quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Lição 7 - 3º Trim. 2013 - A Atualidade dos Conselhos Paulinos.

Lição 07
A ATUALIDADE DOS CONSELHOS PAULINOS
18 de agosto de 2013 



TEXTO ÁUREO

“Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor”. (Fp 3.1a)

VERDADE PRÁTICA


Para quem ama a Deus o mais importante é ter um coração renovado pela ação do Espírito Santo.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

                                                                                            
“Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor”. (Fp 3.1a)

Nosso texto áureo é o preâmbulo do capítulo 3 aos irmãos de Filipos, nele o apóstolo Paulo exorta aos cristãos filipenses a guardar-se dos maus obreiros e a cultivar o fruto do Espírito. Portanto, o contexto do nosso texto áureo aponta para um problema com os judaizantes em Filipos semelhantemente ao que havia na Galácia (Gl 2.14). 

Parece-nos que essa era a principal causa de dissensão em Filipos. Paulo cita o maravilhoso exemplo de humildade dado pelo Messias, o Senhor Jesus, no capítulo 2 e agora no capítulo 3 cita o horroroso exemplo de não humildade dado pelos judaizantes, como uma advertência para não se gloriar, uma vez que a humildade exclui. o orgulho (Fp 3.3-9).
O apóstolo Paulo inicia o capítulo 3 dizendo: “Resta,...” do grego “to loipon” literalmente “quanto ao resto”, ou seja, expressa a ideia de “finalmente”

Podemos observar nas epístolas paulinas que a expressão grega “loipon”, com as ideia de finalmente, aparece geralmente no final das cartas, veja alguns exemplos:
“Finalmente,...” (1 Tessalonicenses 4.1);
“No demais,...” (2 Tessalonicenses 3.1);
“Quanto ao mais,...” (2 Coríntios 13.11).

Essa expressão tem a ideia de encerramento ou conclusão, assim sendo, é possível que o apóstolo estava prestes a encerrar a epístola fazendo sua conclusão advertindo a igreja filipense e exortando-os contra aos legalistas, mas que ao invés de concluir continuou escrevendo sobre outros assuntos e no versículo 8 da capítulo 4 ele irá usar novamente o mesmíssimo termo grego “to loipon” ou seja: “finalmente” ou “quanto ao mais,”, novamente no sentido de encerramento.

É possível que o apóstolo estava prestes a encerrar sua carta no capítulo 3 com uma firme exortação contra os legalistas, mas continuou escrevendo sobre outros assuntos e voltou a encerrar efetivamente no capítulo 4. Essa tem sido a prática inclusive de muitos pastores e pregadores ainda hoje, declaram que estão encerrando o assunto, mas iniciam novas ideias no final, dando espaço para uma possível continuação do que está iniciando e retomando o fechamento do pensamento anterior.

“Finalmente meus irmãos,...”– O apóstolo antes de iniciar sua exortação contra os legalistas, expressa seu amor fraternal aos cristãos de Filipos, “irmãos meus” é a maneira carinhosamente fraterna de expressar sua consideração e real crença na família de Deus, irmãos em Cristo, concidadãos do céu, nós irmãos, possuímos dupla cidadania, a terrena e a celestial: 
“Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Fp 3.20-21). 

“...regozijeis no Senhor” – esta palavra “regozijar” é a palavra chave da epístola de Paulo aos Filipenese. Regozijar ou alegrar na epístola aos filipenses, vêm da palavra grega “chara” “alegria, estado de regozijo”, também usada para indicar um “banquete” ou um “banquete festivo”, como também para indicar a pessoas ou a coisa que causava alegria, que é o caso de Filipenses 4.1.

No Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento de Lawrence O. Richards publicado pela CPAD na página 441 lemos: A Alegria em Filipenses:
“Todos querem ser felizes. Isto era tão verdadeiro no século I quanto hoje.
E, nesta área, várias filosofias ofereciam sistemas éticos que prometiam guiar os estudantes a uma vida completa e feliz. 

Estes sistemas eram sofisticados demais para confundir ‘sentir-se feliz’ com felicidade.
E assim os filósofos começaram a redefinir o termo, porque embora não pudessem ajudar ninguém a se sentir feliz, era certamente possível convencê-los de que seu estado era feliz, não importa como pudessem se sentir!

Os filósofos consideravam a alegria (chara) uma subdivisão do prazer (hedone). Como uma emoção, chara era vista com desconfiança pelos estóicos, que sob a pressão da opinião comum posteriormente a classificaram como ‘um bom humor’ da alma. [...]
O que é admirável no uso do NT deste conceito, seja na forma de substantivo (chara) ou verbo (chairo), é que ela retém uma força secular básica. 

Contudo, a forma como se experimenta este estado de espírito forte, positivo, confiante e exaltado está diretamente ligada a um outro paradoxo da fé. Mesmo sabendo que o caminho para a exaltação é a humilhação voluntária, ilustrada em Filipenses 2.6-11, a alegria do cristão é frequentemente experimentada em circunstâncias que ninguém consideraria feliz!”.


RESUMO DA LIÇÃO 07


A ATUALIDADE DOS
CONSELHOS PAULINOS

I. A ALEGRIA DO SENHOR
1. Regozijo espiritual.
2. Exortação ao regozijo.
3. Alegria em meio às preocupações e aflição.

II. A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS (3.2-4).
1. "Guardai-vos dos cães".
2. "Guardai-vos dos maus obreiros".
3. "Guardai-vos da circuncisão". 

III. A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO CRISTÃ (3.3).
1. A circuncisão no Antigo Testamento.
2. A verdadeira circuncisão não deixa marcas físicas.
3. A verdadeira circuncisão não confia na carne (3.3-7).


OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Dissertar a respeito da alegria do Senhor.
Explicar a tríplice advertência de Paulo contra os inimigos da fé.
Compreender o significado da verdadeira circuncisão cristã.

INTERAÇÃO
Professor a presente lição busca ressaltar a atualidade que os conselhos do apóstolo Paulo têm para o tempo que se chama “hoje”. Além de o apóstolo versar sobre o cuidado com os falsos obreiros, aqueles que distorcem a liberdade em Cristo Jesus, Paulo conclama a igreja a se alegrar em Deus, a despeito de todos os transtornos que ela possa ter sofrido no confronto com os falsos obreiros. 

A vida de Paulo nos mostra que é possível alegrar-se em meio ao sofrimento. O sofrimento na vida do crente não significa ausência de alegria em Deus. O apóstolo mostrou que a fé no Cristo ressurreto transcende o nosso estado momentâneo de sofrimento. Portanto, prezado professor, alegre-se em Deus.

COMENTÁRIO


                                        PALAVRA CHAVE
     CONSELHO:
Parecer, juízo, opinião. Advertência que emite; admoestação, aviso.


INTRODUÇÃO


No capítulo três de sua carta aos Filipenses, Paulo continua revelando preocupação a respeito dos “maus obreiros”. Estes se aproveitavam de sua ausência para introduzir falsas doutrinas na igreja. A fim de precavê-la, por três vezes o apóstolo diz: “guardai-vos” (v.2). Nesta lição, veremos que Paulo também não deixou de exortar os filipenses a que, mesmo diante das adversidades, se alegrassem no Senhor (v.1), pois a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10).

I. A ALEGRIA DO SENHOR
1. Regozijo espiritual. A expressão “resta, irmãos meus” (v.1), aparece no texto grego como to loipon, que é traduzido como “finalmente”. Ela sugere que Paulo estava concluindo sua carta, mas ainda havia algo importante a dizer aos irmãos da igreja em Filipos.
O apóstolo ensina aos irmãos filipenses que a alegria do Senhor é a força que nos faz superar toda e qualquer adversidade. O contentamento que Jesus nos oferece é um reforço para a nossa fé em tempos de adversidade.

