Lição 02
ELIAS, O TESBITA
13 de janeiro
de 2013
TEXTO ÁUREO
“E
ele lhes: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas
palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos
cingidos de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tesbita” (2 Rs
1.7-8).
VERDADE PRÁTICA
A
vida de Elias é uma história de fé e coragem. Ela revela como Deus
soberanamente escolhe pessoas simples para torná-las gigantes espirituais.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“E
ele lhes: Qual era o trajo do homem que vos veio ao encontro e vos falou estas
palavras? E eles lhe disseram: Era um homem vestido de pelos e com os lombos
cingido0s de um cinto de couro. Então, disse ele: É Elias, o tesbita” (2 Rs
1.7-8).
Elias, o tesbita
Um
dos homens mais enigmáticos da Bíblia é, sem dúvida, o profeta Elias. Sobre sua
origem pouco se sabe, além do fato de que era oriundo de uma localidade citada
apenas nos relatos relacionados à sua vida, Tesbe, nos arredores de Gileade.
Além disso, a Bíblia destaca também a forma como Elias se vestia e como falava.
Pelo
menos 3 pontos iniciais devem ser destacados no início da história de Elias:
A) Apesar de sua origem humilde, era um
homem que estava diante do Senhor (1 Rs 17.1). A Bíblia não diz nada sobre a família de
Elias, nem sobre a chamada dele para o ministério profético, mas fala que ele
estava diante da face do Senhor. Estar diante de Deus é a melhor posição para
quem deseja ter um ministério frutífero. Quando Acabe se deparou com aquele
homem surgido do nada, encontrou uma pessoa simples, vestido de forma simples,
com uma mensagem simples, mas que estava, acima de tudo, diante de Deus.
B) Elias tinha uma mensagem (1 Rs 17.1). Elias não era um homem de meias palavras,
ou de mensagens indefinidas. Ele foi direto com o rei Acabe, mostrando que Deus
estava irritado com as atitudes do monarca. Acabe acreditava que Baal era o
responsável por enviar a chuva e trazer plantações que alimentassem toda a
nação. Se isso era verdade, então Israel realmente não precisava do Senhor. Mas
Deus estava naquele momento usando Elias para dizer ao rei que o Deus de Israel
faria com que a nação passasse por privações por causa de sua idolatria. E a
estiagem duraria pelo menos três anos, tempo suficiente para amolecer o coração
do povo e mostrar-lhe que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó era o Deus que
abençoava o povo com suas dádivas.
C) Elias tinha uma atitude obediente para
com Deus. Após ter
falado com Acabe, recebeu uma ordem de Deus para que se dirigisse ao ribeiro de
Querite, onde seria sustentado pelos corvos (1 Rs 17.5). Essa atitude obediente
é que Deus espera de seus servos em todos os momentos. Querite representaria
para Elias um momento de anonimato — depois de desafiar o rei, Elias se tornou conhecido
em todo o reino, e foi procurado por Jezabel em diversos lugares — A obediência
de Elias o preservou em segurança das mãos de Jezabel nos anos de seca, e o
preparou para os próximos desafios que iria enfrentar para que o povo
retornasse aos caminhos do Senhor.(Subsídio do Ensinador Cristão).
RESUMO DA LIÇÃO 02
ELIAS,
O TESBITA
I.
A IDENTIDADE DE ELIAS
1.
Sua terra e sua gente.
2.
Sua fé e seu Deus.
II.
O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS
1. Sua vocação e chamada.
2. A natureza do seu ministério.
III.
ELIAS E A MONARQUIA
1.
Buscando a justiça.
IV.
ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA
1. No Antigo Testamento
2. No Novo Testamento
INTERAÇÃO
Sobre o chamado de Elias — como ele se deu
(onde e quando) — as Escrituras silenciam. Em contrapartida, a Bíblia mostra um
Elias ousado, temente a Deus e pronto para realizar a vontade divina. Isso é
fruto de uma verdadeira vocação divina. O verdadeiro chamado nasce no coração. Ele
arde como chama interior. Porém, se desenvolve para muito além do recôndito da
alma. O chamado de Deus na vida de uma pessoa também floresce publicamente. Vai
além da família e da igreja local. Esse chamado que inunda a alma, a igreja
reconhece, a liderança confirma e Deus usa. Afinal de contas, qual é o seu
chamado?
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto
a:
Descrever a vocação e a chamada de Elias.
Compreender como se deu a atuação do profeta Elias.
Destacar o papel de Elias junto a monarquia e nas
Escrituras.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Vocação:
Escolha, chamamento, disposição.
Nesta lição, estudaremos mais
detalhadamente os fatos relacionados à vida e à obra de um dos maiores
personagens da história sagrada. Elias aparece nas páginas da Bíblia como se
viesse do nada. De fato a Escritura silencia sobre a identidade de seus pais e
também de sua parentela; diz apenas que ele era tesbita, dos moradores de
Gileade!
