A ATUALIDADE DOS
CONSELHOS PAULINOS
18 de agosto de 2013
TEXTO ÁUREO
“Resta,
irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor”. (Fp 3.1a)
VERDADE PRÁTICA
Para
quem ama a Deus o mais importante é ter um coração renovado pela ação do
Espírito Santo.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Resta, irmãos
meus, que vos regozijeis no Senhor”. (Fp 3.1a)
Nosso texto áureo é o
preâmbulo do capítulo 3 aos irmãos de Filipos, nele o apóstolo Paulo exorta aos
cristãos filipenses a guardar-se dos maus obreiros e a cultivar o fruto do
Espírito. Portanto, o contexto do nosso
texto áureo aponta para um problema com os judaizantes em Filipos
semelhantemente ao que havia na Galácia (Gl 2.14).
Parece-nos que essa era a
principal causa de dissensão em Filipos. Paulo cita o maravilhoso exemplo de
humildade dado pelo Messias, o Senhor Jesus, no capítulo 2 e agora no capítulo
3 cita o horroroso exemplo de não humildade dado pelos judaizantes, como uma
advertência para não se gloriar, uma vez que a humildade exclui. o orgulho (Fp
3.3-9).
O apóstolo Paulo inicia o
capítulo 3 dizendo: “Resta,...” do grego “to loipon” literalmente “quanto ao resto”, ou
seja, expressa a ideia de “finalmente”.
Podemos observar nas epístolas
paulinas que a expressão grega “loipon”, com as ideia de
finalmente, aparece geralmente no final das cartas, veja alguns exemplos:
“Finalmente,...”
(1 Tessalonicenses 4.1);
“No demais,...” (2
Tessalonicenses 3.1);
“Quanto ao mais,...”
(2 Coríntios 13.11).
Essa expressão tem a ideia de
encerramento ou conclusão, assim sendo, é possível que o apóstolo estava
prestes a encerrar a epístola fazendo sua conclusão advertindo a igreja
filipense e exortando-os contra aos legalistas, mas que ao invés de concluir continuou
escrevendo sobre outros assuntos e no versículo 8 da capítulo 4 ele irá usar
novamente o mesmíssimo termo grego “to loipon” ou seja: “finalmente” ou
“quanto ao mais,”, novamente
no sentido de encerramento.
É possível que o apóstolo
estava prestes a encerrar sua carta no capítulo 3 com uma firme exortação
contra os legalistas, mas continuou escrevendo sobre outros assuntos e voltou a
encerrar efetivamente no capítulo 4. Essa tem sido a prática inclusive de
muitos pastores e pregadores ainda hoje, declaram que estão encerrando o
assunto, mas iniciam novas ideias no final, dando espaço para uma possível
continuação do que está iniciando e retomando o fechamento do pensamento
anterior.
“Finalmente meus
irmãos,...”– O
apóstolo antes de iniciar sua exortação contra os legalistas, expressa seu amor
fraternal aos cristãos de Filipos, “irmãos meus” é a maneira carinhosamente fraterna de expressar sua
consideração e real crença na família de Deus, irmãos em Cristo, concidadãos do
céu, nós irmãos, possuímos dupla cidadania, a terrena e a celestial:
“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para
ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar
também a si todas as coisas” (Fp 3.20-21).
“...regozijeis no
Senhor” – esta palavra “regozijar” é a palavra
chave da epístola de Paulo aos Filipenese. Regozijar
ou alegrar na epístola aos
filipenses, vêm da palavra grega “chara” – “alegria,
estado de regozijo”, também usada para indicar um “banquete” ou um “banquete
festivo”, como também para indicar a pessoas ou a coisa que causava
alegria, que é o caso de Filipenses 4.1.
No Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento de Lawrence O.
Richards publicado pela CPAD na página 441 lemos: A Alegria em Filipenses:
“Todos querem ser felizes.
Isto era tão verdadeiro no século I quanto hoje.
E, nesta área, várias
filosofias ofereciam sistemas éticos que prometiam guiar os estudantes a uma
vida completa e feliz.
Estes sistemas eram
sofisticados demais para confundir ‘sentir-se
feliz’ com felicidade.
E assim os filósofos
começaram a redefinir o termo, porque embora não pudessem ajudar ninguém a se
sentir feliz, era certamente possível convencê-los de que seu estado era feliz,
não importa como pudessem se sentir!
Os filósofos consideravam a
alegria (chara) uma subdivisão do prazer (hedone). Como uma emoção,
chara
era vista com desconfiança pelos estóicos, que sob a pressão da opinião comum
posteriormente a classificaram como ‘um bom humor’ da alma. [...]
O que é admirável no uso do
NT deste conceito, seja na forma de substantivo (chara) ou verbo (chairo),
é que ela retém uma força secular básica.
Contudo, a forma como se experimenta
este estado de espírito forte, positivo, confiante e exaltado está diretamente
ligada a um outro paradoxo da fé. Mesmo sabendo que o caminho para a exaltação
é a humilhação voluntária, ilustrada em Filipenses 2.6-11, a alegria do cristão
é frequentemente experimentada em circunstâncias que ninguém consideraria
feliz!”.
RESUMO DA LIÇÃO 07
A
ATUALIDADE DOS
CONSELHOS
PAULINOS
I. A ALEGRIA DO SENHOR
1. Regozijo espiritual.
2. Exortação ao regozijo.
3. Alegria em meio às preocupações e aflição.
II. A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS (3.2-4).
1. "Guardai-vos dos cães".
2. "Guardai-vos dos maus obreiros".
3. "Guardai-vos da circuncisão".
III. A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO CRISTÃ (3.3).
1. A circuncisão no Antigo Testamento.
2. A verdadeira circuncisão não deixa marcas físicas.
2. A verdadeira circuncisão não deixa marcas físicas.
3. A verdadeira circuncisão não confia
na carne (3.3-7).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Dissertar a respeito da alegria do Senhor.
Explicar a tríplice advertência de Paulo contra os
inimigos da fé.
Compreender o significado da verdadeira circuncisão cristã.
INTERAÇÃO
Professor a
presente lição busca ressaltar a atualidade que os conselhos do apóstolo Paulo
têm para o tempo que se chama “hoje”. Além de o
apóstolo versar sobre o cuidado com os falsos obreiros, aqueles que distorcem a
liberdade em Cristo Jesus, Paulo conclama a igreja a se alegrar em Deus, a
despeito de todos os transtornos que ela possa ter sofrido no confronto com os
falsos obreiros.
A vida de
Paulo nos mostra que é possível alegrar-se em meio ao sofrimento. O sofrimento
na vida do crente não significa ausência de alegria em Deus. O apóstolo
mostrou que a fé no Cristo ressurreto transcende o nosso estado momentâneo de
sofrimento. Portanto,
prezado professor, alegre-se em Deus.
COMENTÁRIO
PALAVRA
CHAVE
CONSELHO:
Parecer, juízo,
opinião. Advertência que emite; admoestação, aviso.
INTRODUÇÃO
No capítulo
três de sua carta aos Filipenses, Paulo continua revelando preocupação a
respeito dos “maus obreiros”. Estes se
aproveitavam de sua ausência para introduzir falsas doutrinas na igreja. A fim de
precavê-la, por três vezes o apóstolo diz: “guardai-vos” (v.2). Nesta lição,
veremos que Paulo também não deixou de exortar os filipenses a que, mesmo
diante das adversidades, se alegrassem no Senhor (v.1), pois a alegria do
Senhor é a nossa força (Ne 8.10).
I. A ALEGRIA DO SENHOR
1.
Regozijo espiritual. A expressão “resta, irmãos meus”
(v.1), aparece no texto grego
como to
loipon, que é traduzido como “finalmente”. Ela sugere
que Paulo estava concluindo sua carta, mas ainda havia algo importante a dizer
aos irmãos da igreja em Filipos.
