Lição
04
AMÓS
– A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO
28
de outubro de 2012
Professor Alberto
TEXTO
ÁUREO
“Porque vos digo que, se a vossa justiça
não exceder a dos escribas e fariseus,
de modo nenhum entrares no Reino dos
céus”(Mt 5.20).
VERDADE
PRÁTICA
Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à
verdadeira adoração a Deus.
COMENTÁRIO
DO TEXTO ÁUREO
“Porque vos digo que, se a vossa justiça
não exceder a dos escribas e fariseus,
de modo nenhum entrares no Reino dos
céus”(Mt 5.20).
Nosso texto áureo
deste domingo está inserido em Mateus 5.17-48, “o cumprimento da lei e dos
profetas”.
“Porque vos digo... - Estas palavras são
dirigidas, não para os verdadeiros discípulos de Cristo em geral, ou aos seus
apóstolos em particular, mas para toda a multidão do povo, que tinha em grande
estima e admiração dos escribas e fariseus, por sua justiça e santidade
aparente.
“...que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,
de modo nenhum entrares no Reino dos céus”(Mt 5.20) – O Senhor Jesus menciona os escribas,
porque eles eram a parte mais instruída do povo, na escrita e na exposição da
lei. De acordo com a Bíblia o termo escriba
refere-se aos chamados doutores e mestres (Mateus 22.35; Lucas 5.17), ou seja, homens
especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá.
Embora o termo apareça pela primeira vez no livro de Esdras, eles
eram bem sucedidos ao que faziam e sabe-se que tinham grande influência e eram
muito considerados pelo povo.
Fariseu é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá,
surgidos no século II
a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com
a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga.
Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus,
cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os
precursores do judaísmo rabínico.
A
palavra Fariseu tem o significado de "separados", " a verdadeira
comunidade de Israel", "santos". Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma
figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu
interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu",
comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo,
que são julgados como religiosos aparentes.
O
Senhor Jesus, o Messias, informa aos
ouvintes, que deve ter uma melhor justiça do que esses homens tinham. A justiça dos "escribas e
fariseus" é egoísta, faz para se mostrar, era cheia de cerimonialismo e
formalismo, dando muita ênfase a aparência. O Senhor nos orienta a exercer uma
justiça superior à dos escribas e fariseus, essa é a justiça dos santos ou a
santificação do Espírito.
Qualquer justiça humana, não excede a dos
escribas e fariseus, não excede em natureza, efeitos e utilidade, já que eram
meticulosos observadores das formas externas da lei. Mas a operação do Espírito
Santo, sim, obras de justiça feitas
pelos crentes guiados pelo Espírito Santo, que nos imputa a justiça de Cristo,
que é recebida pela fé, é infinitamente mais excelente em seu autor, em
perfeição, no uso de pureza, e sem a qual ninguém será admitido no Reino dos
Céus.
O
Senhor Jesus declara neste versículo 20 que a justiça que Deus requer do fiel
vai além da aparência e das coisas externas, é a justiça que brota no interior,
no coração, na alma, no espírito, e não somente os atos externos, devem
conformar-se com a vontade de Deus, na fé e no amor.
RESUMO DA LIÇÃO 04
AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL
COMO PARTE DA ADORAÇÃO
I.- O LIVRO DE AMÓS
1.- Contexto histórico.
2.- Vida pessoal.
3.- Estrutura e mensagem.
II.- POLÍTICA E JUSTIÇA
SOCIAL
1.- Mau governo.
2.- A justiça social.
3.- O pecador.
III.- INJUSTIÇAS
SOCIAIS
1.- Decadência social (2.6).
2.- Decadência moral.
3.- Decadência religiosa.
IV.- A VERDADEIRA
ADORAÇÃO
1.- Adoração sem conversão.
2.- O significado dos sacrifícios.
3.- Os cânticos.
INTERAÇÃO
O nome Amós quer dizer “fardo” e
Tecoa significa “soar o chifre do carneiro”. Estas significações denotam a mensagem de
destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a corrupção do
sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição
religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a
mistura da política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, “representante
de Deus” dizendo sim para tudo o que o rei fazia. Mas lá, o profeta “boieiro” dizia
não! Era o Soberano dizendo “não” para
aquela espúria relação de poder.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura
do livro.
·
Saber
que a justiça social é um
empreendimento bíblico.
·
Apontar a política e a justiça social como elementos de
adoração a Deus.
