ESPERANÇA EM MEIO À
ADVERSIDADE
14 de julho de 2013
TEXTO ÁUREO
“Porque para mim o viver é
Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).
VERDADE PRÁTICA
Nenhuma
adversidade poderá reter a graça e o poder do evangelho.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“Porque para mim
o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).
O texto áureo deste domingo é
o testemunho e convicção de Paulo de sua vida íntima com Senhor e de sua salvação
em Cristo Jesus. Ele já havia declarado isso em Gálatas 2.20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas
Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de
Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”.
A expressão “Porque para mim o viver é Cristo...” consiste de elementos, tais como:
- significa a total dedicação
ao Senhor Jesus, uma vida nova em Cristo, Ele deve ser a motivação do nosso
viver, Aquele que recebe toda a glória;
- significa que a verdadeira
vida é aquela de quem está em Cristo, estar em comunhão com Cristo, gera a vida
verdadeira;
- significa que Cristo deve
ser a nossa razão da viver;
Sim o apóstolo Paulo
inspirado pelo Espírito Santo fornece resposta para aquela inquirição desesperadora,
que em uma ou outra ocasião se abate sobre todos os homens: Qual é a razão da
existência?
A razão da existência é
CRISTO: “Porque para mim o viver é Cristo...”.
“e o morrer é
ganho” (Fp 1.21) - A menos que
Paulo tivesse o conceito da imortalidade e consciência da alma, é impossível
que ele considerasse a morte como um lucro. Pois entrar na extinção ou no sono
eterno dificilmente pode ser chamado lucro.
Mas nesse pequeno texto
áureo, o apóstolo Paulo dá testemunho da consciência da alma após a morte do
corpo. Ainda sobre o assunto da morte do corpo para viver com Cristo, Paulo
declara: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo
desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é muito melhor” (Fl 1.23);
“Porque sabemos que , se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer,
temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por
isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do
céu... sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do SENHOR...
mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o
SENHOR” (2 Co 5.1-2; 6,8).
Que valor teria essa
declaração, se o crente não estivesse consciente na presença do SENHOR Jesus?
Se o cristão, na sua morte, estivesse dormindo, como saberia que estava com
Cristo, que ganho seria esse? ou não estão na companhia de Jesus? Claro que sim.
Paulo sabia disso porque ele afirma categoricamente: “tendo
desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”.
Em 2 Co 5, o apóstolo Paulo
ensina que quem partiu deste mundo, isto é, quem morreu, ou dormiu no Senhor,
cuja alma deixou o tabernáculo, a tenda ou casa em que viveu sua vida na
terra, sua alma está com Cristo, na
companhia dele, enquanto o corpo está dormindo, sem atividade, frio ou em estado de decomposição no túmulo.
O tabernáculo da sua casa se
desfez e agora está revestido da nova habitação que é do céu. A alma está unida
às miríades de santos de todas as eras, como os profetas, patriarcas, apóstolos
e demais justos e cristãos de todos os tempos.
Portanto, o texto áureo (Fp
1.21) está inserido num contexto claro para os cristãos, a morte do corpo, leva
a alma na presença do Senhor Jesus, neste sentido o morrer é lucro, vejamos o
contexto:
“Segundo a minha
intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com
toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu
corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o
morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei
então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo
de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais
necessário, por amor de vós, ficar na carne” (Filipenses 1.20-24).
O apóstolo Paulo nos ensina
que após a morte do crente em Cristo, a alma consciente está num lugar muito
melhor, a morte nos introduz a um estado superior de vida, é o “...estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp
1.23) e jamais em algum estado dormente ou, pior ainda, de
extinção, ou a esperar a ressurreição ou simplesmente ficar extinto para todo o
sempre.
Paulo declara: “Mas, se
o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher.
Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com
Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23) e em 2 Co 5.6,8
declara: “Mas temos confiança e desejamos antes deixar
este corpo, para habitar com o Senhor. Pois que muito desejamos também ser-lhe
agradáveis, quer presentes, quer ausentes”.