O apóstolo
ensina aos irmãos filipenses que a alegria do Senhor é a força que nos faz
superar toda e qualquer adversidade. O
contentamento que Jesus nos oferece é um reforço para a nossa fé em tempos de
adversidade.
2.
Exortação ao regozijo. A alegria do Senhor é produzida pelo Espírito
Santo no coração do crente. Esta alegria independe das circunstâncias, pois é
divina e faz com que o cristão supere as dificuldades. Paulo mostra
aos filipenses que esse sentimento de felicidade, concedido pelo Senhor, é uma
capacitação divina que fortalece a igreja a suportar as adversidades. Para o
apóstolo, que se encontrava na prisão, a alegria do Senhor era como um precioso
consolo, capaz de trazer descanso e quietude para a sua alma.
3.
Alegria em meio às preocupações e aflição. Paulo
percebeu que, em virtude do sofrimento, os irmãos de Filipos poderiam ser
tomados pelo desânimo. Por isso, ele os exortou a se alegrarem em Deus, pois a
alegria vinda da parte do Senhor nos fortalece (Ne 8.10).
Triunfante
por causa de sua confiança no Cristo ressurreto, o apóstolo sabe que somente
aquele que conhece e confia no Senhor, e em sua Palavra, é capaz de
regozijar-se diante das dificuldades, tal como ele e Silas o fizeram (At
16.24,25).
Deus é o
nosso conforto. Nele podemos confiar e regozijar-nos sempre (1Ts 5.16).
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A alegria do Senhor,
a que Paulo se refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da
vida.
II. A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA
OS INIMIGOS (3.2-4)
1.
“Guardai-vos dos cães”. A hostilidade de Paulo contra os maus obreiros
era forte e decisiva, pois eles causavam muitos males à igreja, em especial aos
novos convertidos.
Paulo chama
os judaizantes de “cães”, pois estes acreditavam e
ensinavam que os gentios deviam obedecer a todas as leis judaicas, um fardo
legalista que nem mesmo os próprios judeus suportavam (Gl 2.14).
Os
judaizantes eram como “cães” que atacavam os novos convertidos durante a ausência
de Paulo. O apóstolo
repelia-os com veemência e orientava os filipenses a que deles se
resguardassem.
2.
“Guardai-vos dos maus obreiros”. Estes também são denominados por Paulo como “cães” e os da “circuncisão”. Eles
espalhavam falsos ensinos, não se importando com a sã doutrina ensinada pelos
apóstolos. Pregavam um falso evangelho (Gl 1.8,9).
Afirmavam
que para que os gentios se tornassem cristãos deveriam seguir a lei mosaica e,
pior, as tradições judaicas.
Todavia, no
concílio da igreja em Jerusalém, conforme Atos 15, os apóstolos já haviam
discutido sobre o papel da lei judaica em relação aos gentios.
Segundo as
deliberações do “concílio de Jerusalém”
os gentios cristãos não deveriam comer alimentos oferecidos aos ídolos, carne
com sangue e sufocada (Lv 17.14). Deveriam também evitar as práticas sexuais
imorais.
Não
obstante, os “maus obreiros” faziam questão de discordar do ensino paulino, a fim
de impor aos gentios as práticas judaicas.
3.
“Guardai-vos da circuncisão”. Um dos costumes judaicos que aqueles “maus obreiros” queriam
impor era a prática da “circuncisão”.
Eles
ensinavam, erroneamente, que a circuncisão tornaria os gentios verdadeiramente
cristãos.
Paulo então
passa a ensinar aos filipenses que a verdadeira circuncisão é aquela operada no
coração; logo não é algo da carne, mas do Espírito Santo.
De acordo
com o Comentário Bíblico Pentecostal,
editado pela CPAD, “os cristãos
filipenses não deveriam ter como motivo de orgulho quaisquer sinais físicos que
demonstrassem sua condição de comunhão, porém, antes, deveriam orgulhar-se em
Cristo e na sua obra”.
4.-
Quem eram os judaizantes?Há boas razões para se crer que estes judaizantes
não eram somente judeus de nascimento, mas muitos dos prosélitos gentios
fanáticos preocupados com a circuncisão física.
Esses
prosélitos e também muitos judeus de nascimento, se orgulhavam de maneira
excessiva na sua judaização, considerando a circuncisão na carne, como meio
necessário de iniciação no povo de Deus.
Contra essa
hipótese ou doutrina, levanta-se o Concílio de Jerusalém (At 15) e os escritos
do apóstolo Paulo em suas epístolas:
‘Por
isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem
a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da
fornicação, do que é sufocado e do sangue” (Atos 15.19-20).
“Na
verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo
algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas
sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das
quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” (Atos 15.28-29).
“Eis
que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos
aproveitará” (Gálatas 5.2);
‘Todos
os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a
circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de
Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas
querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne” (Gálatas
6.12-13).
Observe
agora os argumentos do apóstolo Paulo sobre os judaizantes?
“Ainda
que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na
carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da
tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; Segundo o
zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Filipenses 3.4-7).
Na verdade
nos versículos acima Paulo está perguntando: São eles
judeus? Se é assim, o são apenas por conversão, enquanto eu (Paulo) sou filho
de Israel por nascimento (v.5);
Mas Paulo
não confia nas coisas exteriores, no ritualismo, nas coisas da carne, isso tudo
que ele herdou por nascimento ele considerava literalmente “lixo” (v.8).
Paulo
apresenta sua origem e qualificação somente porque aqueles judaizantes que se
opõem ao evangelho não depositassem sua confiança e fé na carne, nas suas
próprias e escassas qualificações como sendo algo de grande importância.
Leia no
final deste comentário a matéria: De amantes da terra à gentios judaizantes.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
“Guardai-vos dos
cães”, “guardai-vos dos maus obreiros”, “guardai-vos da circuncisão”; são
advertências paulinas a que a igreja se cuidasse com os judaizantes.
III. A VERDADEIRA CIRCUNSISÃO
CRISTÃ (3.3)
1.
A circuncisão no Antigo Testamento. Sabemos que a circuncisão era
um rito religioso com caráter moral e espiritual, consistindo em um sinal
físico de que a pessoa pertencia ao povo com o qual Deus fez um pacto. Era também
um sinal de obediência a Deus (Gn 17.11; At 7.8). Porém, os
seguidores de Jesus não precisam da circuncisão para serem identificados como
pertencentes a Ele. A
circuncisão do cristão é espiritual e interior, operada pelo Espírito Santo, no
coração, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 4.9-11).
2.
A verdadeira circuncisão não deixa marcas físicas. Paulo ensina
aos colossenses que a verdadeira circuncisão em Cristo não é por intermédio de
mãos humanas, mas “no despojo do corpo da carne” (Cl 2.11,12). É um ato
espiritual, levado a efeito pelo Senhor Jesus que remove a nossa velha natureza
e nos concede uma nova (2Co 5.17).
É uma
circuncisão do coração (Rm 2.29).
3.
A verdadeira circuncisão não confia na carne (3.3-7). Os cristãos
judaizantes que participavam da igreja em Filipos confiavam muito mais na carne
e na circuncisão do que em Cristo. Por isso,
Paulo narra a sua história como judeu. Ele declara ter sido circuncidado ao
oitavo dia (v.5) e ter seguido todos os ritos da lei (v.6). Mas o
apóstolo enfatiza que ao encontrar-se com Cristo, renunciou a tudo da velha
religião para servir apenas a Cristo.
Paulo
declara: “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a
Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne”
(3.3). A salvação é somente pela
fé em Jesus. Nenhum rito religioso é capaz de trazer salvação.
4.-
Circuncidados espiritualmente. “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a
Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne”
(Filipenses 3.3);
“Mas
é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito,
não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2.29).
