sexta-feira, 26 de outubro de 2012


Lição 04

AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO

28 de outubro de 2012

Professor Alberto
 

TEXTO ÁUREO 


Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,
 de modo nenhum entrares no Reino dos céus(Mt 5.20). 

VERDADE PRÁTICA 


Justiça e retidão são elementos necessários e imprescindíveis à verdadeira adoração a Deus. 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,
 de modo nenhum entrares no Reino dos céus(Mt 5.20). 

       Nosso texto áureo deste domingo está inserido em Mateus 5.17-48, “o cumprimento da lei e dos profetas”. 

Porque vos digo... - Estas palavras são dirigidas, não para os verdadeiros discípulos de Cristo em geral, ou aos seus apóstolos em particular, mas para toda a multidão do povo, que tinha em grande estima e admiração dos escribas e fariseus, por sua justiça e santidade aparente.  

“...que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrares no Reino dos céus(Mt 5.20)O Senhor Jesus menciona os escribas, porque eles eram a parte mais instruída do povo, na escrita e na exposição da lei. De acordo com a Bíblia o termo escriba refere-se aos chamados doutores e mestres (Mateus 22.35; Lucas 5.17), ou seja, homens especializados no estudo e na explicação da lei ou Torá. Embora o termo apareça pela primeira vez no livro de Esdras, eles eram bem sucedidos ao que faziam e sabe-se que tinham grande influência e eram muito considerados pelo povo.

Fariseu é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam uma Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Com a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e a queda do poder dos saduceus, cresceu sua influência dentro da comunidade judaica e se tornaram os precursores do judaísmo rabínico.

A palavra Fariseu tem o significado de "separados", " a verdadeira comunidade de Israel", "santos". Sua oposição ferrenha ao Cristianismo rendeu-lhes através dos tempos uma figura de fanáticos e hipócritas que apenas manipulam as leis para seu interesse. Esse comportamento deu origem à ofensa "fariseu", comumente dado às pessoas dentro e fora do Cristianismo, que são julgados como religiosos aparentes.

O Senhor Jesus, o Messias,  informa aos ouvintes, que deve ter uma melhor justiça do que esses homens tinham.  A justiça dos "escribas e fariseus" é egoísta, faz para se mostrar, era cheia de cerimonialismo e formalismo, dando muita ênfase a aparência. O Senhor nos orienta a exercer uma justiça superior à dos escribas e fariseus, essa é a justiça dos santos ou a santificação do Espírito.

 Qualquer justiça humana, não excede a dos escribas e fariseus, não excede em natureza, efeitos e utilidade, já que eram meticulosos observadores das formas externas da lei. Mas a operação do Espírito Santo,  sim, obras de justiça feitas pelos crentes guiados pelo Espírito Santo, que nos imputa a justiça de Cristo, que é recebida pela fé, é infinitamente mais excelente em seu autor, em perfeição, no uso de pureza, e sem a qual ninguém será admitido no Reino dos Céus.

O Senhor Jesus declara neste versículo 20 que a justiça que Deus requer do fiel vai além da aparência e das coisas externas, é a justiça que brota no interior, no coração, na alma, no espírito, e não somente os atos externos, devem conformar-se com a vontade de Deus, na fé e no amor. 

RESUMO DA LIÇÃO 04 


AMÓS – A JUSTIÇA SOCIAL COMO PARTE DA ADORAÇÃO 

I.- O LIVRO DE AMÓS

1.- Contexto histórico.

2.- Vida pessoal.

3.- Estrutura e mensagem. 

II.- POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL

1.- Mau governo.

2.- A justiça social.

3.- O pecador. 

III.- INJUSTIÇAS SOCIAIS

1.- Decadência social (2.6).

2.- Decadência moral.

3.- Decadência religiosa.

IV.- A VERDADEIRA ADORAÇÃO

1.- Adoração sem conversão.

2.- O significado dos sacrifícios.

3.- Os cânticos.  


INTERAÇÃO 


O nome Amós quer dizer “fardo” e Tecoa significa “soar o chifre do carneiro”. Estas significações denotam a mensagem de destruição ecoada no Reino do Norte. O profeta não exitara em denunciar a corrupção do sistema político, jurídico, social e religioso de Israel. Amós ainda teve de enfrentar uma franca oposição religiosa do sacerdote Amazias. Este era alinhado à política de Jeroboão II. Em Amós aprendemos o quanto pode ser nefasta a mistura da política com a religião. Ali, tínhamos um sacerdote, “representante de Deus” dizendo sim para tudo o que o rei fazia. Mas lá, o profeta “boieiro” dizia não! Era o Soberano dizendo “não” para aquela espúria relação de poder.  

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Dissertar a respeito da vida pessoal de Amós e a estrutura do livro.

·   Saber que a justiça social é um empreendimento bíblico.

·   Apontar a política e a justiça social como elementos de adoração a Deus.  

