Lição 1 - O Relativismo Moral
2º Trimestre de 2018
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. EXISTE UMA VERDADE ABSOLUTA: JESUS CRISTO
2. O RELATIVISMO É PECADO
3. ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DO RELATIVISMO
OBJETIVOS
Saber que existe uma verdade absoluta: Jesus Cristo;
Compreender o que é relativismo;
Conhecer algumas características do relativismo.
Querido (a) professor (a), um novo trimestre se inicia e com
ele a oportunidade de ensinar aos juvenis acerca da Palavra de Deus, nossa
grande aliada para lidar com as “questões difíceis do nosso tempo” – que é
justamente o tema desta revista. Portanto, abra o seu próprio coração para ser
alimentado pela instrução e fé, que vem pelo ouvir dessa poderosa Palavra (Rm
10.17).
Em dado momento da história de Israel o Senhor lhes disse:
“O meu povo está sendo destruído porque lhe falta o conhecimento [...]” (Os 4.6
ARA). Que isto não nos suceda em nossos dias, em nossa igreja, em nossa classe.
Oremos e vigiemos quanto a isso. Não apenas zelando por ler, tornando-nos meros
conhecedores da Bíblia, mas também por sermos praticantes fervorosos dela.
Todos nós, envolvidos na obra do Senhor, ou com longa data de
caminhada na igreja, precisamos tomar cuidado para não nos tornarmos como os
sacerdotes Hofni e Finéias. Eles se tornaram tão acostumados com a Casa de
Deus, com as Escrituras, tão habituados a conviver em meio ao sagrado, até
mesmo ocupando cargos eclesiásticos importantes, tão próximos das coisas de
Deus, mas os seus corações acabaram se distanciando do Deus de todas as coisas.
Tal como Uzá, pelo costume com a obra do Senhor, esqueceram-se do poder
extraordinário do Senhor da obra e do respeito que devemos ter a Ele (1 Sm
2.18-22; 1 Cr 13.9,10).
Portanto, prezado (a) professor (a), para começar este novo
ciclo, sugerimos que você reserve um tempo para estar na presença do Altíssimo,
refletindo sobre sua relação com Ele e a missão que Ele a ti entregou. Interceda
pela sua vida, por um renovo espiritual para você, que se estenda também para
toda a sua classe, refletindo no seu ministério.
Esta primeira aula do trimestre abordará um tema muito em
voga, especialmente nos círculos sociais acadêmicos de nossos jovens. Por isso,
esteja bem preparado para responder possíveis questionamentos e contrapontos
dos alunos, mas sempre incentivando a participação e o diálogo aberto. Sua sala
de aula precisa ser um ambiente em que eles se sintam seguros e a vontade para expressar
suas dúvidas e opiniões, sem serem criticados por elas. Você, mestre, é o maior
responsável por cooperar na criação desta ambiência acolhedora e fértil para o
conhecimento. A fim de ajudá-lo no estudo mais aprofundado deste tema,
sugerimos como subsídio o artigo do nosso comentarista Esdras Bentho, mestre em
Teologia e autor de alguns livros pela CPAD para o portal de notícias CPAD
News.
Relativismo e Cultura Cristã
O vocábulo “relativismo”, procede de dois termos latinos:
“relatīvus” e “ismo”. O primeiro que se traduz por “relativo”, “referente”,
“respeitante”, “que indica relação”, procede do verbo “refērre” cujo sentido
primário é “levar”, mas também “trazer”, “refletir”, “referir” e “relatar”. O
segundo, “ismo”, é um sufixo que tanto
pode derivar do grego “ismos” quanto do latim “ismo”, mas que ambos denotam
sistema, ou doutrina filosófica.
Para compreendermos o relativismo é necessário esclarecermos
o conceito de relação (já presente na definição do termo) como categoria do
pensamento e conexão objetiva entre uma coisa e outra. Segundo o filósofo
Edmund Husserl, o relativismo foi enunciado pela primeira vez por Protágoras de
Abdera, filósofo pré-socrático, ao afirmar: “O homem é a medida de todas as
coisas, do ser daquelas que são e do não ser daquelas que não são”. O sentido
deste aforismo é que cada pessoa em particular depende das coisas, não de sua
realidade física, mas de sua forma conhecida. Logo, o conhecimento é subjetivo,
relativo e sensual, ou seja, “passa pelos sentidos”. A questão levantada é se o homem tem ou não
capacidade de conhecer a íntima natureza das coisas e a lei moral absoluta. Se
a expressão “o homem” tratar-se de cada ser ou do indivíduo, a forma de
relativismo proposta é subjetiva, isto é, circunscrita à pessoa, ao individuo.
