terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Lição 9 - 1º Trim. 2013 - Jovens e Adultos .


Lição 09

ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO

03 de março de 2013 

TEXTO ÁUREO

“E (Jesus) transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”. (Mateus 17.2-3) 

VERDADE PRÁTICA 


O aparecimento de Moisés e Elias no Monte da Transfiguração é um testemunho de que a Lei e os Profetas cumprem-se em Cristo, o Messias prometido. 

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO 

Nosso texto áureo é sobre a transfiguração do Senhor Jesus, episódio encontrado nos Evangelhos Sinópticos (Mt 17.1-13; Mc 9.2-13 e Lc 9.28-36).

O versículo 1º de Mateus 17 declara: “Seis dias depois, tomou Jesus consigo Pedro, e a Tiago, e a João, seu irmão, e os conduziu em particular a um alto monte”; em Marcos lemos: “E, seis dias depois, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte, e transfigurou-se diante deles” (Mc 9.2). Em Lucas lemos: “E aconteceu que, quase oito dias depois dessas palavras, tomou consigo a Pedro, a João e a Tiago e subiu ao monte a orar” (Lc 9.28).

"Embora a Transfiguração fosse sem dúvida uma maravilhosa revelação da natureza essencial de Jesus, no contexto ela era também uma poderosa manifestação da natureza do reino que o nosso Senhor pretendia estabelecer com a sua morte.

[...] A chave para entendermos o pretenso significado da transfiguração é encontrada em Marcos 9.2, na frase 'seis dias depois'.
O que havia acontecido antes dos seis dias?  Jesus havia falado sobre a sua cruz e depois a glória, e feito uma promessa específica: 'Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns há que não provarão a morte sem que vejam chegado o Reino de Deus com poder' (Mc 9.1).

Não é costume de Marcos indicar um preciso relacionamento entre os eventos. A frase 'seis dias depois' faz íntima ligação entre a transfiguração e a profecia de Cristo sobre a sua morte e ressurreição - e a promessa que fez aos discípulos de que alguns veriam 'o Reino de Deus com poder'" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 115).

“Embora a transfiguração fornecesse uma confirmação visível da divindade de Cristo, os discípulos, perante os quais Ele havia exibido sua glória, já o havia reconhecido através dos olhos da fé (Mc 8.29). Porém não haviam reconhecido a natureza do seu reino: não entendiam a implicação de tomar a cruz e seguir a Jesus a fim de receberem uma nova vida.

Então Jesus transfigurou-se diante deles e, nessa transformação, eles viram 'o Reino de Deus com poder' (Mc 9.1). Eles viram Aquele que apareceu em sua encarnação como um homem comum, brilhar de repente com um extraordinário esplendor. O que eles viram era uma verdadeira transfiguração - uma transformação revolucionária do estado de um ser para outro.

Um estado de ser que indiscutivelmente exibia a glória e o poder de Deus. É isso que a transfiguração redefine o reino para seus discípulos. Quando, depois da morte e ressurreição de Cristo o reino de Deus vier 'com poder', a característica marcante desse reino não será exércitos de anjos marchando para esmagar o poder de Roma. O reino de Deus vem com poder a fim de mudar os seres humanos comuns em seres que escolheram seguir a Jesus.

O reino, pelo menos até à volta de Jesus, consistirá em transformação, e não nas conquistas que eles desejavam" (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 115).  

O Evangelho de Mateus e Marcos falam de “um alto monte”, já Lucas fala de “um monte”. Segundo a tradição o monte onde ocorreu a transfiguração é conhecido como o Monte Tabor sendo por isso considerado como um dos lugares santos para os cristãos na Terra Santa, particularmente reverenciado pelas igrejas orientais, nomeadamente pela Igreja Ortodoxa Grega.

O Monte Tabor é uma montanha na Galiléia, na seção leste do vale de Jizreel, cerca 17 km a oeste do Mar da Galileia, a 575 metros acima do nível do mar.  É também conhecido como "Har Tavor", "Itabyrium", "Jebel et-Tur" ou "Monte da Transfiguração".