COMENTÁRIO


introdução

Palavra Chave

 ADORAÇÃO: 

Rendição a Deus em todas as esferas da vida. 
O livro de Amós permanece atual e abrange diversos aspectos da vida social, política e religiosa do povo de Deus. O profeta combateu a idolatria, denunciou as injustiças sociais, condenou a violência, profetizou o castigo para os pecadores contumazes e também falou sobre o futuro glorioso de Israel. Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e mostra aos religiosos a necessidade de se incluir na adoração dois elementos importantes e há muito esquecidos: justiça e retidão.  
I. O LIVRO DE AMÓS  

1. Contexto histórico. O ministério de Amós foi entre 760 e 755 a.C. Amós era originário de Tecoa, aldeia situada a 17 quilômetros ao sul de Jerusalém, mas Deus o enviou para profetizar em Samaria, no reino do Norte. Exerceu o seu ministério durante os reinados de Uzias, rei de Judá, e de Jeroboão II, filho de Joás, rei de Israel (1.1; 7.10), o reinado de ambos coincide com o período que vai de 767 – 753 a.C. De acordo com a tradição judaico-cristã, Amós foi contemporâneo de Oseias, Jonas, Isaías e Miqueias, no período assírio. Os profetas Isaías e Miqueias eram do Reino do Sul, capital Jerusalém. Oseias e Amós exerceram seu ministério no reino do Norte, em Samaria.  
2. Vida pessoal. Apesar de ser apenas um camponês de Judá, “boieiro e cultivador de sicômoros” (7.14) e de não fazer parte da escola dos profetas, foi enviado por Deus a profetizar em Betel, centro religioso do Reino do Norte (4.4). Ali, Amós enfrentou forte oposição do sacerdote Amazias, alinhado politicamente ao rei Jeroboão II (7.10-16). Todo o sistema político, religioso, social e jurídico do Reino de Israel estava contaminado. Foi esse o quadro que Amós encontrou nas dez tribos do Norte. O profeta tornou pública a indignação de Jeová contra os abusos dos ricos, que esmagavam os pobres. Ele levantou-se também contra as injustiças sociais e contra toda a sorte de desonestidade que pervertia o direito das viúvas, dos órfãos e dos necessitados (2.6-8; 5.10-12; 8.4-6). No cardápio da iniquidade, estavam incluídos ainda o luxo extravagante, a prostituição e a idolatria (2.7; 5.12; 6.1-3). 
3. Estrutura e mensagem. O livro se divide em duas partes principais. A primeira consiste nos oráculos que vieram pela palavra (1-6) e a segunda, nas visões (7-9). O discurso de Amós é um ataque direto às instituições de Israel, confrontando os males que assolavam os fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. O assunto do livro é a justiça de Deus. O discurso fundamenta-se em denúncias e ameaças de castigo, terminando com a restauração futura de Israel (9.11-15). Ele é citado em o Novo Testamento (Am 5.25,26 cp. At 7.42,43; 9.11,12 cp. At 15.16-18).  

SINOPSE DO TÓPICO (I) 

O livro do profeta Amós pode ser dividido em duas partes principais: oráculos provenientes pela palavra (1-6) e pelas visões (7-9). 

II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL

 

POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL EM AMÓS
 
POLÍTICA
Queremos dizer sobre política “o conjunto de práticas relativo a uma sociedade”. Pois as relações humanas numa sociedade são estabelecidas de acordo com decisões políticas tomadas por representantes dela (Am 7.10-14).
 
JUSTIÇA SOCIAL
Justiça social é o conjunto de ações sociais, destinado a suprimir as injustiças de todos os níveis, reduzindo a desigualdade e a pobreza, erradicando o analfabetismo e o desemprego, etc (Am 8.4-8).

 1. Mau governo. Infelizmente, alguns líderes, como Saul e Jeroboão I, filho de Nebate, causaram a ruína do povo escolhido (1 Cr 10.13,14; 1 Rs 13.33,34). Amós encontrou um desses maus políticos no Reino do Norte (7.10-14). Oseias, seu colega de ministério, também denunciou esses males com tenacidade e veemência (Os 5.1; 7.5-7). 
2. A justiça social. É nossa responsabilidade pessoal lutar por uma sociedade mais justa. Tal senso de justiça expressa o pensamento da lei e dos profetas e é parte do grande mandamento da fé cristã (Mt 22.35-40). Amós foi o único profeta do Reino do Norte a bradar energicamente contra as injustiças sociais, ao passo que, em Judá, mensagem de igual teor aparece por intermédio de Isaías, Miqueias e Sofonias. 
3. O pecado. A expressão: “Por três transgressões de Israel e por quatro, não retirarei o castigo” (2.6) refere-se não à numeração matemática, mas é máxima comum na literatura semítica (veja fraseologia similar em Jó 5.19; 33.29; Ec 11.2; Mq 5.5,6). Nesse texto, significa que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina. 

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

O senso de justiça cristã expressa o pensamento da lei e dos profetas que, por sua vez, é parte do grande mandamento de Jesus Cristo. 