Assim teríamos tantas verdades quanto são as pessoas. Deve-se observar, entretanto, que o
relativismo apresentado nesta afirmação protagoriana é relacionada ao
“relativismo do conhecimento ou gnosiológico”. Segundo Protágoras, o
conhecimento racional é absoluto, enquanto o sensível, é relativo.
Vejamos o relativismo na filosofia aristotélica e
contemporânea.
Na filosofia aristotélica são relativas as coisas cujo ser
depende de outras. Nesse conceito, o relativo é oposto ao absoluto, isto é, que
existe por si mesmo. Absoluto, portanto, é a Causa sem causa, enquanto o
relativo é uma consequência proveniente de uma causa e que depende dela para
ser explicada. O absoluto é autossuficiente, enquanto o relativo, não. O
absoluto corresponde à existência de Deus e o relativo aos seres criados.
Modernamente, no entanto, o relativismo é a teoria que nega a existência de
qualquer teoria, regra, moral, ética ou
qualquer outro tipo de verdade que assuma para si o postulado de absoluto,
inequívoco ou transcendente.
O relativismo, como observamos nos conceitos anteriores,
assume diversas categorias ou classificações. Entre elas destacamos:
Relativismo Cognitivo (Conhecimento relativo)
Segundo o relativismo cognitivo, gnosiológico ou do
conhecimento, toda opinião é justificável em razão de suas respectivas
evidências. Não existe qualquer questão objetiva as quais um conjunto de normas
deva ser aceito. O ateu, por exemplo, está certo por negar a existência de
Deus; o cristão está correto ao afirmar que Deus existe. O conhecimento do primeiro é materialista ou
naturalista, o do segundo, teológico ou teleológico. No entanto, todas as duas
opiniões são relativas. Não se pode assegurar qual das duas é absolutamente
verdadeira. Mas, observemos que uma afirmação nega a outra. Portanto, as duas
não podem estar certas. Uma está correta enquanto a outra está equivocada. Uma
atesta de acordo com a verdade, enquanto outra, segundo a mentira. O
relativismo, por conseguinte, é contraditório. De acordo com esta corrente,
todas as formas de conhecimento são relativas ao mesmo tempo em que não
explicam a toda realidade ou verdade, mas delas, apenas possuem partes ou
relampejos.
Relativismo Ético (Ética relativa)
O relativismo ético acredita que nada é objetivamente mau ou
bom, e que a definição de bem ou de mal, depende de um ponto de vista
particular da cultura ou de um período histórico. Segundo os relativistas, a
moral e a ética são determinadas por condições mutáveis, diferentes e
contraditórios. Portanto, não se pode absolutizar o conceito de bom ou mau, bem
ou mal. Não existe qualquer critério absoluto de moralidade ou ética; logo,
qualquer norma ética e moral são arbitrárias e inconsistentes.
Relativismo Radical (Ceticismo)
O relativismo radical é a posição assumida pela corrente
filosófica conhecida como “ceticismo”. Segundo o ceticismo o homem não pode
chegar a qualquer conhecimento objetivo, quer nos domínios das verdades de
ordem geral, quer no de algum determinado domínio do conhecimento. Para o
cético, tudo é relativo, pois não é possível afirmar com certeza sobre qualquer
possível verdade.
Apesar da teoria relativista de nosso tempo, o cristianismo
ensina os valores absolutos. Os princípios e valores cristãos são opostos às
normas e valores do mundo. Em primeiro lugar porque nós, os cristãos, cremos na
existência de um só Deus, cujas leis regem não apenas o Universo, mas nossas
vidas, planos e vontade. A cultura mundana, no entanto, nega a existência de
Deus, ou então vive como se Deus não existisse (Sl 14; 53). Os valores cristãos
possuem, pelo menos, três características principais. São universais, absolutos
e imutáveis, pois procedem da vontade do Deus Pessoal Absoluto, Imutável e
Universal. Vejamos em pormenor.
Universal. Os valores cristãos são universais em função de
estarem fundamentados na moral divina. Nosso Deus é um ser moral. Os atributos
divinos atestam que o Senhor é santo (Lv 11.44; 1 Sm 2.2), justo (2 Cr 12.6; Ed
9.15), bom (Sl 25.8; 54.6), e verdadeiro (Jr 10.10; Jo 3.33). Portanto, Ele é o
padrão moral daquilo que é santo – oposto ao pecado –, daquilo que é justo –
oposto a injustiça –, daquilo que é bom – oposto ao que é mau, e daquilo que é
verdadeiro – oposto a mentira. Tudo o que é puro, justo, bom e verdadeiro têm
sua origem no caráter moral de Deus. Logo, os valores morais são universais
porque procedem de um Legislador Moral universal.
