OS MILAGRES DE ELISEU
17 de março de 2013
TEXTO ÁUREO
“Ora,
o rei falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me peço-te, todas
as grandes obras que Eliseu tem feito” (2 Rs 8.4).
VERDADE PRÁTICA
Os milagres realizados por Eliseu não
visaram à glorificação pessoal do profeta, mas demonstraram o amor e a graça de
Deus.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Ora, o rei
falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me peço-te, todas as grandes
obras que Eliseu tem feito” (2 Rs 8.4).
O contexto
histórico do nosso texto áureo aborda dois
diálogos, o primeiro entre o
profeta Eliseu e a mulher cujo filho o profeta o vivificara (2 Rs 8.1). O
segundo diálogo é especificamente o nosso texto áureo, que é a fala do rei
Jorão, que era irmão de Acazias e também filho de Acabe (2 Reis 3.1; 8.16;
8.25-29) com Geazi, o auxiliar do
profeta Eliseu.
Geazi era um
criado, um mensageiro, um auxiliar, um discípulo e possível sucessor do profeta
Eliseu. Geazi na língua hebraica significa “vale da minha visão” ou “vale da
visão”. Do diálogo entre o rei Jorão e Geazi,
decorre a restituição dos bens da sunamita (2 Rs 8.4- 6).
RESUMO DA LIÇÃO
11
OS
MILAGRES DE ELISEU
I. OS MILAGRES DE PROVISÃO
1.
A multiplicação dos pães.
2.
Abundância de viveres.
II. OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO
1.
A ressurreição do filho da sunamita.
2.
O machado que flutuou.
III. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO
1.
A cura de Naamã.
2.
As águas de Jericó.
IV. OS MILAGRES DE JULGAMENTO
1.
Maldição dos rapazinhos.
2.
A doença de Geazi.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Elencar os milagres de Eliseu.
Entender o que motivou os milagres de Eliseu.
Compreender os propósitos dos milagres de Eliseu.
COMENTÁRIO
PALAVRA
CHAVE
MILAGRE:
Segundo a Bíblia, é uma suspensão
temporária das leis da natureza, visando a operação sobrenatural de Deus.
INTRODUÇÃO
“Você acredita em milagres?”; “Qual
o verdadeiro objetivo de um milagre?”. Ouça os alunos com atenção e diga
que Deus não mudou. Ele continua operando milagres e
maravilhas. Todavia, os milagres são para aqueles que creem. Quem tem um
coração duvidoso jamais poderá experimentar dos milagres divinos.
Elizeu era um lavrador pertencente a uma família abastada de Israel, quando foi chamado a exercer o ministério profético (1 Rs 19.19-21). Este abnegado servo de Deus foi um dos sete mil que não se dobraram diante de Baal. Nem todos os milagres operados por Eliseu serão estudados aqui, mas os que analisarmos servirão para ilustrar os propósitos divinos na vida de seu povo.
Elizeu era um lavrador pertencente a uma família abastada de Israel, quando foi chamado a exercer o ministério profético (1 Rs 19.19-21). Este abnegado servo de Deus foi um dos sete mil que não se dobraram diante de Baal. Nem todos os milagres operados por Eliseu serão estudados aqui, mas os que analisarmos servirão para ilustrar os propósitos divinos na vida de seu povo.
As
intervenções sobrenaturais, realizadas por intermédio de Eliseu, são muitas, o
que torna impossível tratar de todas em uma única lição. Todas essas
intervenções divinas operadas por Eliseu demonstram o poder de Deus. Os
milagres tinham como único propósito evidenciar a graça e a glória do
Todo-Poderoso. A intenção não era jamais exaltar as virtudes do profeta. As
narrativas de seus milagres foram divididas em quatro grupos, tornando o ensino
mais didático: milagres de provisão, restituição, restauração e julgamento.
I. OS MILAGRES DE PROVISÃO
1.
