terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Lição 8 - 1º Trim. 2013 - Jovens e Adultos.


Lição 08

O LEGADO DE ELIAS

24 de fevereiro de 2013 

TEXTO ÁUREO

"E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias" (2 Rs 3.11).

VERDADE PRÁTICA 


Através do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir. 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

                                                                                            

"E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias" (2 Rs 3.11).  

Nosso texto áureo tem como contexto histórico a guerra do rei de Israel, Jorão, filho de Acabe, com o apoio de Josafá, rei de Judá e o rei de Edom contra Mesa, rei dos moabitas.  

Os moabitas haviam se rebelado contra o Rei de Israel, no qual eram tributários e submissos, mas com a morte do rei Acabe, e a subida ao trono em Samaria, capital do Reino do Norte ou Reino de Israel, de Jorão, os moabitas liderados por seu rei Mesa, se rebelaram.

O rei de Israel, o rei de Judá e o rei de Edom, juntos caminharam sete dias, e no deserto não havia água, então esses três reis ficaram em grande aperto. O historiador judeu Flávio Josefo descreve essa situação com as seguintes palavras: “Os três reis partiram juntos em seguida e depois de ter marchado durante sete dias e de terem perdido o rumo, por falta de bons guias, encontraram-se em tão grande penúria, sofreram tanta sede, que os cavalos morriam por falta de água”. 

Nesta situação desfavorável, o rei de Israel, Jorão, mostra o seu desespero (2 Rs 2.10), diferentemente, o rei de Judá, Josafá resolve consultar ao SENHOR, este é o contexto histórico do nosso texto áureo: "E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias" (2 Rs 3.11).

Com a orientação dos servos do rei de Israel, a respeito do profeta Eliseu, os três reis partem em direção ao profeta Eliseu. No entanto, o profeta Eliseu não queria receber ao filho de Acabe, Jorão, rei de Israel, mas em consideração ao rei Josafá os recebeu (2 Rs 3.12-27). Após o consulta ao profeta do SENHOR os três reis foram à guerra e venceram a batalha, conforme a Palavra do SENHOR, ainda que esses reis estivessem em situação de grande aperto.  

RESUMO DA LIÇÃO 08  


O LEGADO DE ELIAS 

I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS

1. Uma volta às origens.

2. Uma revelação transformadora.  

II. ELIAS NA CASA DE ELISEU

1. A exclusividade da chamada.

2. A autoridade da chamada.  

III. ELIAS E DISCIPULADO DE ELISEU

1. As virtudes de Eliseu.

2. A nobreza de um pedido.  

IV. O LEGADO DE ELIAS

1. O legado espiritual.

2. O legado moral.  

OBJETIVOS


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Reconhecer o caráter divino da vocação e chamada de Elias.
Detalhar os princípios da exclusividade, autoridade da vocação e a chamada de Elias.
Compreender como se deu a sucessão e o discipulado de Eliseu. 
INTERAÇÃO
A lição de hoje (24.02.2013) tem como objetivo refletir acerca do legado do profeta Elias. Aprendemos com este profeta que os homens de Deus bem-sucedidos em seus ministérios são aqueles, que têm o coração disposto a servir. O profeta Elias serviu a Deus com integridade e foi uma modelo, uma referência para o seu sucessor, o profeta Eliseu.
Sabemos que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério do profeta Elias encerrou-se. Todavia, Elias, como profeta do SENHOR, não foi pego de surpresa. Como um líder fiel e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha de seu sucessor. 

COMENTÁRIO 

                                        PALAVRA CHAVE

     SUCESSOR:

Aquele que sucede a outrem ou que o substitui em cargo, funções. 

INTRODUÇÃO 

O QUE SIGNIFICA LEGADO?

