quinta-feira, 11 de julho de 2013

Lição 2 - 3º Trim. 2013 - Esperança em meio à Adversidade.

Lição 02
ESPERANÇA EM MEIO À ADVERSIDADE
14 de julho de 2013

TEXTO ÁUREO


“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).


VERDADE PRÁTICA


Nenhuma adversidade poderá reter a graça e o poder do evangelho.

COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO

“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).

    
O texto áureo deste domingo é o testemunho e convicção de Paulo de sua vida íntima com Senhor e de sua salvação em Cristo Jesus. Ele já havia declarado isso em Gálatas 2.20: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim”.
A expressão “Porque para mim o viver é Cristo...” consiste de elementos, tais como:
- significa a total dedicação ao Senhor Jesus, uma vida nova em Cristo, Ele deve ser a motivação do nosso viver, Aquele que recebe toda a glória;
- significa que a verdadeira vida é aquela de quem está em Cristo, estar em comunhão com Cristo, gera a vida verdadeira;
- significa que Cristo deve ser a nossa razão da viver;
Sim o apóstolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo fornece resposta para aquela inquirição desesperadora, que em uma ou outra ocasião se abate sobre todos os homens: Qual é a razão da existência?
A razão da existência é CRISTO: “Porque para mim o viver é Cristo...”.

“e o morrer é ganho” (Fp 1.21) - A menos que Paulo tivesse o conceito da imortalidade e consciência da alma, é impossível que ele considerasse a morte como um lucro. Pois entrar na extinção ou no sono eterno dificilmente pode ser chamado lucro.
Mas nesse pequeno texto áureo, o apóstolo Paulo dá testemunho da consciência da alma após a morte do corpo. Ainda sobre o assunto da morte do corpo para viver com Cristo, Paulo declara: “Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é muito melhor” (Fl 1.23); “Porque sabemos que , se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. E por isso também gememos, desejando ser revestidos da nossa habitação, que é do céu... sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do SENHOR... mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o SENHOR” (2 Co 5.1-2; 6,8).
Que valor teria essa declaração, se o crente não estivesse consciente na presença do SENHOR Jesus? Se o cristão, na sua morte, estivesse dormindo, como saberia que estava com Cristo, que ganho seria esse? ou não estão na companhia de Jesus? Claro que sim. Paulo sabia disso porque ele afirma categoricamente: “tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”.
Em 2 Co 5, o apóstolo Paulo ensina que quem partiu deste mundo, isto é, quem morreu, ou dormiu no Senhor, cuja alma deixou o tabernáculo, a tenda ou casa em que viveu sua vida na terra,  sua alma está com Cristo, na companhia dele, enquanto o corpo está dormindo, sem atividade,  frio ou em estado de decomposição no túmulo.
O tabernáculo da sua casa se desfez e agora está revestido da nova habitação que é do céu. A alma está unida às miríades de santos de todas as eras, como os profetas, patriarcas, apóstolos e demais justos e cristãos de todos os tempos.
Portanto, o texto áureo (Fp 1.21) está inserido num contexto claro para os cristãos, a morte do corpo, leva a alma na presença do Senhor Jesus, neste sentido o morrer é lucro, vejamos o contexto:
“Segundo a minha intensa expectação e esperança, de que em nada serei confundido; antes, com toda a confiança, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte. Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor. Mas julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne” (Filipenses 1.20-24).
O apóstolo Paulo nos ensina que após a morte do crente em Cristo, a alma consciente está num lugar muito melhor, a morte nos introduz a um estado superior de vida, é o “...estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23) e jamais em algum estado dormente ou, pior ainda, de extinção, ou a esperar a ressurreição ou simplesmente ficar extinto para todo o sempre.
 Paulo declara: “Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei então o que deva escolher. Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23) e em 2 Co 5.6,8 declara: “Mas temos confiança e desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor. Pois que muito desejamos também ser-lhe agradáveis, quer presentes, quer ausentes”.
Que valor, que lucro seria este ao morrer se a alma estivesse sem consciência? Que valor teria essas declarações paulinas, se o crente não estivesse consciente na presença do Senhor Jesus? Se o cristão, na sua morte, estivesse dormindo, como saberia que estaria com Cristo? Como poderia declarar que o “morrer é ganho ou lucro?”
Qual é a esperança dos mártires desde a igreja primitiva até aos dias de hoje, ao enfrentaram as feras, fogueiras, decapitações, torturas indescritíveis, senão que após a morte do corpo, estão na presença do Senhor? Sim, para os crentes em Jesus “...o morrer é ganho” (Fp 1.21). Paulo sabia disso por isso declara: “...tenho desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” .
Agostinho de Hipona, bispo de Cartago no norte da África, no século IV declarou: “Oh! Deus, Tú nos criastes para Ti mesmo, e a nossa alma só encontrará repouso quando voltares para Ti”.
Portanto, reafirmamos, quem viveu em Cristo e vier a morrer, sua alma separa-se do corpo e imediatamente é unida as miríades de santos de todas as eras, como os profetas, patriarcas, apóstolos e demais justos e cristãos de todos os tempos. Não é isso que ensina o apóstolo inspirado? A resposta é sim: “... tendo desejo de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.23). “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1.21).



