sexta-feira, 7 de junho de 2019

Lição 10 - 2º Trimestre 2019 - Os Profetas em o Novo Testamento - Juvenis.

Lição 10 - Os profetas em o Novo Testamento

2º Trimestre de 2019
“E os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros; porquanto estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra” (Ap 11.10).
OBJETIVOS
Caracterizar os profetas do NT;
Relacionar a liderança profética com pregação e visão de futuro;
Exemplificar casos de profetas como líderes em o NT.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. A PROFECIA DE ÁGABO, UM REGISTRO DA ATUAÇÃO PROFÉTICA EM O NT
2. O QUE FAZIA UM PROFETA EM O NT ?
3. PROFETA COMO VISIONÁRIO NA IGREJA ATUAL
4. A LIDERANÇA PROFÉTICA QUE ABENÇOA A IGREJA LOCAL
Querido (a) professor (a), nossa próxima aula cairá no dia do Pastor. E como viemos no decorrer de todo trimestre falando sobre liderança, inclusive a pastoral, que tal você organizar junto aos seus alunos uma homenagem, agradecendo pelo líder que se doa tanto em prol de suas ovelhas?!
Você pode promover um brainstorming, uma “tempestade de ideias” em tradução livre, onde cada um poderá dar sugestões do que vier a mente. Para que a criatividade e inovação surjam é importante deixar fluir sem julgamentos, então explique que nenhuma ideia é ruim ou impossível, portanto, deve ser dita sem receio. Ao final, juntos, vocês decidirão qual pode ser aproveitada ou até mesmo fundir algumas.
O tema ao redor da liderança desta próxima lição é com base na figura do profeta em o Novo Testamento. Sabemos que Deus não muda, Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Contudo, infinito como é e a própria sabedoria e toda ciência, Ele usa cada um de uma maneira e cada profeta de acordo com o tempo, cultura, necessidade vigente. Por isso, naturalmente, vamos perceber algumas características diferentes entre as lideranças proféticas mencionadas em o Antigo e em o Novo Testamento. Assim como entre os profetas da atualidade.
A fim de lhe fornecer um aprofundamento sobre tais especificidades, segue abaixo o artigo do saudoso mestre e consultor teológico, Pr. Antonio Gilberto.
O ensino bíblico sobre a profecia
O termo profecia no Antigo Testamento vem de um verbo hebraico, naba, que significa basicamente anunciar, declarar. Daí, profetizar é “anunciar a mensagem de Deus”.
No Novo Testamento, profetizar vem do verbo grego profetéia, que significa basicamente “falar em lugar de” ou “em nome de” (pro = em favor, em lugar de; phemi = falar). Profeta é, pois, alguém que fala por outrem (como em Êxodo 7.1 e Ezequiel 3.17 e 33.7).
Como já vimos, os dois propósitos da profecia são testificar de Jesus (Ap 19.10) e revelar a vontade de Deus entre os homens. As duas categorias gerais da profecia são a proclamativa e a preditiva.
A profecia proclamativa é também chamada declarativa, locutiva ou não-preditiva. O conteúdo da profecia proclamativa pode ser mensagens de exortação, admoestação, ânimo, estímulo, encorajamento, aprovação, promessa, ameaças, aviso, advertência, reprovação, censura, sentença, correção, castigo, julgamento, consolo e conforto.
A profecia preditiva, por sua vez, pode ser literal ou tipológica. Pode concernir a casos isolados (pessoa, cidade, nação, etc.) ou pode ser apocalíptica (futurista), podendo ser constituída de casos isolados ou encadeados em conjunto.
Quando a profecia preditiva é tipológica, ela utiliza muito tipos, símbolos, figuras e alegorias. Um exemplo é o capítulo 23 de Levíticos. 
Aplicação da profecia 
Certas profecias têm duas formas de cumprimento: um imediato, para a época do profeta; e outro de cumprimento remoto, para dias e épocas futuras. É a chamada “dupla perspectiva profética”. O estudante das profecias precisa discernir bem isso, para evitar confusão, especulação e violência à Palavra de Deus. 
Alerta de Deus quanto aos Seus profetas 
Em Salmos 105.15 e 1 Crônicas 16.22 há uma advertência divina quanto ao tratamento dos profetas de Deus: “Não toqueis nos meus ungidos e não maltrateis os meus profetas”. Por outro lado, infelizmente, sempre houve e haverá falsos profetas e falsos mestres entre o povo de Deus (2 Pd 2.1 e Mt 24.11). Os profetas e os líderes do povo de Deus do Antigo Testamento tiveram duras refregas com os falsos profetas (Lc 6.26). O mesmo ocorreu com os líderes do povo de Deus no Novo Testamento, principalmente Paulo (At 13.6; 2Co 11.13,26; Gl 2.4; 1Jo 4.1 e Mt 7.15). Algumas passagens igualmente importantes para reflexão sobre esse assunto são Jeremias 14.14-15, 23.21 e Mateus 7.22.