2. Exortação ao regozijo. A alegria do Senhor é produzida pelo Espírito Santo no coração do crente. Esta alegria independe das circunstâncias, pois é divina e faz com que o cristão supere as dificuldades. Paulo mostra aos filipenses que esse sentimento de felicidade, concedido pelo Senhor, é uma capacitação divina que fortalece a igreja a suportar as adversidades. Para o apóstolo, que se encontrava na prisão, a alegria do Senhor era como um precioso consolo, capaz de trazer descanso e quietude para a sua alma.

3. Alegria em meio às preocupações e aflição. Paulo percebeu que, em virtude do sofrimento, os irmãos de Filipos poderiam ser tomados pelo desânimo. Por isso, ele os exortou a se alegrarem em Deus, pois a alegria vinda da parte do Senhor nos fortalece (Ne 8.10).
Triunfante por causa de sua confiança no Cristo ressurreto, o apóstolo sabe que somente aquele que conhece e confia no Senhor, e em sua Palavra, é capaz de regozijar-se diante das dificuldades, tal como ele e Silas o fizeram (At 16.24,25).
Deus é o nosso conforto. Nele podemos confiar e regozijar-nos sempre (1Ts 5.16).

SINÓPSE DO TÓPICO (1)
A alegria do Senhor, a que Paulo se refere, se manifesta em meio às preocupações e as aflições da vida.

II. A TRÍPLICE ADVERTÊNCIA CONTRA OS INIMIGOS (3.2-4)
1. “Guardai-vos dos cães”. A hostilidade de Paulo contra os maus obreiros era forte e decisiva, pois eles causavam muitos males à igreja, em especial aos novos convertidos.
Paulo chama os judaizantes de “cães”, pois estes acreditavam e ensinavam que os gentios deviam obedecer a todas as leis judaicas, um fardo legalista que nem mesmo os próprios judeus suportavam (Gl 2.14).
Os judaizantes eram como “cães” que atacavam os novos convertidos durante a ausência de Paulo. O apóstolo repelia-os com veemência e orientava os filipenses a que deles se resguardassem.

2. “Guardai-vos dos maus obreiros”. Estes também são denominados por Paulo como “cães” e os da “circuncisão”Eles espalhavam falsos ensinos, não se importando com a sã doutrina ensinada pelos apóstolos. Pregavam um falso evangelho (Gl 1.8,9).
Afirmavam que para que os gentios se tornassem cristãos deveriam seguir a lei mosaica e, pior, as tradições judaicas.

Todavia, no concílio da igreja em Jerusalém, conforme Atos 15, os apóstolos já haviam discutido sobre o papel da lei judaica em relação aos gentios.
Segundo as deliberações do “concílio de Jerusalém” os gentios cristãos não deveriam comer alimentos oferecidos aos ídolos, carne com sangue e sufocada (Lv 17.14). Deveriam também evitar as práticas sexuais imorais.
Não obstante, os “maus obreiros” faziam questão de discordar do ensino paulino, a fim de impor aos gentios as práticas judaicas.

3. “Guardai-vos da circuncisão”. Um dos costumes judaicos que aqueles “maus obreiros” queriam impor era a prática da “circuncisão”.
Eles ensinavam, erroneamente, que a circuncisão tornaria os gentios verdadeiramente cristãos.
Paulo então passa a ensinar aos filipenses que a verdadeira circuncisão é aquela operada no coração; logo não é algo da carne, mas do Espírito Santo.
De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal, editado pela CPAD, “os cristãos filipenses não deveriam ter como motivo de orgulho quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição de comunhão, porém, antes, deveriam orgulhar-se em Cristo e na sua obra”.

4.- Quem eram os judaizantes?Há boas razões para se crer que estes judaizantes não eram somente judeus de nascimento, mas muitos dos prosélitos gentios fanáticos preocupados com a circuncisão física.
Esses prosélitos e também muitos judeus de nascimento, se orgulhavam de maneira excessiva na sua judaização, considerando a circuncisão na carne, como meio necessário de iniciação no povo de Deus.
Contra essa hipótese ou doutrina, levanta-se o Concílio de Jerusalém (At 15) e os escritos do apóstolo Paulo em suas epístolas:
‘Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue” (Atos 15.19-20).
“Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá” (Atos 15.28-29).
“Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará” (Gálatas 5.2);
‘Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Porque nem ainda esses mesmos que se circuncidam guardam a lei, mas querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne” (Gálatas 6.12-13).
Observe agora os argumentos do apóstolo Paulo sobre os judaizantes?
“Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo” (Filipenses 3.4-7).

Na verdade nos versículos acima Paulo está perguntando: São eles judeus? Se é assim, o são apenas por conversão, enquanto eu (Paulo) sou filho de Israel por nascimento (v.5);
Mas Paulo não confia nas coisas exteriores, no ritualismo, nas coisas da carne, isso tudo que ele herdou por nascimento ele considerava literalmente “lixo” (v.8).

Paulo apresenta sua origem e qualificação somente porque aqueles judaizantes que se opõem ao evangelho não depositassem sua confiança e fé na carne, nas suas próprias e escassas qualificações como sendo algo de grande importância.
Leia no final deste comentário a matéria: De amantes da terra à gentios judaizantes.

SINÓPSE DO TÓPICO (2)
“Guardai-vos dos cães”, “guardai-vos dos maus obreiros”, “guardai-vos da circuncisão”; são advertências paulinas a que a igreja se cuidasse com os judaizantes.

III. A VERDADEIRA CIRCUNSISÃO CRISTÃ (3.3)
1. A circuncisão no Antigo Testamento. Sabemos que a circuncisão era um rito religioso com caráter moral e espiritual, consistindo em um sinal físico de que a pessoa pertencia ao povo com o qual Deus fez um pacto. Era também um sinal de obediência a Deus (Gn 17.11; At 7.8). Porém, os seguidores de Jesus não precisam da circuncisão para serem identificados como pertencentes a Ele. A circuncisão do cristão é espiritual e interior, operada pelo Espírito Santo, no coração, mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 4.9-11).

2. A verdadeira circuncisão não deixa marcas físicas. Paulo ensina aos colossenses que a verdadeira circuncisão em Cristo não é por intermédio de mãos humanas, mas “no despojo do corpo da carne” (Cl 2.11,12). É um ato espiritual, levado a efeito pelo Senhor Jesus que remove a nossa velha natureza e nos concede uma nova (2Co 5.17).
É uma circuncisão do coração (Rm 2.29).

3. A verdadeira circuncisão não confia na carne (3.3-7). Os cristãos judaizantes que participavam da igreja em Filipos confiavam muito mais na carne e na circuncisão do que em Cristo. Por isso, Paulo narra a sua história como judeu. Ele declara ter sido circuncidado ao oitavo dia (v.5) e ter seguido todos os ritos da lei (v.6). Mas o apóstolo enfatiza que ao encontrar-se com Cristo, renunciou a tudo da velha religião para servir apenas a Cristo.
Paulo declara: “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (3.3). A salvação é somente pela fé em Jesus. Nenhum rito religioso é capaz de trazer salvação.