III. INJUSTIÇAS SOCIAIS

1. Decadência social (2.6). Amós condena o preconceito e a indiferença dos mais abastados no trato aos carentes do povo, que vêem seus direitos serem violados (2.7; 4.1; 5.11; 8.4,6). Vender os próprios irmãos pobres por um par de sandálias é algo chocante. Tal ato, que atenta contra a dignidade humana, demonstra a situação de desprezo dos poderosos em relação aos menos favorecidos. Uma vez que as autoridades e os poderosos aceitavam subornos para torcer a justiça contra os pobres, o profeta denuncia esse pecado mais de uma vez (8.4-6). 
2. Decadência moral. A prostituição cultual era outra prática chocante de Israel e mostra a decadência moral e espiritual da nação: “Um homem e seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim, profanam o meu santo nome” (2.7 — ARA). O pior é que tal prostituição era financiada com o dinheiro sujo da opressão que os maiorais infligiam ao povo (2.7,8).
3. Decadência religiosa. O profeta denuncia a violação da lei do penhor que ninguém mais respeitava (Êx 22.26,27; Dt 24.6,17). A acusação não se restringe à crueldade e à apropriação indébita, mas também a prática do culto pagão, visto que a expressão “qualquer altar” (2.8) não pode ser no templo de Jeová, e sim no de um ídolo. Amós encerra a denúncia a essa série de pecados, condenando a idolatria, a cobrança indevida de taxas e a malversação dos impostos no culto pagão e nos banquetes em honra aos deuses. 

SINOPSE DO TÓPICO (III)

As injustiças sociais no livro de Amós são representadas pela decadência social, moral e religiosa. 

IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO 

1. Adoração sem conversão. A despeito de sua baixa condição moral e espiritual, o povo continuava a oferecer o seu culto a Jeová sem refletir e com as mãos sujas de injustiças. Comportando-se assim, tanto Israel como Judá, reproduziam o pensamento pagão, segundo o qual sacrifícios e libações são suficientes para aplacar a irados deuses. Entretanto, Deus declara não ter prazer algum nas festas religiosas que os israelitas promoviam (5.21; Jr 6.20).
2. O significado dos sacrifícios. Expressar a consagração do ofertante a Deus era uma das marcas dos sacrifícios. E Amós menciona dois: “ofertas de manjares” e “ofertas pacíficas” (5.22). As ofertas de manjares não eram sacrifícios de animais. Tratava-se de algo diferente, que incluía flor de farinha, pães asmos e espigas tostadas, representando a consagração dos frutos dos labores humanos a Deus (Lv 2.14-16). Já as ofertas pacíficas eram completamente voluntárias e tinham uma marca distintiva, pois o próprio ofertante podia comer parte do animal sacrificado (Lv 7.11-21). 
3. Os cânticos. Os cânticos faziam parte das assembleias solenes (5.23). No entanto, eles perdem o valor espiritual quando não há arrependimento sincero. A verdadeira adoração, porém, não consiste em rituais externos ou em cerimônias formais. O genuíno sacrifício para Deus é o espírito quebrantado e o coração contrito (Sl 51.17). Há um número muito grande e variado de palavras hebraicas e gregas para descrever a adoração e o ato de adorar. Contudo, a ideia principal de todas é de devoção reverente, serviço sagrado e honra a Deus, tanto de maneira pública como individual. Em suma, Deus exige de seu povo verdadeira adoração.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

A verdadeira adoração não consiste em rituais externos ou em cerimônias litúrgicas, mas no espírito quebrantado e num coração contrito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A adoração ao verdadeiro Deus, nas suas várias formas, requer santidade e coração puro. Trata-se de uma comunhão vertical com Deus, e horizontal, com o próximo (Mc 12.28-33). Essa mensagem alerta-nos sobre o dever cristão de não nos esquecermos dos pobres e necessitados e também sobre a responsabilidade de combatermos as injustiças, como fizeram Amós e os demais profetas.  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
SOARES, E. O Ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009.

SUBSÍDIOS DA LIÇÃO 4 - 4º TRIMESTRE 2012.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO 


Amós: A justiça social como parte da adoração  

Amós viveu dias de grande prosperidade no Reino do Norte, na época, governado por Jeroboão II. Esse rei obteve muitas vitórias contra seus vizinhos hostis, e com isso, obteve o controle das rotas comerciais que levavam a Samaria, a capital de Israel. “A terra era fértil, as chuvas caíam regularmente e os silos estavam abarrotados de grãos. Nesses anos dourados, foram erguidos majestosos prédios públicos, os ricos construíam espaçosas residências próximas aos centros litúrgicos populares... Todavia, por trás da superfície brilhante da sociedade, escondiam-se tragédias terríveis” (Guia do leitor da Bíblia, CPAD, pg.536). Os fazendeiros eram desalojados de suas terras, que passaram a integrar o patrimônio dos ricos. Os mercadores oprimiam os pobres usando pesos e medidas diferentes na compra de cereais, e muitas pessoas tinham de vender seus próprios filhos para que se tornassem escravos. Era um cenário que atrairia a ira divina.
Amós inicia seu ministério profético nesse cenário, trazendo palavras duras contra a injustiça social em seus dias. Para aqueles que pensam que os profetas eram apenas preditivos, é preciso atentar para o fato de que eles também denunciaram o pecado do povo quando os mais ricos tornaram-se injustos para com os pobres. Deus não está distante das práticas sociais de seus filhos, e não se agrada quando seu próprio povo deixa de aplicar a misericórdia para agirem como mercenários. Deus se importa com a justiça social sim, pois de nada adianta uma pessoa dizer que serve a Deus e praticar coisas indevidas para um servo de Deus, como mal tratamento de seus irmãos ou o descaso para com as necessidades deles. Não há dualidade na vida cristã, ou seja, um crente não pode ser uma pessoa na igreja e outra fora da igreja. Ele deve ser a mesma pessoa em todas as ocasiões. Ao lermos Amós, precisamos decidir se manteremos uma postura de arrogância e distanciamento daqueles que precisam de nossa ajuda. Nas mansões luxuosas, “as mulheres reclinavam-se em divãs incrustados de marfim, degustando carnes e bebendo taças de vinhos exóticos... A elas competia andar na moda. O preço que pagavam por um par de sandálias era um verdadeiro desrespeito à dignidade humana, pois podia salvar um carente forçado a se vender à escravidão para liquidar débitos de agiotagem de algum credor abastado”. Foi em dias como esses que Deus usou Amós para advertir os mais abastados de suas práticas inconvenientes.
(ZUCK, R. B.Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD. 2009, p.446).