Alguns contestam apontando para o Monte Hermon a 2.793 m de altura, perto do local da confissão de Pedro, em Cesaréia de Felipe. O Hermon, contudo, é coberto por neve, dificilmente seria encontrada, no dia seguinte a multidão que o esperava quando curou o jovem lunático Mt 17:9-14.

A tradição que relaciona o Monte Tabor a Transfiguração existe desde o século IV, atestada por Cirilo de Jerusalém e por Jerônimo em obras literárias. O historiador Flávio Josefo, também menciona o Monte Tabor em sua obra, ele fala que havia um forte no monte. A arqueologia, contudo, relaciona o forte com a época da guerra contra Vespasiano, 36 anos após a Transfiguração.

A entrada para o Tabor passa por uma floresta de pinheiros, no seu alto, muitas árvores odoríferas de onde é possível contemplar parte do campo missionário de Jesus: Caná, Naim, Cafarnaum, uma parte do Lago Tiberíades e a 8 km, a noroeste, Nazaré.

O Monte Tabor, localiza-se a sudoeste de Nazaré, no final do planalto de Esdrelon. Ele domina a 320 m de altura, a 800 Km acima do lago Tiberíades. No topo do monte Tabor foi construída a igreja católica da Transfiguração.  

Foi aos pés do Monte Tabor que a profetisa Débora e Baraque derrotaram as forças de Sísera, Jz 4.14: "Então disse Débora a Baraque: Levanta-te, porque este é o dia em que o Senhor tem dado Sísera na tua mão; porventura o Senhor não saiu diante de ti? Baraque, pois, desceu do Monte Tabor, e dez mil homens após ele". 
“E (Jesus) transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele”.  (Mateus 17.2-3) – A palavra “transfigurou-se” no grego é metamorphose, que significa “mudança de forma”, a palavra grega morphé é uma das palavras gregas que significa forma.  O apóstolo Paulo cita essa palavra em Romanos 12.2 ao falar sobre a transformação do homem interior, há outras passagens onde Paulo utiliza da mesma palavra como Filipenses 2.6, ao referir-se ao Senhor Jesus antes da encarnação, quando declara “que sendo em forma de Deus, não teve como usurpação ser igual a Deus”           

Segundo R. N. Champlin no seu Comentário do Novo Testamento: “Mateus e Marcos usam a expressão “foi transfigurado”; Lucas diz “a aparência do seu rosto se transfigurou”. De conformidade com Lucas, essa transfiguração ocorreu quando Jesus orava. Mateus e Lucas mencionam especialmente a transformação ocorrida na fisionomia de Jesus; Mateus diz, ilustrando, “resplandecia como o sol”.

            Todos os três evangelistas sinópticos mencionam a transformação havida em suas vestes. Mateus diz “brancas como a luz”. Lucas “ficaram brancas e mui resplandecentes”, mas Marcos fala com maior ênfase ainda: “em extremo brancas, como à neve, tais como nenhum lavadeiro sobre a terra as poderia branquear”
 
            A aparição de Moisés e Elias nos traz diversas lições e observações importantes:  

- MOISÉS – é o símbolo da Lei, ele representa como nenhum outro profeta a autoridade da lei. Diversas tradições associam Moisés à vinda do Messias. O Senhor Jesus foi profetizado por Moisés, o apóstolo Pedro evoca essa profecia em Atos 3.22-23: “Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo”.  

- ELIAS – é o símbolo dos profetas, ele representa os profetas.  

- JUNTOS – Moisés e Elias mostraram a aprovação do Pai à pessoa e á missão do filho, o Senhor Jesus, e demonstraram que Jesus era o Messias de Israel. Pois Moisés, símbolo da Lei e Elias, símbolo dos profetas, consubstanciam e credenciam o Senhor Jesus, como o Cristo de Deus.