4.- Circuncidados espiritualmente. “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne” (Filipenses 3.3);
“Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2.29).
O que tinhámos na época do apóstolo Paulo: - judeus e prosélitos; - judeus e prosélitos que aceitaram o Senhor Jesus como Messias; - gentios; - gentios que aceitaram o Senhor Jesus como Messias.
Conclusões:
Um crente gentio, circuncidado espiritualmente, no entanto fisicamente incircunciso, já foi enxertado em Israel pela fé (Rm 11.16-26). Portanto a promessa feita a Abraão também se aplica a ele (Gl 3.6-14). Ainda assim, ele continua sendo um gentio salvo e não deve ser circuncidado, exceto em caso excepcional (At 16.1-3; 1 Co 7.17-20; Gl 5.2-6). 

Um judeu, que não está circuncidado espiritualmente, mas apenas fisicamente, continua sendo um judeu e embora seja um ramo cortado, poderá ser enxertado de novo (Rm 11.16-24). Um judeu que depositou sua fé em Jesus o Messias, possui uma dupla circuncisão, na carne e espiritualmente, mas deve tomar como advertência (Fp 3. 4-9 e Rm 11) para não fazer dessa dupla circuncisão base para se gloriar, o que será sempre uma tentação, o terrível pecado do orgulho.
 Na igreja de Cristo, não existe cidadania de primeira e segunda classe baseado em ser ou não ser circuncidado na carne, ou qualquer outro critério exterior (Gl 3.28; Cl 3.11). “Porque em Cristo Jesus nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem virtude alguma, mas sim o ser uma nova criatura” ( Gl 6.15).

CONCLUSÃO DO TÓPICO III
Professor, para concluir o tópico III da lição, se possível reproduza o esquema abaixo.
O objetivo desta atividade é estabelecer uma diretriz bíblica e clara a respeito do que o apóstolo Paulo estava falando a respeito da “verdadeira circuncisão cristã”.
À luz do texto de Filipenses 3.1-4 o apóstolo mostra que a “circuncisão” que é realizada pelo Espírito nada tem com a circuncisão imposta pela “carne”.

Afirme para a classe que o crente em Jesus não se gloria dos seus atributos exteriores, pois sabe que eles não têm o poder de influenciar nada, a não ser para gerar uma falsa piedade, falsa humildade e falsa disciplina com o corpo.
Portanto, não são de valor algum para a espiritualidade, senão para a “satisfação da carne” (Cl 2.20-23).

SEGUNDO O ENSINO DO APÓSTOLO PAULO AOS FILIPENSES, O VERDADEIRO CRISTÃO É DE FATO A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO, NÃO O COSTUME DO JUDAÍSMO. O APÓSTOLO USA TRÊS CONCEITOS PARA IDENTIFICAR TAIS CRISTÃOS:

1) Eram aqueles “que adoravam pelo Espírito de Deus”. A palavra traduzida na NIV como “adoração” (latreuo) é usada na LXX [septuaginta] e no livro de Hebreus para se referir ao serviço dos sacerdotes no templo (Êx 23.25; Dt 6.12; Hb 8.5; 10.2).
A palavra é também usada em Romanos 12.1, onde Paulo incita seus ouvintes a oferecerem seus corpos a Deus como sacrifício, bem como um “ato de adoração espiritual”.
Paulo continua a encorajar os cristãos romanos a permitirem que suas mentes sejam renovadas e suas vidas capacitadas pelo poder do Espírito, exercitando seus dons para servirem uns aos outros (12.2-8).

2) Não ao orgulho ou quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição. Os cristãos filipenses não deveriam ter como orgulho quaisquer sinais físicos que demonstrassem sua condição de comunhão, porém, antes, deveriam orgulhar-se em Cristo e na sua obra. 
Não deveriam depositar a sua confiança em regra e rituais respeitados ou valorizados por aqueles que viviam sob a lei Mosaica. O motivo de orgulho do cristão nunca deveria consistir em ser irrepreensível com respeito aos mandamentos da lei (3.4).
A verdadeira circuncisão é formada por aqueles que colocam sua fé somente em Cristo, e que têm nEle seus motivos de orgulho.

3) “A [verdadeira] circuncisão” “A [verdadeira] circuncisão” são aqueles que não depositam nenhuma confiança na carne.
Para Paulo, a ideia de “carne” (sarx) significou frequentemente um “local natural” de existência humana (Rm 9.3; 1Co 10.18), mas usa frequentemente a palavra em um sentido teológico para se referir à condição da humanidade em rebelião contra Deus.
A consequência final de ser dominado pela carne é a morte (Rm 8.6). O cristão é chamado a crucificar a carne e as suas obras e viver de acordo com o Espírito (Gl 5.16ss). Deste modo, Sarx traz consigo um significado duplamente nítido em Paulo:

 (a) É renúncia sincera a toda e qualquer observância da lei cerimonial, como a circuncisão, que alegue poder alcançar a salvação;
(b) Paulo, à luz do uso mais amplo do termo sarx, expõe as ações dos judaizantes ao que realmente são: obras realizadas em rebelião contra Deus.

Paulo mostra que a espiritualidade dos judaizantes está em manter a lei; sua glória está em suas realizações; e sua confiança em cerimônias e costumes religiosos exteriores.
Caso alguém pense que Paulo tenha exagerado nesta ênfase, basta olhar para sua vida e veremos que ele sabe o que está dizendo.
Antes de se tornar um cristão, ele mesmo aceitava as convicções judaicas.

SINÓPSE DO TÓPICO (3)
A verdadeira circuncisão não confia na carne nem deixa marcas físicas, pois ela é gerada pelo Espírito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Paulo ensinou aos filipenses que a confiança em Cristo nos garante alegria.
Tal felicidade independe das circunstâncias e faz-nos enfrentar todas as dificuldades comuns às demais pessoas com uma diferença: temos esperança!
Paulo também mostrou aos filipenses que as leis do Antigo Testamento e seus ritos tinham sua importância, todavia, a obediência a tais leis e ritos não garantiam a salvação de ninguém.
O que deve ser considerado pelo crente é o seu relacionamento com o Cristo ressurreto.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
MERRILL. Eugene H. História de Israel no Antigo Testamento. O reino de sacerdotes que Deus colocou entre as nações. 6ª.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
HENRY, Mattew. Comentário Bíblico do Antigo Testamento: Josué a Ester. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed.Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., Vol. 2, RJ: CPAD, 2009.
STERN, David H. Comentário Judaico do Novo Testamento.  1ª Ed., SP, Ed. ATOS, 2008.

DE AMANTES DA TERRA À GENTIOS JUDAIZANTES
A esdrúxula trajetória da Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil que se transformou na Congregação Israelita da Nova Aliança.