Parece muito pouco para um homem que irá
ocupar um grande espaço na história bíblica posterior. Todavia é esse homem
enigmático que protagoniza os fatos mais impactantes na história do profetismo
de Israel. Isso acontece quando denuncia os desmandos do governo dos seus dias
e desafia os falsos profetas que infestavam o antigo Israel. Elias é um modelo
de autenticidade e autoridade espiritual a quem devemos imitar.
I. A IDENTIDADE DE ELIAS
1. Sua terra e sua gente. O relato sobre a vida do profeta Elias
inicia-se com uma declaração sobre a sua terra e seu povo: “Então, Elias, o tesbita, dos moradores de Gileade” (1 Rs
17.1). Estas palavras põem no cenário bíblico uma das maiores
figuras do movimento profético. Elias era de Tesbe, um lugarejo situado na
região de Gileade e a leste do rio Jordão.
Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas é citado
somente no contexto do profeta Elias (1 Rs 21.17; 2 Rs 1.3,8; 9.36). Elias se
tornou muito maior do que o meio no qual vivia. Na verdade, não foi Tesbe que
deu nome a Elias, mas foi Elias que colocou Tesbe no mapa! Davi, Pedro, Paulo,
também construíram uma história cheia de sentido e significância. Todos nós
deveríamos imitá-los e viver de tal modo que a nossa história se tornasse um
testemunho para a posteridade.
2. Sua fé e seu Deus. O nome do profeta Elias já revela algo de
sua identidade, pois significa Javé é o meu Deus ou ainda Javé é Deus. Elias
era um israelita e como tal professava sua fé no Deus verdadeiro que através da
história havia se revelado ao seu povo. Com o desenrolar dos fatos, vemos o
profeta afirmando essa verdade.
Por exemplo, quando desafiava os profetas
de Baal, Elias orou: “Ó Senhor, Deus de Abraão,
de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou
teu servo” (1 Rs 18.36). Deus era o Senhor dos patriarcas; da nação
de Israel e Elias era um servo dEle! Deus era o Senhor de Abraão, um dos
maiores personagens da história bíblica, mas Elias estava consciente de que Ele
também era o seu Deus! Assim como Elias, o crente deve saber de forma precisa
quem é seu Deus para que dessa forma possa ter uma fé viva e não vacilante.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Elias era oriundo de Tesbe, lugarejo a leste do Rio Jordão. Seu nome
significa “Javé é o meu Deus”.
II. O MINISTÉRIO PROFÉTICO DE ELIAS
1. Sua vocação e chamada. A vocação e chamada de Elias foram divinas
da mesma forma como foram as vocações e chamadas dos demais profetas canônicos.
Esse fato é logo percebido quando vemos o profeta Elias colocar Deus como a
fonte por trás de suas enunciações proféticas: “Vive
o Senhor, Deus de Israel, perante cuja face estou” (1 Rs 17.1).
Em outra passagem bíblica, Elias diz que
suas ações obedeciam diretamente a uma determinação divina (1 Rs 18.36). Somente
um profeta chamado diretamente pelo Senhor poderia falar dessa forma. De uma forma
geral, todo cristão foi chamado para a salvação, porém, alguns foram chamados
para tarefas especiais. É a nossa vocação e chamada quem nos habilita para a
obra do Senhor.
Encontramos por toda parte nos livros de
Reis as marcas da inspiração profética no ministério de Elias. Isso é
facilmente confirmado pelo escritor bíblico quando se refere à morte de Jezabel
(2 Rs 9.35,36). Assim como Elias predisse, aconteceu! Elias possuía inspiração
e autoridade espiritual. De nada adianta possuir um ministério marcado pela
popularidade e fama se ele é carente de autoridade e poder divino.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
A inspiração e a autoridade encontradas em Elias denotam a natureza
divina do seu ministério.
III. ELIAS E A MONARQUIA
1. Buscando a justiça. Na história do profetismo bíblico
observamos a ação dos profetas exortando, denunciando e repreendendo aos reis
(1 Rs 18.18). O livro de 1 Reis mostra que o profeta Elias foi o primeiro a
atuar dessa forma. Na verdade, as ações dos profetas revelam uma luta
incansável não somente em busca do bem-estar espiritual, mas também social do
povo de Deus.
Quando um monarca como o rei Acabe se
afastava de Deus, as consequências poderiam logo ser percebidas na opressão do
povo. A morte de Nabote, por exemplo, revela esse fato de uma forma muito clara
(1 Rs 21.1-16). Acabe foi confrontado e denunciado por Elias pela forma injusta
como agiu!
Em um diálogo que teve com Deus, Elias
afirma que a casa real havia derrubado o altar de adoração ao Deus verdadeiro e
em seu lugar levantado outros altares para adoração aos deuses pagãos. Como
profeta de Deus coube a Elias a missão de restaurar o altar do Senhor que
estava em ruínas (1 Rs 18.30).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Elias denunciou que a casa real havia derrubado o altar de adoração
ao Senhor.