            Evidentemente existem outras possibilidades, como Elias representando os redimidos que serão arrebatados e Moisés representando os redimidos que experimentaram a morte física. A passagem de Lucas 9.31 revela a ideia geral da conversa havida entre eles: “...os quais apareceram com glória e falavam da sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém”. 
            Importante ainda considerarmos que o aparecimento do profeta Elias no monte da transfiguração, inviabiliza a doutrina espúria do espiritismo Kardecista em insistir que João Batista era a reencarnação de Elias, senão vejamos:  

João Batista não era Elias  

“E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir” (Mateus 11.14) com base neste versículo o espiritismo kardecista afirma que “João Batista fora Elias, houve reencarnação do espírito ou da alma de Elias no corpo de João Batista”. No entanto a doutrina espírita kardecista sobre a reencarnação é definida da seguinte forma: “A reencarnação é a volta da alma ou espírito à vida corpórea, mas em um outro corpo, novamente constituído, em que nada tem a ver com o antigo”.

No caso de Elias, em 2 Reis 2.11 lemos que ele foi transladado para o céu, portanto, não morreu (não desencarnou). Se isso não aconteceu, o profeta não podia reencarnar.

Outro problema para o espiritismo kardecista é que Elias apareceu no monte da Transfiguração, se Elias tivesse reencarnado, na Transfiguração descrita em Mateus 17.1-6, quem deveria ter aparecido seria João Batista. Este já havia sido morto por Herodes e ele então deveria ter aparecido e não Elias, pois conforme estabelece a doutrina da reencarnação, quando o espírito se encarna toma sempre a forma da última existência.

O próprio João ao ser interrogado se era Elias, sua resposta foi enfática: “E perguntaram-lhe: Então quem és? És tu Elias? E disse: Não sou. ...”(Jo 1.21).

O caso de João Batista é que ele exerceu um ministério profético semelhante ao de Elias, João Batista representava Elias em sentido profético (Mt 17.2-3; Mc 9.12; Lc 1.17), não o próprio Elias reencarnado. O que temos entre Elias e João são traços de identidade de ministérios, senão vejamos:
1.- Aparecimento de Elias descrito em 1 Reis 17.1 se assemelha ao aparecimento de João Batista como descrito em Mateus 3.1;
2.- Elias repreende o rei Acabe, casado com Jezabel, mulher idólatra e ímpia (1 Reis 18.17-19), e João Batista repreendeu o rei Herodes por viver com a mulher de seu irmão (Mateus 14.3-4);
3.- Elias foi perseguido por Jezabel (1 Reis 19.2-3) e João Batista foi perseguido por Herodias, mulher de Herodes (Mateus 14.6-8);
4.- Ao ser interrogado se era Elias, sua resposta foi enfática: “E perguntaram-lhe: Então quem és? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não” (Jo 1.21).
O próprio João negou ser Elias e negou ser “o profeta”, essa expressão “o profeta” é uma alusão a Deuteronômio 18.15, que fala sobre um outro grande profeta que viria, o qual, quanto à sua posição oficial se assemelharia a Moisés .

Essa referência é repetida no Evangelho de João 1.25 e 7.40, mas não poder ser encontrada nos Evangelhos sinópticos. A base dos trechos de Atos 3.22 e 7.37, ficamos sabendo que a primitiva comunidade cristã fazia do trecho de Deuteronômio 18.15 uma profecia messiânica. João Batista rejeitou a noção de que ele fosse o profeta profetizado nesse versículo do livro de Deuteronômio, pois essa profecia se refere ao Senhor Jesus (Atos 3.22-26 e 7.37).

“Porque Moisés disse aos pais: O Senhor vosso Deus levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias.
 
 Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, no apartar, a cada um de vós, das vossas maldades” (Atos 3.22-26).

“Este é aquele Moisés que disse aos filhos de Israel: O Senhor vosso Deus vos levantará dentre vossos irmãos um profeta como eu; a ele ouvireis” (Atos 7,37).  