UM ALERTA À IGREJA EVANGÉLICA DO BRASIL

Por Alberto Alves da Fonseca

            Quem ligava a televisão nos canais: TV TERRA VIVA, canal 29 (parabólica) ou na SKY Canal 104 nas noites de domingo, ou acessa a internet no site: www.israelitas.com.br/tvisraelita, se deparará com algo inusitado, a Congregação Israelita da Nova Aliança (CINA), aparentemente um programa de judeus convertidos a Jesus, o Messias. Apresentam o programa normalmente três personagens vestidos como judeus, com aparências judias e falando como judeus religiosos, todos com pomposos nomes judaicos como: Yishai Ben Yehudah, Shelumiel Ben Israel e Ezrah Ben Levi, os três fazem um tremendo esforço para parecerem rabinos judeus, mas na verdade não são e nunca foram judeus, trata-se de Altair Junqueira, Sidinei Paim e Périclis Pereira, todos tupiniquins[i], que se transvestiram[ii]  em judeus e resolveram criar o seu próprio “Israel” ou como se auto denominam “noiva judia”.
            Quem são esses indivíduos? Como surgiram? E porque se esforçam tanto em ser o “verdadeiro Israel” ou “a noiva judia”? Vamos aos fatos:
            Trata-se de indivíduos procedentes da Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil. Antes de se transformar na Congregação Israelita da Nova Aliança, a dita denominação oficialmente informava que havia sido fundada no final de 1979, na cidade de Campinas (SP), por representantes dos Estados Unidos e do México. Na tentativa de provar que era fundada por Jesus Cristo, (algo comum nas ditas denominações), tentavam fazer uma ponte histórica de sua origem declarando ter sido inaugurada por Jesus Cristo e que sempre tivera representantes até chegar na Idade Média. Como na época era interessante mostrar sua raiz histórica ligada aos movimentos da pré-Reforma e da Reforma Protestante, evocavam como ascendência histórica os “Valdenses”, período em que declaravam possuir documentos, sendo que tais documentos, segundo eles, encontravam-se na Inglaterra. Após viajarem no tempo e no espaço, evocavam como ascendente, ou pelo menos como referência histórica, a Mill Yard Church of God (Igreja de Deus – Mil Anos ) 1664, e depois, ia para os Estados Unidos, em 1671. Constrangida, declarava que houvera perda de adeptos para o Movimento Batista do Sétimo Dia e uma aproximação com a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Finalmente, depois de discordar com o “Espírito da Profecia”, diga-se a autoridade de Ellen Gould White, passara a ser a Igreja de Deus do Sétimo Dia.
            Outra fonte declara que a Igreja de Deus do Sétimo Dia é um movimento milenarista e que sua origem real é norte-americana, com sede em Miridian, Idaho (EUA). “Sua instalação no Brasil tem uma curiosidade história. Havia um pequeno grupo conhecido como Organização Evangélica Universal dos Primogênitos, de índole adventista, sediado em Guarulhos (SP). A partir de 1978, porém, sua liderança decidiu unir-se à Igreja de Deus do Sétimo Dia dos EUA. Mas, para isso, seria preciso adaptar-se ao sistema doutrinário daquele movimento, pois a IDSD considera-se a única igreja verdadeira, aquela que não se corrompeu com a “Roma Pagã” (a besta do Apocalipse), que seria representada pelo catolicismo, acusado de herdeiro do paganismo. Os sinais dessa corrupção seria a aceitação das seguintes crenças e práticas:
1o. Imortalidade da alma;
2o. Morada no céu;
3o. A doutrina da Trindade;
4o. Batismo trinitariano;
5o. Domingo como dia santo;
6o. Celebração do Natal em 25 de dezembro;
7o. Uso de cruzes nos templos religiosos, entre outros.
“Assim, em 1984, após cinco anos de conversação com os líderes da IDSD nos EUA, a Organização Universal dos Primogênitos, que cria nos itens 2,3,4,6 e 7, submeteu-se às novas doutrinas. Com isso, toda a organização foi rebatizada e seus líderes reordenados como ministros da IDSD do Brasil. Com a união, a mais nova IDSD deixou de ser quinze pequenos grupos espalhados por aproximadamente quatro Estados para expandir-se por quase todos os Estados da Federação. A sede nacional encontra-se em Curitiba (PR)”.
Até agora, era o que tínhamos sobre a Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil, até que a mesma ganhou visibilidade televisiva com sua mais nova aparência, a judaização total, embora exista ainda uma facção que não se judaizou e que desde 30 de dezembro de 2005, está com sede e foro na cidade de Laranjeiras do Sul (PR), e é obviamente, considerada dissidente, no entanto, parece que a maioria dos adeptos da Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil se judaizou transformando na Congregação Israelita da Nova Aliança (CINA) com sede em Curitiba (PR) cujo presidente vitalício e fundador é Altair Junqueira, que se auto denominou-se Rosh Yishai ben Yehudah..
Assim com visual judaizante, não interessa mais provar suas raízes protestantes, declaram então que “estamos nos distanciando do protestantismo, que de certa forma nos serviu de referência por algum tempo, estamos nos sentindo mais próximos de nossas raízes, nos sentindo realmente israelitas e percebendo que Yeshua, Jesus, que é judeu, hoje já pode descobrir a face de Sua noiva e a reconhecer” e fazem a seguinte observação: “Estamos num processo contínuo de tesvhuvah (retorno às nossas raízes israelitas – da Congregação Israelita do primeiro século), o que significa que esta lista de itens poderá ser ampliada” (Princípios de Fé – Nisto cremos – A Congregação (Kehilat Israel), com esta espantosa observação já dá para imaginar o que esses gentios judaizantes ainda irão inventar, pois já deixaram a porta aberta para novas heresias, pois tudo o que seus “roshs”, digo, Altair Junqueira, Sidinei Paim e Périclis Pereira,  supostamente “descobrirem”, digo “entenderem” ou “interpretarem” ser da Congregação Israelita do primeiro século, declararão ser autêntico e verdadeiro.

CONGREGAÇÃO ISRAELITA DA NOVA ALIANÇA (CINA), ANTIGA IGREJA DE DEUS (7O. DIA) NO BRASIL

            A Congregação Israelita da Nova Aliança (CINA) até pouco tempo atrás, continuava registrada com o nome de Organização Geral das Igrejas de Deus (7o. Dia) no Brasil, isto podia ser visto no termo de conversão a dita organização:
“Eu (...) abaixo assinado, pelo presente termo, venho de livre e espontânea vontade, manifestar minha Conversão, Aceitação da Nova Aliança (Jr 31.31-34) e de Yeshua, como o Messias prometido a Israel e solicitar, mediante a tevilah em nome de Yeshua Há Mashiach (Jesus, o Messias), meu ingresso na Congregação Israelita da Nova Aliança. Instituição Religiosa registrada sob o nome ORGANIZAÇÃO GERAL DAS IGREJAS DE DEUS (7O. DIA) NO BRASIL, na condição de membro, para o que declaro conhecer e concordar com seu Estatuto e estar ciente do dever de cumpri-lo fielmente, bem como das decisões ministeriais aprovadas em Assembléia Ministerial”. (o novo termo de compromisso de admissão da CINA  está atualmente com formulário atualizado, portanto, mudaram novamente os dizeres).
            Assim todos os antigos sites da Igreja de Deus (7º Dia) no Brasil viraram abruptamente à Congregação Israelita da Nova Aliança ou Israelitas da Nova Aliança. Mudaram os nomes, mas as heresias são as mesmas “O que foi, isso é o que há de ser, e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol” (Ec 1.9). Embora Rosh Yishaí, digo Altair Junqueira, insista em declarar que “nunca houve algo desse tipo na televisão brasileira”, de fato tais heresias nunca foram pregadas na televisão brasileira, somente de casa em casa pelas Testemunhas de Jeová, pois os ensinamentos contra a divindade de Jesus, contra a doutrina da Trindade, sobre morar para sempre na terra e colocar todos os cristãos “cristandade” como “Roma Pagã” é o cavalo de batalha e as bases fundamentais dos ensinos da Sociedade Torre de Vigia. Os argumentos da Congregação Israelita da Nova Aliança e da STV são idênticos, inclusive no raciocínio falacioso e na falsa exegese.

