Lição 3 - Ética Cristã e Direitos Humanos
2º trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
A ideia de Direitos Humanos brota do mandamento de amor
revelado nas Escrituras.
ESBOÇO GERAL DA LIÇÃO
Introdução
I – A Origem dos Direitos Humanos
II – A Bíblia e os Direitos Humanos
III – A Igreja e os Direitos Humanos
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Conscientizar a respeito da importância dos Direitos Humanos
e a ação social da igreja.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Mostrar a origem dos Direitos Humanos;
II. Correlacionar a Bíblia com os Direitos Humanos;
III. Comparar a ação da Igreja com a realidade social.
A IGREJA E OS DIREITOS HUMANOS
Pr. Douglas Baptista
A Igreja de Cristo na terra é atuante e militante. A igreja
batalha pela fé que uma vez foi dada aos santos e pelos preceitos bíblicos
divinamente revelados (Jd 3). Formada por todos aqueles que seguem a Cristo, a
Igreja luta contra as depravações da carne e as injustiças no mundo, luta
contra o Diabo e seus ardis, e contra o pecado e suas terríveis consequências
(Ef 6.12). Nesse papel, a Igreja tem como pressuposto a prática do amor, que é
o elemento motivacional de conduta para todo cristão. Desse modo, a Igreja de
Cristo é agente de transformação social e espiritual da sociedade.
As Escrituras Sagradas é o livro texto utilizado como única
regra infalível de fé e prática para a Igreja. E nenhum outro livro tem
enaltecido tanto a dignidade e os direitos do ser humano como o faz a Bíblia
Sagrada. As Escrituras revelam o amor de Deus sem acepção de pessoas (Jo 3.16;
Rm 2.11). A Palavra de Deus condena as injustiças sociais e a exploração do
cidadão (Tg 5.4). A Igreja é advertida em perseverar na prática do bem ao
próximo (2 Ts 3.13). E aqueles que ficam impassíveis diante da violação dos
direitos humanos são considerados pecadores (Tg 4.17).
1. A Igreja e o Trabalho Escravo
O trabalho é essencial para o sustento da vida. Desde a
criação, o trabalho está presente na raça humana (Gn 2.15). Sustentar a si
mesmo e à família por meio do trabalho é uma dádiva divina e dignifica o homem
(Ec 3.13; Ef 4.28). O próprio Senhor Jesus desempenhou a função de carpinteiro
para o seu sustento e de sua família terrena (Mc 6.3). Quanto à importância da
atividade laboral, Cristo declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também” (Jo 5.17). A exemplo de Cristo, o apóstolo Paulo também não viveu
dependente dos trabalhos dos outros (At 20.33-35, 1 Ts 2.9) e aos que viviam desordenadamente
exortou: “se alguém não quiser trabalhar, que não coma também” (2 Ts 3.10).
Tornou-se bastante notável a transformação histórica da
posição do trabalho por meio da postura protestante. E, conforme constatou
McGrath, “não foi por acidente que as regiões europeias que adotaram o
protestantismo logo se viram prosperando economicamente” (2012, p. 333). Por
outro lado, se o trabalho for entendido como um fim em si mesmo, segue-se a
isso um conjunto de prioridades distorcidas cujo inevitável resultado é
negativo para os relacionamentos sociais, familiares e pessoais. O trabalho se
torna um fardo pesado, quando a carga horária é exaustiva, os salários são
baixos, a competividade é desleal, o crescimento profissional é nulo e as
condições de trabalho são degradantes. Quando isso acontece, a dignidade humana
é violada e o trabalho se torna em escravidão.
Certamente, que a Igreja de Cristo não pode ficar insensível
diante da exploração do trabalhador ou do trabalho escravo. O povo de Deus não
pode ser conivente com a exploração da mão-de-obra infantil, da mulher, das
pessoas na lavoura, dos estrangeiros e dos operários em geral. O apóstolo Tiago
condenou a opressão e a injustiça praticada contra os trabalhadores em sua
época. O meio-irmão de Jesus repudiou o comportamento dos ricos que angariavam
altas somas em dinheiro e aumentavam seus lucros à custa do pagamento de parcos
salários aos trabalhadores. E ainda, o líder da Igreja em Jerusalém alertou aos
empregadores gananciosos que os clamores de tristeza dos pobres eram ouvidos
por Deus (Tg 5.4). Paulo também escreveu posicionando-se contra a vexação a que
eram expostos os trabalhadores. Na carta dirigida a Filemom, o apóstolo
apresenta claras orientações acerca do tratamento benevolente que se deveria dispensar
a Onésimo — um escravo fugitivo (Fm 15-18). Aos Efésios, Paulo estabelece o
princípio do respeito mútuo entre empregados e patrões (Ef 6.5-9).
