sexta-feira, 26 de outubro de 2012


Lição 04

AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO

28 de outubro de 2012

Professor Alberto
 

TEXTO ÁUREO 


Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,
 de modo nenhum entrares no Reino dos céus(Mt 5.20). 

VERDADE PRÁTICA 


Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus. 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,
 de modo nenhum entrares no Reino dos céus(Mt 5.20). 

       Nosso texto áureo deste domingo está inserido em Mateus 5.17-48, “o cumprimento da lei e dos profetas”. 

Porque vos digo... - Estas palavras são dirigidas, não para os verdadeiros discípulos de Cristo em geral, ou aos seus apóstolos em particular, mas para toda a multidão do povo, que tinha em grande estima e admiração dos escribas e fariseus, por sua justiça e santidade aparente.  

“...que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrares no Reino dos céus(Mt 5.20)O Senhor Jesus menciona os escribas, porque eles eram a parte mais instruída do povo, na escrita e na exposição da lei. De acordo com a Bíblia o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres (Mateus 22.35; Lucas 5.17), ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá. Embora o termo apareça pela primeira vez no livro de Esdras, eles eram bem sucedidos ao que faziam e sabe-se que tinham grande influência e eram muito considerados pelo povo.

Fariseu é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico.

A palavra Fariseu tem o significado de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel", "santos". Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes.

O Senhor Jesus, o Messias,  informa aos ouvintes, que deve ter uma melhor justiça do que esses homens tinham.  A justiça dos "escribas e fariseus" é egoísta, faz para se mostrar, era cheia de cerimonialismo e formalismo, dando muita ênfase a aparência. O Senhor nos orienta a exercer uma justiça superior à dos escribas e fariseus, essa é a justiça dos santos ou a santificação do Espírito.

 Qualquer justiça humana, não excede a dos escribas e fariseus, não excede em natureza, efeitos e utilidade, já que eram meticulosos observadores das formas externas da lei. Mas a operação do Espírito Santo,  sim, obras de justiça feitas pelos crentes guiados pelo Espírito Santo, que nos imputa a justiça de Cristo, que é recebida pela fé, é infinitamente mais excelente em seu autor, em perfeição, no uso de pureza, e sem a qual ninguém será admitido no Reino dos Céus.

O Senhor Jesus declara neste versículo 20 que a justiça que Deus requer do fiel vai além da aparência e das coisas externas, é a justiça que brota no interior, no coração, na alma, no espírito, e não somente os atos externos, devem conformar-se com a vontade de Deus, na fé e no amor. 

RESUMO DA LIÇÃO 04 


AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO 

I.- O LIVRO DE AMÓS

1.- Contexto histórico.

2.- Vida pessoal.

3.- Estrutura e mensagem. 

II.- POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL

1.- Mau governo.

2.- A justiça social.

3.- O pecador. 

III.- INJUSTIÇAS SOCIAIS

1.- Decadência social (2.6).

2.- Decadência moral.

3.- Decadência religiosa.

IV.- A VERDADEIRA ADORAÇÃO

1.- Adoração sem conversão.

2.- O significado dos sacrifícios.

3.- Os cânticos.  


INTERAÇÃO 


O nome Amós quer dizer “fardo” e Tecoa significa “soar o chifre do carneiro”. Estas significações denotam a mensagem de destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a corrupção do sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a mistura da política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, “representante de Deus” dizendo sim para tudo o que o rei fazia. Mas lá, o profeta “boieiro” dizia não! Era o Soberano dizendo “não” para aquela espúria relação de poder.  

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.

·   Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.

·   Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.  

COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave

 ADORAÇÃO: 

Rendição a Deus em todas as esferas da vida. 
O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.  
I. O LIVRO DE AMÓS  

1. Contexto histórico. O ministério de Amós foi entre 760 e 755 a.C. Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém, mas Deus o enviou para profetizar em Samaria, no reino do Norte. Exerceu o seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10), o reinado de ambos coincide com o período que vai de 767 – 753 a.C. De acordo com a tradição judaico-cristã, Amós foi contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio. Os profetas Isaías e Miqueias eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria.  
2. Vida pessoal. Apesar de ser apenas um camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16). Todo o sistema político, religioso, social e jurídico do Reino de Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6). No cardápio da iniquidade, estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3). 
3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra (1-6) e a segunda, nas visões (7-9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26 cp. At 7.42,43; 9.11,12 cp. At 15.16-18).  

SINOPSE DO TÓPICO (I) 

O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes principais: oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9). 

II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL

 

POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS
 
POLÍTICA
Queremos dizer sobre política “o conjunto de práticas relativo a uma sociedade”. Pois as relações humanas numa sociedade são estabelecidas de acordo com decisões políticas tomadas por representantes dela (Am 7.10-14).
 
JUSTIÇA SOCIAL
Justiça social é o conjunto de ações sociais, destinado a suprimir as injustiças de todos os níveis, reduzindo a desigualdade e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego, etc (Am 8.4-8).

 1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes, como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,14; 1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério, também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1; 7.5-7). 
2. A justiça social. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que, em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías, Miqueias e Sofonias. 
3. O pecado. A expressão: “Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo” (2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina. 

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez, é parte do grande mandamento de Jesus Cristo. 

III. INJUSTIÇAS SOCIAIS

1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito e a indiferença dos mais abastados no trato aos carentes do povo, que vêem seus direitos serem violados (2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo chocante. Tal ato, que atenta contra a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma vez (8.4-6). 
2. Decadência moral. A prostituição cultual era outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual da nação: “Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome” (2.7 — ARA). O pior é que tal prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).
3. Decadência religiosa. O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão “qualquer altar” (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses. 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pela decadência social, moral e religiosa. 

IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO 

1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o pensamento pagão, segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar a irados deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2. O significado dos sacrifícios. Expressar a consagração do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas pacíficas” (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente, que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram completamente voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.11-21). 
3. Os cânticos. Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl 51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia principal de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública como individual. Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.

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