UMA ORIGEM NADA ORIGINAL

Declaram ser a Comunidade de Israel, ou seja, um povo que cultiva tradições e liturgia da Congregação judia do primeiro século. Os gentios judaizantes da Congregação Israelita da Nova Aliança, utilizam do Taliot, do Kipot, do Mezuzot, acendem a menorah, recitam os Salmos, cantam música israelenses e dançam desengonçadamente, dizem possuir o Sefer Torah e a Aaron Hakodesh, suas mulheres usam véu, estilo lenço na cabeça, os homens deixam suas barbas crescerem, com isso imaginam cultivar tradições e liturgia da Congregação judia do primeiro século,  não possuem consistência bíblica, histórica e cultural.
Diferentemente dos judeus, admitem que a salvação não são pelas obras “Portanto os mandamentos nos santificam, atraem bênçãos de HaShem, conforme Deuteronômio 28 e não funcionam como obras para a salvação” (Princípio de Fé – Nisto cremos – A Congregação (Kehilat Israel - grifo nosso). Esses gentios judaizantes simplesmente tornaram-se numa caricatura[iii]  da religião judaica, não são nem similares aos ebionitas porque nem judeus são.
“Os ebionitas faziam parte de uma seita cristã judaizante, atuante no decurso do século II e que, no dizer de Tertuliano (160-220), célebre teólogo cristão, teve como líder um judeu chamado Ebion, personagem cuja existência é posta em dúvida. Segundo autores, o termo derivaria da palavra hebraica ebion, que significa “pobre”. Esses sectários negavam a divindade de Jesus, reconhecendo-o apenas como um Messias. Por outro lado, rejeitavam os textos dos apóstolos, admitindo tão somente o Evangelho de Mateus e recusando formalmente os de Paulo a quem consideravam um apóstata. Proclamando-se pobres e únicos representantes daqueles mencionados pelo Cristo no Sermão da Montanha, os ebionitas praticavam a circuncisão e observavam o shabat. Um evangelho desse grupo, elaborado, provavelmente no século II, consta do Antigo Testamento. A seita extinguiu-se no século V”. (Dicionário Histórico de Religiões – Editora Nova Fronteira - p.138).
Os ebionitas possuíam ainda outras distinções doutrinárias: “aceitavam o caráter messiânico de Jesus, mas não acreditavam que ele tivesse sido o Filho de Deus em qualquer sentido especial, o que significa que rejeitavam a sua divindade, exatamente conforme se esperaria de uma teologia de inclinações judaicas, orientada na direção do monoteísmo. Eles disputavam sobre a questão do nascimento virginal, alguns em favor e outros contra esse ensino. Exageravam o legalismo ao ponto de dizerem que Jesus obtivera seu caráter messiânico através de uma observância muito estrita da legislação mosaica. O batismo de Jesus teria assinalado o instante em que Deus teria proclamado publicamente que Jesus se qualificara para o ofício messiânico. Visto que Jesus tanto fora circuncidado quanto fora batizado, seu exemplo era evocado quanto a ambas essas práticas. A obediência tanto à lei quanto ao evangelho (as boas novas) para os ebionitas, era o próprio modo de salvação. Portanto, eles acreditavam em salvação mediante a fé e as obras, acompanhando de perto o judaísmo” (Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia – Vol. 2 – Editora Candeia - p. 250).
A Congregação Israelita da Nova Aliança, ou seja, os gentios judaizantes, não são como os ebionitas, porque além de não serem judeus, admitem a filiação divina de Jesus e dizem que aceitam os ensinos de Paulo. Não são judeus, porque são gentios e não são evangélicos porque desposam doutrinas espúrias[iv] , anti-evangélicas, são híbridos[v] , não são nem judeus e nem evangélicos, são seguidores das idéias esdrúxulas[vi]  de Altair Junqueira, Sidinei Paim e Périclis Pereira,  autodenominados: Rosh Yishai Ben Yehudah, Zakai Shelumiel Ben Israel  e Rosh Ezrah Ben Levi, com sua própria criação: “Congregação Israelita da Nova Aliança” ou “a noiva judia”, uma mistura de crenças adventistas com Testemunhas de Jeová, de judaísmo só a cópia grosseira de costumes e tradições, um movimento com verniz judaico, mas só isso.

NEGAM A DOUTRINA BÍBLICA DA SANTÍSSIMA TRINDADE

São muitas as doutrinas bíblicas que a Congregação Israelita da Nova Aliança nega, alías, basta colocar um não nas doutrinas bíblicas e você já estará professando o credo deles. Dentre as muitas doutrinas não bíblicas e exóticas desse movimento, comentarei somente sobre a doutrina de Deus.
            A Congregação Israelita da Nova Aliança, assim como sua antiga nomenclatura Igreja de Deus (7o. Dia) no Brasil, negam categoricamente a doutrina bíblica da Trindade, sua linha de raciocínio é a mesma desposada pela Sociedade Torre de Vigia da Testemunhas de Jeová, que por sua vez bebeu nos escritos heréticos de Ário[vii] .

A DOUTRINA BÍBLICA DA TRINDADE

A palavra Trindade é uma palavra de cunho teológico usada para designar a doutrina bíblica da unidade composta de Deus, ou seja: um único Deus eternamente subsistente em três pessoas[viii] : Pai, Filho e Espírito Santo (“pessoas” no sentido trinitariano, estamos nos referindo as distinções dentro da mesma substância). Não se trata de uma explicação de Deus, mas, sim, uma análise das evidências apresentadas pela Bíblia.
Assim sendo a Doutrina da Trindade “é uma doutrina bíblica que repousa essencialmente sobre duas premissas: 1ª) O monoteísmo é uma verdade: existe um único Deus; 2ª) a divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, também é uma verdade: existe três pessoas na unidade divina”.

O MONOTEÍSMO É UMA VERDADE

Como cristãos evangélicos cremos num único Deus. A Bíblia Sagrada diz explicitamente que existe um único Deus (Dt 6.4; Is 43.10; Jr 10.10-11; Mc 12.29-32; Jo 17.3).

A DIVINDADE DO PAI, DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO, TAMBÉM É UMA VERDADE