Que valor, que lucro seria
este ao morrer se a alma estivesse sem consciência? Que valor teria essas
declarações paulinas, se o crente não estivesse consciente na presença do
Senhor Jesus? Se o cristão, na sua morte, estivesse dormindo, como saberia que
estaria com Cristo? Como poderia declarar que o “morrer é
ganho ou lucro?”
Qual é a esperança dos
mártires desde a igreja primitiva até aos dias de hoje, ao enfrentaram as
feras, fogueiras, decapitações, torturas indescritíveis, senão que após a morte
do corpo, estão na presença do Senhor? Sim, para os crentes em Jesus “...o morrer é ganho” (Fp 1.21). Paulo sabia
disso por isso declara: “...tenho desejo
de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” .
Agostinho de Hipona, bispo de
Cartago no norte da África, no século IV declarou: “Oh! Deus, Tú nos criastes para
Ti mesmo, e a nossa alma só encontrará repouso quando voltares para Ti”.
Portanto, reafirmamos, quem
viveu em Cristo e vier a morrer, sua alma separa-se do corpo e imediatamente é
unida as miríades de santos de todas as eras, como os profetas, patriarcas,
apóstolos e demais justos e cristãos de todos os tempos. Não é isso que ensina
o apóstolo inspirado? A resposta é sim: “... tendo desejo de
partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23).
“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).
RESUMO DA LIÇÃO 02
ESPERANÇA
EM MEIO À ADVERSIDADE
I. ADVERSIDADE; UMA CONTRIBUIÇÃO
PARA À PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1.
Paulo na prisão.
2.
Uma porta se abre através da adversidade.
1.
O poder do Evangelho.
2.
A preocupação dos filipenses com Paulo.
3.
Paulo rejeita a autopiedade.
III. MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO
DO EVANGELHO (1.14-18).
1.
A motivação positiva.
2.
A motivação negativa.
IV. O DILEMA
DE PAULO (1.19-22ss.).
1. Viver
para Cristo.
2. Paulo
supera o dilema.
INTERAÇÃO
A prisão do
apóstolo Paulo em Roma foi crucial para a propagação do Evangelho na região de
Filipos. A partir de
uma experiência de sofrimento, Deus usou pessoas para propagar a mensagem das
Boas Novas. É verdade
que alguns pregadores usavam o sofrimento do apóstolo para proclamar Cristo de
boa consciência. Outros
utilizavam-se do sofrimento alheio para obterem vantagens pessoais. Cristo não
era o centro das suas preleções. Infelizmente,
na atualidade, algumas pessoas perderam o temor de Deus. A exemplo
daqueles pregadores de Filipos, elas exploram as tragédias pessoais, pois veem
nelas a oportunidade de se locupletarem com as feridas alheias (elas sabem que
o sofrimento humano pode ser muito rentável). Cristo não
se acha mais no centro de suas vidas.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que as adversidades podem contribuir para a
expansão do Evangelho.
Explicar as motivações de Paulo para a pregação do
Evangelho.
Compreender que o significado da vida consiste em vivermos
para o Evangelho.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor,
para concluir a lição sugerimos a seguinte atividade:
(1) Pesquise
ao menos três países cujo índice de perseguição religiosa é grande.
Você poderá
acessar o site da Missão Portas Abertas que terá esse material atualizado:
(2)
Identifique missionários que atuam nesses locais (a pesquisa pode ser feita
pelas agências missionárias, secretaria de missões de sua igreja ou internet).
Para ver com
mais detalhes a respeito de cada país você poderá acessar o site: http://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/perfil/
(3) Em
seguida, pesquise o crescimento de cristãos nesses países visando identificar
como o trabalho missionário tem sido realizado.
