Lição 12
ELISEU E A ESCOLA
DOS PROFETAS
24 de março de 2013
TEXTO ÁUREO
“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na
graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas ouviste,
confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os
outros” (2 Tm 2.1-2).
VERDADE PRÁTICA
A escola de profetas objetivava a transmissão dos valores morais e
espirituais que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
O contexto histórico do nosso texto áureo
está na aflição de Paulo por Timóteo, exortando-o à firmeza e à constância do
ministério (2 Tm 1.3 a 2.13).
“Tu, pois, meu filho,
fortifica-te na graça que á em Cristo Jesus....” – A palavra “Tu, pois, meu
filho” alude a Timóteo, o
supervisor geral ou presbítero responsável. É a atenção do apóstolo Paulo na
exortação ao jovem obreiro Timóteo para que não viesse a falhar na execução de
suas funções oficiais.
Timóteo era o obreiro ou o supervisor
ideal, contrastando com Fígelo e Hermôgenes, os quais se tinham voltado contra
o apóstolo Paulo “Bem sabes isto: que os que estão na Ásia todos
se apartaram de mim; entre os quais foram Fígelo e Hermógenes” (2 Tm 1.15).
Também desviaram da verdadeira fé Himeneu e Fileto, deixando o bom depósito da
fé e o modelo das sãs palavras, entraram no caminho das heresias e falsos
ensinos: “Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes
diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam
e são para perversão dos ouvintes. Procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.
Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a
palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; Os
quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e
perverteram a fé de alguns” (2 Tm 2.14-18).
Mas Timóteo diferentemente de Fígelo, Hermógenes,
Himeneu e Fileto, é chamado pelo Apóstolo Paulo de “meu
filho”, ou seja, era um convertido por Paulo, e portanto, um dos
seus filhos na fé, ele já declarara isso em 1 Timóteo 1.2: “a
Timóteo, meu verdadeiro filho na fé; graça, misericórdia e paz, da parte de
Deus, nosso Pai, e da de Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Tal expressão nos revela o carinho e a
consideração do apóstolo Paulo por seu discípulo Timóteo, como um pai orienta e
cuida de seu filho, assim o apóstolo Paulo fez com o jovem obreiro Timóteo.
Paulo e Timóteo compreendiam que eram parte da grande família celestial, e
compartilhavam da comunhão fraternal e pessoal, certamente Timóteo compreendeu
o carinho de Paulo e sabedor que Paulo era testemunha fiel do Senhor Jesus
Cristo, certamente ele poderia imitar seu pai na fé. Paulo o exorta a guarda o
depósito da fé: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim
tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo
Espírito Santo que habita em nós” (2 Tm 1,13-14).
“Fortifica-te na graça em
Cristo Jesus...” – O apóstolo
Paulo exorta a Timóteo a adquirir forças, ser forte, trata-se de fortalecimento
sempre renovado, fortalecimento do homem interior. Paulo sabia que somente com
a força originada na graça em Jesus Cristo é que seu filho na fé Timóteo, o
jovem obreiro, resistiria a terríveis forças espirituais da maldade.
As batalhas e ataques espirituais que os
obreiros cristãos, servos de Jesus Cristo, sofrem são tão grandes e contínuas
que exigem o contínuo fortalecimento na graça do Senhor Jesus Cristo. De acordo
com a palavra de Deus o ensino da graça-fé, o Espírito Santo é dado a fim de
produzir resultados espirituais desejados, pois a graça não e alguma forma nova
de lei que faça exigências as pessoas, ela emana do filho unigênito, o Messias,
Jesus, o cordeiro de Deus, Paulo declara: “E disse-me: A minha
graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade,
pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de
Cristo” (2 Co 12.9).
O Espírito Santo é o nosso Consolador,
ele nos confere forças através da graça do Senhor Jesus Cristo. É somente
dentro e na dependência da graça é que podemos encontrar a autêntica força espiritual.
Jesus é a graça de Deus revelada, Ele é a
força originária da força espiritual, através da comunhão com o Senhor Jesus
recebemos o poder e forças espirituais.
A expressão “em Cristo” aparece 164 vezes nas epístolas de Paulo, isso é uma
clara indicação doutrinária que a comunhão com o Senhor Jesus nos dá
fortificação e nos concedeu bem estar espiritual: “Graça e
paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Sempre dou graças ao
meu Deus por vós pela graça de Deus que vos foi dada em Jesus Cristo. Porque em
tudo fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento (Como
o testemunho de Cristo foi mesmo confirmado entre vós). De maneira que nenhum
dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, O qual
vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de nosso
Senhor Jesus Cristo” (1 Co 1.3-8).