Como cristãos evangélicos cremos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três pessoas[ix] . A Bíblia Sagrada diz explicitamente que estas três pessoas é Deus.
O apóstolo João registrou essas palavras do Senhor Jesus Cristo ao Pai: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro...” (Jo 17.3a), deixando claro que existe um único Deus Verdadeiro, o Pai. Porém o mesmo João escreveu na sua Primeira Epístola Universal no capítulo 5 e versículo 20:“E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para conhecermos o que é verdadeiro, e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna”. Essas palavras afirmam categoricamente a divindade de Jesus: ele é o Verdadeiro Deus e a vida eterna está nele.
O apóstolo João atribui a palavra Deus Verdadeiro, tanto à pessoa do Pai, como a pessoa do Filho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Esses textos são provas explícitas de que Deus como sendo único e verdadeiro, subsistente em mais que uma pessoa, neste caso específico duas pessoas: Pai e Filho. Não estou dizendo que o Pai seja o Filho, mas que o Pai e o Filho são duas pessoas como o próprio João declara: “Graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e caridade” (II Jo 1.3).
Em Atos dos Apóstolos no capítulo 5. Versículos 3 e 4 lemos: “Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herança? Guardando-a não ficava para ti? E vendida, não estava em seu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentistes aos homens, mas a Deus”.Nessa passagem bíblica o Espírito Santo é chamado explicitamente de Deus.
Se o Pai é chamado de Deus Verdadeiro (Jo 17.3) e o Filho é chamado de Deus Verdadeiro (I Jo 5.20), e o Espírito Santo é chamado de Deus (Atos 5.3-4), então as três pessoas sem sombra de dúvida podem ser chamadas cada uma de Deus, no entanto, o Profeta Isaías no capítulo 43 versículo 10 e 11 escreve: “Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi, para que o saibais, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá”. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador”. Se existe três pessoas chamadas na Bíblia de Deus Verdadeiro e  ela não admite outro deus ou deuses, senão o Deus único, ou admitimos a pluralidade na unidade, já que Deus é único (Is 43.10); ou cairemos nos erros dos unicistas (que entendem que há uma só pessoa e três manifestações), ou no erro dos unitaristas (onde Jesus não é Deus e o Espírito Santo uma simples força, emanação “Shekinah” ou sopro), ou ainda no erro politeísta, que é intragável e grosseiro (o Pai é Deus Todo-Poderoso e Jesus é um deus apenas poderoso, ou seja duas divindades, portanto politeísmo).
Se analisarmos a Palavra de Deus, no que se refere ao maravilhoso relacionamento do Pai e do Filho e do Espírito Santo, certamente entenderemos que só existe um Deus verdadeiro, e que essa unidade divina subsiste eternamente em três pessoas[x] . A unidade chamamos Deus e como nessa unidade subsiste três pessoas, cada pessoa em particular também pode ser chamada de Deus. No entanto, não existem três unidades ou três deuses, mas somente uma unidade ou um só Deus.
A palavra Deus é uma polissemia, nome que se aplica a mais de uma pessoa na Bíblia. Ele se aplica ao Pai (Fp 2.11), ao Filho (Atos 20.28) e ao Espírito Santo (Atos 5.3-4). Aparece, na maioria das vezes, com referência à Trindade (Dt 6.4). Isso também ocorre com o nome YHWH (Senhor ou Jeová), aplica-se ao Pai (Sl 110.1), ao Filho (Is 40.3 ver Mt 3.3), e ao Espírito Santo (II Rs 17.14 ver Atos 7.51). No entanto aplica-se à Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18).

ORIGEM DO TERMO TRINDADE

A palavra TRINDADE foi usada pela primeira vez, em sua forma grega por Teófilo e, em sua forma latina, por Tertuliano no final do segundo século (180 d.C). Tertuliano escreveu em Contra Práxeas 2, um resumo da doutrina da Trindade e apresentou pela primeira vez essa nomenclatura: “Todos são de um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa TRINDADE, colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo: três contudo...não em substância, mas em forma, não em poder, mas em aparência, pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo” (Walker, W. História da Igreja Cristã, p. 98, Vol I e II, Juerp e Aste, Rio, 1980.

EVIDÊNCIAS BÍBLICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
A TRINDADE NA CRIAÇÃO DO UNIVERSO

Deus, no Antigo Testamento, é um só Deus, que se revela pelos seus nomes, pelos seus atributos e pelos seus atos. Mesmo assim o Antigo Testamento lança alguma luz sobre a pluralidade (uma distinção de Pessoas) na Deidade.
Em Gênesis 1.1, Deus é apresentado pela primeira vez com o nome hebraico (Elohim), o verbo está no singular (criou) e o sujeito no plural (Deus). Elohim é a forma plural de Eloah, mas o significado é o mesmo: Deus. Quando analisamos o contexto bíblico (Gn 1.26; 3.22; 11.7), podemos compreender a doutrina bíblica da Trindade. Embora, o nome Elohim por si só não prove a unidade composta, o contexto apóia a unidade composta de Deus:
Gn 1.26 : “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” – (v.27);
Gn 3.22: “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós...”;
Gn 11.7: “Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua....”
Outras distinções pessoais na Deidade são reveladas nos textos que se referem ao “anjo do SENHOR” (Hb. Yahweh) – (Gn 16.7-13; 18.1-21; 19.1-28; 32.24-30);
A Bíblia declara que só existe um Deus (Dt 6.4; 2 Rs 19.15; Ne 9.6; Sl 83.18; Sl 86.10; Mc 12.29-32; 1Co 8.6; Gl 3.20; Ef 4.6). Portanto o Cristianismo é MONOTEÍSTA (crença num só Deus). Em todas essas passagens a doutrina da Trindade permanece em pé, sem contradizer o monoteísmo, porque a unidade divina é composta, não absoluta. Deuteronômio 6.4 diz que YHWH (Senhor) é único. A palavra “único” no original hebraico é echad e está no construto. Se esta unidade fosse absoluta, a palavra correta aqui seria yahid, a mesma usada em Gênesis 22.2 “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque...”,  para a unidade absoluta. A palavra “echad” é uma unidade composta, é a triunidade de Deus. Esta doutrina não foi bem esclarecida nos tempos do Velho Testamento para não confundir o povo com os deuses das religiões politeístas das nações vizinhas de Israel, todavia ela está implícita no Velho Testamento. Ela só pode ser ensinada explicitamente com o advento da segunda Pessoa, o Senhor Jesus Cristo, e com a manifestação da terceira Pessoa, o Espírito Santo.
Outras passagens do Velho Testamento apontam para a doutrina da Trindade, veja a visão do profeta Isaías (Is 6.1 ver Is 6.8). A respeito de Jesus: (Is 6.1-3 ver Jo 12.41), e a respeito do Espírito Santo (Is 6.8-10 ver Atos 28.26).

A TRINDADE NA EXPECTATIVA MESSIÂNICA DA ALMA HEBRÉIA

As profecias messiânicas (Jr 23.5; Sl 45.6-7 ver Hb 1.8; Sl 2.7 ver Atos 13.32-33; Hb 1.5;5.5). O messias fala (Is 48.16-17; 61.1 e 63.9-10). A revelação da pluralidade na Deidade fica muito claro nesse texto: (Zc 12.10). Assim saímos das sombras e prefigurações do Antigo Testamento para a luz maior da revelação no Novo Testamento.

EVIDÊNCIAS BÍBLICAS DA DOUTRINA DA TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO

João inicia o seu evangelho com a revelação do Verbo (Jo 1.1,14);
Jesus não é o Pai, mas é o Filho do Pai (Jo 3.16; 8.17; I Jo 2.22; II Jo 2.3);
Jesus possui duas naturezas: (Jo 1.14; Tm 2.5; I Jo 5.20);
Jesus reivindicava plena divindade para o Espírito Santo (Jo 14.16 – “outro ajudador do mesmo tipo que Ele mesmo”). O Salmo 104.30 revela o Espírito Santo como o Criador. Em Atos 5.3-4 chama-o de Deus e em Hebreus 9.14 de Espírito Eterno. As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 3.21-22; 1 Co 12.1-11;.Mateus 28.29; Ef 4.4-6; 1 Co 12.4-6; II Co 13.13 ver Nm 6.24-26).

CADA PESSOA DA TRINDADE É DEUS VERDADEIRO
DEUS

A Bíblia Sagrada nos ensina que só um é chamado de Deus (Dt 4.35,39; Is 44.6,8; 45.5,21); no entanto, a mesma Bíblia também nos ensina que cada uma e destas Pessoas é Deus:
o Pai (Jo 17.3; 1 Co 8.4,6; Ef 4.6);
o Filho (Jô 1.1.; Rm 9.5; Hb 1.8-9 comp. Sl 45.6-7; 1 Jo 5.20), e
o Espírito Santo (At 5.3-4; 7.51 comp. Sl 78.18-19).
Um só Deus em três pessoas e não em uma só Pessoa.