A multiplicação dos pães. Esse é um milagre de provisão. Eram cem os discípulos dos profetas e só havia
vinte pães para alimentá-los (2 Rs 4.42-44). A lei da procura era maior do que
a da oferta! O que fazer diante da situação? O profeta
Eliseu não olha as evidências naturais, mas seguindo a direção de Deus,
profetiza que todos comeriam e ainda sobrariam pães! Como? Não havia lógica
nenhuma nessa predição. Todavia, milagres não se explicam, aceitam-se pela fé!
Muito tempo
depois encontramos o Novo Testamento detalhando como Jesus Cristo operou um
milagre com a mesma dinâmica, mas em maior proporção (Jo 6.9). Em ambas as
histórias, a graça de Deus em prover o necessário para os carentes fica em
evidência.
2.
Abundância de víveres. Jorão, filho de Acabe, estava assentado no trono
do reino do Norte e, a exemplo de Jeroboão, foi mau governante (2 Rs 3.1-3). A
consequência de suas ações pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria
promovida por Ben-Hadade II.
Com a cidade
sitiada, a consequência natural foi a escassez de alimentos. Vendia-se desde
cabeça de jumento até mesmo esterco de pombo na tentativa de amenizar a fome. Pressionado
pela crise, o rei procurou o profeta Eliseu e o responsabilizou pela tragédia.
Sempre o
Diabo querendo culpar Deus! Todavia, o Senhor demonstra, mais uma vez, a sua
graça, e orienta Eliseu a profetizar o fim da fome! Como nos outros milagres,
esse tem seu cumprimento de forma inteiramente sobrenatural e inexplicável.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Milagres não se
explicam, aceitam-se pela fé! Aqueles que duvidam não recebem nada de Deus.
II. OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO
1.
A ressurreição do filho da sunamita. Mesmo havendo deixado o filho
morto em casa, a rica mulher de Suném demonstra uma fé inabalável (2 Rs
4.18-37). Quando a caminho, é interrogada por Geazi, servo de Eliseu, sobre
como iam as coisas, ela respondeu: “Tudo bem!”.
Nada está
fora de controle quando Deus está no comando. A sequência da história mostra o
profeta Eliseu orando ao Senhor sobre o corpo inerte do garoto (2 Rs 4.33,34).
Os gestos do profeta parecem não ter sentido, mas sem dúvida refletem a orientação
divina (2 Rs 4.34,35). O Senhor responde a oração do profeta e a vida volta
novamente ao filho da sunamita (2 Rs 4.35-37).
2.
O machado que flutuou. Um dos discípulos dos profetas perdera a
ferramenta que tomara emprestada (2 Rs 6.1-7). Naqueles dias, os instrumentos
de ferro eram escassos e valiosos. Daí o seu desespero. Duas coisas observamos
nesse texto: primeiramente, a motivação do milagre que está bem expressa no
lamento daquele que perdera o machado.
O que nos
faz lamentar? A nossa motivação está correta? Em segundo lugar, vemos o profeta
procurando identificar o local onde a ferramenta havia caído. O Senhor está
pronto a restituir o que perdemos, mas temos de ter consciência disso.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Nada está fora de
controle quando Deus está no comando. Ele é soberano!
III. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO
1.
A cura de Naamã. Algumas coisas nos chamam a atenção no relato
desse milagre (2 Rs 5.1-19). Em primeiro lugar, observamos que o general sírio
fica indignado quando o profeta não age da forma que ele imaginou (2 Rs 5.11).
Deus não faz
shows, nem tampouco opera para satisfazer nossa curiosidade. Em segundo lugar,
vemos que Deus não estava interessado na análise lógica de Naamã (2 Rs
5.11,12), mas apenas em sua obediência. Em terceiro lugar, Naamã recebe a cura
quando desce ao Jordão (2 Rs 5.14). Ninguém será restaurado se não descer!
Naamã desceu
e foi curado. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6). Em
quarto lugar, Naamã tentou recompensar o profeta pelo milagre recebido (2 Rs
5.15,16). Eliseu recusou! A graça não aceita pagamento por aquilo que faz.
2.