RESUMO DA LIÇÃO 09  


ELIAS NO MONTE DA TRANSFIGURAÇÃO  

I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO

1. Transfiguração.

2. Glória divina.  

II. ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO

1. Tipologia.

2. Escatologia.  

III. ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO

1. O Messias esperado.

2. O Messias rejeitado.  

IV. ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO

1. Humilhação.

2. Exaltação.  

OBJETIVOS  


Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Descrever o episódio da transfiguração de Jesus.
Explicar a tipologia representada em Moisés e Elias.
Caracterizar-se de que Jesus era o Messias esperado. 
INTERAÇÃO
Professor nesta lição estudaremos a respeito do profeta Elias no monte da Transfiguração. Este acontecimento teve como objetivo principal demonstrar que Jesus de fato era o Messias esperado. Moisés também apareceu neste episódio. Sabemos que ele tipificava a lei e Elias  prefigurava os profetas que predisseram a vinda do Messias.
No decorrer da lição, procure enfatizar que embora Moisés e Elias tivessem grande relevância na história do povo hebreu, eles não possuíam glória própria. Ainda que fossem homens fiéis ao Senhor, eram humanos, sujeitos a falhas e erros, porém, eles irradiavam a glória proveniente do Cristo. Que possamos, como Filhos de Deus, regenerados em Jesus Cristo, irradiar também a glória do Profeta de Nazaré. 

COMENTÁRIO 


                                        PALAVRA CHAVE

     TRANSFIGURAÇÃO:

Mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência.  

