os nossos pecados não serão julgados, pois daquilo que Jesus perdoou não se recorda jamais ( Hb 8.12; 10.17). Se acontecer pecado no momento do arrebatamento, será um impedimento para subir, pois ali não entrará “Coisa alguma que contamine” (Ap 21.27). A Noiva de Jesus é pura, sem mancha nem ruga (Ef 5.27), trajada de vestes brancas (Ap 19.7,8).
Não haverá ali um julgamento que exija castigo, pois a Bíblia diz que aquele que crer não entrará em condenação ( Jo 5.24; Rm 8.1). Como filhos de Deus, receberam vida e, por isso, entrarão na glória. Como servos de Deus, receberão galardão.
Nesse julgamento serão provadas as obras que os salvos realizaram como tais, a fim de que sejam aprovadas. As obras receberão galardão (Texto extraído do Livro; Introdução à Teologia Sistemática, CPAD).
Professor, deixe bem claro aos alunos que o Tribunal de Cristo será após o arrebatamento da Igreja e será para os salvos.
( Subsídio da Lição 4 - Amós - Política e justiça social como parte da adoração

TEXTO ÁUREO “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20).

INTRODUÇÃO

I. O LIVRO DE AMÓS
II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO

CONCLUSÃO

EU E O PRÓXIMO

Geremias do Couto
“Não podemos estar bem com Deus enquanto estivermos cometendo injustiça contra o nosso semelhante”

Martyn Lloyd-Jones
[...] A dignidade do próximo

Observa-se, para começar, que o Mestre manteve a mesma linha de pensamento [sobre o relacionamento digno com o próximo], mesmo quando passou a tratar de questões específicas no Sermão do Monte.

Assim, por seis vezes, no capítulo cinco de Mateus, usou a expressão (ou parte) “ouviste que foi dito aos antigos” para reportar-se à forma legalista como os fariseus lidavam com os ditames da lei mosaica. Segundo a crítica exegética, a frase, no original, não questionava a lei em si mesma, mas o modo como os mestres religiosos de então a interpretavam.

[...] O fariseus emprestavam à lei conotação estritamente jurídica, sem atentar necessariamente para a sua essência, chegando ao ponto de lhe incorporarem outros preceitos que desfiguravam os seus propósitos e a tornavam um jugo extremamente pesado. Este era o caso em relação ao direito à vida. Enquanto os fariseus viam a questão somente do ponto de vista legal em que o condenado pela morte de alguém sofreria a pena prevista, tornando-se réu de juízo, Jesus tratou do problema na origem, trazendo à tona as intenções do coração para reprovar qualquer comportamento agressivo contra o próximo.

Percebe-se que na visão farisaica não havia lugar para que o delito fosse tratado à luz de suas verdadeiras causas. Bastava simplesmente a presunção da culpa para determinar a sentença punitiva, sem ao menos discutir os motivos que levaram o réu a tal ato. Sequer considerava-se o propósito maior da lei, que era prevenir qualquer tipo de transgressão contra Deus mediante a certeza de o infrator sofrer também o julgamento divino em razão da desobediência. Martin Lloyd-Jones viu a questão desta maneira:

(...) o que eles [os fariseus] faziam de errado é que reduziam e confinavam as sanções às quais essa proibição estava associada a uma mera punição às mãos dos magistrados civis. “Quem matar estará sujeito a julgamento”. Nesse caso, “julgamento” indicava apenas o juízo baixado por algum tribunal local.

E o resultado de tudo isso é que eles meramente ensinavam: “você não deve cometer homicídio, porque se o fizer, correrá o risco de ser castigado por um magistrado civil” (Martin Lloyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte (Editora Fiel), p.207).
Essa concepção distorcida, como se vê, retirava da lei o seu verdadeiro sentido e reduzia a importância do relacionamento com o próximo a um simples ato jurídico que se preocupava apenas em punir nos casos em que houvesse morte. Mas, segundo a ótica do Mestre, tirar a vida de outrem é a consequencia desastrosa final de um processo que pode ter-se iniciado bem lá atrás, com uma agressão verbal aparentemente de pouca monta. Em outras palavras tem tudo a ver com a maneira como nos relacionamentos com os nossos semelhantes e com a santidade do coração.

Por isso, o Senhor fez questão de deixar claro que o espírito da legislação mosaica ia além da morte física, pois há também o assassínio psicológico. É aquele em que, mesmo não havendo o trágico desenlace do homicídio, a vida moral do próximo é destruída sem dó nem piedade mediante toda a sorte de injúria, calúnia e difamação. É quando, na hora de optar entre o interesse pessoal e o comunitário, nem se cogita da segunda hipótese. Ao contrário, tudo é válido com o fim de assegurar os privilégios pessoais, inclusive sonegar o direito do próximo, nem permitir-lhe o justo acesso aos meios de sobrevivência.

Desde que não seja eu, os outros podem até morrer, mesmo vivendo.

Texto extraído da obra “A Transparência da Vida Cristã”, editada pela CPAD.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Lição 3 - 4º Trim. 2012 - JOEL - O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO.


Lição 03

JOEL – O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO 

21 de outubro de 2012
TEXTO ÁUREO 

E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos (At 2.17). 

VERDADE PRÁTICA 


O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária,
 mas guiar a Igreja até a vinda do Senhor.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos (At 2.17). 

            Nosso texto áureo está inserido no discurso de Pedro (Atos 2.14-36),  após os 120 crentes terem recebido o batismo com o Espírito Santo no dia do Pentecostes.

            Em sua mensagem o apóstolo Pedro cita o profeta Joel que profetizou um grande derramamento do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus: E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (Joel 2.28-29).

            Segundo o apóstolo Pedro essa profecia tinha o seu cumprimento naquele dia, na vida daqueles irmãos judeus em Jerusalém: “Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia. Isto é o que foi dito pelo profeta Joel” (Atos 2. 14-16).

            O apóstolo Pedro aponta essa promessa para todos os cristãos, é isso que o apóstolo ministra após as primeiras conversões (Atos 2.37-47). Em Atos 2.39 o apóstolo Pedro declara: "Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.39).

