Lição 9 - Revista Lições Bíblicas Jovens Acerca das Últimas Coisas
1º Trimestre de 2018
INTRODUÇÃO
I- O ANÚNCIO DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO E OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS
II-A RESPONSABILIDADE DO HOMEM, O JULGAMENTO DIVINO.
CONCLUSÃO
Professor(a), os objetivos da lição deste domingo são:I- O ANÚNCIO DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO E OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS
II-A RESPONSABILIDADE DO HOMEM, O JULGAMENTO DIVINO.
CONCLUSÃO
Apresentar a entrada do Rei dos reis em Jerusalém;
Saber que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém foi um ato messiânico previsto pelos profetas;
Explicar como Jesus foi recebido como rei messiânico em Jerusalém.
Saber que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém foi um ato messiânico previsto pelos profetas;
Explicar como Jesus foi recebido como rei messiânico em Jerusalém.
Palavras-chave: Últimas coisas.
Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo: Para ajudá-lo(a) na sua reflexão, e na preparação do seu plano de aula, leia o subsídio abaixo:
I. A Destruição do Templo e do Fim dos Tempos (Mt 24)
O anúncio de destruição de um dos maiores símbolos para o povo judaico deve ter sido recebido com assombro pelos discípulos. Jesus adverte sobre o apego demasiado às estruturas humanas e a necessidade de estar atento sobre o caminhar cristão para não perder o foco principal. A lição mais importante aqui é a vigilância para a parúsia (Segunda Vinda de Cristo) e o fim dos tempos.
a) Cristo anuncia a destruição do Templo (v1-2)O ambiente e contexto desde Mateus 21.23 eram os pátios do Templo de Jerusalém. Robertson (2016, P. 263) garante que nesse momento, para Jesus “[...] o seu ensino público terminou. Era um momento triste”. Os discípulos acompanharam Jesus nos episódios do Templo e provavelmente estavam chocados com tudo que viram. A maneira como Jesus tratou os cambistas, a cura de marginalizados dentro do Templo, os embates com os principais dos sacerdotes, entre outros. O clima deveria estar tenso e muitas dúvidas devem ter surgido na mente deles, principalmente sobre a expectativa messiânica em relação a Jesus. Nos primeiros versículos de Mateus 24, Jesus está deixando o Templo quando os discípulos se aproximam e começam mostrar a sua estrutura. Eles, provavelmente, estavam admirados com o esplendor de sua grandiosidade e beleza.
Robertson (2016, p. 263) diz que os edifícios do Templo “[...] eram bem conhecidos por Jesus e seus discípulos, sendo belos como uma montanha de neve. O monumento que Herodes, o Grande, começara só estaria concluído alguns anos antes da sua destruição (Cf. Jo 2.20). As grandes pedras eram de mármore polido”. O Evangelho de Marcos (Mc 13.1, 2) afirma que os discípulos admiravam todos os edifícios do Templo construído por Herodes, o Grande. Ainda que os edifícios fossem conhecidos de Jesus e seus discípulos como afirma Robertson, não era todo dia que eles presenciavam aquela cena. Certamente, desta vez, pararam um pouco mais para apreciar sua beleza. A maioria das pedras era enorme e sua colocação é uma obra de engenharia apreciada até os dias de hoje.
Matthew Henry comenta sobre a suntuosidade do segundo Templo:Era uma estrutura muito bonita, e majestosa, uma das maravilhas do mundo; nenhum custo foi poupado, nenhum tipo de arte foi deixado de lado, para torná-lo suntuoso. Embora ele não se comparasse ao Templo de Salomão, e fosse pequeno no inicio, ele realmente cresceu mais tarde. Ele era ricamente adornado com ofertas, as quais contínuos acréscimos eram feitos. Eles mostraram a Cristo essas coisas, e desejaram que Ele também as observasse.
Mateus não comenta o motivo que levou os discípulos a mostrarem as estruturas para Jesus. Robertson (2016, p. 263) entende que os discípulos estavam “querendo aliviar a tensão do Mestre”. Todavia, também existe a possibilidade dos discípulos estarem pensando em um possível reinado de Jesus e a influência que poderia ter no Templo.
O contexto do Templo é de um controle duplo:
a) religioso – por parte dos principais dos sacerdotes e seus auxiliares próximos;
b) imperialismo – controle do império romano. Assim, o povo é controlado e explorado pelas duas formas de liderança. O Império Romano que detém o poder imperial sobre maior parte do mundo conhecido outorga poder limitado aos líderes religiosos. Esses líderes são obrigados a manter a paz e o controle sobre o povo para evitar levantes e riscos ao controle imperial, caso contrário poderão ser punidos ou substituídos. Por isso, a preocupação constante dos principais dos sacerdotes com relação às condutas de Jesus, pois as suas posições estavam em jogo. Na realidade, a grande preocupação era em se manter no poder e na zona de segurança, junto aos líderes romanos. No entanto, Jesus anuncia que tudo isso iria ser destruído, inclusive o grande símbolo do poder compartilhado, o Templo. Os discípulos viam a árvore, enquanto Jesus observava a floresta.