JEOVÁ (YHWH)

A Bíblia Sagrada nos ensina que só um e chamado de Jeová (Yhwh) (Dt 6.4; Ne 9.6; Sl 83.18; Is 45.5,-6,18); no entanto, a Bíblia também declara que cada uma dessas Pessoas é Jeová (Yhwh):
O Pai (1 Sm 2.2; 1 Cr 17.20; Is 37.20);
o Filho (Is 40.3 comp. Mt 3.3; Jr 23.5-6) e
o Espírito Santo (Jz 15.14 comp.16.20; Hb 3.7 comp. Ex 17.7-8; 2 Pe 1.21 comp. Nm 12.6).

DEUS DE ISRAEL

A Bíblia Sagrada nos ensina que só Deus é chamado de Deus de Israel (Dt 5.1, 6-7). no entanto, a mesma Bíblia também nos ensina que cada uma e destas Pessoas é Deus:
o Pai (Sl 72.18);
o Filho (Ez 44.2; Lc 1.16-17) e
o Espírito Santo (2 Sm 23.2-3).

SENHOR DEUS (2 Sm 7.22)

O Pai (Os 13.4);
O Filho (Ex 44.2);
O Espírito Santo (At 7.51 com 2 Rs 17.14)

ATRIBUTOS NATURAIS DE CADA PESSOA DA TRINDADE
ONIPOTÊNCIA (Todo-Poderoso) ( Dt 3.24; Sl 89.6-8; Is 43.12-13; Jr 10.6).

O Pai (2 Cr 20.6; Is 14.27: Ef 1.19);
O Filho (Mt 28.18; Ap 1.8; 3.7);
O Espírito Santo (Zc 4.6; Lc 1.35).

ETERNO (Infinito) (Is 40.28; 41.4; 43.10,13; 44.6);

O Pai (Sl 90.2; 93.2);
O Filho Is 9.6; Mq 5.2; Jo 1.1; 8.58; 17.5,24; Ap 1.17-18);
O Espírito Santo (Gn 1.2; Hb 9.14).

ONIPRESENTE (presença em toda parte) (Sl 139.7; 1 Rs 8.27; Jr 23.24);

O Pai (Am 9.2-3; Hb 4.13);
O Filho (Mt 18.20; 28.20; Jo 3.13);
O Espírito Santo (Sl 139.7-10; 1 Co 3.16; Jo 14.17).

ONISCIENTE (sabe todas as coisas) (1 Rs 8.39; Dn 2.20-22; Mt 24.36);

O Pai (1 Cr 28.9; Is 48.5-7; 42.9);
O Filho (Mc 9.34-35; Jo 2.24-25; 16.30; Lc 19.41-44; Jo 6.64; 18.4);
O Espírito Santo (Ez 11.5; Rm 8.26-27; 1 Co 2.10,11; 1 Tm 4.1).

CRIADOR (Is 44.24; 45.5-7, 18)

O Pai (Ne 9.6; Jr 27.5; Sl 146.6; At 14.15);
O Filho (Jo 1.1-3; Cl 1.16-18; Hb 1.2,10) ;
O Espírito Santo (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30).

VIDA (Dt 32.39)

O Pai (Sl 36.9; At 17.25,28);
O Filho (Jo 1.4; 11.25);
Espírito Santo (Rm 8.2; Jó 33.4).

A TRINDADE E A DOUTRINA DA SALVAÇÃO

A doutrina da salvação inclusive a reconciliação, a propiciação, a redenção, a justificação e a expiação depende da cooperação dos membros distintos do Deus Trino e Uno (Ef 1.3-14). Por isso, renunciar deliberadamente a doutrina da Trindade ameaça gravemente a nossa esperança de salvação pessoal. As Escrituras incluem todos os membros da raça humana na condenação universal do pecado (Rm 3.23) e por isso, todos “precisam da salvação; a doutrina da salvação requer um Salvador adequado, ou seja: uma cristologia adequada. Uma cristologia sadia exige um conceito satisfatório de Deus, isto é, uma teologia especial e sadia – que nos traz de volta a doutrina da Trindade”.
O Deus Trino e Uno é revelado na Bíblia de modo explícito na redenção dos pecadores e na sua reconciliação com Deus.
Deus Pai “envia” o Filho ao mundo (Jo 3.16-17);
Deus Filho suporta a vergonha do madeiro maldito, trazendo a paz (reconciliação) entre Deus e a humanidade (Rm 5.1; Ef 2.13-16); Ele comprou a Igreja com seu próprio Sangue (Atos 20.28).
Deus Espírito Santo é quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo e emprega a obra do Filho no novo nascimento (Tt 3.5), santifica o crente (1 Co 6.11) e nos dá acesso (Ef 2.18), mediante o nosso Grande Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Hb 4.14-16), á presença do Pai (2 Co 5.17-21).