Para essa
atividade você poderá acessar os seguintes sites:
http://www.1ibl.org.br/missoesint22.asp
- Missão no Mundo
http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=54 –
Crescimento do cristianismo no mundo.
http://www.publico.pt/mundo/noticia/pc-chines-declarou-guerra-ao-cristianismo-nas-universidades-1577984
- Partido Comunista Chinês declara guerra ao Cristianismo nas universidades
chinesas.
Conclua
dizendo que, a exemplo do que ocorreu a Paulo, o Evangelho continua a ser
propagado no mundo através do sofrimento de muitas pessoas que se dispõem a
propagá-lo com ousadia.
Seja um
contribuinte:
COMENTÁRIO
PALAVRA CHAVE
ADVERSIDADE:
Infelicidade,
infortúnio, revés. Qualidade ou caráter de adverso.
Nesta lição,
veremos como a paixão pelas almas consumia o coração de Paulo.
Embora preso
em Roma, ele não esmorecia na missão de proclamar o Evangelho.
E, tendo
como ponto de partida o seu sofrimento, o apóstolo ensina aos filipenses que
nenhuma adversidade será capaz de arrefecer-lhes a fé em Cristo.
Ao
contrário, ele demonstra o quanto as suas adversidades foram positivas ao
progresso do Reino de Deus.
I. ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1.
Paulo na prisão. Paulo estava
preso em Roma, aguardando julgamento.
Ele sabia
que tanto poderia ser absolvido como executado. Todavia, não
se achava ansioso.
O que mais
desejava era, com toda ousadia, anunciar a Cristo até mesmo no tribunal. Paulo não
era um preso qualquer; sua segurança estava sob os cuidados da guarda
pretoriana (1.13).
Constituída
de 10 mil soldados, esta guarda encarregava-se de proteger os representantes do
Império Romano em qualquer lugar do mundo.
Sua
principal tarefa era a proteção do imperador.
2.
Uma porta se abre através da adversidade. Uma das
principais contribuições da prisão de Paulo foi a livre comunicação do
Evangelho na capital do mundo antigo. Os cristãos
estavam espalhados por toda a cidade de Roma e adjacências. Definitivamente
a prisão de Paulo não reteve a força do Evangelho e o promoveu universalmente. Deus usou o
sofrimento do apóstolo para que o Evangelho fosse anunciado de Roma para o
mundo (v.13).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
A
prisão de Paulo foi uma porta aberta para a proclamação do Evangelho.
II. O TESTEMUNHO DE PAULO NA ADVERSIDADE (1.12,13)
1.
O poder do Evangelho. De modo
objetivo, Paulo diz aos filipenses que nenhuma cadeia será capaz de impor
limites ao Evangelho de Cristo. Esse
sentimento superava todas as expectativas do apóstolo concernentes ao
crescimento do Reino de Deus. O seu
propósito era ver as Boas Novas prosperando entre os gentios. Portanto,
nenhum poder humano conterá a força do Evangelho, pois este é o poder de Deus
para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).
2.
A preocupação dos filipenses com Paulo. Está
implícita a preocupação dos filipenses com o bem-estar de Paulo. Eles o
amavam e sabiam do seu ardor em proclamar o Evangelho. Todavia,
achavam que a sua prisão prejudicaria a causa cristã.
O versículo
12 traz exatamente essa conotação: “E quero, irmãos,
que saibais as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do
evangelho”.
Para o
apóstolo, seu encarceramento contribuiu ainda mais para o progresso da mensagem
evangélica (v.13).
3.
Paulo rejeita a autopiedade. Paulo era um
missionário consciente da sua missão.
Para ele, o
sofrimento no exercício do santo ministério era circunstancial e estava sob os
cuidados de Deus (v.19).
Por isso,
não manifestava autopiedade; não precisava disso para conquistar a compaixão
das pessoas.