As águas de Jericó. O texto de 2 Reis 2.19-22 narra o episódio das
águas amargas de Jericó que se tornaram saudáveis através da ação de Eliseu.
Aqui, o profeta pede um prato novo e, que neste, se coloque sal. Feito isso,
ele profetiza que aquelas águas tornar-se-iam potáveis segundo a palavra do
Senhor.
Tais
exigências possuíam um valor simbólico, pois o sal representa um elemento
purificador (Lv 2.13; Mt 5.13). O prato novo simboliza um instrumento de
dedicação especial ou exclusiva a Deus para aquele momento. Em todo caso, foi o
poder de Deus que purificou as águas e não o poder desses objetos e
ingredientes.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
Deus não faz shows e
não se agrada daqueles que se utilizam dos seus milagres para se promoverem. O
Senhor não opera para satisfazer nossa curiosidade.
IV. OS MILAGRES DE JULGAMENTO
1.
Maldição dos rapazinhos. Certa vez, uns jovens debocharam de Eliseu,
dizendo-lhe: “Sobe, calvo, sobe, calvo!”. Reagindo
à situação, o profeta invoca o julgamento divino sobre os zombadores,
amaldiçoando-os em nome do Senhor (2 Rs 2.23-25). O efeito foi devastador. Apareceram
duas ursas selvagens, que se investiram contra os rapazes, matando quarenta e
dois deles. Não se pode brincar com as coisas sagradas e muito menos escarnecer
dos servos de Deus.
2.
A doença de Geazi. No relato de 2 Reis 5.20-27, observamos as razões
pelas quais Geazi foi julgado. Ele supunha que a recusa de Eliseu em aceitar os
presentes de Naamã era apenas uma questão pessoal do profeta (2 Rs 5.20). Por
isso, resolveu tirar partido da situação.
Usou o nome
de Eliseu para validar sua cobiça, procurando tornar aceitável o que Deus havia
abominado (2 Rs 5.22). Ele deveria saber que Deus não vende suas bênçãos, mas
as dá gratuitamente. E, assim, o cobiçoso Geazi trocou o arrependimento pelo
fingimento e ainda trocou a bênção pela maldição (2 Rs 5.25,27). Em
consequência, teve de conviver com a lepra pelo resto da sua vida!
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
Não se pode brincar
com as coisas sagradas e muito menos escarnecer dos servos de Deus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os milagres
operados por Eliseu demonstram o poder divino. Todos tiveram um propósito
específico; evidenciar a graça e a glória de Deus nas mais diferentes
situações. Em nenhum momento, essas intervenções exaltam as virtudes do
profeta.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS,
L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. 9 ed., RJ: CPAD, 2010. ZUCK,
R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Bibliográfico
“Deus cura a
lepra de Naamã”
O poder
divino, o qual se manifestou através da cura da lepra de Naamã, tinha o
propósito de demonstrar que o Deus de Israel era maior que as divindades da
Síria. O milagre aconteceu em benefício dos israelitas e também dos sírios. Os
israelitas entenderam que Deus desejava fazer deles o seu instrumento para
conquistar outros povos. Também está aqui evidente o ponto de vista profético de
que o reino do Norte, assim como o de Judá, estava essencialmente relacionado
com o cumprimento de Deus para seu povo.
O desespero
de Naamã, causado pela impureza do rio Jordão, pode ter sido provocado em parte
pela correta comparação que fez com os rios Abana e Farpar. Entretanto, a
questão verdadeira era a sua má vontade em se humilhar adequadamente, e
obedecer à ordem de Deus para obter a cura.