“E o que de mim, entre muitas
testemunhas ouviste, ...”
– Paulo está orientando, ensinando e exortando a Timóteo ao sistema doutrinário
do cristianismo, a fé ortodoxa, as sãs palavras, o bom depósito da fé.
“...confia-o a homens fiéis,
que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2 Tm 2.1-2) – Ou seja, Paulo exorta o jovem obreiro Timóteo que em nada
alterasse a mensagem que recebera, transmitindo a mensagem cristã conforme
ouvira e aprendera.
Confia-a, ou seja, transmite-a,
entregue-a, Timóteo deveria entregar a mensagem cristã pura, em todo o seu
poder a homens fiéis, dignos de confiança, inspiradores de confiança. O
apóstolo Paulo queria aludir a homens espiritualmente qualificados, aqueles
amplamente ensinados na fé apostólica e bíblica, estão implícitos aqui os dons
espirituais.
Homens idôneos, suficientemente adequados,
apropriados, aptos, competentes, qualificados espiritualmente. Eles tinham uma
missão ensinar a outros, veja a importância do ensino cristão, o discipulado, o
ensino, preserva a igreja das falsas doutrinas dos homens e dos demônios.
O escritor Spencer declara: “As grandes
verdades cristãs jamais tiveram permissão de ser manuseadas sem cuidado. Por
assim dizer, havia uma escola de teológica cristã nos tempos do apóstolo Paulo.
Sua ordem final orientava seu mui amado discípulo para que fizesse provisão cuidadosa
para a escolha e o treinamento de mestres, nas congregações. Homens dispostos e
capazes, zelosos e bem dotados, deveriam cuidar para que, antes de terminarem a
sua carreira, possam entregar suas tochas, ainda queimando, a atletas que
ocupem o seu lugar”.
Homens e mulheres que conheçam a
pedagogia de Cristo: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de
mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a
vossa alma” (Mt 11.29), a pedagogia de Jesus é compartilhada na
percepção de que o ensinador deve viver o que ensina. Paulo também fala dentro
destes termos pedagógicos: “Sede meus imitadores, como
também eu de Cristo. E louvo-vos, irmãos, porque em tudo vos lembrais de mim, e
retendes os preceitos como vo-los entreguei” (1 Co 11.1-2).
RESUMO DA LIÇÃO 12
GRUPO DE PROFESSORES NO CONGRESSO NACIONAL DA E.B.D. NO RIO CENTRO R.J. - OUTUBRO 2012. ASS. DEUS MIN. BELÉM - CAMPINAS - SP - BRASIL. |
ELISEU E A ESCOLA DOS
PROFETAS
I. A INSTITUIÇÃO DAS ESCOLAS DE
PROFETAS
1.
Noção de organização e forma.
2.
Noção de organismo e função.
II. OS OBJETIVOS DAS ESCOLAS DOS
PROFETAS
1.
Treinamento.
2.
Encorajamento.
III. O CURRÍCULO DAS ESCOLAS DE
PROFETAS
1.
A escritura.
2.
A experiência.
IV. A METODOLOGIA DA ESCOLA DE
PROFETAS
1.
Ensino através do exemplo.
2.
Ensino através da Palavra.
INTERAÇÃO
No Antigo Testamento podemos
perceber que a educação religiosa tinha um lugar de destaque entre os
israelitas. As Escolas de Profetas são uma
prova desta verdade. Estas instituições não tinham
como propósito ensinar os alunos a profetizarem. A profecia é um dom divino, por
isso, somente o Senhor pode ensinar os seus servos quanto ao profetizar.
Todavia, um dos objetivos era
passar às gerações mais novas a herança cultural e espiritual da nação. Na lição de hoje, estudaremos
acerca da Escola de Profetas sob quatro perspectivas: a instituição, os
objetivos, o currículo e a metodologia.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
COMPREENDER o real propósito das escolas de profetas.
SABER a respeito do currículo da escola de profetas.