O dicionário Aurélio traduz a palavra “legado” da seguinte forma: “dádiva deixada em testamento; valor previamente determinado, ou objeto previamente endividado, que alguém deixa a outrem por meio de testamento”. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, “legado” é “o que é transmitido às gerações que se seguem”.
No contexto da nossa lição, a palavra legado diz respeito a herança moral, ministerial e espiritual que o profeta Elias, deixou para o seu sucessor Eliseu, bem como também para todos os servos de Deus em todas as épocas. O “legado de Elias”, ou seja, o trabalho que Elias fez para que a obra do Senhor tivesse sua continuidade após a sua partida deste mundo.
Como afirma Elias foi conscientizado pelo Senhor de que sua obra de manter a identidade de Israel como povo de Deus não se esgotaria com ele, mas deveria ter continuidade. O teólogo norte-americano A.W. Tozer disse certa vez que “Nada morre de Deus quando um homem de Deus morre!”. Essa máxima é verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor Eliseu.
Elias exerceu um ministério excepcional no reino do Norte e, sem dúvida, foi o responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua identidade. Todavia, assim como todos os homens, chegou o dia em que precisou parar. Elias teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do sue sucessor, bem como em prepara-lo da forma correta. Esta lição nos ensinará como se deu esse processor e como podemos aprender com ele. 
I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1.- Uma volta às origens. Elias fez um longo percurso até chegar ao Monte Horebe, também conhecido na literatura bíblica como Monte Sinais (Êx 3.1; 19.1-2). De Berseba até ao Monte Sinai, o percurso era de aproximadamente quatrocentos quilômetros. Foi neste Monte que o SENHOR havia se revelado a Moisés muito tempo antes como o grande EU SOU (Êx 3.14).
Posteriormente, foi nesse  mesmo monte que o SENHOR revelou a Lei a Moisés (Êx 19-20). A distância era grande, mas Elias necessitava volta às origens da sua fé! Sem dúvida, esses fatos estavam na mente de Elias quando ele para ali se dirigiu. Para orientar a caminhada, nada melhor do que uma volta às origens. 
2. Uma revelação transformadora. Vendo que Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio SENHOR trata de dialogar com o profeta. E nesse diálogo que percebemos que Elias estava vendo as coisas de forma distorcida. Duas coisas ficam patentes: - Deus continuava sendo SENHOR da história e Elias não havia trabalhado em vão (1 Rs 19.9-14); - Deus revela ao profeta coisas que irão acontecer (1 Rs 19.15-18). Deus revela que ele ungirá a Hazael (rei da Síria).
Deus revela que ele ungirá a Jeú (1 Rs 19.15-16) Deus revela a necessidade de um sucessor para ele (1 Rs 19.16). Deus agora tinha outros planos para Elias, deveria, portanto, dar lugar a outro. Não somos descartáveis, mas ninguém é insubstituível. Deus revela que exterminará a cada de Acabe (1 Rs 19.17) Deus revela a existência de sete mil remanescentes da adoração verdadeira (1 Rs 19.18). Quem eram esses adoradores? Conhecemos alguns que a Bíblia cita nominalmente:
Obadias - Seu nome significa “servo de Jeová”. Apesar de ser um “mordomo” do monarca Acabe (1 Rs 18.3,5). Este homem temia muito a Deus e aos homens de Deus (1 Rs 18.7).  Ele ajudou a ocultar os servos do Senhor a fim de que não fossem mortos por Jezabel (1 Rs 18.13). 
Micaías - Havia no palácio de Acabe profetas falsos que comiam da mesa de Jezabel, e profetizavam apenas o que lhe agradava (2 Cr 18.5; 1 Re 18.19). No entanto, existia também um profeta do Senhor, o seu nome é Micaías que significa: “quem é como Deus”. Ele era um mensageiro de Jeová que se opunha severamente a práticas do rei Acabe como este mesmo declara (1 Rs 22.8). Ele se manteve fiel ao que Deus lhe mandava dizer (2 Rs 22.14,28), apesar de lhe custar  prisão, espancamento e privações (1 Rs 22.24, 27).
Eliseu - Seu nome quer dizer “Deus é salvação”. Sem dúvida alguma para que Deus escolhesse Eliseu para ser sucessor do profeta Elias, ele deveria ser um servo fiel. Observa-se isso também pela sua atitude ao receber o chamado divino, quando obedeceu sem hesitar, despedindo-se deu seu pai e mãe, mostrando assim ser um bom filho (1 Rs 19.20,21).
Foi o próprio Deus quem os havia conservado. Muitos certamente eram pessoas do povo que nem mesmo eram vistas, mas que amavam ao SENHOR. 
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Precisamos nos conscientizar que na obra de Deus não somos descartáveis, mas, de igual forma, ninguém é insubstituível. 
II. ELIAS NA CASA DE ELISEU
1. A exclusividade da chamada. Elias partiu de Horebe diretamente com destino a Abel-Meolá, aldeia próxima do rio Jordão, onde o Senhor dizia que vivia Eliseu, filho de Safate, que seria o sucessor do profeta. Não pensou duas vezes, não instou com o Senhor a respeito da continuidade do seu ministério. Tão somente obedeceu e, diante da circunstância de que o Senhor lhe dissera que Eliseu seria profeta em seu lugar, foi direto para Abel-Meolá separar o seu sucessor.
O texto de 1 Reis 19.19-21 que trata sobre a vocação de Eliseu é rico em detalhes a respeito de sua chamada. Alguns deles se sobressaem nesse relato. Primeiramente observamos que Deus chama pessoas fiéis. Sem dúvida Eliseu fazia parte da estatística divina dos sete mil. Em segundo lugar, Deus chama para seu serviço pessoas que são ocupadas. Ele estava trabalhando com doze juntas de bois!
A obra de Deus não é profissão nem tampouco emprego. É vocação. Em terceiro lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele sacrificou os bois e os deu como comida ao povo. Quem põe a sua mão no arado não pode olhar para trás. Em quarto lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético é um “servir”. Eliseu passou a servir a Elias. 