O apóstolo Pedro em sua pregação apresenta o Batismo no Espírito Santo como sendo universal, ou seja, para todos, e começa dizendo que essa promessa dizia respeito aquele público que o ouvia “Porque a promessa vos diz respeito a vós...”  o povo de Israel, que estava ali, que vinham de várias partes do mundo, mas que eram os privilegiados em estarem em Jerusalém naquele momento.

Essa promessa não restringiria apenas aqueles judeus privilegiados de Jerusalém do dia do Pentecostes, mas era também extensiva a sua descendência, para seus filhos e filhas (Jl 2.28), o que também enfatiza a idéia da universalidade e atemporalidade da mensagem cristã e das bênçãos decorrentes dela, sem qualquer limite a diferença de sexo, tão acentuada naqueles dias. No judaísmo daquela época a mulher estava excluída de grande parte dos serviços sagrados, mas graças a Deus com a morte expiatória do Senhor Jesus o véu do templo se rasgou de alto abaixo e todos passaram a ter acesso a presença gloriosa de Deus independentemente de raça, sexo, condição social etc. As mulheres “filhas” que outrora eram excluídas, agora são objetos da promessa do batismo no Espírito Santo: “vosso filhos e vossas filhas profetizarão” (Jl 2.28). Glória a Deus.

A promessa do Batismo no Espírito Santo não está restrita apenas ao povo de Israel, nem ao tempo ou seja, é para outra geração também, nem excluí a mulher, pois se dirige a elas, mas vai além, podemos considerar aqui “...e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar", ou seja, gentios, os povos de longe, escravos e escravas, considerando a sociedade daquela época, todos são objetos da graça, do amor e da promessa do Batismo no Espírito Santo.

O trecho de Isaías 57.19, que é citado em Efésios 2.17 e Atos 22.21, fala das promessas de Deus que atingiram lugares distantes, longínquos, as terras gentílicas afundadas no paganismo. Ambas as idéias são verdadeiras no tocante à propagação do Evangelho, porquanto a mensagem de Cristo tanto tem chegado a todos os lugares mais distantes da face da terra como tem atingido os descendentes distantes da antiga nação de Israel, fora de suas fronteiras.

A expressão “...a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" , nos remete ao grande amor de Deus que chama homens e mulheres do mundo inteiro. Essa chamada de Deus garante que o Batismo no Espírito Santo seja extensivo a todos os habitantes da terra. Porquanto Deus, nesse sentido, chama a todos, pois, no dizer de João 3.16: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” .

O Evangelho é universal, para todos os homens, todos que aceitarem a Cristo como seu Salvador pessoal, são receptáculos da promessa do Batismo com o Espírito Santo. 

Joel: O derramamento do Espírito Santo

Joel, o segundo dos chamados profetas menores, exerceu seu ministério em Judá, no Reino do Sul. Seu nome significa “Jeová é Deus”. Em que pese o fato de ele ter profetizado sobre o derramamento do Espírito de Deus no futuro, com manifestações específicas, a tônica de sua profecia vai mais além. No capítulo 1, “Joel profetiza ao povo logo após enormes enxames de gafanhotos terem destruído a terra. Esses insetos comeram todas as plantas e ervas próprias para a alimentação. Ao mesmo tempo, havia falta de chuva, ocasionando também falta de água. Contudo, ainda que essa destruição tenha sido muito terrível, Joel escreve dizendo que isso não é nada em comparação com o que Deus está prestes a fazer por causa da desobediência do povo. Joel pede que as pessoas se voltem para Deus e lhe obedeçam antes que seja tarde demais.” (Quero Entender a Bíblia, CPAD, pg.187).

Acerca de desastres naturais, Lawrence O. Richards comenta: “Os desastres naturais geralmente são identificados como sendo ‘atos de Deus’. Na atualidade, sabemos que isso significa tão somente que não há ser humano capaz de manter controle sobre um evento em particular. Na época do Antigo Testamento, entretanto, muitos ‘desastres naturais’ eram literalmente considerados atos de Deus, uma demonstração de sua soberania sobre os atos naturais para deles se extrair uma lição espiritual” (Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, pg.531). Séculos mais tarde, Deus enviou seu Espírito Santo aos santos que estavam em oração em um cenáculo, aguardando o cumprimento do que Jesus havia prometido: um revestimento de poder com o objetivo de anunciarem o evangelho de Jesus Cristo.

Naquele dia, aqueles que estavam no cenáculo foram cheios com o Espírito Santo, de forma que falaram em outras línguas, e anunciaram a Jesus de forma ousada e sem temor dos homens. Pedro utilizou a passagem de Joel para explicar o derramamento do Espírito Santo, mostrando que esse evento traria sinais como a capacidade de profetizar e ter visões. Joel também apresenta pontos em sua profecia, como o chamado “Vale da Decisão”, local em que Deus há de apresentar suas decisões contra a humanidade rebelde (e não um lugar onde as pessoas decidirão o que vão fazer); fala também que aquele que invocar o nome do Senhor há de ser salvo, uma observação inicial para os judeus, mas que entendemos ter sido estendida aos gentios que clamarem a Deus e que serão salvos.  

INTERAÇÃO 


Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, em Jerusalém, muitas pessoas ficaram atônitas com o fenômeno, pois viram gente simples falando línguas totalmente desconhecidas deles. Outros, no entanto, zombavam, afirmando que essas pessoas estavam “cheias de mosto” ou “embriagadas”. Nessa ocasião, o apóstolo Pedro se levantou, junto dos demais apóstolos (At 2.14) e expôs sistematicamente os pontos centrais da revelação de Deus através de Jesus Cristo.
Ele evocou a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito Santo (At 2.15-21), e conclamou-os: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38,39). 

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Joel.

·   Compreender que o Espírito Santo é uma pessoa divina.

·   Saber que o livro de Joel é escatológico.  

RESUMO DA LIÇÃO 03 


I.      O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO

1.     Contexto histórico.
2.    Posição de Joel no Cânon Sagrado.
3.    Estrutura e mensagem.
II.  A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
1.     Sua personalidade.
2.    Sua divindade.
3.    Como uma pessoa pode ser derramada?
4.    Linguagem metafórica.