RELACIONAR alguns dos métodos utilizados nas escolas de
profetas.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As Escolas
de Profetas tinham como objetivo a transmissão dos valores morais e espirituais
que Deus havia entregado a Israel através de sua Palavra. Os
autênticos cristãos empenham-se no estudo e no ensino das Sagradas Escrituras,
pois o crente que não recebe instrução na Palavra está sujeito a ser levado por
todo vento de apostasia (Ef 4.14).
ESCOLAS DE PROFETAS
OBJETIVOS
A
transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia entregado a Israel
através de sua Palavra.
CURRÍCULO
Em especial
o livro de Deuteronômio, pois especificava que princípios e preceitos regiam a
aliança de Jeová com o seu povo; aprendizado prático.
METODOLOGIA
Ensino através do exemplo.
PALAVRA
CHAVE
ESCOLA DE PROFETAS:
Instituição de ensino do Antigo Testamento cujo objetivo era
a transmissão dos valores morais e espirituais que Deus havia entregado a
Israel através de sua Palavra.
Por diversas
vezes, vemos a expressão “filhos dos profetas” aparecer nos livros de Reis. Os filhos,
ou discípulos, dos profetas estavam radicados em Betel, Jericó e Gilgal (2 Rs
2.3,5,7,15; 4.38). O contexto
dessas passagens não deixa dúvidas de que esta expressão pode ser entendida
como sinônimo para escola de profetas.
O fato serve
para mostrar que a educação religiosa, ou formal, já recebia destaque no antigo
Israel. Ressalvamos
que as escolas de profetas não tinham como propósito ensinar a profetizar. Isso é uma
atribuição divina. Todavia, era um testemunho vivo de que o povo de Deus, em um
passado tão distante, preocupava-se em passar às gerações mais novas sua
herança cultural e espiritual. Por isso,
vejamos nessa lição, a Escola de Profetas sob quatro perspectivas.
I. A INSTITUIÇÃO DAS ESCOLAS DE
PROFETAS
“Escolas
Hebraicas
Os profetas
prestaram uma assistência à instrução religiosa do povo através de suas
pregações públicas. As
referências a um grupo de profeta em Ramá sob o comando de Samuel, e
possivelmente em Gibeá, mesmo tendo sido chamadas de escolas de profetas não
devem ser consideradas como as mais recentes escolas de escribas que
caracterizavam o judaísmo.
Estas foram
ocasionadas em sua maior parte pelo declínio do sacerdócio sob o comando de Eli
e seus filhos, e novamente durante a monarquia (1 Sm 10.5,10; 19.20), e também
da necessidade que o povo tinha de receber a instrução religiosa. Estas
associações de profetas não devem ser consideradas como monásticas, mas, na
verdade, existiram com o propósito de trazer à tona uma maior influência
religiosa sobre sua época.
Presume-se
que, no tempo de Esdras, as instituições religiosas tenham sido um esforço
escolástico entre os judeus (Ed 7.10). ”Associadas ao crescimento das sinagogas
e outras instituições pós-exílicas, a educação primária, como um padrão de
ensino, viria a tornar-se compulsória, conforme revelado no Talmude” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1
ed., RJ: CPAD, 2009, p.665).
1.
Noção de organização e forma. O texto de 2
Reis 6.1 mostra que essas Escolas de Profetas possuíam uma estrutura física. Eles viviam
em comunidade e, portanto, careciam de espaço físico não somente para habitar,
mas também onde pudessem ser instruídos:
“Eis que o lugar em
que habitamos diante da tua face nos é estreito. Vamos, pois, até ao Jordão, e
tomemos de lá, cada um de nós, uma viga, e façamo-nos ali um lugar, para
habitar ali”. Observa-se
nesse texto que a estrutura acabou ficando inadequada e um espaço maior foi
reclamado. Para que se
tenha uma educação de qualidade necessita-se de uma estrutura adequada. Não
podemos educar sem primeiro estruturar!
2.
Noção de organismo e função. As escolas
de profetas estavam sob uma supervisão e, portanto, possuíam um líder
espiritual que lhes dava orientação. Os
estudiosos acreditam que as escolas de profetas surgiram com Samuel (1 Sm
10.5,10; 19,20) e, posteriormente, consolidaram-se com a monarquia nos
ministérios de Elias e Eliseu.
No texto de
2 Reis 6.1, verificamos que os discípulos dos profetas estavam sob a orientação
de Eliseu e era com este profeta que buscavam instrução. Eliseu não
era apenas um homem com dons sobrenaturais capaz de prever o futuro ou operar
grandes milagres, mas também um profeta que possuía uma missão pedagógica.