 

 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Lição 4- O Dia da Prestação de Contas. ( Juvenis)

Texto Bíblico: 1 Coríntios 3.6-15.

O Tribunal de Cristo acontecerá logo após o encontro entre Jesus e a sua igreja, nas nuvens (1 Ts 4.17), no “Dia de Cristo” (Fp 1.6). O povo arrebatado, já com seus corpos glorificados, comparecerá perante o Tribunal de Cristo ( 2 Co 5.10; 1 Co 1.8), para que as suas obras realizadas no corpo como crentes sejam provadas, a fim de que recebam ou não o galardão. Aqui não se trata do Julgamento do Trono Branco, pois este acontecerá logo após o Milênio (Ap 20.11-15).
Os nossos pecados não serão julgados, pois daquilo que Jesus perdoou não se recorda jamais ( Hb 8.12; 10.17). Se acontecer pecado no momento do arrebatamento, será um impedimento para subir, pois ali não entrará “Coisa alguma que contamine” (Ap 21.27). A Noiva de Jesus é pura, sem mancha nem ruga (Ef 5.27), trajada de vestes brancas (Ap 19.7,8).
Não haverá ali um julgamento que exija castigo, pois a Bíblia diz que aquele que crer não entrará em condenação ( Jo 5.24; Rm 8.1). Como filhos de Deus, receberam vida e, por isso, entrarão na glória. Como servos de Deus, receberão galardão.
Nesse julgamento serão provadas as obras que os salvos realizaram como tais, a fim de que sejam aprovadas. As obras receberão galardão (Texto extraído do Livro; Introdução à Teologia Sistemática, CPAD).
Professor, deixe bem claro aos alunos que o Tribunal de Cristo será após o arrebatamento da Igreja e será para os salvos.
( Subsídio da Lição 4 - Amós - Política e justiça social como parte da adoração

TEXTO ÁUREO “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20).

INTRODUÇÃO

I. O LIVRO DE AMÓS
II. POLÍTICA E JUSTIÇA SOCIAL
III. INJUSTIÇAS SOCIAIS
IV. A VERDADEIRA ADORAÇÃO

CONCLUSÃO

EU E O PRÓXIMO

Geremias do Couto
“Não podemos estar bem com Deus enquanto estivermos cometendo injustiça contra o nosso semelhante”

Martyn Lloyd-Jones
[...] A dignidade do próximo

Observa-se, para começar, que o Mestre manteve a mesma linha de pensamento [sobre o relacionamento digno com o próximo], mesmo quando passou a tratar de questões específicas no Sermão do Monte.

Assim, por seis vezes, no capítulo cinco de Mateus, usou a expressão (ou parte) “ouviste que foi dito aos antigos” para reportar-se à forma legalista como os fariseus lidavam com os ditames da lei mosaica. Segundo a crítica exegética, a frase, no original, não questionava a lei em si mesma, mas o modo como os mestres religiosos de então a interpretavam.

[...] O fariseus emprestavam à lei conotação estritamente jurídica, sem atentar necessariamente para a sua essência, chegando ao ponto de lhe incorporarem outros preceitos que desfiguravam os seus propósitos e a tornavam um jugo extremamente pesado. Este era o caso em relação ao direito à vida. Enquanto os fariseus viam a questão somente do ponto de vista legal em que o condenado pela morte de alguém sofreria a pena prevista, tornando-se réu de juízo, Jesus tratou do problema na origem, trazendo à tona as intenções do coração para reprovar qualquer comportamento agressivo contra o próximo.

Percebe-se que na visão farisaica não havia lugar para que o delito fosse tratado à luz de suas verdadeiras causas. Bastava simplesmente a presunção da culpa para determinar a sentença punitiva, sem ao menos discutir os motivos que levaram o réu a tal ato. Sequer considerava-se o propósito maior da lei, que era prevenir qualquer tipo de transgressão contra Deus mediante a certeza de o infrator sofrer também o julgamento divino em razão da desobediência. Martin Lloyd-Jones viu a questão desta maneira:

(...) o que eles [os fariseus] faziam de errado é que reduziam e confinavam as sanções às quais essa proibição estava associada a uma mera punição às mãos dos magistrados civis. “Quem matar estará sujeito a julgamento”. Nesse caso, “julgamento” indicava apenas o juízo baixado por algum tribunal local.