O que
tinhámos na época do apóstolo Paulo: - judeus e
prosélitos; - judeus e
prosélitos que aceitaram o Senhor Jesus como Messias; - gentios; - gentios
que aceitaram o Senhor Jesus como Messias.
Conclusões:
Um crente
gentio, circuncidado espiritualmente, no entanto fisicamente incircunciso, já
foi enxertado em Israel pela fé (Rm 11.16-26). Portanto a
promessa feita a Abraão também se aplica a ele (Gl 3.6-14). Ainda assim,
ele continua sendo um gentio salvo e não deve ser circuncidado, exceto em caso
excepcional (At 16.1-3; 1 Co 7.17-20; Gl 5.2-6).
Um judeu,
que não está circuncidado espiritualmente, mas apenas fisicamente, continua
sendo um judeu e embora seja um ramo cortado, poderá ser enxertado de novo (Rm
11.16-24). Um judeu que
depositou sua fé em Jesus o Messias, possui uma dupla circuncisão, na carne e espiritualmente, mas deve tomar como advertência (Fp 3. 4-9 e Rm 11) para não
fazer dessa dupla circuncisão base para se gloriar, o que será sempre uma
tentação, o terrível pecado do orgulho.
Na igreja de
Cristo, não existe cidadania de primeira e segunda classe baseado em ser ou não
ser circuncidado na carne, ou qualquer outro critério exterior (Gl 3.28; Cl
3.11). “Porque
em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas
sim o ser uma nova criatura” ( Gl 6.15).
CONCLUSÃO DO TÓPICO III
Professor,
para concluir o tópico III da lição, se possível reproduza o esquema abaixo.
O objetivo
desta atividade é estabelecer uma diretriz bíblica e clara a respeito do que o
apóstolo Paulo estava falando a respeito da “verdadeira circuncisão cristã”.
À luz do
texto de Filipenses 3.1-4 o apóstolo mostra que a “circuncisão” que é realizada pelo Espírito nada tem com a
circuncisão imposta pela “carne”.
Afirme para
a classe que o crente em Jesus não se gloria dos seus atributos exteriores, pois
sabe que eles não têm o poder de influenciar nada, a não ser para gerar uma
falsa piedade, falsa humildade e falsa disciplina com o corpo.
Portanto,
não são de valor algum para a espiritualidade, senão para a “satisfação da carne” (Cl 2.20-23).
SEGUNDO O
ENSINO DO APÓSTOLO PAULO AOS FILIPENSES, O VERDADEIRO CRISTÃO É DE FATO A
VERDADEIRA CIRCUNCISÃO, NÃO O COSTUME DO JUDAÍSMO. O APÓSTOLO USA TRÊS
CONCEITOS PARA IDENTIFICAR TAIS CRISTÃOS:
1)
Eram aqueles “que adoravam pelo Espírito de Deus”. A palavra traduzida
na NIV como “adoração” (latreuo) é usada na LXX
[septuaginta] e no livro de Hebreus para se referir ao serviço dos sacerdotes
no templo (Êx 23.25; Dt 6.12; Hb 8.5; 10.2).
A palavra é
também usada em Romanos 12.1, onde Paulo incita seus ouvintes a oferecerem seus
corpos a Deus como sacrifício, bem como um “ato de adoração espiritual”.
Paulo
continua a encorajar os cristãos romanos a permitirem que suas mentes sejam
renovadas e suas vidas capacitadas pelo poder do Espírito, exercitando seus
dons para servirem uns aos outros (12.2-8).
2)
Não ao orgulho ou quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição. Os cristãos
filipenses não deveriam ter como orgulho quaisquer sinais físicos que
demonstrassem sua condição de comunhão, porém, antes, deveriam orgulhar-se em
Cristo e na sua obra.
Não deveriam
depositar a sua confiança em regra e rituais respeitados ou valorizados por
aqueles que viviam sob a lei Mosaica. O motivo de
orgulho do cristão nunca deveria consistir em ser irrepreensível com respeito
aos mandamentos da lei (3.4).
A verdadeira
circuncisão é formada por aqueles que colocam sua fé somente em Cristo, e que
têm nEle seus motivos de orgulho.
3)
“A [verdadeira] circuncisão” “A [verdadeira] circuncisão” são aqueles que não
depositam nenhuma confiança na carne.
Para Paulo,
a ideia de “carne” (sarx) significou frequentemente um “local natural” de
existência humana (Rm 9.3; 1Co 10.18), mas usa frequentemente a palavra em um
sentido teológico para se referir à condição da humanidade em rebelião contra
Deus.
A
consequência final de ser dominado pela carne é a morte (Rm 8.6). O cristão é
chamado a crucificar a carne e as suas obras e viver de acordo com o Espírito
(Gl 5.16ss). Deste modo, Sarx traz consigo um significado duplamente nítido em
Paulo:
(a) É
renúncia sincera a toda e qualquer observância da lei cerimonial, como a
circuncisão, que alegue poder alcançar a salvação;
(b) Paulo, à luz do uso mais amplo do termo sarx,
expõe as ações dos judaizantes ao que realmente são: obras realizadas em
rebelião contra Deus.
Paulo mostra
que a espiritualidade dos judaizantes está em manter a lei; sua glória está em
suas realizações; e sua confiança em cerimônias e costumes religiosos
exteriores.
Caso alguém
pense que Paulo tenha exagerado nesta ênfase, basta olhar para sua vida e
veremos que ele sabe o que está dizendo.
Antes de se
tornar um cristão, ele mesmo aceitava as convicções judaicas.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
A verdadeira
circuncisão não confia na carne nem deixa marcas físicas, pois ela é gerada
pelo Espírito.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Paulo ensinou aos filipenses que a confiança em
Cristo nos garante alegria.
Tal felicidade independe das circunstâncias e
faz-nos enfrentar todas as dificuldades comuns às demais pessoas com uma
diferença: temos esperança!
Paulo também mostrou aos filipenses que as leis
do Antigo Testamento e seus ritos tinham sua importância, todavia, a obediência
a tais leis e ritos não garantiam a salvação de ninguém.
O que deve ser considerado pelo crente é o seu
relacionamento com o Cristo ressurreto.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MERRILL.
Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. O reino de sacerdotes que Deus
colocou entre as nações. 6ª.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
HENRY,
Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
RICHARDS,
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.Rio
de Janeiro: CPAD, 2007.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol.
2, RJ: CPAD, 2009.
STERN, David
H. Comentário
Judaico do Novo Testamento. 1ª Ed., SP, Ed. ATOS, 2008.
DE AMANTES DA TERRA À GENTIOS
JUDAIZANTES
A esdrúxula trajetória da Igreja de Deus (7o. Dia) no
Brasil que se transformou na Congregação Israelita da Nova Aliança.
UM ALERTA À IGREJA EVANGÉLICA DO BRASIL
Por Alberto
Alves da Fonseca
Quem ligava a televisão nos canais:
TV TERRA VIVA, canal 29 (parabólica) ou na SKY Canal 104 nas noites de domingo,
ou acessa a internet no site: www.israelitas.com.br/tvisraelita, se deparará
com algo inusitado, a Congregação Israelita da Nova Aliança (CINA),
aparentemente um programa de judeus convertidos a Jesus, o Messias. Apresentam
o programa normalmente três personagens vestidos como judeus, com aparências
judias e falando como judeus religiosos, todos com pomposos nomes judaicos
como: Yishai Ben Yehudah, Shelumiel Ben Israel e Ezrah Ben Levi, os três fazem
um tremendo esforço para parecerem rabinos judeus, mas na verdade não são e
nunca foram judeus, trata-se de Altair Junqueira, Sidinei Paim e Périclis
Pereira, todos tupiniquins[i],
que se transvestiram[ii] em judeus e resolveram criar o seu próprio
“Israel” ou como se auto denominam “noiva judia”.