Portanto, fica evidente o ambiente característico da literatura apocalíptica nestes capítulos de Mateus. Um contexto de opressão imperialista sobre o povo que não tinha como se defender e as contestações serem escritas em forma de símbolos para que somente um público específico pudesse entender. Assim, o anuncio da destruição do Templo tem um papel fundamental para entendimento do chamado discurso escatológico dos capítulos 24 e 25 de Mateus. Com efeito, comumente se faz confusão com os gêneros literários: escatologia (escatologia profética e escatologia apocalíptica), profecia e apocalipse. Estes textos em estudo abrangem os três tipos de gênero, que se conversam entre si, mas com interpretações diferenciadas, pois o foco é diferente.
Em uma simples ação dos discípulos, mostrar as estruturas do Templo, Jesus lhes anuncia todo um aparato que se desenvolveria e resultaria na destruição da instituição que era o principal símbolo do poder compartilhado entre a elite judaica e o Império Romano. O discurso de Jesus anunciava que toda aquela pompa demonstrada pelos principais dos sacerdotes iria cair por terra com destruição do Templo de Jerusalém. Matthew Henry alega que em 70 d.C., o próprio imperador Tito, responsável pela conquista de Jerusalém, tentou evitar a destruição do Templo, mas não conseguiu conter seus soldados:
[...] embora Tito, quando tomou a cidade, tivesse feito tudo o que podia para preservar o Templo, não conseguiu impedir que os soldados furiosos o destruíssem completamente; e isto foi feito a tal ponto, que Turno Rufo arou o local onde ele tinha estado; assim se cumpriu esta passagem das Escrituras (Mq 3.12): “Por causa de vos, Sião será lavrado como um campo”. (HENRY, 2008, 309)
Aqueles que desafiaram Jesus durante o relato de Mateus 21.23, em especial, e tudo o que representavam seria destruído. Todavia, antes, eles seriam os instrumentos para conduzir Jesus à sua morte de cruz, como Ele havia anunciado por três vezes (Mt 16.21; 17.22, 23; 20.18). Portanto, aqueles que defendem a datação do Evangelho de Mateus para depois de 70 d.C., desconsideram o elemento preditivo no discurso de Jesus, sendo uma adição do último redator do livro.
b) A pergunta escatológica dos discípulos (Mt 24.3)
Depois disso, Jesus vai até o Monte das Oliveiras e se assenta (Mt 24.3). Da posição em que Ele estava era possível, olhando para baixo, avistar Jerusalém e o Templo onde estava até há pouco. Shelton (2006, p. 130) afirma que o Monte das Oliveiras é o “lugar muito apropriado para o ensino sobre o tempo do fim, levando-se em conta a profecia de Zacarias: ‘E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente, e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio (Zc 14.4)”.
As palavras de Jesus sobre a destruição do Templo deixaram os discípulos intrigados. Então, se achegam em particular com Jesus onde estava assentado e fazem a pergunta crucial: “Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?”. Jesus estava falando da destruição do Templo e os discípulos perguntam a respeito da vinda do Messias e sobre o fim do mundo, será que acreditavam que tudo isso aconteceria simultaneamente? Robertson (2016, p. 264) faz uma sugestão coerente ao afirmar: “[...] é suficiente ver que Jesus usa a destruição do Templo e de Jerusalém como parte de um complexo de eventos que leva à sua Segunda Vinda e, no final das contas, ao fim do mundo ou consumação da era”.
Afinal Jesus continuou falando a respeito da destruição do Templo e Jerusalém ou sobre a sua Segunda Vinda e o fim dos tempos? Na realidade, o discurso de Jesus atende as duas coisas. Para isso, se faz necessário utilizar de um recurso literário chamado tipologia. Jesus continua falando a respeito da destruição de 70 d.C., mas por meio da tipologia é possível interpretar esse acontecimento histórico para um tempo futuro. Uma futura releitura do fato ocorrido em 70 d.C. como figura de algo que iria acontecer em época vindoura. Bock (2006, p. 317) reforça essa ideia ao afirmar que “[...] a destruição do Templo, que agora sabemos que aconteceu em 70 d.C., também retrata o tipo de período que caracteriza o fim dos tempos”. O que já foi visto e continuará a ser visto nos próximos capítulos. Fatos que aconteceram e narrativas da Lei, dos profetas e dos Salmos (tipo) que são relidos no Novo Testamento, neste caso no Evangelho de Mateus para demonstrar o cumprimento na vida e obra de Jesus (antítipo). Se o leitor absorver esse conceito terá uma grande evolução na interpretação bíblica.