ALGUMAS OBJEÇÕES DOS JUDEUS JUDAIZANTES, DA SOCIEDADE TORRE DE VIGIA E DE OUTRAS SEITAS ANTI-TRINITARIANAS

Os anti-trinatarianos não conseguem dissociar a palavra Deus do Pai, todas as vezes que dizemos que Jesus é Deus, no seu complexo sistema de entendimento acusa a idéia de que estamos confundindo o Pai com o Filho. Os gentios judaizantes, bem como as Testemunhas de Jeová precisam entender que quando estamos falando que Jesus é Deus, não estamos dizendo que Jesus é o Pai e nem que seja o Espírito Santo. Mas seu sistema de entendimento não permite esse raciocínio, e a primeira coisa que ouvimos dos gentios judaizantes e das Testemunhas de Jeová quando falamos que Jesus é Deus, são as seguintes indagações: “Se Jesus é Deus então ele orou para si mesmo. Se Jesus é Deus então o céu ficou vaziou quando ele morreu”, tudo isso porque eles confundem as pessoas da divindade.  Essas perguntas dos gentios judaizantes e das Testemunhas de Jeová devem direcionar para os unicistas e não para os que acreditam na Trindade. Já que a Trindade trata-se de três pessoas em unidade divina, daí o motivo de qualquer das três pessoas poder ser chamada de Deus.
Outra especialidade levantada pela Congregação Israelita da Nova Aliança, pela Sociedade Torre de Vigia e por outras seitas que rejeitam a doutrina da Trindade é aplicar as passagens bíblicas que se referem ao Filho como homem, para contradizer sua natureza divina. Ignoram que o Senhor Jesus possue duas naturezas: a divina e a humana, assim elas apresentam as passagens bíblicas que provam a humanidade de Jesus para negar a sua divindade, sendo que essas passagens não contradizem sua divindade apenas prova sua outra natureza a humana. Assim como as passagens que revelam a divindade de Jesus não contradizem sua natureza humana, mas simplesmente revelam sua outra natureza a divina, já que o filho possue duas naturezas, verdadeiro homem (I Tm 2.5) e verdadeiro Deus (I Jo 5.20). Assim declara o Credo Niceno acerca de Jesus: “Igual ao Pai no tocante à sua Deidade, e inferior ao Pai no tocante à sua humanidade”.
No importante documento intitulado Tomo de Leão (440-461) parte III diz: “Assim, intactas e reunidas em uma pessoa as propriedades de ambas as naturezas, a majestade assumiu a humildade, a força assumiu a fraqueza, a eternidade assumiu a mortalidade e, para pagar a dívida de nossa condição, a natureza inviolável uniu-se a natureza que pode sofrer. Desta maneira, o único e idêntico Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, pôde, como convinha à nossa cura , por um lado, morrer e, por outro, não morrer...”  e  na parte IV diz: “Neste mundo fraco entrou o Filho de Deus. Desceu do se trono celestial, sem deixar a glória do Pai, e nasceu segundo uma nova ordem, mediante um novo modo de nascimento. Segundo uma nova ordem, visto que invisível em sua própria natureza, se fez visível na nossa e, ele que é  inconpreensível, se tornou compreendido; sendo anterior aos tempos, começou a existir no tempo; Senhor do universo, revestiu-se de forma de servo, ocultando a imensidade de sua Excelência;  Deus impassível, não se horrorizou de vir a ser carne passível; imortal, não recusou às leis da morte. Segundo um novo modo de nascimento, visto que a virgindade, desconhecendo qualquer concupiscência, concedeu-lhe a matéria de sua carne. O Senhor tomou, da mãe, a natureza, não a culpa. Jesus Cristo nasceu do ventre de uma virgem, mediante um nascimento  maravilhoso. O fato de o corpo do Senhor nascer portentosamente não impediu a perfeita  identidade de sua carne com a nossa, pois ele que é verdadeiro Deus é também verdadeiro homem. Nesta união não há mentira nem engano. Corresponde-se numa unidade mútua a humildade do homem e a excelsitude de Deus. Por ser misericordioso, Deus [ divindade]  não se altera; por ser dignificado, o homem [ humanidade]  não é absorvido. Cada natureza [ a de Deus e a de servo]  realiza suas próprias funções em comunhão com a outra. O Verbo faz o que é próprio do verbo; a carne faz o que é próprio à carne;  um fulgura com milagres; o outro submete-se às injúrias. Assim como o Verbo não deixa de morar na glória do Pai, assim a carne não deixa de pertencer ao gênero humano... Portanto, não cabe a ambas as naturezas dizerem: “O Pai é maior do que eu” ou  “Eu e Pai somos um”. Pois, ainda que em Cristo Nosso Senhor haja só uma pessoa. Deus-homem, o princípio que comunica a ambas as naturezas as ofensas é distinto do princípio que lhes torna comum a glória...”.
O autor evangélico Robert M. Browman Jr., declara com muita propriedade e profundo senso de responsabilidade: “Existe a escolha, portanto, entre crer no Deus verdadeiro conforme Ele Se revelou, com mistérios e tudo, ou crer num Deus que é relativamente fácil de ser compreendido, mas que tem pouca semelhança com o Deus verdadeiro. Os trinitários estão dispostos a conviver com um Deus a quem não conseguem compreender plenamente”, já que adoramos a Deus conforme Ele Se tem revelado.
O fato dos gentios judaizantes, em especial : Zakai Shelumiel, Rosh Yishaí e Rosh Ezrah, digo, Sidinei Paim, Altair Junqueira e Périclis, bem como a Sociedade Torre de Vigia declararem que não se satisfazem com a doutrina da Trindade, pelo fato de ser mistério. Podemos afirmar que pode não satisfazer os homens, “mas esse é o ensino bíblico: “Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador”. Na Versão Almeida Atualizada fica mais claro: “Tú és Deus misterioso” (Is 45.15)”. Os anti-trinitarianos  “não podem crer nisso “porque a fé não é de todos” (2 Ts 3.2). As  doutrinas bíblicas são reveladas, não concebidas pela razão humana. Deus não é concebido através de um raciocínio lógico e nem por uma demonstração matemática. Não é esse o método e nem o caminho para se chegar a Deus. O processo que Deus estabeleceu para o homem acha-lo é o caminho da fé (Hb 11.1-3). Assim a argumentação da razão pode não ser válido, e existem inúmeros fatos na Bíblia que o ser humano não consegue entender e que nem por isso deixam de existir ou de serem verdadeiros” (Como Responder às Testemunhas de Jeová, Esequias Soares –   Editora Candeia, 1991)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Finalmente declaramos com toda a confiança a nossa fé bíblica na doutrina da Trindade, porque:
Aceitamos a doutrina de acordo com o que expõem a Bíblia Sagrada (Mt 28.19; Ef 4.4-6; I Co 12.4-6; II Co 13.13- Nm 6.24-26);
Não somos politeístas, já que cremos num único Deus, e não aceitamos nenhuma divindade inferior ou superior, além de Deus; (Dt 6.4; Mc 12.29; I Co 8.6; Gl 3.20; Ef 4.6);
Não somos idólatras, já que não temos nenhum outro deus diante do único Deus; (Ex 20.2-3; Is 43.10-11);
Não aceitamos o paganismo, e encontramos fartamente no paganismo a crença em duas ou mais divindades. Ex; Júpiter (o deus supremo dos romanos ou o deus Todo-Poderoso dos romanos) e Mercúrio (divindade inferior ou deus poderoso); ou para os gregos (Zeus, o deus Todo-Poderoso e Hermes o deus apenas poderoso), crença similar a das Testemunhas de Jeová: Jeová o Deus Todo Poderoso e Jesus o deus poderoso;
Não aceitamos o critério da razão humana para conceber a divindade, já que Deus não é concebido através de um raciocínio lógico, nem por uma demonstração matemática, Ele é Deus de mistério ( Is 45.15; I Tm 3.16);

“Se o cristianismo fosse alguma coisa que estivéssemos inventando, é óbvio que poderíamos torna-lo mais fácil. Não conseguimos concorrer, em termos de simplicidade, com as pessoas que estão inventado religiões. Como poderíamos? Estamos lidando com Fatos. É óbvio que qualquer um pode simplificar as coisas se não precisar levar em conta os fatos!”.C. S. Lewis

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada - SBB
Bíblia Apologética – Instituto Cristão de Pesquisas - ICP
GRUDEM, Wayne, Teologia Sistemática, Edições Vida Nova, 1999
HORTON, Stanley M., Teologia Sistemática  – CPAD
SOARES, Esequias, Como Responder às Testemunhas de Jeová – Ed. Candeia, 1991.
CHAMPLIN, R.N. e BENTES, João Marques, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia – Editora Candeia, 1997.
AZEVEDO, Antonio C. A. e GEIGER, Paulo, Dicionário Histórico de Religiões – Editora Nova Fronteira, 2002.
JR, Robert M. Bowman, Por que devo crer na Trindade? , Editora Candeia, 1996.






[i] Tupiniquim: Próprio do Brasil; nacional, brasileiro (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[ii] Transvestir: Transformar, transmudar, transmutar, metamorfosear (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[iii] Caricatura: Desenho que, pelo traço, pela escolha dos detalhes, acentua ou revela certos aspectos caricatos de pessoa ou fato; Representação burlesca em que se arremedam comicamente pessoas e fatos; Reprodução deformada de algo (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[iv] Espúrio: Não genuíno; suposto, hipotético; Que não é do autor ao qual se atribui; Que não é castiço; não vernáculo; Adulterado, modificado, falsificado; Ilegítimo, ilegal  (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[v]   Hibridez: Qualidade de híbrido; Anomalia, irregularidade (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio) Híbrido: originário do cruzamento de espécies diferentes (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[vi] Esdrúxulo: Esquisito, extravagante, excêntrico (Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa – Folha/Aurélio)
[vii] Ário: autor da primeira grande heresia cristã . Ário (256-336), nasceu na Líbia e foi presbítero de Alexandria no Egito. Ário questionava a natureza divina de Jesus, declarando que Jesus não era co-eterno com o Pai, mas somente um homem educado à imagem de Deus, portanto a primeira criatura de Deus.
[viii] “pessoas” no sentido trinitariano, estamos nos referindo as distinções dentro da mesma substância
[ix] Idem
[x] Idem
FONTE:  www.professoralberto.com.br

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