Para o
apóstolo, a soberania de Deus faz do sofrimento algo passageiro, pois os
infortúnios servem para encher-nos de esperança, conduzindo-nos numa
bem-aventurada expectativa de “que todas as coisas
contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são
chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O
testemunho de Paulo na adversidade pode ser observado pela sua rejeição a autopiedade
e a sua fé no poder do Evangelho.
III. MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO (1.14-18)
Duas
motivações predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o apóstolo Paulo atuava.
São elas:
1.
A motivação positiva. “E
muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a
palavra mais confiadamente, sem temor” (v.14). Estava claro
para os cristãos romanos, bem como para a guarda pretoriana, que o processo
judicial contra Paulo era injusto, porque ele não havia cometido crime algum.
Além de
saberem da inocência do apóstolo, os pretorianos recebiam diariamente deste a
mensagem do Evangelho (v.13). O resultado
não poderia ser outro. Os cristãos
filipenses foram estimulados a anunciar o Evangelho com total destemor e
coragem.
2.
A motivação negativa. A prisão de
Paulo motivou os cristãos a proclamar o Evangelho de “boa mente”
e “por amor”. Mas havia
aqueles que usavam a prisão do apóstolo para garantir vantagens pessoais. Dominados
pela inveja e pela teimosia, agiam por motivos errados. Mas pelo
Espírito, o apóstolo entendeu que o mais importante era anunciar Cristo ao
mundo “de toda a maneira”. Isto não
significa que Paulo aprovava quem procedia dessa forma, porque um dia todo mau
obreiro terá de dar contas de seus atos ao Senhor (Mt 7.21-23).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Infelizmente
eram duas as motivações que predominavam na igreja de Filipos: (1) a positiva
(pregação com destemor e coragem) e (2) a negativa (pregação pelo interesse
pessoal).
IV. O DILEMA DE PAULO (1.19-22ss.)
1.
Viver para Cristo. “Nisto
me regozijo e me regozijarei ainda” (v.18).
Estas palavras
refletem a alegria de Paulo sobre o avanço do Evangelho no mundo.
Viver, para
o apóstolo, só se justifica se a razão for o ministério cristão: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas,
se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva
escolher" (vv.21,22).
A morte para
ele era um evento natural, mas glorioso. Significava
estar imediatamente com Cristo. O Mestre era
tudo para Paulo, o princípio, a essência e o fim da sua vida. Nele, o
apóstolo vivia e se movia para a glória de Deus. Por isso,
podia dizer: “E vivo, não mais eu; mas Cristo vive em mim”
(Gl 2.20).
2.
Paulo supera o dilema. “Estar
com Cristo” e “viver na carne”. Este era o
dilema do apóstolo (vv.23,24). Ele desejava
estar na plenitude com o Senhor. Todavia, o
amor dele pelos gentios era igualmente intenso. “Ficar na
carne” (v.24), aqui, refere-se à vida física.
Isto é:
viver para disseminar o Evangelho pelo mundo. Mais do que
escolha pessoal, estar vivo justifica-se apenas para proclamar o Evangelho e
fortalecer a Igreja.
Este era o
pensamento paulino. Nos
versículos 25 e 26, ele entende que, se fosse posto em liberdade, poderia rever
os irmãos de Filipos, e viver o amor fraterno pela providência do Espírito
Santo.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O
dilema de Paulo era, imediatamente, “estar com Cristo” ou “viver na carne” para
edificar os filipenses.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Paulo
resolveu o seu dilema em relação à igreja, declarando que o seu desejo de estar
com Cristo foi superado pela amorosa obrigação de servir aos irmãos (vv.24-26).
Ele nos
ensina que devemos estar prontos a trabalhar na causa do Senhor, mesmo que isso
signifique enfrentar oposição dos falsos crentes e até privações materiais.
O que deve
nos importar é o progresso do Evangelho e o crescimento da Igreja de Cristo
(vv.25,26).
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PEARLMAN, M.
Epístolas
Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998. ZUCK, R. B.
(Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio
Teológico
“Alguns
pregam Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente (1.15). Posteriormente
Paulo voltará sua atenção aos judaizantes, que distorcem o evangelho insistindo
nas obras como algo essencial para a salvação (3.2-11). Aqui a tensão é pessoal
em vez de doutrinária. Alguns se tornam evangelistas mais ativos por um
espírito competitivo, tendo um prazer perverso no pensamento de que Paulo está
atado e incapaz de tentar alcançá-los. Outros se tornam evangelistas mais
ativos por amor, um esforço de aliviar Paulo da preocupação de que expansão do
evangelho retrair-se-á devido à sua inatividade forçada.
É fascinante
ver como Paulo recusa-se a julgar as motivações, e está encantado com o fato de
que, seja pela razão que for, o evangelho está sendo pregado. Poucos de nós têm
essa maturidade. Os críticos de Paulo poderão ficar amargamente ressentidos com
o seu sucesso, mas o apóstolo não ficará ressentido com eles! Em vez disso ele
se regozijará por Cristo estar sendo pregado, e deixará a questão dos motivos
para o Senhor.
Porque
sei que disto me resultará salvação (1.19). Paulo não se
refere aqui à sua libertação da prisão. O maior perigo que qualquer um de nós
enfrenta é o desânimo que as dificuldades frequentemente criam” (RICHARDS,
L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007,
p.437).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Esperança
em meio à adversidade
É possível
ter esperança em meio à adversidade? Esta pergunta pode parecer mera retórica,
pois uma vez proposta àquele que sofre, mas alienada da sua realidade, ela
ignora o sofrimento e as circunstâncias existenciais que a maioria dos seres humanos
enfrenta no mundo.
A consequência não poderia ser outra: a dissimulação de quem
pergunta.
Porém, esta
acusação não se pode fazer ao apóstolo Paulo. A sua esperança na adversidade
está latente quando ele comunica aos seus irmãos: “As
coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho”
(1.12).
Aqui, quem fala não é uma
pessoa que se acampa e um escritório opulento e distante do sofrimento alheio,
mas um ser humano que redige uma mensagem de esperança em um lugar contrário a
qualquer esperança: a prisão.
Mas resolutamente encarcerado. Como alguém como
Paulo poderia estar resoluto numa prisão do primeiro século da era cristã?
A fé na
soberania divina é a chave para entender a tranquilidade do apóstolo. A partir
dela, ele estava convencido de que o seu sofrimento serviria para expandir o
Evangelho entre os gentios. E os filipenses deveriam estar conscientizados
disso também.
O olhar do
apóstolo agora se volta para a necessidade da igreja de Filipos. Paulo sabe que
a igreja é perseguida e sofredora. Embora o apóstolo estivesse cheio da graça
de Deus desejando imediatamente estar com Cristo, ao voltar sua atenção para a
necessidade da comunidade de Filipos ele entra num dilema.
O dilema
paulino é este: “Desejo partir e estar com Cristo”, mas “julgo
mais necessário, por amor de vós, ficar na carne”. Aqui, descobrimos qual a esperança gloriosa do
apóstolo em meio à adversidade: Estar com Cristo.
Esta esperança deve ser a da
Igreja também. Mas, em meio ao sofrimento, e após olhar para o sofrimento
alheio, o apóstolo não se julga no direito de partir com Cristo sabendo que
poderia ser um instrumento de Deus para encorajar irmãos na fé, edificá-los, e
encorajá-los a proclamar o Evangelho ao mundo.
A lição apostólica não poderia
ser outra: quando olhamos para o sofrimento alheio e decidimos aliviá-lo brota
em nós a esperança de sermos salvos das nossas adversidades. Estar com Cristo
deve ser o nosso anseio, mas enquanto Ele não vem estaremos com Cristo
juntamente com o próximo sofredor. O nosso sofrimento deve impulsionar-nos a
proclamar ao outro aquilo que nos dá esperança: o Evangelho.
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