O LEGADO DE ELIAS
24 de fevereiro de 2013
TEXTO ÁUREO
"E
disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor por ele? Então, respondeu um
dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que
deitava água sobre as mãos de Elias" (2 Rs 3.11).
VERDADE PRÁTICA
Através
do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam
a servir.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
"E disse
Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor por ele? Então, respondeu um dos
servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava
água sobre as mãos de Elias" (2 Rs 3.11).
Nosso texto áureo tem como
contexto histórico a guerra do rei de Israel, Jorão, filho de Acabe, com o
apoio de Josafá, rei de Judá e o rei de Edom contra Mesa, rei dos moabitas.
Os moabitas haviam se
rebelado contra o Rei de Israel, no qual eram tributários e submissos, mas com
a morte do rei Acabe, e a subida ao trono em Samaria, capital do Reino do Norte
ou Reino de Israel, de Jorão, os moabitas liderados por seu rei Mesa, se
rebelaram.
O rei de Israel, o rei de
Judá e o rei de Edom, juntos caminharam sete dias, e no deserto não havia água,
então esses três reis ficaram em grande aperto. O historiador judeu Flávio
Josefo descreve essa situação com as seguintes palavras: “Os três reis partiram juntos em
seguida e depois de ter marchado durante sete dias e de terem perdido o rumo,
por falta de bons guias, encontraram-se em tão grande penúria, sofreram tanta
sede, que os cavalos morriam por falta de água”.
Nesta situação desfavorável,
o rei de Israel, Jorão, mostra o seu desespero (2 Rs 2.10), diferentemente, o
rei de Judá, Josafá resolve consultar ao SENHOR, este é o contexto histórico do
nosso texto áureo: "E disse Josafá: Não há aqui algum profeta
do Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse:
Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de
Elias" (2 Rs 3.11).
Com a orientação dos servos
do rei de Israel, a respeito do profeta Eliseu, os três reis partem em direção
ao profeta Eliseu. No entanto, o profeta Eliseu não queria receber ao filho de
Acabe, Jorão, rei de Israel, mas em consideração ao rei Josafá os recebeu (2 Rs
3.12-27). Após o consulta ao profeta do
SENHOR os três reis foram à guerra e venceram a batalha, conforme a Palavra do
SENHOR, ainda que esses reis estivessem em situação de grande aperto.
RESUMO DA LIÇÃO 08
O
LEGADO DE ELIAS
I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1.
Uma volta às origens.
2.
Uma revelação transformadora.
II. ELIAS NA CASA DE ELISEU
1.
A exclusividade da chamada.
2.
A autoridade da chamada.
III. ELIAS E DISCIPULADO DE
ELISEU
1.
As virtudes de Eliseu.
2.
A nobreza de um pedido.
IV. O LEGADO DE ELIAS
1.
O legado espiritual.
2.
O legado moral.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Reconhecer o caráter divino da vocação e
chamada de Elias.
Detalhar os princípios da exclusividade,
autoridade da vocação e a chamada de Elias.
Compreender como se deu a sucessão e o discipulado de Eliseu.
INTERAÇÃO
A lição de hoje (24.02.2013) tem como objetivo refletir
acerca do legado do profeta Elias. Aprendemos
com este profeta que os homens de Deus bem-sucedidos em seus ministérios são
aqueles, que têm o coração disposto a servir. O
profeta Elias serviu a Deus com integridade e foi uma modelo, uma referência
para o seu sucessor, o profeta Eliseu.
Sabemos
que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério
do profeta Elias encerrou-se. Todavia,
Elias, como profeta do SENHOR, não foi pego de surpresa. Como
um líder fiel e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a
orientação divina na escolha de seu sucessor.
COMENTÁRIO
PALAVRA
CHAVE
SUCESSOR:
Aquele que sucede a outrem ou que o substitui em cargo, funções.
INTRODUÇÃO
O QUE SIGNIFICA LEGADO?
O dicionário
Aurélio traduz a palavra “legado” da seguinte forma: “dádiva deixada em
testamento; valor previamente determinado, ou objeto previamente endividado,
que alguém deixa a outrem por meio de testamento”. O Dicionário
Houaiss da Língua Portuguesa, “legado” é “o que é transmitido às gerações que
se seguem”.
