quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Lição 02

      ELIAS, O TESBITA

13 de janeiro de 2013

TEXTO ÁUREO 
“E ele lhes: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tesbita” (2 Rs 1.7-8). 
 

VERDADE PRÁTICA


A vida de Elias é uma história de fé e coragem. Ela revela como Deus soberanamente escolhe pessoas simples para torná-las gigantes espirituais.   

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO  


“E ele lhes: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos cingido0s de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tesbita” (2 Rs 1.7-8).  

Elias, o tesbita

            Um dos homens mais enigmáticos da Bíblia é, sem dúvida, o profeta Elias. Sobre sua origem pouco se sabe, além do fato de que era oriundo de uma localidade citada apenas nos relatos relacionados à sua vida, Tesbe, nos arredores de Gileade. Além disso, a Bíblia destaca também a forma como Elias se vestia e como falava.
            Pelo menos 3 pontos iniciais devem ser destacados no início da história de Elias:

A) Apesar de sua origem humilde, era um homem que estava diante do Senhor (1 Rs 17.1). A Bíblia não diz nada sobre a família de Elias, nem sobre a chamada dele para o ministério profético, mas fala que ele estava diante da face do Senhor. Estar diante de Deus é a melhor posição para quem deseja ter um ministério frutífero. Quando Acabe se deparou com aquele homem surgido do nada, encontrou uma pessoa simples, vestido de forma simples, com uma mensagem simples, mas que estava, acima de tudo, diante de Deus.

B) Elias tinha uma mensagem (1 Rs 17.1). Elias não era um homem de meias palavras, ou de mensagens indefinidas. Ele foi direto com o rei Acabe, mostrando que Deus estava irritado com as atitudes do monarca. Acabe acreditava que Baal era o responsável por enviar a chuva e trazer plantações que alimentassem toda a nação. Se isso era verdade, então Israel realmente não precisava do Senhor. Mas Deus estava naquele momento usando Elias para dizer ao rei que o Deus de Israel faria com que a nação passasse por privações por causa de sua idolatria. E a estiagem duraria pelo menos três anos, tempo suficiente para amolecer o coração do povo e mostrar-lhe que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó era o Deus que abençoava o povo com suas dádivas.

C) Elias tinha uma atitude obediente para com Deus. Após ter falado com Acabe, recebeu uma ordem de Deus para que se dirigisse ao ribeiro de Querite, onde seria sustentado pelos corvos (1 Rs 17.5). Essa atitude obediente é que Deus espera de seus servos em todos os momentos. Querite representaria para Elias um momento de anonimato — depois de desafiar o rei, Elias se tornou conhecido em todo o reino, e foi procurado por Jezabel em diversos lugares — A obediência de Elias o preservou em segurança das mãos de Jezabel nos anos de seca, e o preparou para os próximos desafios que iria enfrentar para que o povo retornasse aos caminhos do Senhor.(Subsídio do Ensinador Cristão).  

RESUMO DA LIÇÃO 02 


            ELIAS, O TESBITA  

I. A IDENTIDADE DE ELIAS

1. Sua terra e sua gente.

2. Sua fé e seu Deus.  

II. O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS

1.         Sua vocação e chamada.

2.        A natureza do seu ministério.  

III. ELIAS E A MONARQUIA

1. Buscando a justiça.

2. A restauração do culto.  

IV. ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA

1.         No Antigo Testamento

2.        No Novo Testamento  

INTERAÇÃO

Sobre o chamado de Elias — como ele se deu (onde e quando) — as Escrituras silenciam. Em contrapartida, a Bíblia mostra um Elias ousado, temente a Deus e pronto para realizar a vontade divina. Isso é fruto de uma verdadeira vocação divina. O verdadeiro chamado nasce no coração. Ele arde como chama interior. Porém, se desenvolve para muito além do recôndito da alma. O chamado de Deus na vida de uma pessoa também floresce publicamente. Vai além da família e da igreja local. Esse chamado que inunda a alma, a igreja reconhece, a liderança confirma e Deus usa. Afinal de contas, qual é o seu chamado?

OBJETIVOS  

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Descrever a vocação e a chamada de Elias.

Compreender como se deu a atuação do profeta Elias.

Destacar o papel de Elias junto a monarquia e nas Escrituras.  

COMENTÁRIO

 INTRODUÇÃO

Palavra Chave

Vocação:

Escolha, chamamento, disposição.  

Nesta lição, estudaremos mais detalhadamente os fatos relacionados à vida e à obra de um dos maiores personagens da história sagrada. Elias aparece nas páginas da Bíblia como se viesse do nada. De fato a Escritura silencia sobre a identidade de seus pais e também de sua parentela; diz apenas que ele era tesbita, dos moradores de Gileade!