III.           HORIZONTES DA PROMESSA
1.     Ponto de partida.
2.    Comunicação divina. 

IV.            O FIM DOS TEMPOS
1.     Sinais.
2.    Etapas.
3.    Resultado.

COMENTÁRIO 


INTRODUÇÃO

Palavra Chave

DERRAMAMENTO: 
ato ou efeito de derramar; derramação. 

O Movimento Pentecostal, no início do século 20, colocou o livro de Joel em evidência, fazendo com que ele fosse conhecido como o “profeta pentecostal”. Apesar disso, o anúncio da descida do Espírito Santo não é o tema predominante de seus oráculos. A maior parte de suas profecias fala da praga da locusta e do julgamento das nações no fim dos tempos.

I. O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO

 

1. Contexto histórico. Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel e a sua época. As escassas informações baseiam-se em alguns lampejos extraídos de seu livro. Era profeta de Judá e seu pai se chamava Petuel (1.1). O nome Joel significa: “O Senhor é Deus”. Isso é tudo o que sabemos de sua vida pessoal. Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a contextualização histórica. Ele é anterior a todos os profetas literários, pois tem-se como certo que escreveu suas profecias em 835 a.C. Trata-se da época em que Judá estava sob a regência de Joiada durante a infância de Joás (2 Cr 23.16-21). Isso explica a influência e a presença significativa dos sacerdotes no governo de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O templo estava em pleno funcionamento (Jl 1.9,13,14).  

1.1. - Contexto Histórico - “Joás, rei de Judá. O verdadeiro descendente de Davi assentou-se no trono, e reinou durante quarenta anos (835-796). Visto que ele tinha apenas sete anos quando se tornou rei, ficou sob a tutela de Jeoiada, o sumo sacerdote, cuja autoridade sobre o jovem monarca estendia-se ao ponto de escolher suas esposas (2 Cr 24.3). Os anos de apostasia sob Atália atingiram a vida religiosa da nação. Particularmente grave era o fato de o templo e os serviços sagrados haverem sido abandonados. Joás, já no princípio de seu reinado, decidiu reformar e restaurar a casa de Yahweh (2 Rs 12.2,5). Portanto, incumbiu os sacerdotes e levitas de saírem a todas as cidades e vilarejos de seu reino a fim de obter as ofertas para a manutenção do templo. Embora o apelo resultasse no acúmulo de fundos, a obra tardou por alguma razão, e até o vigésimo terceiro ano de Joás (cerca de 814) não havia qualquer indício da obra. O rei Joás então ordenou ao sumo sacerdote Jeoiada que providenciasse a construção de um gazofilácio ao lado do grande altar, onde os sacerdotes depositariam as ofertas do povo. Um apelo foi feito por todo o reino para que trouxessem suas ofertas ao templo; e com alegria o povo ofertou (MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007, pp.384,86).  

2. Posição de Joel no Cânon Sagrado. A ordem dos Profetas Menores em nossas versões da Bíblia é a mesma do Cânon Judaico e da Vulgata Latina, mas não é cronológica. Joel é o segundo livro, situado entre Oseias e Amós, mas na Septuaginta há uma diferença na ordem dos primeiros seis livros: Oseias, Amós, Miqueias, Joel, Obadias, Jonas. 
3. Estrutura e mensagem. O oráculo foi entregue ao profeta por meio da palavra (1.1). São três capítulos, mas a sua divisão na Bíblia Hebraica é diferente: lá temos quatro capítulos, pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco versículos, e o conteúdo do capítulo quatro é exatamente o mesmo do nosso capítulo três. São dois os temas principais: a praga da locusta (1.1-2.27) e os eventos do fim dos tempos (2.28-3.21). O assunto do livro é escatológico, com ameaças e promessas.  

SINOPSE DO TÓPICO (I) 

O livro de Joel é uma obra escatológica que contém advertências e promessas divinas. 

II. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO 

1. Sua personalidade. O Espírito está presente em toda a Bíblia, que o mostra claramente como uma pessoa e não como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27), tem emoções (Ef 4.30) e vontade (At 16.6-11; 1 Co 12.11). Há abundantes provas bíblicas de sua personalidade. 
2. Sua divindade. O Espírito Santo é chamado textualmente de “Deus de Israel” (2 Sm 23.2,3). Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder, glória e majestade. Na declaração batismal, somos batizados também em seu nome (Mt 28.19; Ef 4.4-6). Isso significa que o Espírito Santo é objeto da nossa fé e da nossa adoração.  Ele é tudo o que Deus é (1 Co 2.10,11).
3. Como uma pessoa pode ser derramada? Esta é uma das perguntas que alguns grupos religiosos fazem frequentemente com a finalidade de “provar” que o Espírito Santo não é Deus nem uma pessoa. Aqui, por duas vezes a palavra profética afirma “derramarei o meu Espírito” (2.28,29), o que é ratificado em o Novo Testamento (At 2.17,18). Ao longo da história, a divindade do Espírito Santo sempre encontrou oposição. Após o Concílio de Niceia, surgiram os pneumatomachoi (“opositores do Espírito”) que, liderados por Eustáquio de Sebaste (300-380), não aceitavam a divindade do Espírito Santo. 
4. Linguagem metafórica. O “derramamento” do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito. Trata-se de uma metáfora, figura que “consiste na transferência de um termo para uma esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação implícita” (Gramática Rocha Lima). Simbolizado pela água, o Espírito Santo lava, purifica e refrigera como reflexo de suas múltiplas operações (Is 44.3; Jo 7.37-39; Tt 3.5). 

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

O Espírito Santo é uma pessoa e não uma mera influência. 

III. HORIZONTES DA PROMESSA 

1. Ponto de partida. A profecia do derramamento do Espírito Santo começou a ser cumprida no dia de Pentecostes, que marcou a inauguração da Igreja (At 2.16). O apóstolo Pedro empregou apropriadamente a expressão “nos últimos dias” (At 2.17) no lugar de “depois” (Jl 2.28a). Não faz sentido algum, por conseguinte, afirmar que a efusão do Espírito Santo foi apenas para a Era Apostólica; antes, pelo contrário, começou com os apóstolos e continua em nossos dias. Era o ponto de partida, e não de chegada. 
2. Comunicação divina. Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a comunicação com o seu povo por meio de sonhos, visões e profecias, independentemente de idade, sexo e posição social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos ressaltar que somente a Bíblia é a autoridade divina e definitiva na terra. Quanto aos sonhos, visões e profecias, são-nos concedidos para a edificação individual, e não podem ser usados para fundamentar doutrinas. A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.  