O registro
da cura de Naamã representa um cativante relato da ‘cura de leproso’. Existe
aqui um retrato notável sobre: (1) A grandeza que não leva a coisa alguma — um
grande homem... porém leproso; (2) O testemunho da fé de uma escrava; (3) Um
pedido inesperado e humilde; (4) A obediência e a cura completa” (Comentário
Bíblico Beacon. Vol. 2, 1 ed., RJ: CPAD, 2005, p.349).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Bibliográfico
▪ “A fama de
Eliseu (2 Rs 6.12) — Vários eventos claramente mostram que os milagres de
Eliseu foram realizados com a intenção de produzir fé tanto fora como dentro
dos limites de Israel. A cura de Naamã (2 Rs 5), a reputação conseguida expondo
os planos dos sírios (2 Rs 6.12) e o livramento da unidade militar que veio
para capturá-los (2 Rs 6.12,13) todos testemunham o poder de Deus. Sirvamos à
igreja de Cristo. Porém, nunca percamos a visão daqueles fora de seus limites”
(RICHARDS, L. O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo. 9 ed., RJ: CPAD, 2010, p.247).
▪ “Geazi é
atacado de lepra (2 Rs 5-20-27) — Naamã havia oferecido um presente a Eliseu;
porém, o profeta o recusou. No entanto, sua gratidão era tão grande que ele
prontamente deu dois talentos de prata a Geazi supostamente para dois jovens
profetas necessitados. Eliseu transferiu a lepra de Naamã para Geazi, não só
porque ele havia mentido por razões pessoais, mas o que é ainda pior, seu
interesse egoísta por dinheiro havia diminuído a eficiência do ministério de
Eliseu para Deus. Esse incidente se apresenta como uma impressionante
advertência a todos os servos do Senhor que colocam os interesses pessoais à
frente da causa do Mestre” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2, 1 ed., RJ: CPAD,
2005, p.350).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Os milagres de Eliseu
Deus confirmou
o ministério de Eliseu não apenas com poder, mas também com a manifestação de
milagres. De forma geral, esses milagres foram manifestos em momentos de
angústia, onde apenas Deus poderia intervir, como foi o caso da predição de
abundância de alimentos para a Samaria sitiada e faminta. Eliseu também trouxe
de volta da morte o filho da Sunamita, que havia morrido.
Observe que
nesse caso, especificamente, Deus não disse nada a Eliseu sobre o filho da
Sunamita, que estava morto: “Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte,
pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para a retirar; disse porém o homem de
Deus: Deixa-a, porque a sua alma nela está triste de amargura, e o Senhor mo
encobriu e não mo manifestou”.
O Deus que
revelou a Eliseu os planos do exército inimigo fez com que o homem de Deus
fosse verificar o que estava acontecendo na casa daquela mulher. Eliseu sabia
que quando a revelação divina não se manifesta, Deus deseja que tenhamos
sabedoria para resolver problemas. Ele não foi apenas um homem de milagres, mas
também um homem prudente e sensível.
Uma palavra
sobre milagres e a vida pessoal. Milagres são operações de caráter divino,
fazendo intervenções na esfera física. Podem ser visto na cura de doentes, na
multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da natureza e até
na ressurreição de mortos. Mas os milagres ainda seguem um padrão: eles seguem
os que creem, conforme Marcos 16.17.
Esperar
milagres da parte do Senhor é importante, mas não é a essência da vida cristã.
E a presença constante de milagres não garante necessariamente a fé e a
fidelidade das pessoas. O povo que estava no Egito viu as manifestações de Deus
de forma poderosa, mas logo se rebelaram contra Ele.
O povo que
viu o Jordão se abrir para que entrassem na terra prometida e viu Jericó cair
diante de si anos depois escolheu servir a outros deuses. As manifestações
poderosas conduzidas por Elias não fizeram de Acabe um rei temente a Deus.
Geazi presenciou muitos milagres realizados por Eliseu, mas perdeu o temor e a
saúde por causa de alguns presentes oferecidos por Naamã.
Claro que
esses casos não invalidam o poder de Deus e a sua soberania, e em sua
presciência, o Senhor sabia que alguns de seu povo seriam rebeldes e mesmo
assim não deixou de operar. Mas devemos aprender que precisamos ter comunhão
com Deus quando Ele manda milagres e quando Ele não manda. E acima de tudo, ser
fiéis a Ele sempre.
Nenhum comentário:
Postar um comentário