Quem são esses indivíduos? Como
surgiram? E porque se esforçam tanto em ser o “verdadeiro Israel” ou “a noiva
judia”? Vamos aos fatos:
Trata-se de indivíduos procedentes
da Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil. Antes de se transformar na Congregação
Israelita da Nova Aliança, a dita denominação oficialmente informava que havia
sido fundada no final de 1979, na cidade de Campinas (SP), por representantes
dos Estados Unidos e do México. Na tentativa de provar que era fundada por
Jesus Cristo, (algo comum nas ditas denominações), tentavam fazer uma ponte
histórica de sua origem declarando ter sido inaugurada por Jesus Cristo e que
sempre tivera representantes até chegar na Idade Média. Como na época era
interessante mostrar sua raiz histórica ligada aos movimentos da pré-Reforma e
da Reforma Protestante, evocavam como ascendência histórica os “Valdenses”,
período em que declaravam possuir documentos, sendo que tais documentos,
segundo eles, encontravam-se na Inglaterra. Após viajarem no tempo e no espaço,
evocavam como ascendente, ou pelo menos como referência histórica, a Mill Yard
Church of God (Igreja de Deus – Mil Anos ) 1664, e depois, ia para os Estados
Unidos, em 1671. Constrangida, declarava que houvera perda de adeptos para o
Movimento Batista do Sétimo Dia e uma aproximação com a Igreja Adventista do
Sétimo Dia. Finalmente, depois de discordar com o “Espírito da Profecia”,
diga-se a autoridade de Ellen Gould White, passara a ser a Igreja de Deus do
Sétimo Dia.
Outra fonte declara que a Igreja de
Deus do Sétimo Dia é um movimento milenarista e que sua origem real é
norte-americana, com sede em Miridian, Idaho (EUA). “Sua instalação no Brasil
tem uma curiosidade história. Havia um pequeno grupo conhecido como Organização
Evangélica Universal dos Primogênitos, de índole adventista, sediado em
Guarulhos (SP). A partir de 1978, porém, sua liderança decidiu unir-se à Igreja
de Deus do Sétimo Dia dos EUA. Mas, para isso, seria preciso adaptar-se ao
sistema doutrinário daquele movimento, pois a IDSD considera-se a única igreja
verdadeira, aquela que não se corrompeu com a “Roma Pagã” (a besta do
Apocalipse), que seria representada pelo catolicismo, acusado de herdeiro do
paganismo. Os sinais dessa corrupção seria a aceitação das seguintes crenças e
práticas:
1o.
Imortalidade da alma;
2o. Morada
no céu;
3o. A
doutrina da Trindade;
4o. Batismo
trinitariano;
5o. Domingo
como dia santo;
6o.
Celebração do Natal em 25 de dezembro;
7o. Uso de
cruzes nos templos religiosos, entre outros.
“Assim, em
1984, após cinco anos de conversação com os líderes da IDSD nos EUA, a
Organização Universal dos Primogênitos, que cria nos itens 2,3,4,6 e 7,
submeteu-se às novas doutrinas. Com isso, toda a organização foi rebatizada e
seus líderes reordenados como ministros da IDSD do Brasil. Com a união, a mais
nova IDSD deixou de ser quinze pequenos grupos espalhados por aproximadamente
quatro Estados para expandir-se por quase todos os Estados da Federação. A sede
nacional encontra-se em Curitiba (PR)”.
Até agora,
era o que tínhamos sobre a Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil, até que a mesma
ganhou visibilidade televisiva com sua mais nova aparência, a judaização total,
embora exista ainda uma facção que não se judaizou e que desde 30 de dezembro
de 2005, está com sede e foro na cidade de Laranjeiras do Sul (PR), e é
obviamente, considerada dissidente, no entanto, parece que a maioria dos
adeptos da Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil se judaizou transformando na
Congregação Israelita da Nova Aliança (CINA) com sede em Curitiba (PR) cujo
presidente vitalício e fundador é Altair Junqueira, que se auto denominou-se
Rosh Yishai ben Yehudah..
Assim com
visual judaizante, não interessa mais provar suas raízes protestantes, declaram
então que “estamos nos distanciando do protestantismo, que de certa forma nos
serviu de referência por algum tempo, estamos nos sentindo mais próximos de
nossas raízes, nos sentindo realmente israelitas e percebendo que Yeshua,
Jesus, que é judeu, hoje já pode descobrir a face de Sua noiva e a reconhecer”
e fazem a seguinte observação: “Estamos num processo contínuo de tesvhuvah
(retorno às nossas raízes israelitas – da Congregação Israelita do primeiro
século), o que significa que esta lista de itens poderá ser ampliada”
(Princípios de Fé – Nisto cremos – A Congregação (Kehilat Israel), com esta
espantosa observação já dá para imaginar o que esses gentios judaizantes ainda
irão inventar, pois já deixaram a porta aberta para novas heresias, pois tudo o
que seus “roshs”, digo, Altair Junqueira, Sidinei Paim e Périclis Pereira, supostamente “descobrirem”, digo “entenderem”
ou “interpretarem” ser da Congregação Israelita do primeiro século, declararão
ser autêntico e verdadeiro.
CONGREGAÇÃO ISRAELITA DA NOVA ALIANÇA (CINA),
ANTIGA IGREJA DE DEUS (7O. DIA) NO BRASIL
A
Congregação Israelita da Nova Aliança (CINA) até pouco tempo atrás, continuava
registrada com o nome de Organização Geral das Igrejas de Deus (7o. Dia) no
Brasil, isto podia ser visto no termo de conversão a dita organização:
“Eu (...) abaixo assinado, pelo presente termo,
venho de livre e espontânea vontade, manifestar minha Conversão, Aceitação da
Nova Aliança (Jr 31.31-34) e de Yeshua, como o Messias prometido a Israel e
solicitar, mediante a tevilah em nome de Yeshua Há Mashiach (Jesus, o Messias),
meu ingresso na Congregação Israelita da Nova Aliança. Instituição Religiosa
registrada sob o nome ORGANIZAÇÃO GERAL DAS IGREJAS DE DEUS (7O. DIA) NO
BRASIL, na condição de membro, para o que declaro conhecer e concordar com seu
Estatuto e estar ciente do dever de cumpri-lo fielmente, bem como das decisões
ministeriais aprovadas em Assembléia Ministerial”. (o novo
termo de compromisso de admissão da CINA
está atualmente com formulário atualizado, portanto, mudaram novamente
os dizeres).
Assim todos os antigos sites da
Igreja de Deus (7º Dia) no Brasil viraram abruptamente à Congregação Israelita
da Nova Aliança ou Israelitas da Nova Aliança. Mudaram os nomes, mas as
heresias são as mesmas “O que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez, isso
se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol” (Ec 1.9). Embora Rosh
Yishaí, digo Altair Junqueira, insista em declarar que “nunca houve algo desse
tipo na televisão brasileira”, de fato tais heresias nunca foram pregadas na
televisão brasileira, somente de casa em casa pelas Testemunhas de Jeová, pois
os ensinamentos contra a divindade de Jesus, contra a doutrina da Trindade,
sobre morar para sempre na terra e colocar todos os cristãos “cristandade” como
“Roma Pagã” é o cavalo de batalha e as bases fundamentais dos ensinos da
Sociedade Torre de Vigia. Os argumentos da Congregação Israelita da Nova
Aliança e da STV são idênticos, inclusive no raciocínio falacioso e na falsa
exegese.
UMA ORIGEM NADA ORIGINAL
Declaram ser
a Comunidade de Israel, ou seja, um povo que cultiva tradições e liturgia da
Congregação judia do primeiro século. Os gentios judaizantes da Congregação
Israelita da Nova Aliança, utilizam do Taliot, do Kipot, do Mezuzot, acendem a
menorah, recitam os Salmos, cantam música israelenses e dançam
desengonçadamente, dizem possuir o Sefer Torah e a Aaron Hakodesh, suas
mulheres usam véu, estilo lenço na cabeça, os homens deixam suas barbas
crescerem, com isso imaginam cultivar tradições e liturgia da Congregação judia
do primeiro século, não possuem
consistência bíblica, histórica e cultural.