E o resultado de tudo isso é que eles meramente ensinavam: “você não deve cometer homicídio, porque se o fizer, correrá o risco de ser castigado por um magistrado civil” (Martin Lloyd-Jones, Estudos no Sermão do Monte (Editora Fiel), p.207).
Essa concepção distorcida, como se vê, retirava da lei o seu verdadeiro sentido e reduzia a importância do relacionamento com o próximo a um simples ato jurídico que se preocupava apenas em punir nos casos em que houvesse morte. Mas, segundo a ótica do Mestre, tirar a vida de outrem é a consequencia desastrosa final de um processo que pode ter-se iniciado bem lá atrás, com uma agressão verbal aparentemente de pouca monta. Em outras palavras tem tudo a ver com a maneira como nos relacionamentos com os nossos semelhantes e com a santidade do coração.

Por isso, o Senhor fez questão de deixar claro que o espírito da legislação mosaica ia além da morte física, pois há também o assassínio psicológico. É aquele em que, mesmo não havendo o trágico desenlace do homicídio, a vida moral do próximo é destruída sem dó nem piedade mediante toda a sorte de injúria, calúnia e difamação. É quando, na hora de optar entre o interesse pessoal e o comunitário, nem se cogita da segunda hipótese. Ao contrário, tudo é válido com o fim de assegurar os privilégios pessoais, inclusive sonegar o direito do próximo, nem permitir-lhe o justo acesso aos meios de sobrevivência.

Desde que não seja eu, os outros podem até morrer, mesmo vivendo.

Texto extraído da obra “A Transparência da Vida Cristã”, editada pela CPAD.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Lição 3 - 4º Trim. 2012 - JOEL - O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO.


Lição 03

JOEL – O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO 

21 de outubro de 2012
TEXTO ÁUREO 

E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos (At 2.17). 

VERDADE PRÁTICA 


O Espírito Santo não veio ao mundo cumprir uma missão temporária,
 mas guiar a Igreja até a vinda do Senhor.  

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 


E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos (At 2.17). 

            Nosso texto áureo está inserido no discurso de Pedro (Atos 2.14-36),  após os 120 crentes terem recebido o batismo com o Espírito Santo no dia do Pentecostes.

            Em sua mensagem o apóstolo Pedro cita o profeta Joel que profetizou um grande derramamento do Espírito Santo sobre todo o povo de Deus: E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito” (Joel 2.28-29).

            Segundo o apóstolo Pedro essa profecia tinha o seu cumprimento naquele dia, na vida daqueles irmãos judeus em Jerusalém: “Pedro, porém, pondo-se em pé com os onze, levantou a voz e disse-lhes: Varões judeus e todos os que habitais em Jerusalém, seja-vos isto notório, e escutai as minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia. Isto é o que foi dito pelo profeta Joel” (Atos 2. 14-16).

            O apóstolo Pedro aponta essa promessa para todos os cristãos, é isso que o apóstolo ministra após as primeiras conversões (Atos 2.37-47). Em Atos 2.39 o apóstolo Pedro declara: "Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.39).

O apóstolo Pedro em sua pregação apresenta o Batismo no Espírito Santo como sendo universal, ou seja, para todos, e começa dizendo que essa promessa dizia respeito aquele público que o ouvia “Porque a promessa vos diz respeito a vós...”  o povo de Israel, que estava ali, que vinham de várias partes do mundo, mas que eram os privilegiados em estarem em Jerusalém naquele momento.

Essa promessa não restringiria apenas aqueles judeus privilegiados de Jerusalém do dia do Pentecostes, mas era também extensiva a sua descendência, para seus filhos e filhas (Jl 2.28), o que também enfatiza a idéia da universalidade e atemporalidade da mensagem cristã e das bênçãos decorrentes dela, sem qualquer limite a diferença de sexo, tão acentuada naqueles dias. No judaísmo daquela época a mulher estava excluída de grande parte dos serviços sagrados, mas graças a Deus com a morte expiatória do Senhor Jesus o véu do templo se rasgou de alto abaixo e todos passaram a ter acesso a presença gloriosa de Deus independentemente de raça, sexo, condição social etc. As mulheres “filhas” que outrora eram excluídas, agora são objetos da promessa do batismo no Espírito Santo: “vosso filhos e vossas filhas profetizarão” (Jl 2.28). Glória a Deus.

A promessa do Batismo no Espírito Santo não está restrita apenas ao povo de Israel, nem ao tempo ou seja, é para outra geração também, nem excluí a mulher, pois se dirige a elas, mas vai além, podemos considerar aqui “...e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar", ou seja, gentios, os povos de longe, escravos e escravas, considerando a sociedade daquela época, todos são objetos da graça, do amor e da promessa do Batismo no Espírito Santo.

O trecho de Isaías 57.19, que é citado em Efésios 2.17 e Atos 22.21, fala das promessas de Deus que atingiram lugares distantes, longínquos, as terras gentílicas afundadas no paganismo. Ambas as idéias são verdadeiras no tocante à propagação do Evangelho, porquanto a mensagem de Cristo tanto tem chegado a todos os lugares mais distantes da face da terra como tem atingido os descendentes distantes da antiga nação de Israel, fora de suas fronteiras.

A expressão “...a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" , nos remete ao grande amor de Deus que chama homens e mulheres do mundo inteiro. Essa chamada de Deus garante que o Batismo no Espírito Santo seja extensivo a todos os habitantes da terra. Porquanto Deus, nesse sentido, chama a todos, pois, no dizer de João 3.16: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” .

O Evangelho é universal, para todos os homens, todos que aceitarem a Cristo como seu Salvador pessoal, são receptáculos da promessa do Batismo com o Espírito Santo. 