INTRODUÇÃO

O relato sobre a transfiguração, conforme narrado nos evangelhos sinóticos, é um dos mais emblemáticos do Novo Testamento (Mt 17.1-13; Mc 9.2-8; Lc 9.28-36). Além do nome de Moisés, o texto coloca em evidência também o de Elias. Entretanto, diferentemente dos outros textos até aqui estudados, o profeta não aparece aqui como a figura central, mas secundária! 
O centro é deslocado do profeta de Tisbe para o Profeta de Nazaré, Jesus.  E não mais Elias. Moisés, Pedro, Tiago e João, também nominados nesse texto, aparecem como figurantes numa cena onde Cristo, o Messias prometido, é a figura principal. 
I. ELIAS, O MESSIAS E A TRANSFIGURAÇÃO
1. Transfiguração. O texto sagrado relata que tão logo subiram ao Monte, Jesus foi transfigurado diante de Pedro, João e Tiago. Diz o texto sagrado: "o seu rosto resplandeceu como o sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz" (Mt 17.2).
A palavra transfigurar, que traduz o termo grego metamorfose, mantém o sentido de mudança de aparência, ou forma, mas não mudança de essência. A transfiguração mostrou aos discípulos aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado (Jo 1.1; 17.1-5).
Os discípulos observaram que o seu rosto brilhou como o sol (Mt 17.2). O texto revela também que suas vestes resplandeceram (Mt 17.2). Esses fatos põem em evidência a identidade do Messias, o Filho de Deus.  
2. Glória divina. Mateus detalha que durante a transfiguração "uma nuvem luminosa os cobriu" (Mt 17.5). É relevante o fato de que Mateus, ao escrever o evangelho aos hebreus, põe em evidência o fato de que Jesus é o Messias anunciado no Antigo Testamento.
Isso pode ser visto na manifestação da nuvem luminosa, que está relacionada com a manifestação da presença de Deus (Êx 14.19,20; 24.15-17; 1 Rs 8.10,11; Ez 1.4; 10.4). Tanto Moisés como Elias, quando estiveram no Sinai, presenciaram a manifestação dessa glória. Todavia, não como os discípulos a vivenciaram no Monte da Transfiguração  (Mt 17.1,2).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A transfiguração provou para os discípulos e para nós aquilo que Jesus sempre fora: o verbo divino encarnado. 
II. ELIAS, O MESSIAS E A RESTAURAÇÃO
1. Tipologia. No evento da transfiguração, o texto destaca os nomes de Moisés e Elias (Mt 17.3). Para a Igreja Cristã, Moisés prefigura a Lei enquanto Elias, os profetas. É perceptível, nessa passagem, que Moisés aparece como figura tipológica. Mateus põe em evidência o pronunciamento do próprio Deus: "Escutai-o" (Mt 17.5).
E Moisés havia dito exatamente estas palavras quando se referia ao Profeta que viria depois dele: "O SENHOR, teu Deus, te despertará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis" (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés tem seu tipo revelado em Jesus de Nazaré e que toda a Lei apontava para Ele.  
2. Escatologia. Enquanto Moisés ocupa um papel tipológico no evento da transfiguração, Elias aparece em um contexto escatológico. O texto de Malaquias 4.5,6 apresenta Elias como o precursor do Messias.
O Novo Testamento aplica a João Batista o cumprimento dessa Escritura: "E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto" (Lc 1.17).
 Assim como Elias, João foi um profeta de confronto (Mt 3.7), ousado (Lc 3. 1-14) e rejeitado (Mt 11.18). A presença do Batista, o Elias que havia de vir, era uma clara demonstração da messianidade de Jesus.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
No evento da transfiguração, Moisés prefigurava a Lei e Elias os profetas
III. ELIAS, O MESSIAS E A REJEIÇÃO
1. O Messias esperado. Tanto os rabinos como o povo comum sabiam que antes do advento do Messias, Elias haveria de aparecer (Ml 4.5,6; Mt 17.10). O relato de Mateus sugere que os escribas não reconheceram a Jesus como o Messias, porque faltava um sinal que para eles era determinante - o aparecimento de Elias antes da manifestação do Messias (Mt 17.10). 
Como Jesus poderia ser o Messias se Elias ainda não havia vindo? Jesus revela então que nenhum evento no programa profético deixara de ter o seu cumprimento. Elias já viera e os fatos demonstravam isso. Elias havia sido um profeta do deserto, João também o foi; Elias pregou em um período de transição,  João prega na transição entre as duas alianças;
Elias confrontou reis (1 Rs 17.1,2; 2 Rs 1.1-4), João da mesma forma (Mt 14.1-4). Mais uma vez fica claro: João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias. 
2. O Messias rejeitado. O texto de Mateus 17.1-8, que narra o episódio da transfiguração, inicia-se com a sentença: "Seis dias depois" (Mt 17.1). O texto coloca a transfiguração num contexto onde uma sequência de fatos deve ser observada. Os eruditos ressaltam que "seis dias" é uma outra forma de dizer: "uma semana depois".
De fato, o texto paralelo de Lucas fala de "quase oito dias", isto é, uma semana depois (Lc 9.28). O texto, portanto, põe o evento no contexto da confissão de Pedro (Mt 16.13-20) e no discurso de Jesus sobre a necessidade de se tomar a cruz (Mt 16.24-28).
O Messias revelado, portanto, em nada se assemelhava ao herói da crença popular. Pelo contrário, a sua mensagem, assim como a do Batista, não agradaria a muita gente e provocaria rejeição. 
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
João era o Elias que havia de vir e Jesus era o Messias.
IV. ELIAS, O MESSIAS E A EXALTAÇÃO
1. Humilhação. Os intérpretes destacam que havia uma preocupação dos discípulos sobre a relação do aparecimento de Elias e a manifestação do Messias. Esse fato é demonstrado na pergunta que eles fazem logo após descer o monte da transfiguração (Mt 17.10).
Como D. A. Carson observa, o fato é que a profecia referente a Elias falava de "restaurar todas as coisas" (Mt 17.11) e os discípulos não entendiam como o Messias tão esperado pudesse morrer em um contexto de restauração. Cristo corrige esse equivoco, mostrando que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas (Mt 17.12; Lc 9.31; Fl 2.1-11).  
2. Exaltação. Muito tempo depois, o apóstolo Pedro ainda lembra dos fatos ocorridos e os cita em relação à exaltação e glorificação de Jesus e, também, como prova da veracidade da mensagem da cruz:
 "Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido" (2 Pe 1.16,17). 
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
Jesus deixou claro que a cruz faz parte do plano divino para restaurar todas as coisas. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos, pois, que os eventos ocorridos durante a Transfiguração servem para demonstrar que Jesus era de fato o Messias esperado. Tanto a Lei, tipificada aqui em Moisés, como os Profetas, representado no texto pela figura de Elias, apontavam para a revelação máxima de Deus - o Cristo Jesus.
Essas personagens tão importantes no contexto bíblico não possuem glória própria, mas irradiam a glória proveniente do Filho de Deus. Ele, sim, é o centro das Escrituras, do Universo e de todas as coisas (Cl 1.18,19; Hb 1.3; Fl 2.10,11). 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MERRILL. Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. HENRY, Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2007. Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 53, p.40. FONTE: www.professoralberto.com.br

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