Parece muito pouco para um homem que irá ocupar um grande espaço na história bíblica posterior. Todavia é esse homem enigmático que protagoniza os fatos mais impactantes na história do profetismo de Israel. Isso acontece quando denuncia os desmandos do governo dos seus dias e desafia os falsos profetas que infestavam o antigo Israel. Elias é um modelo de autenticidade e autoridade espiritual a quem devemos imitar. 

I. A IDENTIDADE DE ELIAS  

1. Sua terra e sua gente. O relato sobre a vida do profeta Elias inicia-se com uma declaração sobre a sua terra e seu povo: “Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade” (1 Rs 17.1). Estas palavras põem no cenário bíblico uma das maiores figuras do movimento profético. Elias era de Tesbe, um lugarejo situado na região de Gileade e a leste do rio Jordão.

Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas é citado somente no contexto do profeta Elias (1 Rs 21.17; 2 Rs 1.3,8; 9.36). Elias se tornou muito maior do que o meio no qual vivia. Na verdade, não foi Tesbe que deu nome a Elias, mas foi Elias que colocou Tesbe no mapa! Davi, Pedro, Paulo, também construíram uma história cheia de sentido e significância. Todos nós deveríamos imitá-los e viver de tal modo que a nossa história se tornasse um testemunho para a posteridade.

2. Sua fé e seu Deus. O nome do profeta Elias já revela algo de sua identidade, pois significa Javé é o meu Deus ou ainda Javé é Deus. Elias era um israelita e como tal professava sua fé no Deus verdadeiro que através da história havia se revelado ao seu povo. Com o desenrolar dos fatos, vemos o profeta afirmando essa verdade.

Por exemplo, quando desafiava os profetas de Baal, Elias orou: “Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo” (1 Rs 18.36). Deus era o Senhor dos patriarcas; da nação de Israel e Elias era um servo dEle! Deus era o Senhor de Abraão, um dos maiores personagens da história bíblica, mas Elias estava consciente de que Ele também era o seu Deus! Assim como Elias, o crente deve saber de forma precisa quem é seu Deus para que dessa forma possa ter uma fé viva e não vacilante. 

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Elias era oriundo de Tesbe, lugarejo a leste do Rio Jordão. Seu nome significa “Javé é o meu Deus”.

II. O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS  

1. Sua vocação e chamada. A vocação e chamada de Elias foram divinas da mesma forma como foram as vocações e chamadas dos demais profetas canônicos. Esse fato é logo percebido quando vemos o profeta Elias colocar Deus como a fonte por trás de suas enunciações proféticas: “Vive o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1).

Em outra passagem bíblica, Elias diz que suas ações obedeciam diretamente a uma determinação divina (1 Rs 18.36). Somente um profeta chamado diretamente pelo Senhor poderia falar dessa forma. De uma forma geral, todo cristão foi chamado para a salvação, porém, alguns foram chamados para tarefas especiais. É a nossa vocação e chamada quem nos habilita para a obra do Senhor.

2. A natureza do seu ministério. A natureza divina e, portanto, sobrenatural do ministério do profeta Elias é atestada pela inspiração e autoridade que o acompanhavam. A história do profeta Elias é uma história de milagres. É uma história de intervenções divinas no reino do Norte.

Encontramos por toda parte nos livros de Reis as marcas da inspiração profética no ministério de Elias. Isso é facilmente confirmado pelo escritor bíblico quando se refere à morte de Jezabel (2 Rs 9.35,36). Assim como Elias predisse, aconteceu! Elias possuía inspiração e autoridade espiritual. De nada adianta possuir um ministério marcado pela popularidade e fama se ele é carente de autoridade e poder divino. 

SINOPSE DO TÓPICO (II)

A inspiração e a autoridade encontradas em Elias denotam a natureza divina do seu ministério. 
III. ELIAS E A MONARQUIA  

1. Buscando a justiça. Na história do profetismo bíblico observamos a ação dos profetas exortando, denunciando e repreendendo aos reis (1 Rs 18.18). O livro de 1 Reis mostra que o profeta Elias foi o primeiro a atuar dessa forma. Na verdade, as ações dos profetas revelam uma luta incansável não somente em busca do bem-estar espiritual, mas também social do povo de Deus.
Quando um monarca como o rei Acabe se afastava de Deus, as consequências poderiam logo ser percebidas na opressão do povo. A morte de Nabote, por exemplo, revela esse fato de uma forma muito clara (1 Rs 21.1-16). Acabe foi confrontado e denunciado por Elias pela forma injusta como agiu! 
2. A restauração do culto. Como vimos, os monarcas bíblicos serviam tanto de guias políticos como espirituais do povo. Quando um rei não fazia o que era reto diante do Senhor, logo suas ações refletiam nos seus súditos (1 Rs 16.30). A religião, portanto, era uma grande caixa de ressonância das ações dos reis hebreus. Nos dias do profeta Elias as ações de Acabe e sua mulher Jezabel sofreram oposição ferrenha do profeta porque elas estavam pulverizando o verdadeiro culto (1 Rs 19.10).