Diferentemente
dos judeus, admitem que a salvação não são pelas obras “Portanto os mandamentos
nos santificam, atraem bênçãos de HaShem, conforme Deuteronômio 28 e não
funcionam como obras para a salvação” (Princípio de Fé – Nisto cremos – A
Congregação (Kehilat Israel - grifo nosso). Esses gentios judaizantes
simplesmente tornaram-se numa caricatura[iii] da religião judaica, não são nem similares
aos ebionitas porque nem judeus são.
“Os
ebionitas faziam parte de uma seita cristã judaizante, atuante no decurso do século
II e que, no dizer de Tertuliano (160-220), célebre teólogo cristão, teve como
líder um judeu chamado Ebion, personagem cuja existência é posta em dúvida.
Segundo autores, o termo derivaria da palavra hebraica ebion, que significa
“pobre”. Esses sectários negavam a divindade de Jesus, reconhecendo-o apenas
como um Messias. Por outro lado, rejeitavam os textos dos apóstolos, admitindo
tão somente o Evangelho de Mateus e recusando formalmente os de Paulo a quem
consideravam um apóstata. Proclamando-se pobres e únicos representantes
daqueles mencionados pelo Cristo no Sermão da Montanha, os ebionitas praticavam
a circuncisão e observavam o shabat. Um evangelho desse grupo, elaborado,
provavelmente no século II, consta do Antigo Testamento. A seita extinguiu-se
no século V”. (Dicionário Histórico de Religiões – Editora Nova Fronteira -
p.138).
Os ebionitas
possuíam ainda outras distinções doutrinárias: “aceitavam o caráter messiânico
de Jesus, mas não acreditavam que ele tivesse sido o Filho de Deus em qualquer
sentido especial, o que significa que rejeitavam a sua divindade, exatamente
conforme se esperaria de uma teologia de inclinações judaicas, orientada na
direção do monoteísmo. Eles disputavam sobre a questão do nascimento virginal,
alguns em favor e outros contra esse ensino. Exageravam o legalismo ao ponto de
dizerem que Jesus obtivera seu caráter messiânico através de uma observância
muito estrita da legislação mosaica. O batismo de Jesus teria assinalado o
instante em que Deus teria proclamado publicamente que Jesus se qualificara
para o ofício messiânico. Visto que Jesus tanto fora circuncidado quanto fora
batizado, seu exemplo era evocado quanto a ambas essas práticas. A obediência
tanto à lei quanto ao evangelho (as boas novas) para os ebionitas, era o
próprio modo de salvação. Portanto, eles acreditavam em salvação mediante a fé
e as obras, acompanhando de perto o judaísmo” (Enciclopédia de Bíblia Teologia
e Filosofia – Vol. 2 – Editora Candeia - p. 250).
A
Congregação Israelita da Nova Aliança, ou seja, os gentios judaizantes, não são
como os ebionitas, porque além de não serem judeus, admitem a filiação divina
de Jesus e dizem que aceitam os ensinos de Paulo. Não são judeus, porque são
gentios e não são evangélicos porque desposam doutrinas espúrias[iv]
, anti-evangélicas, são híbridos[v]
, não são nem judeus e nem evangélicos, são seguidores das idéias esdrúxulas[vi] de Altair Junqueira, Sidinei Paim e Périclis
Pereira, autodenominados: Rosh Yishai
Ben Yehudah, Zakai Shelumiel Ben Israel
e Rosh Ezrah Ben Levi, com sua própria criação: “Congregação Israelita
da Nova Aliança” ou “a noiva judia”, uma mistura de crenças adventistas com
Testemunhas de Jeová, de judaísmo só a cópia grosseira de costumes e tradições,
um movimento com verniz judaico, mas só isso.
NEGAM A DOUTRINA BÍBLICA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
São muitas
as doutrinas bíblicas que a Congregação Israelita da Nova Aliança nega, alías,
basta colocar um não nas doutrinas bíblicas e você já estará professando o
credo deles. Dentre as muitas doutrinas não bíblicas e exóticas desse
movimento, comentarei somente sobre a doutrina de Deus.
A Congregação Israelita da Nova
Aliança, assim como sua antiga nomenclatura Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil,
negam categoricamente a doutrina bíblica da Trindade, sua linha de raciocínio é
a mesma desposada pela Sociedade Torre de Vigia da Testemunhas de Jeová, que
por sua vez bebeu nos escritos heréticos de Ário[vii]
.
A DOUTRINA BÍBLICA DA TRINDADE
A palavra
Trindade é uma palavra de cunho teológico usada para designar a doutrina
bíblica da unidade composta de Deus, ou seja: um único Deus eternamente
subsistente em três pessoas[viii]
: Pai, Filho e Espírito Santo (“pessoas” no sentido trinitariano, estamos nos
referindo as distinções dentro da mesma substância). Não se trata de uma
explicação de Deus, mas, sim, uma análise das evidências apresentadas pela
Bíblia.
Assim sendo
a Doutrina da Trindade “é uma doutrina bíblica que repousa essencialmente sobre
duas premissas: 1ª) O monoteísmo é uma verdade: existe um único Deus; 2ª) a
divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, também é uma verdade: existe
três pessoas na unidade divina”.
O MONOTEÍSMO É UMA VERDADE
Como
cristãos evangélicos cremos num único Deus. A Bíblia Sagrada diz explicitamente
que existe um único Deus (Dt 6.4; Is 43.10; Jr 10.10-11; Mc 12.29-32; Jo 17.3).
A DIVINDADE DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO,
TAMBÉM É UMA VERDADE
Como
cristãos evangélicos cremos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três
pessoas[ix]
. A Bíblia Sagrada diz explicitamente que estas três pessoas é Deus.
O apóstolo
João registrou essas palavras do Senhor Jesus Cristo ao Pai: “E a vida eterna é
esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro...” (Jo 17.3a),
deixando claro que existe um único Deus Verdadeiro, o Pai. Porém o mesmo João
escreveu na sua Primeira Epístola Universal no capítulo 5 e versículo 20:“E
sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos
o que é verdadeiro, e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus
Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Essas palavras afirmam
categoricamente a divindade de Jesus: ele é o Verdadeiro Deus e a vida eterna
está nele.
O apóstolo
João atribui a palavra Deus Verdadeiro, tanto à pessoa do Pai, como a pessoa do
Filho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus” (Jo 1.1). Esses textos são provas explícitas de que Deus como sendo único
e verdadeiro, subsistente em mais que uma pessoa, neste caso específico duas
pessoas: Pai e Filho. Não estou dizendo que o Pai seja o Filho, mas que o Pai e
o Filho são duas pessoas como o próprio João declara: “Graça, misericórdia,
paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja
convosco na verdade e caridade” (II Jo 1.3).
Em Atos dos
Apóstolos no capítulo 5. Versículos 3 e 4 lemos: “Disse então Pedro: Ananias,
por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e
retivesses parte do preço da herança? Guardando-a não ficava para ti? E
vendida, não estava em seu poder? Por que formaste este desígnio em teu
coração? Não mentistes aos homens, mas a Deus”.Nessa passagem bíblica o
Espírito Santo é chamado explicitamente de Deus.