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

A efusão do Espírito Santo começou com os apóstolos e continua em nossos dias até a volta de Jesus. 

IV. O FIM DOS TEMPOS  

1. Sinais. A profecia de Joel fala ainda sobre aparição de sinais em cima no céu e embaixo na terra, de sangue, fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas e da lua tornando-se sangue (2.30,31). São manifestações teofânicas de Jeová para revelar a si mesmo e também para executar juízo sobre o pecado (Êx 19.18; Ap 8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro citou integralmente em sua pregação (At 2.19,20). É de se notar que tais manifestações não foram vistas por ocasião do Pentecostes. A explicação é que se trata do começo dos “últimos dias”. 
 
2. Etapas. O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios dos “últimos dias” (At 2.17). Os sinais cósmicos acompanhados de fogo, coluna de fumaça etc., ausentes no dia de Pentecostes, dizem respeito à Grande Tribulação, no epílogo da história, “antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Jl 2.31; At 2.20).  

3. Resultado. A vinda do Espírito Santo, além de revestir os crentes em Jesus, resulta também em salvação a todos os que desejam encontrar a vida eterna. O apóstolo Pedro termina a citação de Joel com estas palavras: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21). O nome “SENHOR”, com letras maiúsculas, indica na Bíblia Hebraica a presença do tetragrama YHWH (as quatro consoantes do nome divino “Yahweh, Javé, Yehovah, Jeová”). O apóstolo Paulo citou essa passagem referindo-se a Jesus, e afirmando que o Meigo Nazareno é o mesmo grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).  

SINOPSE DO TÓPICO (IV)  

O livro de Joel é escatológico. Ele fala do fim dos tempos a partir do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da Igreja, que, acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião sui generis. A Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (At 1.8; Jo 16.7-11).  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Subsídio da Lição 3 - 4º Trim. 2012.

Lição 3 Joel — O Derramamento do Espirito Santo
 

TEXTO ÁUREO “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos” (At 2.17). 

JOEL

Esequias Soares

O texto não menciona o período em recebeu ele os oráculos divinos, algo diferente daquilo que fizeram muitos outros profetas, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Amós, etc. Ele simplesmente se apresenta como “filho de Petuel” (1.1). A data tradicional de sua composição é 835 a.C., mas os críticos liberais a questionam alegando que o livro não faz menção alguma de reis de Israel ou de Judá, nem o problema da idolatria.

Eles acrescentam ainda que a frase: “em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém” (3.1) está associada aleatoriamente com o cativeiro babilônico, e com os do período de Filipe II, rei da Macedônia, pai de Alexandre, o grande. Assim, datam o texto como obra do ano de 350 a.C.

Essas alegações são meras interpretações dos fatos, pois Joel era profeta de Judá e não é surpresa alguma a ausência do Reino do Norte em seus oráculos. Israel é mencionado três vezes, mas não como as dez tribos do norte, e sim, como a nação no fim dos tempos (2.27;3.2,16), pois os capítulos 2 e 3 são escatológicos. Há no seu livro um apelo nacional para jejum e santificação: “Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu tálamo. Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar” (2.16,17). A mensagem menciona o povo, os anciãos, os sacerdotes, os ministros do Senhor, mas não aparece a figura do rei porque se trata do período da regência de Joaiada, durante a infância de Joás (2 Rs 11.4; 2 Cr 23.1-11), e a idolatria não era o problema de Judá naquela época. Nada afirma nesses oráculos que o “cativeiro” (3.1) seja o babilônico, e não é, pois o contexto é muito claro em mostrar que se trata do retorno da segunda diáspora, que começou em 70 d.C. A presença dos gregos no v.6 não é impossível, visto que descobertas arqueológicas registram a presença helênica ali desde o século oitavo a.C.

Os inimigos mencionados são os fenícios, “Tiro e Sidom” e a “Filístia”, (pelesheth) em hebraico (3.4[4.4]), egípcios e os edomitas (3.19), justamente os povos que na época era fortes e agressivos. Isso significa que a composição do livro aconteceu ainda num período em que a Assíria e a Babilônia não eram ameaças para Judá.

Texto extraído da obra “O ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra”, editada pela CPAD.

Lição 2 - 4º Trim. 2012 - Oséias - A Fidelidade No Relacionamento Com Deus.


Lição 02

OSÉIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS

14 de outubro de 2012 

TEXTO ÁUREO 


Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo (2 Co 11.2) 

VERDADE PRÁTICA 


O casamento de Oséias ilustra a infidelidade de Israel e mostra a sublimidade do amor de Deus.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo (2 Co 11.2) 

            Nosso texto áureo está inserido no capítulo 11 da segunda carta aos Coríntios, onde o SENHOR usa o apóstolo Paulo para exorta a igreja contra os falsos apóstolos, contra o perigo de serem enganados por falsos pregadores e aceitarem um evangelho distorcido       (v. 4). Exorta-os no cuidado da fé, pois ao acolherem os obreiros fraudulentos (v.13), afastavam-se da sua devoção sincera a da simplicidade que há em Cristo (v. 3).
 