Alguns dos falsos profetas nominados na Bíblia são Balaão (Nm 22.5; 31.8,16; Js 13.22; Ne 13.2; Jd v11 e Ap 2.14), Barjesus (At 13.6), Jezabel (Ap 2.20), Noadia  (Ne 6.4), Zedequias, filho de Quenaana (1Rs 22.11-12) e os 450 profetas de Baal e 400 profetas de Asera (1Rs 18.19).
Quando estudamos a atividade profética na Bíblia Sagrada, encontramo-la manifestando-se em três aspectos distintos.
Em primeiro lugar, vemos a profecia como ministério permanente recebido de Deus no Antigo Testamento, em Israel (Hb 1.1; 2Pe 1.19 e Jr 35.15).
Em segundo lugar, identificamos no Novo Testamento a profecia como um dom ministerial na Igreja (Ef 4.11-13; 1Co 12.28-29 e Ef 2.20).
Por fim, vemos ainda no Novo Testamento a profecia como dom espiritual na Igreja, na congregação (At 2.17-18; 1Co 12.10; 14.1-4, 29-40; Rm 12.6-8). 
Profecia no Novo Testamento  
Falaremos nesse ponto sobre o dom ministerial de profeta no Novo Testamento. Trata-se do ministério profético na Nova Aliança. Não confundir com o dom de profecia.
O termo profeta, como já vimos, significa literalmente porta-voz, como em Êxodo 7.1 e Lucas 1.70. Essa é a ideia do ministério profético.
As diferenças entre o ministério profético (dom ministerial) e o dom de profecia são as seguintes: 
1) O ministério profético não é para todos. “São todos profetas?”, 1 Co 12.29. Em Éfesios 4.11, Paulo diz que Deus “deu uns” para profetas. O dom espiritual de profecia, ao contrário, é para todos: “Todos podereis profetizar”, 1 Co 14.31.
2) O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa da congregação, do povo, para transmitir a mensagem de Deus. O ministério profético resultante do respectivo dom ministerial é, por sua vez, exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja. 
A profecia no ministério profético, como aqui abordado, não é a pregação comum. É uma mensagem divina revelada no momento, ao passo que a pregação habitual é estudada, preparada (1Tm 5.17b).
3) No dom de profecia, Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa; no ministério profético, Deus usa principalmente a mente da pessoa.
4) O dom de profecia tem âmbito local, congregacional; o dom ministerial tem âmbito geral e itinerante (At 11.27; 13.1,3 e 15.32-34). 
Precisamos de ambos hoje na Igreja! (Pv 29.18; At 15.32). A Bíblia diz, em Atos, que os “profetas exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras”. A unção divina sobre o profeta costuma ser repentina. No mestre, costuma ser durativa.
O forte do profeta como dom ministerial é expor os padrões de justiça divina para o povo. O profeta é um arauto da santidade de Deus. O seu espírito ferve com isso. Ele foi chamado para isso, geme por causa disso, da santidade de Deus e de tudo o que é dEle!
A mensagem de Deus sai da mente e da boca do profeta como chamas de fogo santo e divino. João 5.35 diz de João Batista, o profeta: “Ele era candeia que ardia”. O profeta de Deus faz o carnal estremecer, parar e considerar o seu mau e tortuoso caminho (At 24.24-25). O profeta recebe de Deus amplas revelações divinas (Ef 3.5).
[...] Os dois aspectos da profecia são a profecia das Escrituras, a qual é inerrante (2Pd 1.20 e Jo 10.35b), e a profecia da Igreja. Esta última pode ser julgada (1Co 14.29), isso porque o profeta pode vir a falar do seu próprio espírito (Ez 13.3 e 1Cr 17.2-5,11-12).
Não é Deus mesmo quem fala no momento da profecia hoje. É o profeta quem fala, transmitindo a mensagem de Deus (1Co 14.29). Se fosse Deus mesmo quem falasse, a mensagem não precisaria ser julgada (1Ts 5.21; 2Pd 2.1-3; 1Jo4.1 e Pv 14.15).
A manifestação do dom de profecia (bem como os demais dons) durante o culto deve ter limite: “Falem dois ou três profetas”, 1Co 14.29. Isso significa que a maior parte do tempo do culto deve ser para exposição da Palavra de Deus.
O Senhor te abençoe e capacite. Boa aula!
Paula Renata Santos
Editora Responsável pela Revista Juvenis da CPAD

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