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
Eliseu não era apenas
um homem com dons sobrenaturais, mas também um profeta que possuía uma missão
pedagógica.
II. OS OBJETIVOS DAS ESCOLAS DE
PROFETAS
1.
Treinamento. O texto de 2
Reis 2.15,16 mostra que fazia parte do treinamento das escolas dos profetas
trabalhar sob as ordens do líder, obtendo assim permissão para a execução de
cada tarefa.
Em outras
situações observamos que os filhos dos profetas, quando já treinados, podiam
agir por conta própria em determinadas situações (1 Rs 20.35). Na igreja o
discipulado ocorre quando aquele que foi ensinado compartilha com outro o seu
aprendizado.
2.
Encorajamento. Os
expositores bíblicos observam que Eliseu não limitava o seu ministério à
pregação itinerante e a operação de milagres, mas agia também como um
supervisor das escolas de profetas. Ele fornecia
instrução e encorajamento aos jovens que ali estavam.
O contexto
de 1 e 2 Reis não deixa dúvidas de que Elias e Eliseu muito se preocuparam em
transmitir às gerações mais novas o que haviam aprendido do Senhor. Nessas
escolas, portanto, esses alunos eram encorajados a buscar uma melhor
compreensão da Palavra de Deus. Não há
objetivo maior para um educador do que encorajar o educando a buscar a
excelência no ensino.
3.-
Eliseu e a Escola de profetas. Os profetas não eram pessoas preguiçosas. Eles
decidiram ampliar o local em que estavam vivendo, e para isso, não se puseram a
orar e profetizar em nome do Senhor: eles se puseram a trabalhar.
Não é certo
que uma pessoa que detenha um dom espiritual se utilize dele para não
trabalhar, não ter uma vida produtiva, ou para ficar dependendo de terceiros
para sua subsistência. Dons são
dados para a edificação da igreja e não para estabelecer distinções entre quem
tem e quem não tem.
Os profetas
que cercavam Eliseu colocaram “a mão na massa” e foram trabalhar para que
tivessem um espaço maior para viverem. E foi em um
momento desses, em que esses homens estavam trabalhando, que Deus fez um grande
milagre por intermédio de Eliseu: fez flutuar o ferro de um machado, que um dos
alunos daquela escola deixou cair sem querer no rio.
Não podemos
prever que tipos de adversidades podem ocorrer quando estamos trabalhando para
o Senhor, mas podemos ter a certeza de que Deus estará sempre com conosco. Fazer
flutuar o ferro de um machado não foi um ato de demonstração de poder com
objetivos pessoais, mas uma oportunidade de mostrar o quanto Deus honra a fé de
seus servos.
4.-
Geazi e Eliseu. Eliseu
demonstrou o poder de Deus com milagres realizados, mas também ensinou pelo seu
próprio exemplo. Geazi era
seu aluno, e convivia com o profeta, vendo milagres. Não é
exagero dizer que Eliseu aprendeu muitas coisas com o convívio que teve com
Elias, e Geazi também observou os atos de Eliseu.
Mas aqui
cabe uma observação: Ao passo que Eliseu aprendeu coisas com Elias e teve um
ministério frutífero, Geazi optou pelo caminho oposto. Na ocasião
em que esteve com o capitão siro Naamã, Geazi demonstrou que não estava apto
para o ministério profético pois foi seduzido pelos presentes que Naamã, já
curado, ofereceu a Eliseu.
Nessa
ocasião, vendo Geazi que Eliseu rejeitou os presentes de Naamã, cobiçou-os e
foi atrás do siro, contando-lhe uma história piedosa. Porque Deus
julgou Geazi de forma tão severa? Primeiro,
porque ele foi um homem cobiçoso. Segundo,
porque ficou indignado de ver Naamã ser curado e não pagar nada pela cura que
recebeu. Terceiro,
porque Geazi mentiu para obter os presentes que Naamã daria a Eliseu.
Quarto, não
podemos usar os dons que Deus nos concede para lucrar de forma pessoal. Que essas
observações nos sirvam de exemplo, para que não sejamos julgados por Deus por
conta de tais manifestações de infidelidade.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
As Escolas de
Profetas forneciam instrução e encorajamento aos alunos a fim de que eles
buscassem uma melhor compreensão da Palavra de Deus.