“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus;...” - A expressão zelo neste versículo está usada no bom sentido indicando “preocupação profunda por alguém”, um “interesse sincero pelo bem estar de outrem”. Paulo tem um profundo interesse de cuidado do bem estar da igreja para glória de Deus. Trata-se de uma manifestação de verdadeiro amor e do interesse divino.
            Zelo aqui pode ser entendido também como “ciúmes altruísta”, “cuidado excessivamente honesto”. O apóstolo Paulo queria que aqueles irmãos em Corinto soubessem que ele desejava o melhor para eles, não visando seu próprio interesse, sua própria vaidade ou glória pessoal ou aos seus próprios objetivos, mas sim, o bem-estar geral daquela igreja.
            É por desejar ardentemente o bem estar dos irmãos em Cristo de Corinto, que Paulo se opõe vigorosamente e fortemente contra “os falsos irmãos”, “falsos apóstolos”, “falsos mestres”, que atormentavam, assolavam e dividiam a igreja de Jesus em Corinto.
            Portanto, com zelo santo e piedoso, se preocupando com o bem estar espiritual da igreja que Paulo age, diferentemente dos “falsos mestres” que tinham zelo negativo, ciúme doentio, destrutivo, ou seja, inveja.
“...porque vos tenho preparado...”A idéia é “comprometido em noivado”. No grego temos a palavra “armodzo”, que significa “encaixado”, “unidos”, “unido matrimonialmente”. Esse vocábulo tem boa variedade  de usos, mas o contexto exige que o seu sentido seja “noivado”. No grego clássico a palavra pode referir-se ao trabalho de um carpinteiro que “juntava” as peças de madeira dos móveis e utensílios, ou então ao arranjo musical, à afinação dos instrumentos musicais, ao vestir das diversas “peças de uma armadura” ou à colocação das várias peças de vestuário”.” (CHAMPLIN, RN, O Novo Testamento comentário versículo por versículo, Ed. Candeia). 

“...para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber a Cristo” – A palavra virgem no gregro é “parthenon”, que significava “virgem”, “donzela”, embora algumas vezes significasse “mulher jovem”. Em duas passagens da Bíblia Hebraica,  que aparece a palavra hebraica “almah”, foi traduzido para o grego na Septuaginta por “parthenon”, que significa “virgem” (Gn 24.43; Isaías 7.14). Gerard Van Groningen cita cinco autoridades no assunto com respeito à palavra ugaritica galmatu, encontrada nos documentos de Rãs Shamra. Uma dessas autoridades, H. Wolf, em sua obra Interpreting and Glory of the Messiah, p. 450, diz o seguinte: “Nos três lugares em que ocorrem glmt o equivalente exato de almah é usado em referência a uma jovem procurada para casamento. Gerard Van Groningen apresenta a seguinte conclusão: Um exame dos materiais disponíveis a estudiosos e peritos, como indicado acima, leva-nos a segura conclusão de que, com base no uso do termo tanto em hebraico quanto em ugarítico, o vocábulo almah deve ser traduzido por virgem. A tradução grega dá pleno apoio a isso.

            “O uso que Paulo fez aqui dessa palavra mui provavelmente foi sugerido pelo que diz o Antigo Testamento, que apresenta Deus como um marido zeloso “ciumento altruistamente”, em relação à nação de Israel: Porque o teu Criador é o teu marido; o SENHOR dos Exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor; que é chamado o Deus de toda a terra” (Is 54.5); “Porque, como o jovem se casa com a virgem, assim teus filhos se casarão contigo; e como o noivo se alegra da noiva, assim se alegrará de ti o teu Deus” (Is 62.5); “E, passando eu junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; e estendi sobre ti a aba do meu manto, e cobri a tua nudez; e dei-te juramento, e entrei em aliança contigo, diz o Senhor DEUS, e tu ficaste sendo minha” (Ez 16.8);          “E desposar-te-ei comigo para sempre; desposar-te-ei comigo em justiça, e em juízo, e em benignidade, e em misericórdias” (Os 2.19).

             Os apóstolos Paulo e João apresentam simbolicamente várias vezes a Igreja como sendo a noiva de Cristo: “Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.25-27); “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus” (Ap 19.7-9); “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap 21.2); “ E veio a mim um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro” (Ap 21.9).

            Na obra O Novo Testamento Comentário Versículo por Versículo de Russell Norman Champlin encontramos o seguinte comentário sobre a parte final do versículo acima comentado: “Ao invés de estar em foco o “pai” da noiva, neste simbolismo, é possível que devamos pensar antes no “padrinho” ou “paraninfo”. Os rabinos consideram Moisés como o “padrinho” (aquele que fazia os preparativos da festa de casamento, em lugar do noivo) de Israel, a qual seria a “noiva” de Deus. Assim também Paulo figura aqui como o “padrinho” da igreja cristã gentílica. Dentro do judaísmo bíblico, aos sumos sacerdotes era vedado se casarem com alguém que não fosse virgem. Por semelhante modo, a igreja de Cristo precisa ser virginal, porquanto Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote”.
 

RESUMO DA LIÇÃO 02 


       OSEIAS – A FIDELIDADE NO RELACIONAMENTO COM DEUS

I. O LIVRO DE OSEIAS

1. Contexto histórico.

2. Estrutura.

3.- Mensagem.

 

II. O MATRIMÔNIO

1.- Etimologia.

2.- Simbolismo.

3.- A ordem divina para o casamento de Oseias.

 

III. A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

1. O casamento restaurado.

2. O vale de Acor e a porta de esperança.

3. A reconciliação. 

IV.- O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

1. Meu marido, e não meu Baal.

2. O fim do baalismo. 

INTERAÇÃO


 

 O casamento de Oseias denota uma diversidade de sentimentos humanos que desabrocham numa história trágica entre DEUS e seu povo. Sim! Tristezas e frustrações fazem parte da vida pessoal do profeta. Mas também é verdade que renovadas esperanças estão implícitas na mensagem dramática desse profeta. Como marido, ele esperava a reconciliação plena com sua esposa Gomer. Tal retrato reflete o amor, a beleza e a intimidade que o verdadeiro casamento pode proporcionar. No caso de Israel, o Altíssimo almeja que a nação deixe o caminho do adultério espiritual e retorne ao amor inefável do esposo que, acima de tudo, a ama. 

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Conhecer a estrutura do livro de Oseias.

Compreender a linguagem simbólica usada no livro.

Conscientizar-se de que DEUS está pronto a nos reconciliar e acolher. 

INTRODUÇÃO 


A mensagem de Oseias começa a partir de sua vida pessoal. O seu casamento com Gomer e o difícil relacionamento familiar ocupam os três primeiros capítulos do livro que leva o seu nome. Deus tinha uma mensagem para o povo, pois a esposa e os filhos de Oseias, assim como o abandono e a prostituição dela, e o seu sofrimento e perdão, são sinais e profecias sobre Israel e Judá ao longo dos séculos.