Absoluto. Absoluto é aquilo que não depende de outra coisa,
mas existe por si mesmo. Os valores cristãos são absolutos porque procedem de
um Deus pessoal que não depende de qualquer outro ser para existir. Ele é
eterno (Dt 33. 27; Sl 10.16); existe por si mesmo (Êx 3.14), e tem a vida em si
mesmo (Jo 5.26). Deus também é absoluto porque não está sujeito às épocas (1 Tm
1.17; 2 Pe 3.8; Jd 25). Ele governa eternamente o Universo (Sl 45.6; 145.13),
e, seu reinado é de justiça (Hb 1.8). Portanto, as leis santas e justas de Deus
são absolutas, porque procedem de um Legislador Absoluto.
Imutável. Imutável é a qualidade daquilo que não muda. Os
valores cristãos são imutáveis porque o Senhor Deus é imutável. Ele não muda (1
Cr 29.10; Sl 90.2), é o mesmo em todas as épocas (Hb 13.8; Tg 1.17). Suas leis
se conformam ao seu caráter moral, pois Ele é fiel (2 Tm 2.13). Portanto, os valores
cristãos são imutáveis porque estão fundamentados no caráter perfeito e
imutável de Deus.
Lembremos que:
A verdade é absoluta, mas o conhecimento que os homens
possuem sobre ela pode ser relativo. Até fins da Idade Média, as autoridades
eclesiásticas de então, acreditavam, fundamentado no livro de Josué, que a
Terra era o centro do Universo. Outros, acreditavam que a Terra era plana e que
os mares eram habitados por serpentes aladas, sereias e outros terríveis
monstros. No Iluminismo e na época contemporânea, sabe-se que a Terra é que
circula em torno do Sol e, não o contrário. Que a Terra é uma esfera e não um
cubo. O que mudou? A verdade ou o conhecimento do homem sobre ela? A Terra não
mudou de cubo para esfera ou passou a girar em torno do Sol. O nosso conhecimento que mudou, passando de
falso para verdadeiro e, não a absoluta verdade de que a Terra é uma esfera e
que circula ao redor do Sol.
A verdade é absoluta, não existem verdades relativas. A verdade de uma sentença matemática é
universal: 5 + 5 = 10, isto em qualquer lugar a todas as pessoas.A verdade é
absoluta ou veraz. A palavra veraz é a raiz da palavra “veracidade”, que
significa “verdade”, ou aquilo que é sempre verdadeiro, sem qualquer sombra de
dúvida. Quando você aprendeu a simples
verdade de que 2+2=4, o seu professor estava falando com uma autoridade veraz.
Este é um fato que não tem que ser arbitrado, discutido ou justificado. Ele é
verdadeiro. É uma declaração irrefutável de um fato matemático. Como no exemplo acima, qualquer coisa que é
verdadeira possui autoridade pelo fato de ser verdadeira. O apóstolo Paulo
reconheceu isto: “Porque nada podemos contra a verdade... “ (2 Co 13.8). A
verdade tem Autoridade. Rejeitar a verdade é incorrer em julgamento: “Para que
sejam julgados todos os que não creram na verdade (...)” (2 Ts 2.12). Deus, o
Pai, fala a Verdade: Deus sempre diz a verdade; portanto, as palavras dele têm
autoridade veraz: “Deus não é homem, para que minta... porventura diria ele, e
não o faria? Ou falaria e não o confirmaria” (Nm 23.19). A Bíblia é a
Autoridade Veraz: É uma autoridade maior que qualquer posição na Igreja, na
Ciência ou na Filosofia. (cf. Is 8.1).
Deus engrandeceu o seu próprio nome e a sua Palavra acima de todas as
coisas (Sl 138.2).
O Senhor lhe abençoe e capacite! Boa aula e um trimestre
enriquecedor.
Por Paula Renata Santos
Editora Responsável da Revista Juvenis
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso
no preparo de suas Lições Bíblicas de Juvenis. Nossos subsídios estarão à disposição
toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso
para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar
todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode
substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é
fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois
exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando
esse material com o objetivo de ajudá-lo.
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