Se o Pai é chamado
de Deus Verdadeiro (Jo 17.3) e o Filho é chamado de Deus Verdadeiro (I Jo
5.20), e o Espírito Santo é chamado de Deus (Atos 5.3-4), então as três pessoas
sem sombra de dúvida podem ser chamadas cada uma de Deus, no entanto, o Profeta
Isaías no capítulo 43 versículo 10 e 11 escreve: “Vós sois as minhas
testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi, para que o saibais, e
me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se
formou, e depois de mim nenhum haverá”. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não
há Salvador”. Se existe três pessoas chamadas na Bíblia de Deus Verdadeiro
e ela não admite outro deus ou deuses,
senão o Deus único, ou admitimos a pluralidade na unidade, já que Deus é único
(Is 43.10); ou cairemos nos erros dos unicistas (que entendem que há uma só
pessoa e três manifestações), ou no erro dos unitaristas (onde Jesus não é Deus
e o Espírito Santo uma simples força, emanação “Shekinah” ou sopro), ou ainda
no erro politeísta, que é intragável e grosseiro (o Pai é Deus Todo-Poderoso e
Jesus é um deus apenas poderoso, ou seja duas divindades, portanto politeísmo).
Se
analisarmos a Palavra de Deus, no que se refere ao maravilhoso relacionamento
do Pai e do Filho e do Espírito Santo, certamente entenderemos que só existe um
Deus verdadeiro, e que essa unidade divina subsiste eternamente em três pessoas[x]
. A unidade chamamos Deus e como nessa unidade subsiste três pessoas, cada
pessoa em particular também pode ser chamada de Deus. No entanto, não existem
três unidades ou três deuses, mas somente uma unidade ou um só Deus.
A palavra
Deus é uma polissemia, nome que se aplica a mais de uma pessoa na Bíblia. Ele
se aplica ao Pai (Fp 2.11), ao Filho (Atos 20.28) e ao Espírito Santo (Atos
5.3-4). Aparece, na maioria das vezes, com referência à Trindade (Dt 6.4). Isso
também ocorre com o nome YHWH (Senhor ou Jeová), aplica-se ao Pai (Sl 110.1),
ao Filho (Is 40.3 ver Mt 3.3), e ao Espírito Santo (II Rs 17.14 ver Atos 7.51).
No entanto aplica-se à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).
ORIGEM DO TERMO TRINDADE
A palavra
TRINDADE foi usada pela primeira vez, em sua forma grega por Teófilo e, em sua
forma latina, por Tertuliano no final do segundo século (180 d.C). Tertuliano
escreveu em Contra Práxeas 2, um resumo da doutrina da Trindade e apresentou
pela primeira vez essa nomenclatura: “Todos são de um, por unidade de
substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui
a unidade numa TRINDADE, colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito
Santo: três contudo...não em substância, mas em forma, não em poder, mas em
aparência, pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um
poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo” (Walker, W. História da
Igreja Cristã, p. 98, Vol I e II, Juerp e Aste, Rio, 1980.
EVIDÊNCIAS BÍBLICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE NO
ANTIGO TESTAMENTO
A TRINDADE NA CRIAÇÃO DO UNIVERSO
Deus, no
Antigo Testamento, é um só Deus, que se revela pelos seus nomes, pelos seus
atributos e pelos seus atos. Mesmo assim o Antigo Testamento lança alguma luz
sobre a pluralidade (uma distinção de Pessoas) na Deidade.
Em Gênesis
1.1, Deus é apresentado pela primeira vez com o nome hebraico (Elohim), o verbo
está no singular (criou) e o sujeito no plural (Deus). Elohim é a forma plural
de Eloah, mas o significado é o mesmo: Deus. Quando analisamos o contexto
bíblico (Gn 1.26; 3.22; 11.7), podemos compreender a doutrina bíblica da
Trindade. Embora, o nome Elohim por si só não prove a unidade composta, o
contexto apóia a unidade composta de Deus:
Gn 1.26 :
“Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” – (v.27);
Gn 3.22:
“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós...”;
Gn 11.7: “Eia,
desçamos e confundamos ali a sua língua....”
Outras
distinções pessoais na Deidade são reveladas nos textos que se referem ao “anjo
do SENHOR” (Hb. Yahweh) – (Gn 16.7-13; 18.1-21; 19.1-28; 32.24-30);
A Bíblia
declara que só existe um Deus (Dt 6.4; 2 Rs 19.15; Ne 9.6; Sl 83.18; Sl 86.10;
Mc 12.29-32; 1Co 8.6; Gl 3.20; Ef 4.6). Portanto o Cristianismo é MONOTEÍSTA
(crença num só Deus). Em todas essas passagens a doutrina da Trindade permanece
em pé, sem contradizer o monoteísmo, porque a unidade divina é composta, não
absoluta. Deuteronômio 6.4 diz que YHWH (Senhor) é único. A palavra “único” no
original hebraico é echad e está no construto. Se esta unidade fosse absoluta,
a palavra correta aqui seria yahid, a mesma usada em Gênesis 22.2 “Toma agora o
teu filho, o teu único filho, Isaque...”,
para a unidade absoluta. A palavra “echad” é uma unidade composta, é a
triunidade de Deus. Esta doutrina não foi bem esclarecida nos tempos do Velho
Testamento para não confundir o povo com os deuses das religiões politeístas
das nações vizinhas de Israel, todavia ela está implícita no Velho Testamento.
Ela só pode ser ensinada explicitamente com o advento da segunda Pessoa, o
Senhor Jesus Cristo, e com a manifestação da terceira Pessoa, o Espírito Santo.
Outras
passagens do Velho Testamento apontam para a doutrina da Trindade, veja a visão
do profeta Isaías (Is 6.1 ver Is 6.8). A respeito de Jesus: (Is 6.1-3 ver Jo
12.41), e a respeito do Espírito Santo (Is 6.8-10 ver Atos 28.26).
A TRINDADE NA EXPECTATIVA MESSIÂNICA DA ALMA
HEBRÉIA
As profecias
messiânicas (Jr 23.5; Sl 45.6-7 ver Hb 1.8; Sl 2.7 ver Atos 13.32-33; Hb
1.5;5.5). O messias fala (Is 48.16-17; 61.1 e 63.9-10). A revelação da
pluralidade na Deidade fica muito claro nesse texto: (Zc 12.10). Assim saímos
das sombras e prefigurações do Antigo Testamento para a luz maior da revelação
no Novo Testamento.
EVIDÊNCIAS BÍBLICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE NO
NOVO TESTAMENTO
João inicia
o seu evangelho com a revelação do Verbo (Jo 1.1,14);
Jesus não é
o Pai, mas é o Filho do Pai (Jo 3.16; 8.17; I Jo 2.22; II Jo 2.3);
Jesus possui
duas naturezas: (Jo 1.14; Tm 2.5; I Jo 5.20);
Jesus
reivindicava plena divindade para o Espírito Santo (Jo 14.16 – “outro ajudador
do mesmo tipo que Ele mesmo”). O Salmo 104.30 revela o Espírito Santo como o
Criador. Em Atos 5.3-4 chama-o de Deus e em Hebreus 9.14 de Espírito Eterno. As
Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc
3.21-22; 1 Co 12.1-11;.Mateus 28.29; Ef 4.4-6; 1 Co 12.4-6; II Co 13.13 ver Nm
6.24-26).
CADA PESSOA DA TRINDADE É DEUS VERDADEIRO
DEUS
A Bíblia
Sagrada nos ensina que só um é chamado de Deus (Dt 4.35,39; Is 44.6,8;
45.5,21); no entanto, a mesma Bíblia também nos ensina que cada uma e destas
Pessoas é Deus:
o Pai (Jo
17.3; 1 Co 8.4,6; Ef 4.6);
o Filho (Jô
1.1.; Rm 9.5; Hb 1.8-9 comp. Sl 45.6-7; 1 Jo 5.20), e
o Espírito
Santo (At 5.3-4; 7.51 comp. Sl 78.18-19).
Um só Deus
em três pessoas e não em uma só Pessoa.