 

ESTRUTURA DO LIVRO DE OSEIAS:

Autor: Oseias

A Chave: Adultério Espiritual (4.12)

Os assuntos principais do livro são:

 - a apostasia de Israel, a idolatria com toda espécie de vício que permeava todas as classes sociais; - Oseias por mais ou menos 60 anos condenava veementemente o procedimento do povo, qualificando-o de adultério; - Oseias um exemplo de perseverança no meio dos maiores desânimo; - o grande amor de DEUS; - o juízo divino e as promessas de restauração.

O objetivo do livro:

mostrar quão grande e abnegado é o amor de DEUS por seu povo.

 

ESBOÇO DO LIVRO DE OSEIAS
Esposa do profeta Oseias
Israel, a esposa infiel de Deus
(Os 1 a 3)
O povo de Oseias,
Israel um povo Pecaminoso
(Os 4 - 14)
(4.1 a 13.8)
Mensagem de julgamento,
Israel restaurado
(Os 4 - 10)
(13.9 a 14.9).

 

Palavra Chave

MATRIMÔNIO: 

União voluntária entre um homem e uma mulher. 

I. O LIVRO DE OSEIAS

 

1. Contexto histórico. O período do ministério de Oseias foi entre 793-753 a.C.
Quando Oseias iniciou seu ministério, Israel estava no auge da sua prosperidade e poder sob o reinado de Jeroboão II. Jeroboão II, reinou 41 anos num período de prosperidade econômica, mas também de apostasia generalizada (2Rs 14.23-29). Para compreender melhor o contexto histórico do Livro de Oseias leiamos 2 Reis 14.23 a 15.31:

No décimo quinto ano de Amazias, filho de Joás, rei de Judá, começou a reinar em Samaria, Jeroboão, filho de Jeoás, rei de Israel, e reinou quarenta e um anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou de nenhum dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Também este restituiu os termos de Israel, desde a entrada de Hamate, até ao mar da planície; conforme a palavra do SENHOR Deus de Israel, a qual falara pelo ministério de seu servo Jonas, filho do profeta Amitai, o qual era de Gate-Hefer. Porque viu o SENHOR que a miséria de Israel era muito amarga, e que nem havia escravo, nem absolvido, nem quem ajudasse a Israel. E ainda não falara o SENHOR em apagar o nome de Israel de debaixo do céu; porém os livrou por meio de Jeroboão, filho de Jeoás. Ora, o mais dos atos de Jeroboão, tudo quanto fez, e seu poder, como pelejou, e como restituiu a Damasco e a Hamate, pertencentes a Judá, sendo rei em Israel, porventura não está escrito no livro das crônicas de Israel? E Jeroboão dormiu com seus pais, com os reis de Israel; e Zacarias, seu filho, reinou em seu lugar”. (2 Reis 14.23-29).

No ano vinte e sete de Jeroboão, rei de Israel, começou a reinar Azarias, filho de Amazias, rei de Judá. Tinha dezesseis anos quando começou a reinar, e cinqüenta e dois anos reinou em Jerusalém; e era o nome de sua mãe Jecolias, de Jerusalém. E fez o que era reto aos olhos do SENHOR, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai. Tão somente os altos não foram tirados; porque o povo ainda sacrificava e queimava incenso nos altos. E o SENHOR feriu o rei, e ficou leproso até ao dia da sua morte; e habitou numa casa separada; porém Jotão, filho do rei, tinha o cargo da casa, julgando o povo da terra. Ora, o mais dos atos de Azarias, e tudo o que fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Judá? E Azarias dormiu com seus pais e o sepultaram junto a seus pais, na cidade de Davi; e Jotão, seu filho, reinou em seu lugar. No ano trinta e oito de Azarias, rei de Judá, reinou Zacarias, filho de Jeroboão, sobre Israel, em Samaria, seis meses. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR, como tinham feito seus pais; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. E Salum, filho de Jabes, conspirou contra ele e feriu-o diante do povo, e matou-o; e reinou em seu lugar. Ora, o mais dos atos de Zacarias, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Esta foi a palavra do SENHOR, que falou a Jeú: Teus filhos, até à quarta geração, se assentarão sobre o trono de Israel. E assim foi. Salum, filho de Jabes, começou a reinar no ano trinta e nove de Uzias, rei de Judá, e reinou um mês inteiro em Samaria.
Porque Menaém
, filho de Gadi, subiu de Tirza, e veio a Samaria; e feriu a Salum, filho de Jabes, em Samaria, e o matou, e reinou em seu lugar.
Ora, o mais dos atos de Salum, e a conspiração que fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel. Então Menaém feriu a Tifsa, e a todos os que nela havia, como também a seus termos desde Tirza, porque não lha tinham aberto; e os feriu, pois, e a todas as mulheres grávidas fendeu pelo meio. Desde o ano trinta e nove de Azarias, rei de Judá, Menaém, filho de Gadi, começou a reinar sobre Israel, e reinou dez anos em Samaria.
E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; todos os seus dias não se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Então veio Pul, rei da Assíria, contra a terra; e Menaém deu a Pul mil talentos de prata, para que este o ajudasse a firmar o reino na sua mão. E Menaém tirou este dinheiro de Israel, de todos os poderosos e ricos, para dá-lo ao rei da Assíria, de cada homem cinqüenta siclos de prata; assim voltou o rei da Assíria, e não ficou ali na terra. Ora, o mais dos atos de Menaém, e tudo quanto fez, porventura não está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel? E Menaém dormiu com seus pais; e Pecaías, seu filho, reinou em seu lugar. No ano cinqüenta de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Pecaías, filho de Menaém, sobre Israel, em Samaria, e reinou dois anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. E Peca, filho de Remalias, seu capitão, conspirou contra ele, e o feriu em Samaria, no paço da casa do rei, juntamente com Argobe e com Arié, e com ele cinqüenta homens dos filhos dos gileaditas; e o matou, e reinou em seu lugar.
Ora, o mais dos atos de Pecaías, e tudo quanto fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel.
No ano cinqüenta e dois de Azarias, rei de Judá, começou a reinar Peca, filho de Remalias, sobre Israel, em Samaria, e reinou vinte anos. E fez o que era mau aos olhos do SENHOR; nunca se apartou dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate, com que fez pecar a Israel. Nos dias de Peca, rei de Israel, veio Tiglate-Pileser, rei da Assíria, e tomou a Ijom, a Abel-Bete-Maaca, a Janoa, e a Quedes, a Hazor, a Gileade, e a Galiléia, e a toda a terra de Naftali, e os levou à Assíria. E Oséias, filho de Elá, conspirou contra Peca, filho de Remalias, e o feriu, e o matou, e reinou em seu lugar, no vigésimo ano de Jotão, filho de Uzias. Ora, o mais dos atos de Peca, e tudo quanto fez, eis que está escrito no livro das crônicas dos reis de Israel” (2 Reis 15.1-31).