COMENTÁRIO
introdução
Palavra Chave
ADORAÇÃO:
Rendição a Deus em todas as esferas
da vida.
O livro de Amós permanece atual
e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de
Deus. O profeta combateu a
idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o
castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de
Israel. Amós é conhecido como o
livro da justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir na
adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.
I. O LIVRO DE AMÓS
1. Contexto histórico. O ministério de Amós foi
entre 760 e 755 a .C. Amós era originário de
Tecoa, aldeia situada a 17
quilômetros ao sul de Jerusalém, mas Deus o enviou para
profetizar em Samaria, no reino do Norte. Exerceu o seu ministério
durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, filho de Joás, rei
de Israel (1.1; 7.10), o reinado de ambos coincide com o período que vai de 767
– 753 a .C. De acordo com a tradição
judaico-cristã, Amós foi contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no
período assírio. Os profetas Isaías e
Miqueias eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu
ministério no reino do Norte, em Samaria.
2. Vida pessoal. Apesar de ser apenas um
camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer parte
da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar em Betel, centro religioso
do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou forte
oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei Jeroboão II
(7.10-16). Todo o sistema político,
religioso, social e jurídico do Reino de Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós
encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a
indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. Ele levantou-se também
contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que
pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.10-12;
8.4-6). No cardápio da iniquidade,
estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7;
5.12; 6.1-3).
3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas
partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra
(1-6) e a segunda, nas visões (7-9). O discurso de Amós é um
ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os
fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. O assunto do livro é a
justiça de Deus. O discurso fundamenta-se em
denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel
(9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento
(Am 5.25,26 cp. At 7.42,43; 9.11,12 cp. At 15.16-18).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes
principais: oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9).
II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
POLÍTICA
E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS
POLÍTICA
Queremos dizer sobre
política “o conjunto de práticas relativo a uma sociedade”. Pois as relações
humanas numa sociedade são estabelecidas de acordo com decisões políticas
tomadas por representantes dela (Am 7.10-14).
JUSTIÇA SOCIAL
Justiça social é o
conjunto de ações sociais, destinado a suprimir as injustiças de todos os
níveis, reduzindo a desigualdade e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o
desemprego, etc (Am 8.4-8).
3. O pecado. A expressão: “Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei
o castigo” (2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é
máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19;
33.29; Ec 11.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que
a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos
profetas que, por sua vez, é parte do grande mandamento de Jesus Cristo.
III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito
e a indiferença dos mais abastados no trato aos carentes do povo, que vêem seus
direitos serem violados (2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos
pobres por um par de sandálias é algo chocante. Tal ato, que atenta contra
a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação
aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades
e os poderosos aceitavam subornos para torcer a justiça contra os pobres, o
profeta denuncia esse pecado mais de uma vez (8.4-6).
2. Decadência moral. A prostituição cultual era
outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual da
nação: “Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem
e, assim, profanam o meu santo nome” (2.7 — ARA). O pior é que tal
prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais
infligiam ao povo (2.7,8).
3. Decadência religiosa. O profeta denuncia a
violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt
24.6,17). A acusação não se restringe
à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão,
visto que a expressão “qualquer altar”
(2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a
essa série de pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a
malversação dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As injustiças sociais no livro de Amós são representadas
pela decadência social, moral e religiosa.
IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO
1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa
condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová
sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto
Israel como Judá, reproduziam o pensamento pagão, segundo o qual sacrifícios e
libações são suficientes para aplacar a irados deuses. Entretanto, Deus declara
não ter prazer algum nas festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21;
Jr 6.20).
2. O significado dos sacrifícios. Expressar a consagração do
ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas pacíficas” (5.22).
As ofertas de manjares não
eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo
diferente, que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas,
representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16).
Já as ofertas pacíficas
eram completamente voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio
ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.11-21).
3. Os cânticos. Os cânticos faziam parte
das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o
valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração,
porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno sacrifício para
Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl 51.17). Há um número muito grande e
variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a adoração e o ato de
adorar. Contudo, a ideia principal
de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de
maneira pública como individual. Em suma, Deus exige de seu
povo verdadeira adoração.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em
cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A adoração ao verdadeiro
Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma
comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33). Essa mensagem alerta-nos
sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também
sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os
demais profetas.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e
Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed.,
RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento.
1 ed., RJ: CPAD. 2009.