JEOVÁ (YHWH)
A Bíblia
Sagrada nos ensina que só um e chamado de Jeová (Yhwh) (Dt 6.4; Ne 9.6; Sl
83.18; Is 45.5,-6,18); no entanto, a Bíblia também declara que cada uma dessas
Pessoas é Jeová (Yhwh):
O Pai (1 Sm
2.2; 1 Cr 17.20; Is 37.20);
o Filho (Is
40.3 comp. Mt 3.3; Jr 23.5-6) e
o Espírito
Santo (Jz 15.14 comp.16.20; Hb 3.7 comp. Ex 17.7-8; 2 Pe 1.21 comp. Nm 12.6).
DEUS DE ISRAEL
A Bíblia
Sagrada nos ensina que só Deus é chamado de Deus de Israel (Dt 5.1, 6-7). no
entanto, a mesma Bíblia também nos ensina que cada uma e destas Pessoas é Deus:
o Pai (Sl
72.18);
o Filho (Ez
44.2; Lc 1.16-17) e
o Espírito
Santo (2 Sm 23.2-3).
SENHOR DEUS (2 Sm 7.22)
O Pai (Os
13.4);
O Filho (Ex
44.2);
O Espírito
Santo (At 7.51 com 2 Rs 17.14)
ATRIBUTOS NATURAIS DE CADA PESSOA DA TRINDADE
ONIPOTÊNCIA (Todo-Poderoso) ( Dt 3.24; Sl 89.6-8;
Is 43.12-13; Jr 10.6).
O Pai (2 Cr
20.6; Is 14.27: Ef 1.19);
O Filho (Mt
28.18; Ap 1.8; 3.7);
O Espírito
Santo (Zc 4.6; Lc 1.35).
ETERNO (Infinito) (Is 40.28; 41.4; 43.10,13;
44.6);
O Pai (Sl
90.2; 93.2);
O Filho Is
9.6; Mq 5.2; Jo 1.1; 8.58; 17.5,24; Ap 1.17-18);
O Espírito
Santo (Gn 1.2; Hb 9.14).
ONIPRESENTE (presença em toda parte) (Sl 139.7; 1
Rs 8.27; Jr 23.24);
O Pai (Am
9.2-3; Hb 4.13);
O Filho (Mt
18.20; 28.20; Jo 3.13);
O Espírito
Santo (Sl 139.7-10; 1 Co 3.16; Jo 14.17).
ONISCIENTE (sabe todas as coisas) (1 Rs 8.39; Dn
2.20-22; Mt 24.36);
O Pai (1 Cr
28.9; Is 48.5-7; 42.9);
O Filho (Mc
9.34-35; Jo 2.24-25; 16.30; Lc 19.41-44; Jo 6.64; 18.4);
O Espírito
Santo (Ez 11.5; Rm 8.26-27; 1 Co 2.10,11; 1 Tm 4.1).
CRIADOR (Is 44.24; 45.5-7, 18)
O Pai (Ne
9.6; Jr 27.5; Sl 146.6; At 14.15);
O Filho (Jo
1.1-3; Cl 1.16-18; Hb 1.2,10) ;
O Espírito
Santo (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30).
VIDA (Dt 32.39)
O Pai (Sl
36.9; At 17.25,28);
O Filho (Jo
1.4; 11.25);
Espírito
Santo (Rm 8.2; Jó 33.4).
A TRINDADE E A DOUTRINA DA SALVAÇÃO
A doutrina
da salvação inclusive a reconciliação, a propiciação, a redenção, a
justificação e a expiação depende da cooperação dos membros distintos do Deus
Trino e Uno (Ef 1.3-14). Por isso, renunciar deliberadamente a doutrina da Trindade
ameaça gravemente a nossa esperança de salvação pessoal. As Escrituras incluem
todos os membros da raça humana na condenação universal do pecado (Rm 3.23) e
por isso, todos “precisam da salvação; a doutrina da salvação requer um
Salvador adequado, ou seja: uma cristologia adequada. Uma cristologia sadia
exige um conceito satisfatório de Deus, isto é, uma teologia especial e sadia –
que nos traz de volta a doutrina da Trindade”.
O Deus Trino
e Uno é revelado na Bíblia de modo explícito na redenção dos pecadores e na sua
reconciliação com Deus.
Deus Pai
“envia” o Filho ao mundo (Jo 3.16-17);
Deus Filho
suporta a vergonha do madeiro maldito, trazendo a paz (reconciliação) entre
Deus e a humanidade (Rm 5.1; Ef 2.13-16); Ele comprou a Igreja com seu próprio
Sangue (Atos 20.28).
Deus
Espírito Santo é quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo e emprega a
obra do Filho no novo nascimento (Tt 3.5), santifica o crente (1 Co 6.11) e nos
dá acesso (Ef 2.18), mediante o nosso Grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Hb
4.14-16), á presença do Pai (2 Co 5.17-21).
ALGUMAS OBJEÇÕES DOS JUDEUS JUDAIZANTES, DA
SOCIEDADE TORRE DE VIGIA E DE OUTRAS SEITAS ANTI-TRINITARIANAS
Os
anti-trinatarianos não conseguem dissociar a palavra Deus do Pai, todas as
vezes que dizemos que Jesus é Deus, no seu complexo sistema de entendimento
acusa a idéia de que estamos confundindo o Pai com o Filho. Os gentios
judaizantes, bem como as Testemunhas de Jeová precisam entender que quando
estamos falando que Jesus é Deus, não estamos dizendo que Jesus é o Pai e nem
que seja o Espírito Santo. Mas seu sistema de entendimento não permite esse
raciocínio, e a primeira coisa que ouvimos dos gentios judaizantes e das
Testemunhas de Jeová quando falamos que Jesus é Deus, são as seguintes indagações:
“Se Jesus é Deus então ele orou para si mesmo. Se Jesus é Deus então o céu
ficou vaziou quando ele morreu”, tudo isso porque eles confundem as pessoas da
divindade. Essas perguntas dos gentios
judaizantes e das Testemunhas de Jeová devem direcionar para os unicistas e não
para os que acreditam na Trindade. Já que a Trindade trata-se de três pessoas
em unidade divina, daí o motivo de qualquer das três pessoas poder ser chamada
de Deus.
Outra
especialidade levantada pela Congregação Israelita da Nova Aliança, pela
Sociedade Torre de Vigia e por outras seitas que rejeitam a doutrina da
Trindade é aplicar as passagens bíblicas que se referem ao Filho como homem,
para contradizer sua natureza divina. Ignoram que o Senhor Jesus possue duas
naturezas: a divina e a humana, assim elas apresentam as passagens bíblicas que
provam a humanidade de Jesus para negar a sua divindade, sendo que essas
passagens não contradizem sua divindade apenas prova sua outra natureza a
humana. Assim como as passagens que revelam a divindade de Jesus não
contradizem sua natureza humana, mas simplesmente revelam sua outra natureza a
divina, já que o filho possue duas naturezas, verdadeiro homem (I Tm 2.5) e
verdadeiro Deus (I Jo 5.20). Assim declara o Credo Niceno acerca de Jesus: “Igual
ao Pai no tocante à sua Deidade, e inferior ao Pai no tocante à sua
humanidade”.