Oseias distinguiu as dez tribos pelo nome de Israel, ou de Samaria, sua capital, ou de Efraim, a tribo principal.

 

Reino do Norte ou Reino de Israel – capital Samaria (fim do reino - 722 a.C.)

Reino do Sul ou Reino de Judá – Capital Jerusalém (fim do reino – 586 a.C.)  

Oseias profetizou em Samaria, capital do Reino do Norte durante os “dias de Uzias, Jotão, Acaz. Esequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão, filho de Joás, rei de Israel” (1.1).
A soma dos anos desse período deve ser reduzida significativamente porque Jotão foi corregente com seu pai, Uzias, e da mesma forma Ezequias reinou com Acabe, seu pai (2 Rs 15.5; 18.1,2,9,10,13).

O ministério de Oseias deu-se no período da supremacia política e militar da Assíria.

 

O IMPÉRIO ASSÍRIO  

O Império Assírio era localizado na região leste da Alta Mesopotâmia, entre o rio Tigre e a cordilheira de Zagros.
Seus domínios se estenderam de Elam até as fronteiras do Egito.
Seu ápice foi com o rei Sargão II (722-705 a.C.).
Com seu forte exército dominou os hebreus, babilônios e egípcios, mas não resistiu à pressão de um levante em Elam, juntamente com um na Babilônia, dando a oportunidade para os egípcios recuperarem sua liberdade.
Logo em seguida, os medos, povo aliado aos caldeus e aos citas, tomaram a capital Nínive e a destruíram.
Os assírios formaram o maior império, até então criado, antes do Império Romano 

2. Estrutura. A revelação foi entregue ao profeta pela palavra “dita a Oseias” (1.1a).
A segunda declaração: “O princípio da palavra do Senhor por Oseias” (1.2a), reitera a forma de comunicação do versículo anterior. Também esclarece que a ordem para Oseias se casar com “uma mulher de prostituições” aconteceu no começo do seu ministério, como fica claro na versão Almeida Revista e Atualizada (ARA) e na Tradução Brasileira (TB) (1.2b). O livro pode ser dividido em duas partes principais:
I.- biografia profética escrita em prosa que descreve a crise do relacionamento de Oseias com sua esposa infiel, ao mesmo tempo que compara essa crise conjugal com a infidelidade e a apostasia do seu povo (1 a 3);
II.- profecias proféticas escritas em forma poética proferidas durante um longo intervalo de tempo (4 a 14).  

3. Mensagem. O assunto do livro é a apostasia de Israel e o grande amor de Deus revelado, que compreende advertência, juízo divino e promessas de restauração futura (8.11 a 14; 11.1-9; 14.4-9); Mesmo em um contexto de decadência moral, o oráculo descreve o amor de Deus de maneira bela e surpreendente (2.14-16; 6.1-4; 11.1-4; 14.4-8).
Seus oráculos são cheios de metáforas e símbolos dirigidos aos contemporâneos.
Sua mensagem denuncia o pecado do povo e a corrupção das instituições sociais, políticas e religiosas das dez tribos do norte (5.1); Oseias é citado no Novo Testamento:  

OSEIAS:

Todavia o número dos filhos de Israel será como a areia do mar, que não pode medir-se nem contar-se; e acontecerá que no lugar onde se lhes dizia: Vós não sois meu povo, se lhes dirá: Vós sois filhos do Deus vivo” (Oséias 1.10).
“E semeá-la-ei para mim na terra, e compadecer-me-ei dela que não obteve misericórdia; e eu direi àquele que não era meu povo: Tu és meu povo; e ele dirá: Tu és meu Deus!” (Oséias 2.23)  

ROMANOS:

“Como também diz em Oséias: Chamarei meu povo ao que não era meu povo; E amada à que não era amada. E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo” (Romanos 9.25-26).  

MATEUS:

“Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento” (Mateus 9.13).
“Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes” (Mateus 12.7).

OSEIAS:

“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei a meu filho” (Oséias 11.1).  

MATEUS:

 “E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho” (Mateus 2.15). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (I)  

O livro do profeta Oseias é  repleto de metáforas e símbolos. Sua mensagem denuncia o pecado e a corrupção do povo.  

II. O MATRIMÔNIO

 

1. Etmologia. Os termos “casamento” e “matrimônio” são equivalentes e ambos usados para traduzir o grego gamos.
O termo grego gamos, indica também “bodas” (Jo 2.1-2) e “leito”  conjugal (Hb 13.4).
Trata-se de uma instituição estabelecida pelo Criador desde a criação, na qual um homem e uma mulher se unem em relação legal, social, espiritual e de caráter indissolúvel (Gn 2.20-24; Mt 19.5-6).
O matrimônio recebe o nome hebraico de kidushin (consagração, santificação ou dedicação), pois o casamento é uma ocasião sagrada no judaísmo. É um mandamento divino, a criação de um laço sagrado.
É no casamento que acontece o processo legítimo de procriação, o casamento bíblico de um homem e uma mulher está o potencial da  perpetuação da espécie humana (Gn 1.27-28), gerando a oportunidade para a felicidade humana e o companherismo.  

2.- Simbolismo. A intimidade, o amor, a beleza, a alegria e a reciprocidade que o casamento proporciona fazem dele o símbolo da união e do relacionamento entre Cristo e a sua igreja (2 Co 11.2; Ef 5.31-33; Ap 19.7). Essa figura é notada desde o Antigo Testamento.  