IV. ELIAS E A LITERATURA BÍBLICA
1. No Antigo Testamento. Até aqui vimos que os dois livros de Reis
e uma porção do livro das Crônicas trazem uma ampla cobertura do ministério
profético de Elias. O Antigo Testamento mostra que com Elias tem início a
tradição profética dentro do contexto da monarquia. Foi Elias quem abriu
caminho para outros profetas que vieram depois. Mas Elias não possuía apenas um ministério
de cunho profético e social, seu ministério também era escatológico. Malaquias
predisse o aparecimento de um profeta como Elias antes “do grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4.5).
2. No Novo Testamento. Em o Novo Testamento encontramos vários textos associados à pessoa e ao ministério do
profeta Elias. Jesus identifica João, o batista, como aquele que viria no
espírito e poder de Elias (Lc 1.17; Mt 17.10-13). No monte da transfiguração, o
evangelista afirma que Elias e Moisés falavam com o Salvador acerca da sua
“partida” (Mt 17.3; Lc 9.30,31).
Quando o Senhor censurou a falta de fé em
Israel, ele trouxe como exemplo a visita que Elias fizera à viúva de Sarepta
(Lc 4.24-26). No judaísmo dos tempos de Jesus, Elias era uma figura bem popular
devido aos feitos miraculosos, o que levou alguns judeus acharem que Jesus
seria o Elias redivivo (Mt 16.14; Mc 6.15; 8.28).
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Com Elias, o Antigo Testamento destaca o desenvolvimento da tradição
profética no regime monárquico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os comentaristas bíblicos observam que os
capítulos 17-22 do livro de 1 Reis, que cobrem o período do reinado de Acabe,
mostram que o declínio religioso termina com arrependimento ou julgamento
divino. De fato, observamos que a mensagem profética de Elias visava
primeiramente a produção de arrependimento e não a manifestação da ira divina.
Isso é visto claramente quando Acabe se
arrepende e o Senhor adia o julgamento que havia sido profetizado para os seus
dias (1 Rs 21.27-29). Fica, pois, a lição para nós revelada na história do
profeta Elias: a graça de Deus é maior do que o pecado e suas consequências. Fomos
alcançados por essa graça!
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD,
2009.
DEVER, M. A Mensagem do Antigo Testamento: Uma Exposição Teológica e
Homilética. 1 ed., RJ: 2008.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Sociológico
“A Profecia entre os Hebreus
Dos nomes hebreus aplicados aos profetas
como representantes de um movimento espiritual em Israel, o termo nabhi’ foi,
sem dúvida alguma, o mais largamente usado. Originalmente pensava-se que era
derivado de uma raiz indicando um ‘orador’, mas agora é sabido que seu
significado básico é ‘chamar’.
O nabhi’ era, portanto, um indivíduo que
tinha sido chamado por Deus para algum propósito específico, e que assim
mantinha um relacionamento espiritual em particular com Ele. O profeta era
essencialmente uma figura carismática, autorizado a falar aos israelitas em
nome do seu Deus. Antes da época de Samuel, tais indivíduos eram geralmente
designados como um ‘homem de Deus’, e na mesma época de Saul e Davi essa
expressão era aparentemente sinônimo de nabhi’.
As
declarações dos profetas hebreus eram consequência direta de seu relacionamento
espiritual com Deus, e, em essência, abrangiam variações sobre temas teológicos
e da aliança cultuados na Lei. “De fato, não há uma única doutrina profética
que já não tenha sido apresentada, ao menos na forma embrionária, na Torá;
deste modo, os profetas podem ser considerados comentadores além de pioneiros
doutrinários” (HARRISON, R. K. Tempos do Antigo Testamento: Um Contexto Social,
Político e Cultural. 1 ed., RJ: CPAD, 2010, p.218).
ARQUEOLOGIA
Samaria, capital do Reino do
Norte ou Reino de Israel.
O lugar foi escavado nos anos de 1908 a 1910 pelos doutores
G.A Reisner e Clarence S. Fisher, da Universidade de Harvard, e outra vez em 1931 a 1 933 e 1935 por J.
W. Crow Ford. O primeiro nível de ocupação importante foi do rei Onri e de seu
filho Acabe. Acabe edificou um palácio ainda mais grandioso para sua nova
esposa, Jezabel, e para si mesmo. Os escavadores desenterraram os
fundamentos do palácio de Onri, e os fundamentos e as ruínas ainda maiores do
palácio de Acabe no cume da colina de Samaria. Na parte inferior do muro norte
do palácio foi encontrado milhares de fragmentos de marfim, muitos dos quais
haviam sido arruinados pelo fogo. Uns 30 ou 40 desses marfins foram
recuperados em excelente estado de conservação. Em alguns deles estavam
representados o loto, os leões, as esfinges e os deuses Ísis e Horus, o que
indica a forte influencia do Egito sobre Israel nessa época.
Nenhum comentário:
Postar um comentário