No
importante documento intitulado Tomo de Leão (440-461) parte III diz: “Assim,
intactas e reunidas em uma pessoa as propriedades de ambas as naturezas, a
majestade assumiu a humildade, a força assumiu a fraqueza, a eternidade assumiu
a mortalidade e, para pagar a dívida de nossa condição, a natureza inviolável
uniu-se a natureza que pode sofrer. Desta maneira, o único e idêntico Mediador
entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, pôde, como convinha à nossa cura
, por um lado, morrer e, por outro, não morrer...” e na
parte IV diz: “Neste mundo fraco entrou o Filho de Deus. Desceu do se trono
celestial, sem deixar a glória do Pai, e nasceu segundo uma nova ordem, mediante
um novo modo de nascimento. Segundo uma nova ordem, visto que invisível em sua
própria natureza, se fez visível na nossa e, ele que é inconpreensível, se tornou compreendido;
sendo anterior aos tempos, começou a existir no tempo; Senhor do universo, revestiu-se
de forma de servo, ocultando a imensidade de sua Excelência; Deus impassível, não se horrorizou de vir a
ser carne passível; imortal, não recusou às leis da morte. Segundo um novo modo
de nascimento, visto que a virgindade, desconhecendo qualquer concupiscência,
concedeu-lhe a matéria de sua carne. O Senhor tomou, da mãe, a natureza, não a
culpa. Jesus Cristo nasceu do ventre de uma virgem, mediante um nascimento maravilhoso. O fato de o corpo do Senhor nascer
portentosamente não impediu a perfeita
identidade de sua carne com a nossa, pois ele que é verdadeiro Deus é
também verdadeiro homem. Nesta união não há mentira nem engano. Corresponde-se
numa unidade mútua a humildade do homem e a excelsitude de Deus. Por ser
misericordioso, Deus [ divindade] não se
altera; por ser dignificado, o homem [ humanidade] não é absorvido. Cada natureza [ a de Deus e
a de servo] realiza suas próprias
funções em comunhão com a outra. O Verbo faz o que é próprio do verbo; a carne
faz o que é próprio à carne; um fulgura
com milagres; o outro submete-se às injúrias. Assim como o Verbo não deixa de
morar na glória do Pai, assim a carne não deixa de pertencer ao gênero
humano... Portanto, não cabe a ambas as naturezas dizerem: “O Pai é maior do
que eu” ou “Eu e Pai somos um”. Pois,
ainda que em Cristo Nosso Senhor haja só uma pessoa. Deus-homem, o princípio
que comunica a ambas as naturezas as ofensas é distinto do princípio que lhes
torna comum a glória...”.
O autor
evangélico Robert M. Browman Jr., declara com muita propriedade e profundo
senso de responsabilidade: “Existe a escolha, portanto, entre crer no Deus
verdadeiro conforme Ele Se revelou, com mistérios e tudo, ou crer num Deus que
é relativamente fácil de ser compreendido, mas que tem pouca semelhança com o
Deus verdadeiro. Os trinitários estão dispostos a conviver com um Deus a quem
não conseguem compreender plenamente”, já que adoramos a Deus conforme Ele Se
tem revelado.
O fato dos
gentios judaizantes, em especial : Zakai Shelumiel, Rosh Yishaí e Rosh Ezrah,
digo, Sidinei Paim, Altair Junqueira e Périclis, bem como a Sociedade Torre de
Vigia declararem que não se satisfazem com a doutrina da Trindade, pelo fato de
ser mistério. Podemos afirmar que pode não satisfazer os homens, “mas esse é o
ensino bíblico: “Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel,
o Salvador”. Na Versão Almeida Atualizada fica mais claro: “Tú és Deus
misterioso” (Is 45.15)”. Os anti-trinitarianos
“não podem crer nisso “porque a fé não é de todos” (2 Ts 3.2). As doutrinas bíblicas são reveladas, não
concebidas pela razão humana. Deus não é concebido através de um raciocínio
lógico e nem por uma demonstração matemática. Não é esse o método e nem o
caminho para se chegar a Deus. O processo que Deus estabeleceu para o homem
acha-lo é o caminho da fé (Hb 11.1-3). Assim a argumentação da razão pode não
ser válido, e existem inúmeros fatos na Bíblia que o ser humano não consegue
entender e que nem por isso deixam de existir ou de serem verdadeiros” (Como
Responder às Testemunhas de Jeová, Esequias Soares – Editora Candeia, 1991)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Finalmente
declaramos com toda a confiança a nossa fé bíblica na doutrina da Trindade,
porque:
Aceitamos a
doutrina de acordo com o que expõem a Bíblia Sagrada (Mt 28.19; Ef 4.4-6; I Co
12.4-6; II Co 13.13- Nm 6.24-26);
Não somos
politeístas, já que cremos num único Deus, e não aceitamos nenhuma divindade
inferior ou superior, além de Deus; (Dt 6.4; Mc 12.29; I Co 8.6; Gl 3.20; Ef
4.6);
Não somos
idólatras, já que não temos nenhum outro deus diante do único Deus; (Ex 20.2-3;
Is 43.10-11);
Não
aceitamos o paganismo, e encontramos fartamente no paganismo a crença em duas
ou mais divindades. Ex; Júpiter (o deus supremo dos romanos ou o deus
Todo-Poderoso dos romanos) e Mercúrio (divindade inferior ou deus poderoso); ou
para os gregos (Zeus, o deus Todo-Poderoso e Hermes o deus apenas poderoso),
crença similar a das Testemunhas de Jeová: Jeová o Deus Todo Poderoso e Jesus o
deus poderoso;
Não
aceitamos o critério da razão humana para conceber a divindade, já que Deus não
é concebido através de um raciocínio lógico, nem por uma demonstração
matemática, Ele é Deus de mistério ( Is 45.15; I Tm 3.16);
“Se o
cristianismo fosse alguma coisa que estivéssemos inventando, é óbvio que
poderíamos torna-lo mais fácil. Não conseguimos concorrer, em termos de
simplicidade, com as pessoas que estão inventado religiões. Como poderíamos?
Estamos lidando com Fatos. É óbvio que qualquer um pode simplificar as coisas
se não precisar levar em conta os fatos!”.C. S. Lewis
BIBLIOGRAFIA
Bíblia
Sagrada - SBB
Bíblia
Apologética – Instituto Cristão de Pesquisas - ICP
GRUDEM,
Wayne, Teologia Sistemática, Edições Vida Nova, 1999
HORTON,
Stanley M., Teologia Sistemática – CPAD
SOARES,
Esequias, Como Responder às Testemunhas de Jeová – Ed. Candeia, 1991.
CHAMPLIN,
R.N. e BENTES, João Marques, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia –
Editora Candeia, 1997.
AZEVEDO,
Antonio C. A. e GEIGER, Paulo, Dicionário Histórico de Religiões – Editora Nova
Fronteira, 2002.
JR, Robert
M. Bowman, Por que devo crer na Trindade? , Editora Candeia, 1996.
[i] Tupiniquim:
Próprio do Brasil; nacional, brasileiro (Novo Dicionário Básico da Língua
Portuguesa – Folha/Aurélio)
[ii] Transvestir:
Transformar, transmudar, transmutar, metamorfosear (Novo Dicionário Básico da
Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[iii] Caricatura:
Desenho que, pelo traço, pela escolha dos detalhes, acentua ou revela certos
aspectos caricatos de pessoa ou fato; Representação burlesca em que se
arremedam comicamente pessoas e fatos; Reprodução deformada de algo (Novo
Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[iv] Espúrio:
Não genuíno; suposto, hipotético; Que não é do autor ao qual se atribui; Que
não é castiço; não vernáculo; Adulterado, modificado, falsificado; Ilegítimo,
ilegal (Novo Dicionário Básico da Língua
Portuguesa – Folha/Aurélio)
[v] Hibridez: Qualidade de híbrido; Anomalia,
irregularidade (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
Híbrido: originário do cruzamento de espécies diferentes (Novo Dicionário
Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[vi] Esdrúxulo:
Esquisito, extravagante, excêntrico (Novo Dicionário Básico da Língua
Portuguesa – Folha/Aurélio)
[vii] Ário:
autor da primeira grande heresia cristã . Ário (256-336), nasceu na Líbia e foi
presbítero de Alexandria no Egito. Ário questionava a natureza divina de Jesus,
declarando que Jesus não era co-eterno com o Pai, mas somente um homem educado
à imagem de Deus, portanto a primeira criatura de Deus.
[viii] “pessoas”
no sentido trinitariano, estamos nos referindo as distinções dentro da mesma
substância
[ix] Idem
[x] Idem
FONTE: www.professoralberto.com.br
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