3.- A ordem divina para o casamento de Oseias. Considerando a santidade do casamento confirmada em toda a Bíblia, a ordem divina parece contradizer tudo o que as Escrituras falam sobre o matrimônio. Temos dificuldade em aceitá-la, mas qualquer interpretação contra o caráter literal do texto é forçada. Quando Jeová deu a ordem, acrescentou: “porque a terra se prostituiu, desviando-se do SENHOR” (1.2b).
Isso era literal.
A infidelidade a Deus é em s mesma um adultério espiritual (Jr 3.1-2; Tg 4.4), ainda mais quando se trata do culto a Baal, que envolvia a chamada prostituição sagrada (4.13-14; Jz 8.33).  

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

 O matrimônio de Oseias com Gômer simboliza a infidelidade do povo em relação a DEUS.  

III. A LINGUAGEM DA RECONCILIAÇÃO

 

1. O casamento restaurado. O amor é o tema central de Oseias. Através do amor, Israel será atraído por Jeová (11.4; Jr 31.3). O deserto foi o lugar do julgamento (2.3) e nele Israel achou graça, tal qual a noiva perante o noivo (Êx 5.1; Jr 2.2). A expressão       “e lhe falarei ao coração” (2.14) é a linguagem de um esposo falando amorosamente à esposa (4.13-14; Gn 34.3; Jz 19.3). Nós fomos atraídos e alvejados pelo amor de Deus (Rm 5.6-8).
 
2. O Vale de Acor e a porta de esperança. Há aqui uma menção do monumento erguido no Vale de Acor, onde Acã pagou pelos seus crimes e foi executado com toda a sua casa (Js 7.2-26). O Vale de Acor é real, ele existe até os dias atuais, entre as terras de Benjamin, ao Sul de Jericó e é um dos caminhos que dá acesso à Terra Prometida. A promessa é que esse Vale não será mais lembrado como lugar de castigo. Será transformado em lugar de restauração (Is 65.10), cujas vinhas serão dadas “por porta de esperança” (2.15). Acor é um memorial, não de ira, maldade, ou morte, mas de esperança. Porque o próprio Deus, em Sua misericórdia e bondade, fez saber através do profeta Oséias que Acor, é um estado de espírito que pode ser convertido: “E lhe darei as vinhas dali e o Vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua mocidade e como no dia em que subiu a terra do Egito”      (Os 2.15).  

3. A reconciliação. A sentença de divórcio (2.2) será anulada: “desposar-te-ei comigo para sempre” (2.19). O baalismo generalizado (2.13) virá a ser transformado em conversão nacional e genuína. Todo o povo servirá a Jeová em fidelidade, e cada um voltará a ter conhecimento do Deus verdadeiro (2.20). 
 

SINOPSE DO TÓPICO (III) 
A linguagem da reconciliação no livro de Oseias é apresentada através do amor, tema principal do oráculo divino neste livro.  
 

IV. O BANIMENTO DA IDOLATRIA EM ISRAEL

 

1. Meu marido, e não meu Baal. A expressão “naquele dia” (2.6, 18, 21) é escatológica (Jl 3.18). As expressões “meu marido” e “meu Baal”, em hebraico ishi e baali, são um jogo de palavras muito significativo.

a)     Significados. A palavra ish significa “homem, marido” (Gn 2.24; 3.6); e baalim, no plural, quer dizer “dono, marido” (Êx 21.29; 2 Sm 11.26). O termo também é aplicado metaforicamente a Deus, como marido: “Porque o teu Criador é o teu marido” (Is 54.5).
A palavra “baal”, como “dono, proprietário”, aparece 84 vezes no Antigo Testamento, sendo 15 delas como esposo de uma mulher, portanto “marido”.

b)     Divindade dos Cananeus. Como nome da divindade nacional dos fenícios com a qual Israel e Judá estavam envolvidos naquela época, aparece 58 vezes, sendo 18 delas no plural. Essa palavra se corrompeu por causa da idolatria e por isso Jeová não será mais chamado de “meu Baal”, mas de “meu marido” (2.16). Baal (em hebraico בַּעַל) palavra semítica que significa Senhor, Lorde, Marido ou Dono. Baal - esta palavra em Hebraico é cognata de outra em acádio Bel, com o mesmo significado. A forma feminina de Baal é Baalath, o masculino plural é Baalin, e Balaoth no feminino plural. Esta palavra não tinha conotação exclusivamente religiosa, podendo ser empregada em relações pai e filhos (por exemplo) não sendo obrigatória uma separação hierárquica.  

2. O fim do baalismo. Os ídolos desaparecerão da terra (Jr 10.11). Isso inclui os baalins, cuja memória será execrada para sempre, uma vez que a palavra profética anuncia o fim definitivo do baalismo: “os seus nomes não virão mais em memória” (2.17). Apesar de a promessa divina ser escatológica, esses deuses são hoje repulsa nacional em Israel.  

SINOPSE DO TÓPICO (IV) 
O baalismo foi definitivamente extinguido em Israel. Isso pode ser confirmado até hoje.

CONSIDERANÇÕES FINAIS

 

O emprego das coisas do dia a dia como ilustração facilita a compreensão da mensagem divina, e a Bíblia está repleta desses recursos literários. O casamento é o símbolo perfeito para compreendermos o relacionamento de Deus com o seu povo, e do Senhor Jesus Cristo com o cristão. Infelizmente muitos falsos ensinadores, obreiros fraudulentos distorcem a Palavra de Deus, acesse esse vídeo e veja o absurdo documentado: http://www.youtube.com/watch?v=Rzri_iE2jl8

A reportagem do programa dominical FANTÁSTICO mostra ao “pastor” que o livro de Oseias não está mandando adulterar, mas: “E o SENHOR me disse: Vai outra vez, ama uma mulher, amada de seu amigo e adúltera, como o SENHOR ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem os bolos de uvas” (Os 3.1).

É devido aos falsos mestres e falsos obreiros que o apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo exortou os coríntios e ainda nos exorta como igreja do SENHOR:

“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. (2 Coríntios 11.2-3). 
 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA


 

BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica, 2.ed., RJ: CPAD, 2008. SOARES, Esequias. OSEIAS: A restauração dos filhos de Deus. 1.ed., RJ: CPAD, 2002.