sexta-feira, 15 de março de 2013

Reflexão: Novela não é para Cristão.


PERFIL

Silas Daniel é pastor, jornalista, chefe de Jornalismo da CPAD e escritor. Autor dos livros “Reflexão sobre a alma e o tempo”, “Habacuque – a vitória da fé em meio ao caos”, “História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil”, “Como vencer a frustração espiritual” e “A Sedução das Novas Teologias”, todos títulos da CPAD, tendo este último conquistado o Prêmio Areté da Associação de Editores Cristãos (Asec) como Melhor Obra de Apologética Cristã no Brasil em 2008.                        14/02/2013 11:28

Novela não é programa para crente

Estudo do BID comprova influência negativa das novelas na vida das famílias
As novelas brasileiras – não só da Rede Globo de Televisão, mas de qualquer canal hoje – são já há décadas uma verdadeira praga na disseminação e instigação de imoralidades, influenciando as pessoas (principalmente jovens, mas não só eles) a um estilo de vida e a comportamentos que se chocam frontalmente com os valores da Palavra de Deus. Isso é um fato, comprovado, inclusive, cientificamente.

Pra quem não se lembra, vamos lá: em janeiro de 2009, pesquisadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revelaram um estudo que mostrava a ligação concreta entre as novelas e o aumento no número de divórcios no Brasil nas últimas décadas. Na pesquisa, foi feito um cruzamento de informações extraídas de censos dos anos 70, 80 e 90 e dados sobre a expansão do sinal da Rede Globo de Televisão pelo país, que chegou a 98% dos municípios brasileiros em meados da década de 1990.

De acordo com os autores do estudo, Alberto Chong e Eliana La Ferrara, o estudo mostra que “a parcela de mulheres que se separaram ou se divorciaram aumentou significativamente depois que o sinal da Globo se tornou disponível nas cidades do país”. A pesquisa também descobriu que esse efeito é mais forte em municípios menores, onde o sinal é captado por uma parcela mais alta da população local. Os resultados mostram claramente que as áreas onde o sinal das novelas chegava pela primeira vez apresentavam em seguida um aumento na porcentagem de mulheres de 15 a 49 anos divorciadas ou separadas. “O aumento é estatisticamente significativo”, afirmou Chong em matéria publicada na BBC Brasil à época. Simplesmente, nas últimas décadas, a taxa de divórcios aumentou enormemente no Brasil. Segundo a ONU, os divórcios pularam de 3,3 para cada 100 casamentos em 1984 para 17,7 em 2002 em nosso país!

Os pesquisadores do BID lembraram ainda no estudo que “o enredo das novelas frequentemente inclui críticas a valores tradicionais e, desde os anos 60, uma porcentagem significativa das personagens femininas nas novelas não refletia os papeis tradicionais de comportamento reservados às mulheres na sociedade. A exposição das telespectadoras a estilos de vida modernos mostrados na TV, a funções desempenhadas por mulheres emancipadas e também a uma crítica aos valores tradicionais mostrou estar associada aos aumentos nas frações de mulheres separadas e divorciadas nas áreas municipais brasileiras”.

Foram analisadas 115 novelas transmitidas pela Globo entre 1965 e 1999. Nelas, 62% das principais personagens femininas não tinham filhos e 26% eram infieis a seus parceiros.

Sim, novelas afetam as pessoas. Comprovadamente, afetam até a moda – tanto no que diz respeito a roupas como a novas gírias e motes populares. Afeta comportamentos. Esfria as pessoas espiritualmente. Faz com que elas comecem a aceitar paulatinamente como normal atitudes e pensamentos que são absolutamente reprováveis, que não condizem com um cristão.

Pois bem, de lá para cá, o cardápio das novelas brasileiras não ficou só em apologias à infidelidade conjugal, à prática da mentira, a separações e a divórcios. Nas últimas novelas, tem havido, conforme divulgado exaustivamente nos órgãos de comunicação, homossexualismo e poligamia, além de sempre haver uma chacotinha em relação a certos valores cristãos e a personagens que são verdadeiras caricaturas de cristãos, estereótipos. Sem falar da já tradicional propagandinha espírita e esotérica.

Agora, há até novela com título que saúda uma entidade do baixo espiritismo. Que bom ler que, pelo menos até o final de dezembro, estava com baixíssima audiência para os padrões Globo. Seria um boicote dos crentes? Se for, essa é uma boa e uma má notícia ao mesmo tempo. Boa porque muitos crentes não estão assistindo essa porcaria; e má porque isso significa que muitos deles assistiam essas porcarias anteriores. Enfim, se é resultado do tal boicote, então que esse boicote seja permanente, isto é, para todas as novelas daqui para frente!

Já dizia o salmista Davi: “Não porei coisa má diante dos meus olhos; nada se me pegará” (Sl 101.3). Fiquemos com a Palavra de Deus. Novela não é programa pra crente.

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