Joel: O derramamento do Espírito Santo

Joel, o segundo dos chamados profetas menores, exerceu seu ministério em Judá, no Reino do Sul. Seu nome significa “Jeová é Deus”. Em que pese o fato de ele ter profetizado sobre o derramamento do Espírito de Deus no futuro, com manifestações específicas, a tônica de sua profecia vai mais além. No capítulo 1, “Joel profetiza ao povo logo após enormes enxames de gafanhotos terem destruído a terra. Esses insetos comeram todas as plantas e ervas próprias para a alimentação. Ao mesmo tempo, havia falta de chuva, ocasionando também falta de água. Contudo, ainda que essa destruição tenha sido muito terrível, Joel escreve dizendo que isso não é nada em comparação com o que Deus está prestes a fazer por causa da desobediência do povo. Joel pede que as pessoas se voltem para Deus e lhe obedeçam antes que seja tarde demais.” (Quero Entender a Bíblia, CPAD, pg.187).

Acerca de desastres naturais, Lawrence O. Richards comenta: “Os desastres naturais geralmente são identificados como sendo ‘atos de Deus’. Na atualidade, sabemos que isso significa tão somente que não há ser humano capaz de manter controle sobre um evento em particular. Na época do Antigo Testamento, entretanto, muitos ‘desastres naturais’ eram literalmente considerados atos de Deus, uma demonstração de sua soberania sobre os atos naturais para deles se extrair uma lição espiritual” (Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, pg.531). Séculos mais tarde, Deus enviou seu Espírito Santo aos santos que estavam em oração em um cenáculo, aguardando o cumprimento do que Jesus havia prometido: um revestimento de poder com o objetivo de anunciarem o evangelho de Jesus Cristo.

Naquele dia, aqueles que estavam no cenáculo foram cheios com o Espírito Santo, de forma que falaram em outras línguas, e anunciaram a Jesus de forma ousada e sem temor dos homens. Pedro utilizou a passagem de Joel para explicar o derramamento do Espírito Santo, mostrando que esse evento traria sinais como a capacidade de profetizar e ter visões. Joel também apresenta pontos em sua profecia, como o chamado “Vale da Decisão”, local em que Deus há de apresentar suas decisões contra a humanidade rebelde (e não um lugar onde as pessoas decidirão o que vão fazer); fala também que aquele que invocar o nome do Senhor há de ser salvo, uma observação inicial para os judeus, mas que entendemos ter sido estendida aos gentios que clamarem a Deus e que serão salvos.  

INTERAÇÃO 


Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a Igreja, em Jerusalém, muitas pessoas ficaram atônitas com o fenômeno, pois viram gente simples falando línguas totalmente desconhecidas deles. Outros, no entanto, zombavam, afirmando que essas pessoas estavam “cheias de mosto” ou “embriagadas”. Nessa ocasião, o apóstolo Pedro se levantou, junto dos demais apóstolos (At 2.14) e expôs sistematicamente os pontos centrais da revelação de Deus através de Jesus Cristo.
Ele evocou a profecia de Joel a respeito do derramamento do Espírito Santo (At 2.15-21), e conclamou-os: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38,39). 

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

·   Explicar o contexto histórico, a estrutura e a mensagem do livro de Joel.

·   Compreender que o Espírito Santo é uma pessoa divina.

·   Saber que o livro de Joel é escatológico.  

RESUMO DA LIÇÃO 03 


I.      O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO

1.     Contexto histórico.
2.    Posição de Joel no Cânon Sagrado.
3.    Estrutura e mensagem.
II.  A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO
1.     Sua personalidade.
2.    Sua divindade.
3.    Como uma pessoa pode ser derramada?
4.    Linguagem metafórica.

III.           HORIZONTES DA PROMESSA
1.     Ponto de partida.
2.    Comunicação divina. 

IV.            O FIM DOS TEMPOS
1.     Sinais.
2.    Etapas.
3.    Resultado.

COMENTÁRIO 


INTRODUÇÃO

Palavra Chave

DERRAMAMENTO: 
ato ou efeito de derramar; derramação. 

O Movimento Pentecostal, no início do século 20, colocou o livro de Joel em evidência, fazendo com que ele fosse conhecido como o “profeta pentecostal”. Apesar disso, o anúncio da descida do Espírito Santo não é o tema predominante de seus oráculos. A maior parte de suas profecias fala da praga da locusta e do julgamento das nações no fim dos tempos.

I. O LIVRO DE JOEL NO CÂNON SAGRADO

 

1. Contexto histórico. Pouco ou quase nada se conhece sobre Joel e a sua época. As escassas informações baseiam-se em alguns lampejos extraídos de seu livro. Era profeta de Judá e seu pai se chamava Petuel (1.1). O nome Joel significa: “O Senhor é Deus”. Isso é tudo o que sabemos de sua vida pessoal. Nenhum rei é mencionado em seu livro, dificultando a contextualização histórica. Ele é anterior a todos os profetas literários, pois tem-se como certo que escreveu suas profecias em 835 a.C. Trata-se da época em que Judá estava sob a regência de Joiada durante a infância de Joás (2 Cr 23.16-21). Isso explica a influência e a presença significativa dos sacerdotes no governo de Judá (Jl 1.9,13; 2.17). O templo estava em pleno funcionamento (Jl 1.9,13,14).  