Em um diálogo que teve com Deus, Elias afirma que a casa real havia derrubado o altar de adoração ao Deus verdadeiro e em seu lugar levantado outros altares para adoração aos deuses pagãos. Como profeta de Deus coube a Elias a missão de restaurar o altar do Senhor que estava em ruínas (1 Rs 18.30).  

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Elias denunciou que a casa real havia derrubado o altar de adoração ao Senhor.

IV. ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA 

1. No Antigo Testamento. Até aqui vimos que os dois livros de Reis e uma porção do livro das Crônicas trazem uma ampla cobertura do ministério profético de Elias. O Antigo Testamento mostra que com Elias tem início a tradição profética dentro do contexto da monarquia. Foi Elias quem abriu caminho para outros profetas que vieram depois. Mas Elias não possuía apenas um ministério de cunho profético e social, seu ministério também era escatológico. Malaquias predisse o aparecimento de um profeta como Elias antes “do grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4.5).
2. No Novo Testamento. Em o Novo Testamento encontramos vários textos associados à pessoa e ao ministério do profeta Elias. Jesus identifica João, o batista, como aquele que viria no espírito e poder de Elias (Lc 1.17; Mt 17.10-13). No monte da transfiguração, o evangelista afirma que Elias e Moisés falavam com o Salvador acerca da sua “partida” (Mt 17.3; Lc 9.30,31).

Quando o Senhor censurou a falta de fé em Israel, ele trouxe como exemplo a visita que Elias fizera à viúva de Sarepta (Lc 4.24-26). No judaísmo dos tempos de Jesus, Elias era uma figura bem popular devido aos feitos miraculosos, o que levou alguns judeus acharem que Jesus seria o Elias redivivo (Mt 16.14; Mc 6.15; 8.28).

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

Com Elias, o Antigo Testamento destaca o desenvolvimento da tradição profética no regime monárquico.  

CONSIDERAÇÕES FINAIS  

Os comentaristas bíblicos observam que os capítulos 17-22 do livro de 1 Reis, que cobrem o período do reinado de Acabe, mostram que o declínio religioso termina com arrependimento ou julgamento divino. De fato, observamos que a mensagem profética de Elias visava primeiramente a produção de arrependimento e não a manifestação da ira divina.
Isso é visto claramente quando Acabe se arrepende e o Senhor adia o julgamento que havia sido profetizado para os seus dias (1 Rs 21.27-29). Fica, pois, a lição para nós revelada na história do profeta Elias: a graça de Deus é maior do que o pecado e suas consequências. Fomos alcançados por essa graça! 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.

DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e Homilética. 1 ed., RJ: 2008.  

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO

Subsídio Sociológico

“A Profecia entre os Hebreus

Dos nomes hebreus aplicados aos profetas como representantes de um movimento espiritual em Israel, o termo nabhi’ foi, sem dúvida alguma, o mais largamente usado. Originalmente pensava-se que era derivado de uma raiz indicando um ‘orador’, mas agora é sabido que seu significado básico é ‘chamar’.

O nabhi’ era, portanto, um indivíduo que tinha sido chamado por Deus para algum propósito específico, e que assim mantinha um relacionamento espiritual em particular com Ele. O profeta era essencialmente uma figura carismática, autorizado a falar aos israelitas em nome do seu Deus. Antes da época de Samuel, tais indivíduos eram geralmente designados como um ‘homem de Deus’, e na mesma época de Saul e Davi essa expressão era aparentemente sinônimo de nabhi’.

 As declarações dos profetas hebreus eram consequência direta de seu relacionamento espiritual com Deus, e, em essência, abrangiam variações sobre temas teológicos e da aliança cultuados na Lei. “De fato, não há uma única doutrina profética que já não tenha sido apresentada, ao menos na forma embrionária, na Torá; deste modo, os profetas podem ser considerados comentadores além de pioneiros doutrinários” (HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social, Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.218). 
ARQUEOLOGIA

Samaria, capital do Reino do Norte ou Reino de Israel.  

O lugar foi escavado nos anos de 1908 a 1910 pelos doutores G.A Reisner e Clarence S. Fisher, da Universidade de Harvard, e outra vez em 1931 a 1 933 e 1935 por J. W. Crow Ford. O primeiro nível de ocupação importante foi do rei Onri e de seu filho Acabe. Acabe edificou um palácio ainda mais grandioso para sua nova esposa, Jezabel, e para si mesmo.  Os escavadores desenterraram os fundamentos do palácio de Onri, e os fundamentos e as ruínas ainda maiores do palácio de Acabe no cume da colina de Samaria. Na parte inferior do muro norte do palácio foi encontrado milhares de fragmentos de marfim, muitos dos quais haviam sido arruinados pelo fogo. Uns 30 ou 40 desses marfins foram recuperados em excelente estado de conservação. Em alguns deles estavam representados o loto, os leões, as esfinges e os deuses Ísis e Horus, o que indica a forte influencia do Egito sobre Israel nessa época.

 

 

 

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