No contexto
da nossa lição, a palavra legado diz respeito a herança moral, ministerial e
espiritual que o profeta Elias, deixou para o seu sucessor Eliseu, bem como
também para todos os servos de Deus em todas as épocas. O “legado de
Elias”, ou seja, o trabalho que Elias fez para que a obra do Senhor tivesse sua
continuidade após a sua partida deste mundo.
Como afirma
Elias foi conscientizado pelo Senhor de que sua obra de manter a identidade de Israel
como povo de Deus não se esgotaria com ele, mas deveria ter continuidade. O teólogo
norte-americano A.W. Tozer disse certa vez que “Nada morre de Deus quando um
homem de Deus morre!”. Essa máxima
é verdadeira em relação ao profeta Elias e ao seu sucessor Eliseu.
Elias
exerceu um ministério excepcional no reino do Norte e, sem dúvida, foi o
responsável por ajudar o povo de Deus a manter a sua identidade. Todavia,
assim como todos os homens, chegou o dia em que precisou parar. Elias teve o
cuidado de seguir a orientação divina na escolha do sue sucessor, bem como em
prepara-lo da forma correta. Esta lição
nos ensinará como se deu esse processor e como podemos aprender com ele.
I. O LONGO PERCURSO DE ELIAS
1.-
Uma volta às origens. Elias fez um
longo percurso até chegar ao Monte Horebe, também conhecido na literatura
bíblica como Monte Sinais (Êx 3.1; 19.1-2). De Berseba
até ao Monte Sinai, o percurso era de aproximadamente quatrocentos quilômetros. Foi
neste Monte que o SENHOR havia se revelado a Moisés muito tempo antes como o
grande EU SOU (Êx 3.14).
Posteriormente,
foi nesse mesmo monte que o SENHOR
revelou a Lei a Moisés (Êx 19-20). A
distância era grande, mas Elias necessitava volta às origens da sua fé! Sem
dúvida, esses fatos estavam na mente de Elias quando ele para ali se dirigiu. Para
orientar a caminhada, nada melhor do que uma volta às origens.
2.
Uma revelação transformadora. Vendo que
Elias havia se enclausurado em uma caverna, o próprio SENHOR trata de dialogar
com o profeta. E nesse
diálogo que percebemos que Elias estava vendo as coisas de forma distorcida. Duas coisas
ficam patentes: - Deus
continuava sendo SENHOR da história e Elias não havia trabalhado em vão (1 Rs
19.9-14); - Deus
revela ao profeta coisas que irão acontecer (1 Rs 19.15-18). Deus revela
que ele ungirá a Hazael (rei da Síria).
Deus revela
que ele ungirá a Jeú (1 Rs 19.15-16) Deus revela
a necessidade de um sucessor para ele (1 Rs 19.16). Deus agora
tinha outros planos para Elias, deveria, portanto, dar lugar a outro. Não somos
descartáveis, mas ninguém é insubstituível. Deus revela
que exterminará a cada de Acabe (1 Rs 19.17) Deus revela
a existência de sete mil remanescentes da adoração verdadeira (1 Rs 19.18). Quem eram
esses adoradores? Conhecemos
alguns que a Bíblia cita nominalmente:
Obadias
- Seu nome significa “servo de Jeová”. Apesar de ser um “mordomo” do
monarca Acabe (1 Rs 18.3,5). Este homem temia muito a Deus e aos homens de Deus
(1 Rs 18.7). Ele ajudou a ocultar os
servos do Senhor a fim de que não fossem mortos por Jezabel (1 Rs 18.13).
Micaías
- Havia no palácio de Acabe profetas falsos que
comiam da mesa de Jezabel, e profetizavam apenas o que lhe agradava (2 Cr 18.5;
1 Re 18.19). No entanto, existia também um profeta do Senhor, o seu nome é Micaías
que significa: “quem é como Deus”. Ele era um mensageiro de Jeová que se opunha
severamente a práticas do rei Acabe como este mesmo declara (1 Rs 22.8). Ele se
manteve fiel ao que Deus lhe mandava dizer (2 Rs 22.14,28), apesar de lhe
custar prisão, espancamento e privações
(1 Rs 22.24, 27).