III. O CURRÍCULO DAS ESCOLAS DE
PROFETAS
1.
A Escritura. Acompanhando
o ministério de Elias, vemos que a Palavra de Deus fazia parte do conteúdo
ensinado nas escolas de profetas. Dele, Eliseu
recebeu essa herança. Quando se
encontrava no monte Sinai, Elias queixou-se de que os israelitas haviam
abandonado a aliança divina, destruído os locais do verdadeiro culto e matado
os profetas do Senhor (1 Rs 19.10).
A Palavra de
Deus, em especial o livro de Deuteronômio, especificava que princípios e
preceitos regiam a aliança de Jeová com o seu povo. A Palavra de
Deus era e é essa aliança! Assim como
Elias, Eliseu também estava familiarizado com as implicações do concerto
divino. Era a
Palavra de Deus que ele ensinava aos seus discípulos. É a Palavra
de Deus que nós também devemos ensinar hoje.
2.
A experiência. Elias e
Eliseu eram homens experientes e partilhavam com os outros o que haviam
aprendido do Senhor (2 Rs 2.15, 19-22; 4.1-7, 42-44). No entanto,
no contexto bíblico, a experiência não está acima da revelação divina conforme
se encontra registrada na Bíblia. A Palavra de
Deus é quem julga a experiência e não o contrário.
Elias, por
exemplo, afirmou que suas experiências tiveram como fundamento a Palavra de
Deus (1 Rs 18.36). Os mais
jovens devem ter a humildade de aprender com os mais experientes e os mais
experientes não devem desprezar os saberes dos mais jovens. O
aprendizado se dá através do processo de interação e a experiência faz parte
desse processo.
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
O currículo da Escola
de Profetas era em especial o livro de Deuteronômio, pois especificava os
princípios e preceitos que regiam a aliança de Jeová com o seu povo.
IV. A METODOLOGIA DA ESCOLA DE
PROFETAS
1.
Ensino através do exemplo. As Escolas
de Profetas seguiam o idealismo hebreu concernente à educação. Havia uma
relação entre professor e aluno na comunidade onde viviam. A educação
acontecia também na sua forma oral e o exemplo era um desses métodos adotados
no processo educativo.
Não há como
negar que Eliseu ensinava através do exemplo. Há vários
relatos sobre os milagres de Eliseu, nos quais se percebe que o aprendizado
acontecia através da observação das ações do profeta. Geazi,
discípulo de Eliseu, sabia que seu mestre era um exemplo de honestidade. Em o Novo
Testamento, Jesus Cristo colocou-se como o exemplo máximo a ser seguido e Paulo
se pôs como um modelo a ser imitado (Mt 9.9; 1 Co 11.1).
2.
Ensino através da Palavra. Eliseu não
deixou nada escrito. O que
sabemos dele é através do cronista sagrado. Mas esse
fato não significa que o profeta não usasse a Palavra de Deus em sua vida
devocional e também como instrumento de instrução nas Escolas de Profetas.
A forma como
Eliseu julgava o comportamento dos reis, aprovando-os, ou reprovando-os, não
deixa dúvidas de que usava a Palavra de Deus escrita para discipular os alunos
das Escolas de Profetas. Eliseu, por
exemplo, mediu a iniquidade de Acabe através da piedade de Josafá. Acabe era um
rei mau porque não andava conforme a Palavra de Deus, enquanto Josafá era
estimado por fazer o caminho inverso.
SINÓPSE DO TÓPICO (4)
As Escolas de
Profetas seguiam o idealismo hebreu concernente à educação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do
ministério de Eliseu, observamos que as Escolas de Profetas eram dedicadas ao
ensino formal. Ali era
ensinada a Palavra de Deus. Esse fato,
por si só, é de grande relevância para nós, porque demonstra a preocupação do
homem de Deus em passar a outros o conhecimento correto sobre o Deus único e
verdadeiro.
Os tempos
mudam e a cultura também. Hoje,
sabemos que a educação secular possui grande importância e, infelizmente para
muitos, é a única forma de educação existente. Não podemos
negligenciar a educação secular, mas não podemos de forma alguma perder de
vista a dimensão espiritual do conhecimento divino, que se encontra na Bíblia
Sagrada.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
LEBAR, L. E.
Educação
que é Cristã. 1 ed., RJ: CPAD, 2009. ZUCK, R. B. Teologia
do Antigo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2009.
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