terça-feira, 24 de abril de 2018

Lição 01 - 2º Trimestre 2018 - O que é Ética Cristã - Adultos.


Lição 1 - O Que é Ética Cristã

2º trimestre de 2018

PONTO CENTRAL

A Ética Cristã remonta as virtudes do Reino de Deus

ESBOÇO GERAL DA LIÇÃO

Introdução I – O Conceito de Ética Cristã

II – Fundamentos da Ética Cristã

III – Chamados a viver eticamente

Conclusão

OBJETIVO GERAL

Apresentar o conceito e os fundamentos da Ética Cristã.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

I. Conceituar Ética Cristã;

II. Expor os fundamentos da Ética Cristã;

III. Conscientizar de que fomos chamados para viver uma vida eticamente cristã.

Prezado professor, prezada professora,

Vivemos no século XXI. A Igreja de Cristo vem sendo desafiada em sua ética e virtudes cristãs. Leis são propostas todos os dias pelo atual sistema mundano de vida a fim de fazer com que a Igreja esteja confinada nos lares de seus membros, e ignorada no debate público. A Ética Cristã é tolerada desde que não incomode o status quor de uma sociedade que se acha humanista e progressista.

Ensinar aos cristãos sobre a fundamentação ética que represente e transpareça as virtudes do Reino de Deus é o propósito deste trimestre. Neste aspecto, os Dez Mandamentos, os escritos proféticos, os Evangelhos, o Sermão do Monte e as cartas paulinas se mostram fundamentais para a ética dos cristãos.

A Igreja de Cristo não deve temer o tempo presente. Da mesma forma, os cristãos do passado eram perseguidos, afrontados e muitas vezes humilhados por causa da sua fé. Diferentemente daquele tempo, a perseguição hoje é ideológico-intelectual. Por isso, não podemos deixar de ser sal da terra e luz do mundo.

O que é Ética Cristã?1

Historicamente o conceito de ética surgiu na Grécia antiga, período que coincide com o século IV a.C. Na prática, a ética sempre fez parte do dia a dia da humanidade. Quando os códigos ainda não estavam escritos e positivados, a própria consciência estabelecia a ética a ser observada (Rm 2.14,15). As Sagradas Escrituras contêm os fundamentos da ética para a sociedade humana. No Antigo Testamento, Deus revelou instruções éticas específicas. Nos Evangelhos, encontramos os ensinamentos éticos de Jesus. Nas epístolas neotestamentárias, o tema está amplamente registrado.

O filósofo e educador Cortella (1954-) apresenta uma definição para ética que em muito se assemelha com os textos bíblicos:

Ética é o conjunto de valores e princípios que usamos para responder a três grandes questões da vida: 1. quero? 2. devo? e 3. posso? Nem tudo que eu quero eu posso; nem tudo que eu posso eu devo; e nem tudo que eu devo eu quero. Você tem paz de espírito quando aquilo que você quer é ao mesmo tempo o que você pode e o que você deve. (CORTELLA, 2014)

De fato, de maneira simples e genérica, a ética cristã está relacionada às respostas de tais questões. O apóstolo Paulo, de certo modo, ensina a prática da ética, sob esses aspectos: o que quero, devo e posso. Ele afirma que tudo é lícito, mas que nem tudo convêm e nem tudo edifica, portanto, o cristão não pode e nem deve se deixar dominar por aquilo que foge da ética cristã (1 Co 6.12).

1. Definição Geral

A palavra “ética” possui origem no vocábulo grego ethos, que literalmente significa “costumes” ou “hábitos”. No latim, é usado o termo correspondente mos (moral) com o sentido de “normas” ou “regras”. Assim, “ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus membros” (CHAUÍ, 1995, p. 340). Como esses termos, “ética” e “moral”, são muito próximos, eles são muitas vezes confundidos e usados como sinônimos. No entanto, para fins didáticos e acadêmicos, é possível defini-los separadamente.

2. Ética e Moral

A ética enquanto ciência pode ser entendida como a parte da filosofia que investiga os fundamentos da moral adotados por uma cultura. Foram os filósofos gregos que começaram a estudar esses fundamentos para então “identificar” uma pessoa como sendo boa ou má e também um ato como sendo bom ou mau. A partir desses fundamentos, alguém pode ser classificado como “ético” ou “antiético”.

Pode-se afirmar, por exemplo, que a ética de Platão (427-347 a.C.) era “transcendente” e “deontológica”. Essa teoria acredita que a noção do correto é algo moralmente bom em si mesmo. Nesse caso, a fundamentação do certo e do errado está ligada ao bem-estar da alma, um estado inerente ao ser humano e procedente de um mundo superior. Aqui o homem obedece ao dever, independentemente das consequências que a obediência pode resultar para si ou para os outros (PALLISTER, 2005, p. 20).

Em contrapartida, com Aristóteles (384-322 a.C.) surgiu a ética “imanente” e “teleológica” ou “utilitária”. Essa teoria argumenta que o correto só pode ser definido a partir das consequências que um ato ou uma ação possa produzir. Aqui a fundamentação do certo e o errado procedem do mundo dos homens e depende apenas da utilidade e do bem-estar que as ações do indivíduo podem resultar para si ou para os outros.

A moral, por sua vez, refere-se ao comportamento das pessoas e às reações dos indivíduos que compõem uma sociedade em relação às regras estabelecidas pela ética. Como observado, essas regras podem ser diferentes de uma cultura para outra e ainda podem ser modificadas de acordo com as transformações vividas pelos grupos sociais. Tudo depende da fonte de autoridade que lhes serve de fundamento para os padrões de conduta.

Quando se analisa as teorias éticas acima discutidas, percebe-se que na “deontológica” é o princípio da ação moral que é bom ou mau independentemente do seu resultado. Já na teoria “teleológica”, o princípio moral é substituído pela previsão racional das vantagens e desvantagens que determinada ação pode produzir. No primeiro caso, os atos morais, mesmo corretos, podem prejudicar a si e ao outro. No segundo caso, a moral se relativiza, busca não se prejudicar evitando o sofrimento, e assim pode servir para legitimar a máxima que diz “os fins justificam os meios”.

Marcelo Oliveira de Oliveira

Editor da Revista de Lições Bíblicas Adultos



1 Texto extraído da obra “Valores Cristãos: Enfrentando as questões morais do nosso tempo”, editora CPAD.



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