2. A Igreja e os Prisioneiros
Em 2014, o Conselho Nacional de Justiça do Brasil divulgou
que a nossa população carcerária era de 563.526 presos e que estavam
encarcerados 206.307 pessoas além da capacidade de vagas. Somado ao problema da
superlotação, os presídios públicos também não oferecem as condições mínimas de
dignidade humana, higiene e salubridade. Nosso índice de reincidência no crime
é de 70% o que demonstra a ineficiência do Estado na ressocialização dos
prisioneiros. Ressocializar significa reintegrar o detento ao convívio em
sociedade. A violência e a reincidência no crime indicam falhas nesse processo
de ressocialização promovido pelo Estado. Isso acontece pelo fato de a
ressocialização de um presidiário depender de diversos fatores fora do alcance
do braço estatal.
As vidas encarceradas em presídios e demais unidades de
internação são extremamente carentes de afeto, perdão, e de transformação no
caráter, na alma e no espírito. Por isso, a Igreja, por meio da Bíblia Sagrada,
acompanhada de orações e aconselhamento dos capelães e visitadores deve cumprir
o que preconiza as Escrituras: “Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis
presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo”
(Hb 13.3). Sob essa premissa, a Igreja, por meio do trabalho de capelania
prisional, desempenha a nobre missão de levar o refrigério às almas angustiadas
e encarceradas de nossa nação.
Essa atividade de capelania prisional desenvolvida pela
Igreja preocupa-se com a assistência espiritual aos encarcerados e também com a
ressocialização dos presos ou dos egressos da prisão. Portanto, a Igreja é orientada
a realizar seu trabalho concentrado na salvação, cura e libertação das almas. O
aspecto moral do cristianismo, no que diz respeito ao criminoso, é que Cristo
veio ao mundo para salvar os pecadores (1 Tm 1.15).
3. A Igreja e o Problema Social
Os principais problemas sociais do Brasil são o desemprego,
precariedade de moradia, saúde, segurança, educação, desigualdades sociais, má
distribuição de renda, dentre outros. Como resultado da ineficiência do Estado,
os índices de violência e criminalidade aumentam a cada dia. É consenso que
tais problemas são agravados pelo desvio das verbas públicas, pela nefasta
prática da corrupção. Como agência do Reino de Deus na terra, a Igreja do
Senhor possui uma responsabilidade social e não pode viver alienada aos
problemas enfrentados na vida em sociedade. O cristão vive tanto na igreja
quanto no mundo, e tem responsabilidades para com ambos. É papel da igreja
evangelizar o mundo todo por meio da pregação do evangelho (Mt 28.19), mas
também é função da igreja aliviar o sofrimento alheio por meio de sua atuação
na sociedade, como instrumento de transformação da realidade social que a
rodeia. Acerca da fé desacompanhada de ações práticas, o líder da Igreja em
Jerusalém questiona aos fiéis: “se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem
falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz,
aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o
corpo, que proveito virá daí?” (Tg 2.15,16).
O profeta Habacuque, em sua época, constatou que os
problemas sociais eram causados por fatores similares aos que vivemos hoje:
opressão, violência, litígio, impunidade, suborno e juízo distorcido (Hc
1.1-4). Diante dessa lamentável situação, como nos ensina o apóstolo Tiago, a
Igreja deve se comprometer com as ações sociais com o propósito de aliviar a
fome, a sede, o frio e a carência do ser humano. Trabalhos sociais podem ser
desenvolvidos nas mais diversas áreas, tais como: campanha de agasalhos,
distribuição de sopas e cestas básicas, implantação de escolas, creches,
asilos, centros de recuperação e tantas outras ações. Contudo, apesar de todo o
esforço social promovido pela Igreja (que deve continuar até Cristo voltar),
precisamos ter consciência de que o verdadeiro mal a ser combatido é o pecado.
Como fez Habacuque e como ensina o cronista, a Igreja deve unir forças para
restaurar a nação por meio do clamor e da consagração (2 Cr 7.14). Por meio de
um avivamento espiritual e do combate ao pecado, o despertar da Igreja de
Cristo pode corrigir e superar os problemas sociais.
(Texto extraído da obra “Valores Cristãos: Enfrentando as
questões morais do nosso tempo”, editora CPAD.)
Marcelo Oliveira de Oliveira
Editor da Revista de Lições Bíblicas Adultos
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso
no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos subsídios estarão
disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são
mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles
não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição (uma lição
extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula,
pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é
uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por
isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.
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