Eliseu
- Seu nome quer dizer “Deus é salvação”. Sem dúvida
alguma para que Deus escolhesse Eliseu para ser sucessor do profeta Elias, ele
deveria ser um servo fiel. Observa-se isso também pela sua atitude ao receber o
chamado divino, quando obedeceu sem hesitar, despedindo-se deu seu pai e mãe,
mostrando assim ser um bom filho (1 Rs 19.20,21).
Foi o
próprio Deus quem os havia conservado. Muitos
certamente eram pessoas do povo que nem mesmo eram vistas, mas que amavam ao
SENHOR.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Precisamos nos conscientizar que na obra de Deus não somos
descartáveis, mas, de igual forma, ninguém é insubstituível.
II. ELIAS NA CASA DE ELISEU
1.
A exclusividade da chamada. Elias partiu
de Horebe diretamente com destino a Abel-Meolá, aldeia próxima do rio Jordão,
onde o Senhor dizia que vivia Eliseu, filho de Safate, que seria o sucessor do
profeta. Não pensou
duas vezes, não instou com o Senhor a respeito da continuidade do seu
ministério. Tão somente
obedeceu e, diante da circunstância de que o Senhor lhe dissera que Eliseu
seria profeta em seu lugar, foi direto para Abel-Meolá separar o seu sucessor.
O texto de 1
Reis 19.19-21 que trata sobre a vocação de Eliseu é rico em detalhes a respeito
de sua chamada. Alguns deles
se sobressaem nesse relato. Primeiramente
observamos que Deus chama pessoas fiéis. Sem dúvida
Eliseu fazia parte da estatística divina dos sete mil. Em segundo
lugar, Deus chama para seu serviço pessoas que são ocupadas. Ele estava
trabalhando com doze juntas de bois!
A obra de
Deus não é profissão nem tampouco emprego. É vocação. Em terceiro
lugar, Eliseu percebeu que o ministério tem custo! Ele
sacrificou os bois e os deu como comida ao povo. Quem põe a
sua mão no arado não pode olhar para trás. Em quarto
lugar, Eliseu entendeu que o ministério profético é um “servir”. Eliseu
passou a servir a Elias.
2.
A autoridade da chamada. Quando Elias
encontrou a Eliseu o texto sagrado registra: “E lançou
o seu manto sobre ele” (1 Rs 19.19). Na cultura
bíblica, o manto é símbolo da autoridade
profética (2 Rs 1.8 cf. Zc 13.4). Lançá-lo
sobre outrem demonstrava transferência de poder e autoridade. Com este
gesto, Eliseu estava sendo credenciado para o ofício profético.
De nada
adianta o ofício se a unção não o acompanha! Não é,
portanto, o ofício que determina a unção, mas a unção que valida o ofício! Eliseu de
fato recebeu autoridade divina, pois exerceu um ministério marcado por
milagres. Hoje há
muita titulação, mas pouca unção de Deus!
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Deus chama e prepara pessoas fiéis para a sua obra. A obra
do SENHOR é para os chamados e vocacionados.
III. ELIAS E O DISCIPULADO DE ELISEU
1.
As virtudes de Eliseu. “Sucedeu
que, quando o SENHOR estava para elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias
partiu de Gilgal com Eliseu.
E
disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Betel. Porém
Eliseu disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim
foram a Betel.
Então
os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram ao encontro de Eliseu, e lhe
disseram: Sabes que o SENHOR hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E
ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.
E
Elias lhe disse: Eliseu fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Jericó. Porém
ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim foram
a Jericó.
Então
os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu, e lhe
disseram: Sabes que o SENHOR hoje tomará o teu senhor por sobre a tua cabeça? E
ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.
E
Elias disse: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou ao Jordão. Mas ele disse:
Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei. E assim ambos foram
juntos.
E
foram cinquenta homens dos filhos dos profetas, e pararam defronte deles, de
longe: e assim ambos pararam junto ao Jordão.