2. A autoridade da chamada. Quando Elias encontrou a Eliseu o texto sagrado registra: “E lançou o seu manto sobre ele” (1 Rs 19.19). Na cultura bíblica, o manto  é símbolo da autoridade profética (2 Rs 1.8 cf. Zc 13.4). Lançá-lo sobre outrem demonstrava transferência de poder e autoridade. Com este gesto, Eliseu estava sendo credenciado para o ofício profético.
De nada adianta o ofício se a unção não o acompanha! Não é, portanto, o ofício que determina a unção, mas a unção que valida o ofício! Eliseu de fato recebeu autoridade divina, pois exerceu um ministério marcado por milagres. Hoje há muita titulação, mas pouca unção de Deus! 
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Deus chama e prepara pessoas fiéis para a sua obra. A obra do SENHOR é para os chamados e vocacionados. 
III. ELIAS  E O DISCIPULADO DE ELISEU
1. As virtudes de Eliseu. “Sucedeu que, quando o SENHOR estava para elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias partiu de Gilgal com Eliseu.
E disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Betel. Porém Eliseu disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim foram a Betel.
Então os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o SENHOR hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.
E Elias lhe disse: Eliseu fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Jericó. Porém ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim foram a Jericó.
Então os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu, e lhe disseram: Sabes que o SENHOR hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.
E Elias disse: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou ao Jordão. Mas ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim ambos foram juntos.
E foram cinquenta homens dos filhos dos profetas, e pararam defronte deles, de longe: e assim ambos pararam junto ao Jordão.
Então Elias tomou a sua capa e a dobrou, e feriu as águas, as quais se dividiram para os dois lados; e passaram ambos em seco” (2 Reis 2.1-8).
O relato de 2 Reis 2.18 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu: Elias vai a vários lugares diferentes e em cada um deles observa-se que o profeta põe o discípulo à prova. Primeiramente, Eliseu demonstrou estar familiarizado com aquilo que o SENHOR estava prestes a fazer (2 Rs 2.1). Ele estava consciente de que algo extraordinário, envolvendo o profeta Elias, aconteceria a qualquer momento (2 Rs 2.3), e que ele também fazia parte dessa história.
Em segundo lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou largar Elias. Ele o acompanhou em Gilgal, Betel, Jericó e Jordão (2 Rs 2.1-6). Tivesse ele ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim. Em terceiro lugar, Eliseu provou ser um homem vigilante quando “viu” Elias sendo assunto ao céu! (2 Rs 2.12). 
2. A nobreza de um pedido. O pedido que Eliseu fez a Elias antes de o profeta ser assunto aos céus é algo que merece uma reflexão à parte. Na verdade, o pedido de Eliseu revela a nobreza de sua chamada. Diante de uma oportunidade única, Eliseu não teve dúvidas, e pediu, “Que haja porção dobrada do teu espírito sobre mim” (2 Rs 2.9).
Eliseu tomou conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras ocasiões ele mesmo fora testemunha desses milagres. Ele não tinha dúvidas; queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus agradou-se do pedido de Eliseu como se agradaria do pedido de Salomão (1 Rs 3.10). 
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Eliseu era perseverante, se ele tivesse ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem chegar ao fim. 
IV. O LEGADO DE ELIAS
1. O legado espiritual. Elias saiu de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era rico, mas foi um gigante na fé. E, como tal, passou ao seu discípulo um exemplo de piedade e serviço. O profeta defendeu ardorosamente o culto divino (1 Rs 18.22-36). Extremamente ousado, enfrentou o rei Acabe e predisse a grande seca sobre Israel (1 Rs 17.1). Somente um homem com semelhante fé em Deus seria capaz de protagonizar os fatos narrados nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23; 18.41-46). Eliseu viveu nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse legado como herança. 
2. O legado moral. O profeta Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais; era também portador de singulares predicados morais. O seu valor e coragem são perceptíveis no relato bíblico. Ele confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente (1 Rs 18.19). A percepção do que era certo, ou errado, do que era justo, ou injutos, era bem patente na vida de Elias.
Por isso ele teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe. Quando este consentiu no assassinato de Nabote (1 Rs 21.17-20). Eliseu aprendera que ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos. 
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
Ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não possuir valores morais e espirituais bem definidos. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história de Elias e de seu sucessor, Eliseu, é instrutiva para a liderança espiritual. Com Elias, aprendemos que os líderes são humanos e, portanto, suscetíveis a falhas. Aprendemos que a história do reino de Deus é construída por homens que se dispõem a obedecê-lo. 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MERRILL. Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. HENRY, Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

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