1.1. - Contexto Histórico - “Joás, rei de Judá. O verdadeiro descendente de Davi assentou-se no trono, e reinou durante quarenta anos (835-796). Visto que ele tinha apenas sete anos quando se tornou rei, ficou sob a tutela de Jeoiada, o sumo sacerdote, cuja autoridade sobre o jovem monarca estendia-se ao ponto de escolher suas esposas (2 Cr 24.3). Os anos de apostasia sob Atália atingiram a vida religiosa da nação. Particularmente grave era o fato de o templo e os serviços sagrados haverem sido abandonados. Joás, já no princípio de seu reinado, decidiu reformar e restaurar a casa de Yahweh (2 Rs 12.2,5). Portanto, incumbiu os sacerdotes e levitas de saírem a todas as cidades e vilarejos de seu reino a fim de obter as ofertas para a manutenção do templo. Embora o apelo resultasse no acúmulo de fundos, a obra tardou por alguma razão, e até o vigésimo terceiro ano de Joás (cerca de 814) não havia qualquer indício da obra. O rei Joás então ordenou ao sumo sacerdote Jeoiada que providenciasse a construção de um gazofilácio ao lado do grande altar, onde os sacerdotes depositariam as ofertas do povo. Um apelo foi feito por todo o reino para que trouxessem suas ofertas ao templo; e com alegria o povo ofertou (MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007, pp.384,86).  

2. Posição de Joel no Cânon Sagrado. A ordem dos Profetas Menores em nossas versões da Bíblia é a mesma do Cânon Judaico e da Vulgata Latina, mas não é cronológica. Joel é o segundo livro, situado entre Oseias e Amós, mas na Septuaginta há uma diferença na ordem dos primeiros seis livros: Oseias, Amós, Miqueias, Joel, Obadias, Jonas. 
3. Estrutura e mensagem. O oráculo foi entregue ao profeta por meio da palavra (1.1). São três capítulos, mas a sua divisão na Bíblia Hebraica é diferente: lá temos quatro capítulos, pois o trecho 2.28-32 equivale ao capítulo três, com cinco versículos, e o conteúdo do capítulo quatro é exatamente o mesmo do nosso capítulo três. São dois os temas principais: a praga da locusta (1.1-2.27) e os eventos do fim dos tempos (2.28-3.21). O assunto do livro é escatológico, com ameaças e promessas.  

SINOPSE DO TÓPICO (I) 

O livro de Joel é uma obra escatológica que contém advertências e promessas divinas. 

II. A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO 

1. Sua personalidade. O Espírito está presente em toda a Bíblia, que o mostra claramente como uma pessoa e não como uma mera influência. Ele é inteligente (Rm 8.27), tem emoções (Ef 4.30) e vontade (At 16.6-11; 1 Co 12.11). Há abundantes provas bíblicas de sua personalidade. 
2. Sua divindade. O Espírito Santo é chamado textualmente de “Deus de Israel” (2 Sm 23.2,3). Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder, glória e majestade. Na declaração batismal, somos batizados também em seu nome (Mt 28.19; Ef 4.4-6). Isso significa que o Espírito Santo é objeto da nossa fé e da nossa adoração.  Ele é tudo o que Deus é (1 Co 2.10,11).
3. Como uma pessoa pode ser derramada? Esta é uma das perguntas que alguns grupos religiosos fazem frequentemente com a finalidade de “provar” que o Espírito Santo não é Deus nem uma pessoa. Aqui, por duas vezes a palavra profética afirma “derramarei o meu Espírito” (2.28,29), o que é ratificado em o Novo Testamento (At 2.17,18). Ao longo da história, a divindade do Espírito Santo sempre encontrou oposição. Após o Concílio de Niceia, surgiram os pneumatomachoi (“opositores do Espírito”) que, liderados por Eustáquio de Sebaste (300-380), não aceitavam a divindade do Espírito Santo. 
4. Linguagem metafórica. O “derramamento” do Espírito Santo é a expressão que a Bíblia usa para descrever o revestimento de alguém com o poder do mesmo Espírito. Trata-se de uma metáfora, figura que “consiste na transferência de um termo para uma esfera de significação que não é a sua, em virtude de uma comparação implícita” (Gramática Rocha Lima). Simbolizado pela água, o Espírito Santo lava, purifica e refrigera como reflexo de suas múltiplas operações (Is 44.3; Jo 7.37-39; Tt 3.5). 

SINOPSE DO TÓPICO (II) 

O Espírito Santo é uma pessoa e não uma mera influência. 

III. HORIZONTES DA PROMESSA 

1. Ponto de partida. A profecia do derramamento do Espírito Santo começou a ser cumprida no dia de Pentecostes, que marcou a inauguração da Igreja (At 2.16). O apóstolo Pedro empregou apropriadamente a expressão “nos últimos dias” (At 2.17) no lugar de “depois” (Jl 2.28a). Não faz sentido algum, por conseguinte, afirmar que a efusão do Espírito Santo foi apenas para a Era Apostólica; antes, pelo contrário, começou com os apóstolos e continua em nossos dias. Era o ponto de partida, e não de chegada. 
2. Comunicação divina. Deus disponibilizou recursos espirituais para manter a comunicação com o seu povo por meio de sonhos, visões e profecias, independentemente de idade, sexo e posição social (2.28b,29). Todavia, cabe-nos ressaltar que somente a Bíblia é a autoridade divina e definitiva na terra. Quanto aos sonhos, visões e profecias, são-nos concedidos para a edificação individual, e não podem ser usados para fundamentar doutrinas. A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.  