RESUMO DA LIÇÃO 02


ESPERANÇA EM MEIO À ADVERSIDADE

I. ADVERSIDADE; UMA CONTRIBUIÇÃO PARA À PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO
1. Paulo na prisão.
2. Uma porta se abre através da adversidade.

II. O TESTEMUNHO DE PAULO NA ADVERSIDADE.
1. O poder do Evangelho.
2. A preocupação dos filipenses com Paulo.
3. Paulo rejeita a autopiedade.

III. MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO (1.14-18).
1. A motivação positiva.
2. A motivação negativa.

IV. O DILEMA DE PAULO (1.19-22ss.).
1.      Viver para Cristo.
2.     Paulo supera o dilema.


INTERAÇÃO

A prisão do apóstolo Paulo em Roma foi crucial para a propagação do Evangelho na região de Filipos. A partir de uma experiência de sofrimento, Deus usou pessoas para propagar a mensagem das Boas Novas. É verdade que alguns pregadores usavam o sofrimento do apóstolo para proclamar Cristo de boa consciência. Outros utilizavam-se do sofrimento alheio para obterem vantagens pessoais. Cristo não era o centro das suas preleções. Infelizmente, na atualidade, algumas pessoas perderam o temor de Deus. A exemplo daqueles pregadores de Filipos, elas exploram as tragédias pessoais, pois veem nelas a oportunidade de se locupletarem com as feridas alheias (elas sabem que o sofrimento humano pode ser muito rentável). Cristo não se acha mais no centro de suas vidas.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que as adversidades podem contribuir para a expansão do Evangelho.
Explicar as motivações de Paulo para a pregação do Evangelho.
Compreender que o significado da vida consiste em vivermos para o Evangelho.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, para concluir a lição sugerimos a seguinte atividade:
(1) Pesquise ao menos três países cujo índice de perseguição religiosa é grande.
Você poderá acessar o site da Missão Portas Abertas que terá esse material atualizado:

(2) Identifique missionários que atuam nesses locais (a pesquisa pode ser feita pelas agências missionárias, secretaria de missões de sua igreja ou internet).
Para ver com mais detalhes a respeito de cada país você poderá acessar o site: http://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/perfil/
(3) Em seguida, pesquise o crescimento de cristãos nesses países visando identificar como o trabalho missionário tem sido realizado.
Para essa atividade você poderá acessar os seguintes sites:
http://www.origemedestino.org.br/blog/johannesjanzen/?post=54 – Crescimento do cristianismo no mundo.
http://www.publico.pt/mundo/noticia/pc-chines-declarou-guerra-ao-cristianismo-nas-universidades-1577984 - Partido Comunista Chinês declara guerra ao Cristianismo nas universidades chinesas.
Conclua dizendo que, a exemplo do que ocorreu a Paulo, o Evangelho continua a ser propagado no mundo através do sofrimento de muitas pessoas que se dispõem a propagá-lo com ousadia.
Seja um contribuinte:

COMENTÁRIO
PALAVRA CHAVE
ADVERSIDADE:
Infelicidade, infortúnio, revés. Qualidade ou caráter de adverso.

Nesta lição, veremos como a paixão pelas almas consumia o coração de Paulo.
Embora preso em Roma, ele não esmorecia na missão de proclamar o Evangelho.
E, tendo como ponto de partida o seu sofrimento, o apóstolo ensina aos filipenses que nenhuma adversidade será capaz de arrefecer-lhes a fé em Cristo.
Ao contrário, ele demonstra o quanto as suas adversidades foram positivas ao progresso do Reino de Deus.

I. ADVERSIDADE: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A PROCLAMAÇÃO DO EVANGELHO

1. Paulo na prisão. Paulo estava preso em Roma, aguardando julgamento.
Ele sabia que tanto poderia ser absolvido como executado. Todavia, não se achava ansioso.
O que mais desejava era, com toda ousadia, anunciar a Cristo até mesmo no tribunal. Paulo não era um preso qualquer; sua segurança estava sob os cuidados da guarda pretoriana (1.13).

A guarda pretoriana de AugustoMuseu do Louvre
Constituída de 10 mil soldados, esta guarda encarregava-se de proteger os representantes do Império Romano em qualquer lugar do mundo.
Sua principal tarefa era a proteção do imperador.