A estrutura do grego na pergunta dos discípulos utiliza um artigo definido para os dois substantivos: parúsia e o fim dos tempos. Isso demonstra que os discípulos consideravam que faziam parte de um mesmo evento. Eles entendiam que este evento seria iminente. Nas décadas seguintes os cristãos ainda faziam confusão com relação ao tempo deste evento, conforme vemos nas epístolas. Como exemplo, na Epístola aos Tessalonicenses, Paulo necessita explicar novamente devido ao grande equívoco de interpretação dos habitantes de Tessalônica. A assimilação pelos primeiros cristãos deste conceito demorou um pouco para acontecer, como afirma Barros (1999, p. 115) “[...] aconteceu que, pouco a pouco, a vida foi continuando e os irmãos e irmãs foram percebendo que a parúsia (isto é, a vinda gloriosa do Senhor) demorava a acontecer. Diante disso, alguns desanimavam e outros perceberam que deviam viver o dia a dia na esperança”.
No entanto, na época de Jesus, os discípulos tiveram dificuldade até para entender a ressurreição, por mais que Mateus afirma que ele havia comentado três vezes antes de morrer sobre ela. Quanto mais entenderiam que após a morte e a ressurreição, Jesus ascenderia para o céu e no futuro incerto, Ele retornaria para estabelecer um novo Reino. “Note que Ele usa a expressão ‘consumação dos séculos’, que é semelhante à expressão ‘fim do mundo’, em suas instruções pós-ressurreição aos discípulos, para eles evangelizarem todas as nações (Mt 28.19, 20)”. (COMENTÁRIO PENTECOSTAL, 2006, 131). Para os discípulos, tudo iria acontecer naquele momento. Por isso, a pergunta: “Dize-nos quando serão essas coisas”.
Shelton (2006, p. 131) garante que “o termo parousia significa literalmente ‘presença’, e era usado para descrever as visitas de estado oficiais de dignitários; por conseguinte tomou-se termo técnico para aludir a Vinda de Jesus. Jesus não vê a destruição do Templo como o tempo da sua parousia” (SHELTON, 2006, P. 131). De fato, Jesus demonstra que a destruição do Templo e de Jerusalém como princípio das dores, e fazendo uso da tipologia, como um tipo de eventos que aconteceria no futuro. Como afirma Tasker (2006, p. 177): “[...] a linguagem com que estes eventos são expressos e em parte literal e em parte simbólica”. Muitos comentaristas atribuem relações da destruição de Jerusalém e do Templo com os eventos da Grande Tribulação do livro de Apocalipse. Todavia, se faz necessário uma análise tipológica entre os acontecimentos ocorridos na destruição de Jerusalém e do Templo com os eventos futuros.
II. A Responsabilidade Humana e o Julgamento Divino (Mt 25)
a) A parábola das dez virgens (Mt 25.1-13)
O ambiente desta parábola é de uma festa de casamento, dentro dos costumes judeus do primeiro século. O ponto alto da celebração era o momento em que o noivo e sua comitiva seguiam para a casa noiva que também tinha a sua comitiva. Após a chegada do noivo, que era costume atrasar devido o recolhimento dos presentes, todos se dirigiam para casa do noivo para a festa que durava dias. O evento geralmente acontecia à noite e a comitiva que fornecia a luz por meio de tochas ou bastões embebidos em óleo. Uma cerimônia de casamento era tão importante para a cultura que nessa ocasião era tolerado a suspensão de preleções por rabinos ou de obrigações rituais.
Na parábola contada por Jesus, a noiva estava acompanhada de 10 virgens em sua casa aguardando o noivo. O detalhe é que cinco virgens estavam preparadas com uma reserva de óleo para suas lâmpadas, enquanto as outras cinco, chamadas de insensatas, não tinham a reserva. Com a demora do noivo, como de costume, as 10 virgens adormecem. Quando é anunciado o noivo, as cinco insensatas percebem a falta de óleo e pedem as cinco prudentes, que sabiamente negam, pois corriam o risco de todas perderem a festa. As cinco insensatas vão comprar o óleo, mas enquanto isso o noivo chega e a comitiva volt para sua casa. Quando as cinco insensatas chegam na casa do noivo a porta já estava fechada e não permitiram sua entrada. Aqui diverge do costume, pois a porta não permanecia fechada. A mudança é para passar a mensagem central da parábola: a responsabilidade pela preparação é individual.
*Este subsídio foi adaptado de NEVES, Natalino das. Seu Reino Não Terá Fim: Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 87-92.
1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 87-92.Que Deus o(a) abençoe.* Para ampliar seus conhecimentos a respeito do conteúdo da lição, adquira o livro do trimestre: Seu Reino Não Terá Fim: Vida e obra de Jesus segundo o Evangelho de Mateus. Natalino das Neves.
Telma Bueno
Editora Responsável pela Revista Lições Bíblicas Jovens
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Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Jovens. Nossos subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição (uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.