SINOPSE DO TÓPICO (III) 

A efusão do Espírito Santo começou com os apóstolos e continua em nossos dias até a volta de Jesus. 

IV. O FIM DOS TEMPOS  

1. Sinais. A profecia de Joel fala ainda sobre aparição de sinais em cima no céu e embaixo na terra, de sangue, fogo e colunas de fumaça, do sol convertendo-se em trevas e da lua tornando-se sangue (2.30,31). São manifestações teofânicas de Jeová para revelar a si mesmo e também para executar juízo sobre o pecado (Êx 19.18; Ap 8.7). Tudo isso o apóstolo Pedro citou integralmente em sua pregação (At 2.19,20). É de se notar que tais manifestações não foram vistas por ocasião do Pentecostes. A explicação é que se trata do começo dos “últimos dias”. 
 
2. Etapas. O primeiro advento de Cristo e o derramamento do Espírito Santo são eventos introdutórios dos “últimos dias” (At 2.17). Os sinais cósmicos acompanhados de fogo, coluna de fumaça etc., ausentes no dia de Pentecostes, dizem respeito à Grande Tribulação, no epílogo da história, “antes que venha o grande e terrível dia do Senhor” (Jl 2.31; At 2.20).  

3. Resultado. A vinda do Espírito Santo, além de revestir os crentes em Jesus, resulta também em salvação a todos os que desejam encontrar a vida eterna. O apóstolo Pedro termina a citação de Joel com estas palavras: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (At 2.21). O nome “SENHOR”, com letras maiúsculas, indica na Bíblia Hebraica a presença do tetragrama YHWH (as quatro consoantes do nome divino “Yahweh, Javé, Yehovah, Jeová”). O apóstolo Paulo citou essa passagem referindo-se a Jesus, e afirmando que o Meigo Nazareno é o mesmo grande Deus Jeová de Israel (Rm 10.13).  

SINOPSE DO TÓPICO (IV)  

O livro de Joel é escatológico. Ele fala do fim dos tempos a partir do derramamento do Espírito Santo nos últimos dias.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

O derramamento do Espírito Santo inaugura a dispensação da Igreja, que, acompanhado de grandes sinais, faz do cristianismo uma religião sui generis. A Igreja continua recebendo o poder do alto e prossegue anunciando a salvação a todos os povos. Nisso, vemos a múltipla operação do Espírito Santo, revestindo de poder os crentes em Jesus e convencendo o pecador de seus pecados (At 1.8; Jo 16.7-11).  

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 


HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento: O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Subsídio da Lição 3 - 4º Trim. 2012.

Lição 3 Joel — O Derramamento do Espirito Santo
 

TEXTO ÁUREO “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos” (At 2.17). 

JOEL

Esequias Soares

O texto não menciona o período em recebeu ele os oráculos divinos, algo diferente daquilo que fizeram muitos outros profetas, como Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseias, Amós, etc. Ele simplesmente se apresenta como “filho de Petuel” (1.1). A data tradicional de sua composição é 835 a.C., mas os críticos liberais a questionam alegando que o livro não faz menção alguma de reis de Israel ou de Judá, nem o problema da idolatria.

Eles acrescentam ainda que a frase: “em que removerei o cativeiro de Judá e de Jerusalém” (3.1) está associada aleatoriamente com o cativeiro babilônico, e com os do período de Filipe II, rei da Macedônia, pai de Alexandre, o grande. Assim, datam o texto como obra do ano de 350 a.C.

Essas alegações são meras interpretações dos fatos, pois Joel era profeta de Judá e não é surpresa alguma a ausência do Reino do Norte em seus oráculos. Israel é mencionado três vezes, mas não como as dez tribos do norte, e sim, como a nação no fim dos tempos (2.27;3.2,16), pois os capítulos 2 e 3 são escatológicos. Há no seu livro um apelo nacional para jejum e santificação: “Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu tálamo. Chorem os sacerdotes, ministros do SENHOR, entre o alpendre e o altar” (2.16,17). A mensagem menciona o povo, os anciãos, os sacerdotes, os ministros do Senhor, mas não aparece a figura do rei porque se trata do período da regência de Joaiada, durante a infância de Joás (2 Rs 11.4; 2 Cr 23.1-11), e a idolatria não era o problema de Judá naquela época. Nada afirma nesses oráculos que o “cativeiro” (3.1) seja o babilônico, e não é, pois o contexto é muito claro em mostrar que se trata do retorno da segunda diáspora, que começou em 70 d.C. A presença dos gregos no v.6 não é impossível, visto que descobertas arqueológicas registram a presença helênica ali desde o século oitavo a.C.

Os inimigos mencionados são os fenícios, “Tiro e Sidom” e a “Filístia”, (pelesheth) em hebraico (3.4[4.4]), egípcios e os edomitas (3.19), justamente os povos que na época era fortes e agressivos. Isso significa que a composição do livro aconteceu ainda num período em que a Assíria e a Babilônia não eram ameaças para Judá.

Texto extraído da obra “O ministério Profético na Bíblia: A voz de Deus na Terra”, editada pela CPAD.