2. Uma porta se abre através da adversidade. Uma das principais contribuições da prisão de Paulo foi a livre comunicação do Evangelho na capital do mundo antigo. Os cristãos estavam espalhados por toda a cidade de Roma e adjacências. Definitivamente a prisão de Paulo não reteve a força do Evangelho e o promoveu universalmente. Deus usou o sofrimento do apóstolo para que o Evangelho fosse anunciado de Roma para o mundo (v.13).

SINOPSE DO TÓPICO (I)
A prisão de Paulo foi uma porta aberta para a proclamação do Evangelho.

II. O TESTEMUNHO DE PAULO NA ADVERSIDADE (1.12,13)
1. O poder do Evangelho. De modo objetivo, Paulo diz aos filipenses que nenhuma cadeia será capaz de impor limites ao Evangelho de Cristo. Esse sentimento superava todas as expectativas do apóstolo concernentes ao crescimento do Reino de Deus. O seu propósito era ver as Boas Novas prosperando entre os gentios. Portanto, nenhum poder humano conterá a força do Evangelho, pois este é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê (Rm 1.16).

2. A preocupação dos filipenses com Paulo. Está implícita a preocupação dos filipenses com o bem-estar de Paulo. Eles o amavam e sabiam do seu ardor em proclamar o Evangelho. Todavia, achavam que a sua prisão prejudicaria a causa cristã.
O versículo 12 traz exatamente essa conotação: “E quero, irmãos, que saibais as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho”.
Para o apóstolo, seu encarceramento contribuiu ainda mais para o progresso da mensagem evangélica (v.13).

3. Paulo rejeita a autopiedade. Paulo era um missionário consciente da sua missão.
Para ele, o sofrimento no exercício do santo ministério era circunstancial e estava sob os cuidados de Deus (v.19).
Por isso, não manifestava autopiedade; não precisava disso para conquistar a compaixão das pessoas.
Para o apóstolo, a soberania de Deus faz do sofrimento algo passageiro, pois os infortúnios servem para encher-nos de esperança, conduzindo-nos numa bem-aventurada expectativa de “que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O testemunho de Paulo na adversidade pode ser observado pela sua rejeição a autopiedade e a sua fé no poder do Evangelho.

III. MOTIVAÇÕES PARA A PREGAÇÃO DO EVANGELHO (1.14-18)
Duas motivações predominavam nas igrejas da Ásia Menor onde o apóstolo Paulo atuava. São elas:
1. A motivação positiva. “E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor” (v.14). Estava claro para os cristãos romanos, bem como para a guarda pretoriana, que o processo judicial contra Paulo era injusto, porque ele não havia cometido crime algum.
Além de saberem da inocência do apóstolo, os pretorianos recebiam diariamente deste a mensagem do Evangelho (v.13). O resultado não poderia ser outro. Os cristãos filipenses foram estimulados a anunciar o Evangelho com total destemor e coragem.

2. A motivação negativa. A prisão de Paulo motivou os cristãos a proclamar o Evangelho de “boa mente” e “por amor”. Mas havia aqueles que usavam a prisão do apóstolo para garantir vantagens pessoais. Dominados pela inveja e pela teimosia, agiam por motivos errados. Mas pelo Espírito, o apóstolo entendeu que o mais importante era anunciar Cristo ao mundo “de toda a maneira”. Isto não significa que Paulo aprovava quem procedia dessa forma, porque um dia todo mau obreiro terá de dar contas de seus atos ao Senhor (Mt 7.21-23).

SINOPSE DO TÓPICO (III)
Infelizmente eram duas as motivações que predominavam na igreja de Filipos: (1) a positiva (pregação com destemor e coragem) e (2) a negativa (pregação pelo interesse pessoal).

IV. O DILEMA DE PAULO (1.19-22ss.)
1. Viver para Cristo. “Nisto me regozijo e me regozijarei ainda” (v.18).
Estas palavras refletem a alegria de Paulo sobre o avanço do Evangelho no mundo.

Viver, para o apóstolo, só se justifica se a razão for o ministério cristão: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Mas, se o viver na carne me der fruto da minha obra, não sei, então, o que deva escolher" (vv.21,22). 

A morte para ele era um evento natural, mas glorioso. Significava estar imediatamente com Cristo. O Mestre era tudo para Paulo, o princípio, a essência e o fim da sua vida. Nele, o apóstolo vivia e se movia para a glória de Deus. Por isso, podia dizer: “E vivo, não mais eu; mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