Então
Elias tomou a sua capa e a dobrou, e feriu as águas, as quais se dividiram para
os dois lados; e passaram ambos em seco” (2 Reis 2.1-8).
O relato de
2 Reis 2.18 mostra algumas fases do discipulado de Eliseu: Elias vai a
vários lugares diferentes e em cada um deles observa-se que o profeta põe o
discípulo à prova. Primeiramente,
Eliseu demonstrou estar familiarizado com aquilo que o SENHOR estava prestes a
fazer (2 Rs 2.1). Ele estava
consciente de que algo extraordinário, envolvendo o profeta Elias, aconteceria
a qualquer momento (2 Rs 2.3), e que ele também fazia parte dessa história.
Em segundo
lugar, Eliseu demonstrou perseverança quando se recusou largar Elias. Ele o
acompanhou em Gilgal, Betel, Jericó e Jordão (2 Rs 2.1-6). Tivesse ele
ficado pelo caminho, não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os
perseverantes conseguem chegar ao fim. Em terceiro
lugar, Eliseu provou ser um homem vigilante quando “viu” Elias sendo assunto ao
céu! (2 Rs 2.12).
2.
A nobreza de um pedido. O pedido que
Eliseu fez a Elias antes de o profeta ser assunto aos céus é algo que merece
uma reflexão à parte. Na verdade,
o pedido de Eliseu revela a nobreza de sua chamada. Diante de
uma oportunidade única, Eliseu não teve dúvidas, e pediu, “Que haja
porção dobrada do teu espírito sobre mim” (2 Rs 2.9).
Eliseu tomou
conhecimento daquilo que seu mestre fazia, e em outras ocasiões ele mesmo fora
testemunha desses milagres. Ele não
tinha dúvidas; queria aquilo para ele, só que em uma proporção bem maior. Deus
agradou-se do pedido de Eliseu como se agradaria do pedido de Salomão (1 Rs
3.10).
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Eliseu era perseverante, se ele tivesse ficado pelo caminho,
não teria sido o homem de Deus que foi! Somente os perseverantes conseguem
chegar ao fim.
IV. O LEGADO DE ELIAS
1.
O legado espiritual. Elias saiu
de cena, mas deixou a seu discípulo um grande legado. Não era
rico, mas foi um gigante na fé. E, como tal,
passou ao seu discípulo um exemplo de piedade e serviço. O profeta
defendeu ardorosamente o culto divino (1 Rs 18.22-36). Extremamente
ousado, enfrentou o rei Acabe e predisse a grande seca sobre Israel (1 Rs
17.1). Somente um
homem com semelhante fé em Deus seria capaz de protagonizar os fatos narrados
nos livros de Reis (1 Rs 17.8-23; 18.41-46). Eliseu viveu
nesse contexto, foi influenciado por ele e teve esse legado como herança.
2.
O legado moral. O profeta
Elias não era apenas um homem de grandes virtudes espirituais; era também
portador de singulares predicados morais. O seu valor
e coragem são perceptíveis no relato bíblico. Ele
confrontou os profetas de Baal e reprimiu-os severamente (1 Rs 18.19). A percepção
do que era certo, ou errado, do que era justo, ou injutos, era bem patente na
vida de Elias.
Por isso ele
teve autoridade moral e espiritual para repreender severamente a Acabe. Quando este
consentiu no assassinato de Nabote (1 Rs 21.17-20). Eliseu
aprendera que ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se não
possuir valores morais e espirituais bem definidos.
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
Ninguém conseguirá ser um homem de Deus como Elias o foi, se
não possuir valores morais e espirituais bem definidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A história
de Elias e de seu sucessor, Eliseu, é instrutiva para a liderança espiritual. Com Elias,
aprendemos que os líderes são humanos e, portanto, suscetíveis a falhas. Aprendemos
que a história do reino de Deus é construída por homens que se dispõem a
obedecê-lo.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MERRILL.
Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. O reino de sacerdotes que Deus
colocou entre as nações. 6ª.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. HENRY,
Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
(Fonte: www.professoralberto.com.br).
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