Lição 1 - O Que é Ética Cristã
2º trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
A Ética Cristã remonta as virtudes do Reino de Deus
ESBOÇO GERAL DA LIÇÃO
Introdução I – O Conceito de Ética Cristã
II – Fundamentos da Ética Cristã
III – Chamados a viver eticamente
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Apresentar o conceito e os fundamentos da Ética Cristã.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Conceituar Ética Cristã;
II. Expor os fundamentos da Ética Cristã;
III. Conscientizar de que fomos chamados para viver uma vida
eticamente cristã.
Prezado professor, prezada professora,
Vivemos no século XXI. A Igreja de Cristo vem sendo desafiada
em sua ética e virtudes cristãs. Leis são propostas todos os dias pelo atual
sistema mundano de vida a fim de fazer com que a Igreja esteja confinada nos
lares de seus membros, e ignorada no debate público. A Ética Cristã é tolerada
desde que não incomode o status quor de uma sociedade que se acha humanista e
progressista.
Ensinar aos cristãos sobre a fundamentação ética que
represente e transpareça as virtudes do Reino de Deus é o propósito deste
trimestre. Neste aspecto, os Dez Mandamentos, os escritos proféticos, os
Evangelhos, o Sermão do Monte e as cartas paulinas se mostram fundamentais para
a ética dos cristãos.
A Igreja de Cristo não deve temer o tempo presente. Da mesma
forma, os cristãos do passado eram perseguidos, afrontados e muitas vezes
humilhados por causa da sua fé. Diferentemente daquele tempo, a perseguição
hoje é ideológico-intelectual. Por isso, não podemos deixar de ser sal da terra
e luz do mundo.
O que é Ética Cristã?1
Historicamente o conceito de ética surgiu na Grécia antiga,
período que coincide com o século IV a.C. Na prática, a ética sempre fez parte
do dia a dia da humanidade. Quando os códigos ainda não estavam escritos e
positivados, a própria consciência estabelecia a ética a ser observada (Rm
2.14,15). As Sagradas Escrituras contêm os fundamentos da ética para a
sociedade humana. No Antigo Testamento, Deus revelou instruções éticas
específicas. Nos Evangelhos, encontramos os ensinamentos éticos de Jesus. Nas
epístolas neotestamentárias, o tema está amplamente registrado.
O filósofo e educador Cortella (1954-) apresenta uma
definição para ética que em muito se assemelha com os textos bíblicos:
Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para
responder a três grandes questões da vida: 1. quero? 2. devo? e 3. posso? Nem
tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu
devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo
tempo o que você pode e o que você deve. (CORTELLA, 2014)
De fato, de maneira simples e genérica, a ética cristã está
relacionada às respostas de tais questões. O apóstolo Paulo, de certo modo,
ensina a prática da ética, sob esses aspectos: o que quero, devo e posso. Ele
afirma que tudo é lícito, mas que nem tudo convêm e nem tudo edifica, portanto,
o cristão não pode e nem deve se deixar dominar por aquilo que foge da ética
cristã (1 Co 6.12).
1. Definição Geral
A palavra “ética” possui origem no vocábulo grego ethos, que
literalmente significa “costumes” ou “hábitos”. No latim, é usado o termo
correspondente mos (moral) com o sentido de “normas” ou “regras”. Assim, “ética
e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que,
como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus
membros” (CHAUÍ, 1995, p. 340). Como esses termos, “ética” e “moral”, são muito
próximos, eles são muitas vezes confundidos e usados como sinônimos. No entanto,
para fins didáticos e acadêmicos, é possível defini-los separadamente.
2. Ética e Moral
A ética enquanto ciência pode ser entendida como a parte da
filosofia que investiga os fundamentos da moral adotados por uma cultura. Foram
os filósofos gregos que começaram a estudar esses fundamentos para então
“identificar” uma pessoa como sendo boa ou má e também um ato como sendo bom ou
mau. A partir desses fundamentos, alguém pode ser classificado como “ético” ou
“antiético”.
Pode-se afirmar, por exemplo, que a ética de Platão (427-347
a.C.) era “transcendente” e “deontológica”. Essa teoria acredita que a noção do
correto é algo moralmente bom em si mesmo. Nesse caso, a fundamentação do certo
e do errado está ligada ao bem-estar da alma, um estado inerente ao ser humano
e procedente de um mundo superior. Aqui o homem obedece ao dever,
independentemente das consequências que a obediência pode resultar para si ou
para os outros (PALLISTER, 2005, p. 20).
Em contrapartida, com Aristóteles (384-322 a.C.) surgiu a
ética “imanente” e “teleológica” ou “utilitária”. Essa teoria argumenta que o
correto só pode ser definido a partir das consequências que um ato ou uma ação
possa produzir. Aqui a fundamentação do certo e o errado procedem do mundo dos
homens e depende apenas da utilidade e do bem-estar que as ações do indivíduo
podem resultar para si ou para os outros.
A moral, por sua vez, refere-se ao comportamento das pessoas
e às reações dos indivíduos que compõem uma sociedade em relação às regras
estabelecidas pela ética. Como observado, essas regras podem ser diferentes de
uma cultura para outra e ainda podem ser modificadas de acordo com as
transformações vividas pelos grupos sociais. Tudo depende da fonte de
autoridade que lhes serve de fundamento para os padrões de conduta.
Quando se analisa as teorias éticas acima discutidas,
percebe-se que na “deontológica” é o princípio da ação moral que é bom ou mau
independentemente do seu resultado. Já na teoria “teleológica”, o princípio
moral é substituído pela previsão racional das vantagens e desvantagens que
determinada ação pode produzir. No primeiro caso, os atos morais, mesmo
corretos, podem prejudicar a si e ao outro. No segundo caso, a moral se
relativiza, busca não se prejudicar evitando o sofrimento, e assim pode servir
para legitimar a máxima que diz “os fins justificam os meios”.
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor da Revista de Lições Bíblicas Adultos
1 Texto extraído da obra “Valores Cristãos: Enfrentando as
questões morais do nosso tempo”, editora CPAD.
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso
no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão
disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são
mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles
não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição
extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula,
pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é
uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por
isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.
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