2. Paulo supera o dilema. “Estar com Cristo” e “viver na carne”. Este era o dilema do apóstolo (vv.23,24). Ele desejava estar na plenitude com o Senhor. Todavia, o amor dele pelos gentios era igualmente intenso. “Ficar na carne” (v.24), aqui, refere-se à vida física. 
Isto é: viver para disseminar o Evangelho pelo mundo. Mais do que escolha pessoal, estar vivo justifica-se apenas para proclamar o Evangelho e fortalecer a Igreja.
Este era o pensamento paulino. Nos versículos 25 e 26, ele entende que, se fosse posto em liberdade, poderia rever os irmãos de Filipos, e viver o amor fraterno pela providência do Espírito Santo.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O dilema de Paulo era, imediatamente, “estar com Cristo” ou “viver na carne” para edificar os filipenses.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
Paulo resolveu o seu dilema em relação à igreja, declarando que o seu desejo de estar com Cristo foi superado pela amorosa obrigação de servir aos irmãos (vv.24-26).
Ele nos ensina que devemos estar prontos a trabalhar na causa do Senhor, mesmo que isso signifique enfrentar oposição dos falsos crentes e até privações materiais.
O que deve nos importar é o progresso do Evangelho e o crescimento da Igreja de Cristo (vv.25,26).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
PEARLMAN, M. Epístolas Paulinas: Semeando as Doutrinas Cristãs. 1 ed., RJ: CPAD, 1998. ZUCK, R. B. (Ed.) Teologia do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2008.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Alguns pregam Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente (1.15). Posteriormente Paulo voltará sua atenção aos judaizantes, que distorcem o evangelho insistindo nas obras como algo essencial para a salvação (3.2-11). Aqui a tensão é pessoal em vez de doutrinária. Alguns se tornam evangelistas mais ativos por um espírito competitivo, tendo um prazer perverso no pensamento de que Paulo está atado e incapaz de tentar alcançá-los. Outros se tornam evangelistas mais ativos por amor, um esforço de aliviar Paulo da preocupação de que expansão do evangelho retrair-se-á devido à sua inatividade forçada.
É fascinante ver como Paulo recusa-se a julgar as motivações, e está encantado com o fato de que, seja pela razão que for, o evangelho está sendo pregado. Poucos de nós têm essa maturidade. Os críticos de Paulo poderão ficar amargamente ressentidos com o seu sucesso, mas o apóstolo não ficará ressentido com eles! Em vez disso ele se regozijará por Cristo estar sendo pregado, e deixará a questão dos motivos para o Senhor.
Porque sei que disto me resultará salvação (1.19). Paulo não se refere aqui à sua libertação da prisão. O maior perigo que qualquer um de nós enfrenta é o desânimo que as dificuldades frequentemente criam” (RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007, p.437).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Esperança em meio à adversidade
É possível ter esperança em meio à adversidade? Esta pergunta pode parecer mera retórica, pois uma vez proposta àquele que sofre, mas alienada da sua realidade, ela ignora o sofrimento e as circunstâncias existenciais que a maioria dos seres humanos enfrenta no mundo. 
A consequência não poderia ser outra: a dissimulação de quem pergunta.
Porém, esta acusação não se pode fazer ao apóstolo Paulo. A sua esperança na adversidade está latente quando ele comunica aos seus irmãos: “As coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho” (1.12). 
Aqui, quem fala não é uma pessoa que se acampa e um escritório opulento e distante do sofrimento alheio, mas um ser humano que redige uma mensagem de esperança em um lugar contrário a qualquer esperança: a prisão. 
Mas resolutamente encarcerado. Como alguém como Paulo poderia estar resoluto numa prisão do primeiro século da era cristã?
A fé na soberania divina é a chave para entender a tranquilidade do apóstolo. A partir dela, ele estava convencido de que o seu sofrimento serviria para expandir o Evangelho entre os gentios. E os filipenses deveriam estar conscientizados disso também.
O olhar do apóstolo agora se volta para a necessidade da igreja de Filipos. Paulo sabe que a igreja é perseguida e sofredora. Embora o apóstolo estivesse cheio da graça de Deus desejando imediatamente estar com Cristo, ao voltar sua atenção para a necessidade da comunidade de Filipos ele entra num dilema.
O dilema paulino é este: “Desejo partir e estar com Cristo”, mas “julgo mais necessário, por amor de vós, ficar na carne”. Aqui, descobrimos qual a esperança gloriosa do apóstolo em meio à adversidade: Estar com Cristo. 
 Esta esperança deve ser a da Igreja também. Mas, em meio ao sofrimento, e após olhar para o sofrimento alheio, o apóstolo não se julga no direito de partir com Cristo sabendo que poderia ser um instrumento de Deus para encorajar irmãos na fé, edificá-los, e encorajá-los a proclamar o Evangelho ao mundo. 
A lição apostólica não poderia ser outra: quando olhamos para o sofrimento alheio e decidimos aliviá-lo brota em nós a esperança de sermos salvos das nossas adversidades. Estar com Cristo deve ser o nosso anseio, mas enquanto Ele não vem estaremos com Cristo juntamente com o próximo sofredor. O nosso sofrimento deve impulsionar-nos a proclamar ao outro aquilo que nos dá esperança: o Evangelho.


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