SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Amós: A justiça social como parte da
adoração
Amós
viveu dias de grande prosperidade no Reino do Norte, na época, governado por
Jeroboão II. Esse rei obteve muitas vitórias contra seus vizinhos hostis, e com
isso, obteve o controle das rotas comerciais que levavam a Samaria, a capital
de Israel. “A terra era fértil, as chuvas caíam regularmente e os silos estavam
abarrotados de grãos. Nesses anos dourados, foram erguidos majestosos prédios
públicos, os ricos construíam espaçosas residências próximas aos centros
litúrgicos populares... Todavia, por trás da superfície brilhante da sociedade,
escondiam-se tragédias terríveis” (Guia do leitor da Bíblia, CPAD,
pg.536). Os fazendeiros eram desalojados de suas terras, que passaram a
integrar o patrimônio dos ricos. Os mercadores oprimiam os pobres usando pesos
e medidas diferentes na compra de cereais, e muitas pessoas tinham de vender
seus próprios filhos para que se tornassem escravos. Era um cenário que
atrairia a ira divina.
Amós
inicia seu ministério profético nesse cenário, trazendo palavras duras contra a
injustiça social em seus dias. Para aqueles que pensam que os profetas eram
apenas preditivos, é preciso atentar para o fato de que eles também denunciaram
o pecado do povo quando os mais ricos tornaram-se injustos para com os pobres.
Deus não está distante das práticas sociais de seus filhos, e não se agrada
quando seu próprio povo deixa de aplicar a misericórdia para agirem como
mercenários. Deus se importa com a justiça social sim, pois de nada adianta uma
pessoa dizer que serve a Deus e praticar coisas indevidas para um servo de
Deus, como mal tratamento de seus irmãos ou o descaso para com as necessidades
deles. Não há dualidade na vida cristã, ou seja, um crente não pode ser uma
pessoa na igreja e outra fora da igreja. Ele deve ser a mesma pessoa em todas
as ocasiões. Ao lermos Amós, precisamos decidir se manteremos uma postura de
arrogância e distanciamento daqueles que precisam de nossa ajuda. Nas mansões
luxuosas, “as mulheres reclinavam-se em divãs incrustados de marfim, degustando
carnes e bebendo taças de vinhos exóticos... A elas competia andar na moda. O
preço que pagavam por um par de sandálias era um verdadeiro desrespeito à
dignidade humana, pois podia salvar um carente forçado a se vender à escravidão
para liquidar débitos de agiotagem de algum credor abastado”. Foi em dias como
esses que Deus usou Amós para advertir os mais abastados de suas práticas inconvenientes.
(ZUCK,
R. B.Teologia do Antigo Testamento. 1
ed., RJ: CPAD. 2009, p.446).
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