Lição 04
JESUS, O MODELO IDEAL
DE HUMILDADE.
28 de julho de 2013
Professor Alberto
TEXTO ÁUREO
“De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).
VERDADE PRÁTICA
Jesus
Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.
COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO
“De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).
Nosso
texto áureo aponta para a pedagogia de Jesus, ou seja, a educação ou o ensino
com seu próprio exemplo. Na Bíblia encontramos várias passagens sobre essa
pedagogia, a mais notável declaração é:
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei
de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a
vossa alma” (Mateus 11.29).
“Tende em vós aquele sentimento
que houve também em Cristo Jesus”
- “Tende... sentimento...”, essa palavra vem do
grego proneite, literalmente significa “tende a mentalidade”, “tende a disposição mental”, “tende o
pensamento”.
O “sentimento”
aqui refere-se, portanto, conforme podemos observar nos demais versículos (Fl
2.5-8), uma disposição altruísta, de interesse pelos outros, levando-nos até
mesmo a sofrermos todo tipo de injustiça e barbaridades dos homens, com o
objetivo altruísta de servimos a outros.
Esse sentimento do Senhor Jesus, deve
estar presente em nós, “...em vós...”,
ou seja, esse sentimento deve estar presente em cada crente, individualmente,
mas também em toda comunidade cristã.
“Paulo
enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se
como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv.
5-8). A humildade integral de Cristo deve existir nos seus seguidores, os quais
foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e
fazendo-lhes o bem” (Bíblia de Estudo Pentecostal –
página nº 1825).
RESUMO DA LIÇÃO 04
JESUS,
O MODELO IDEAL DE HUMILDADE.
I. O FILHO DIVINO: O ESTADO
ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5-6)
1.
Ele deu o maior exemplo de humildade.
2.
Ele era igual a Deus.
3.
Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6).
II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO
TEMPORAL DE CRISTO (2.7-8)
1.
“Aniquilou-se a si mesmo” (2.7).
2.
Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8).
3.
Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8).
III. A EXALTAÇÃO DE CRISTO
1.
“Deus o exaltou soberanamente” (2.9).
2.
Dobre-se todo joelho.
3.
“Toda língua confesse” (v.11).
INTERAÇÃO
OBSERVAÇÃO - na nossa INTERAÇÃO
há duas declarações equivocadas:
1.- Que
o Nazareno é a encarnação suprema do Deus Pai?
2.- O Pai se fez carne e humilhou-se.
ESSAS DUAS DECLARAÇÕES PRECISAM SER
EXPLICADAS.
Essas afirmações
são equivocadas, mesmo que a INTERAÇÃO pretenda falar
sobre a humildade, ela não pode
confundir as pessoas da unidade divina, porque Jesus Nazareno, é o Filho, não é
o Pai.
A doutrina que confunde o Pai com o Filho
ficou denominada de PATRIPASSIONISMO, e é considerada desde os pais da igreja como
uma heresia.
Patripassionismo
é uma expressão
oriunda do latim, pater - pai e
patior - sofrer. Basicamente,
os textos bíblicos utilizados pelos que defendem a ideia de que Jesus Cristo é
o Pai são:
"Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). "Disse-lhe Jesus:
Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a
mim vê o Pai: e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?" (Jo 14.9).
Análise
dos versículos citados
— "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). Neste versículo vemos a pluralidade na
unidade. Basta observar a expressão "somos", pluralidade;
"um", unidade.
Jesus
não está dizendo que é a mesma pessoa do Pai, mas que Ele e o Pai são duas
pessoas distintas, em unidade divina. Portanto, João 10.30 deve ser entendido
como uma declaração de Jesus acerca da sua natureza divina.
— "Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco e não me
tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai: e como dizei tu:
Mostra-nos o Pai?" (Jo 14.9).
Encontramos
aqui uma reiteração da mesma substância da declaração do versículo 7 deste
capítulo: "Se vós me conhecêsseis a mim, também
conheceríeis a meu Pai: e já desde agora o conheceis, e o tendes visto".
Ver o Pai
não consiste em contemplar meramente a Sua presença corporal, mas em
conhecê-Lo. Fica subentendido que não ver o Pai, na pessoa de Jesus, é o mesmo
que não conhecê-Lo. O Filho é o único expositor do Pai aos homens (Mt 11.27; Jo
12.44-45; Cl 1.15; Hb 1.3; 1Tm 6.16).
Citações bíblicas de que Jesus não é o Pai:
Estando
Jesus na terra, o Pai estava no céu: “Assim resplandeça
a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5.16). "Sede vós,
pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus" ( Mt 5.48
);
Jesus disse
que confessaria diante do Pai os homens que o confessassem: "Portanto,
qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu
Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o
negarei também diante de meu Pai, que está nos céus" (Mt 10.32-33);
O Senhor
Jesus Cristo está hoje à direita do Pai: “E, ouvindo isto,
enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele,
estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus,
e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e
o Filho do homem, que está em pé á mão direita de Deus" (At 7.54-56);
Deus Pai é
Pai de Jesus. Jesus não é Pai de Si mesmo: "Bendito o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as
bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" (Ef 1.3).
"Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus
Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor" (2Jo
3);
Jesus
entregou o seu espírito a seu Pai e não a si mesmo: "E,
clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito. E, havendo dito isto, expirou" (Lc 23.46);
Jesus
conhecia o Pai, mas não era o Pai: “Assim como o Pai
me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas”
(Jo 10.15);
Jesus cita a Lei
sobre o testemunho de dois homens e faz analogia entre Ele e o Pai, como duas
testemunhas: "E na vossa lei está também escrito que o
testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e
de mim testifica também o Pai que me enviou" ( Jo 8.17-18 ).
Portanto,
não podemos confundir as pessoas na unidade divina, nossa declaração de fé
bíblica, ou seja, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus do Brasil diz: “CREMOS”…
1)
Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito
Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).
Temos, porém
de ter em mente que alguns não conseguem dissociar a palavra Deus do Pai, todas
as vezes que dizemos que Jesus é Deus, não estamos dizendo que Jesus é o Pai e
nem que seja o Espírito Santo.
Outro problema
comum é aplicar as passagens bíblicas que se referem ao Filho como homem, para
contradizer sua natureza divina. Ignoram que o Senhor Jesus possui duas
naturezas: a divina e a humana, assim apresentam as passagens bíblicas que
provam a humanidade de Jesus para negar a sua divindade, sendo que essas
passagens não contradizem sua divindade apenas prova sua outra natureza a
humana. Assim como as passagens que revelam a divindade de Jesus não
contradizem sua natureza humana, mas simplesmente revelam sua outra natureza a
divina, já que o filho possui duas naturezas, verdadeiro homem (I Tm 2.5) e
verdadeiro Deus (I Jo 5.20).
Assim
declara o Credo Niceno acerca de Jesus: “Igual ao Pai no tocante à sua Deidade, e
inferior ao Pai no tocante à sua humanidade”.
No importante
documento intitulado Tomo de Leão (440-461) parte III diz: “Assim, intactas e reunidas em
uma pessoa as propriedades de ambas as naturezas, a majestade assumiu a
humildade, a força assumiu a fraqueza, a eternidade assumiu a mortalidade e, para
pagar a dívida de nossa condição, a natureza inviolável uniu-se a natureza que
pode sofrer. Desta maneira, o único e idêntico Mediador entre Deus e os homens,
o homem Jesus Cristo, pôde, como convinha à nossa cura , por um lado, morrer e,
por outro, não morrer...” e na parte IV diz: “Neste mundo fraco entrou o
Filho de Deus. Desceu do seu trono celestial, sem deixar a glória do Pai, e
nasceu segundo uma nova ordem, mediante um novo modo de nascimento. Segundo uma
nova ordem, visto que invisível em sua própria natureza, se fez visível na
nossa e, ele que é incompreensível, se
tornou compreendido; sendo anterior aos tempos, começou a existir no tempo;
Senhor do universo, revestiu-se de forma de servo, ocultando a imensidade de
sua Excelência; Deus impassível, não se
horrorizou de vir a ser carne passível; imortal, não recusou às leis da morte.
Segundo um novo modo de nascimento, visto que a virgindade, desconhecendo
qualquer concupiscência, concedeu-lhe a matéria de sua carne. O Senhor tomou,
da mãe, a natureza, não a culpa. Jesus Cristo nasceu do ventre de uma virgem,
mediante um nascimento maravilhoso. O
fato de o corpo do Senhor nascer portentosamente não impediu a perfeita identidade de sua carne com a nossa, pois ele
que é verdadeiro Deus é também verdadeiro homem. Nesta união não há mentira nem
engano. Corresponde-se numa unidade mútua a humildade do homem e a excelsitude
de Deus. Por ser misericordioso, Deus [divindade] não se altera; por ser dignificado, o homem [humanidade] não é absorvido. Cada natureza [a de Deus e a
de servo] realiza suas próprias funções
em comunhão com a outra. O Verbo faz o que é próprio do verbo; a carne faz o
que é próprio à carne; um fulgura com
milagres; o outro submete-se às injúrias. Assim como o Verbo não deixa de morar
na glória do Pai, assim a carne não deixa de pertencer ao gênero humano...
Portanto, não cabe a ambas as naturezas dizerem: “O Pai é maior do que eu” ou
“Eu e Pai somos um”. Pois, ainda que em Cristo Nosso Senhor haja só uma pessoa.
Deus-homem, o princípio que comunica a ambas as naturezas as ofensas é distinto
do princípio que lhes torna comum a glória...”. (Documentos da Igreja Cristã, H. Bettenson, ASTE, 3ª Edição – SP 1998 – págs. 98-101).
O autor
evangélico Robert M. Browman Jr., declara com muita propriedade e profundo
senso de responsabilidade: “Existe a escolha, portanto, entre crer no
Deus verdadeiro conforme Ele Se revelou, com mistérios e tudo, ou crer num Deus
que é relativamente fácil de ser compreendido, mas que tem pouca semelhança com
o Deus verdadeiro. Os trinitários estão dispostos a conviver com um Deus a quem
não consegue compreender plenamente”,
já que adoramos a Deus conforme Ele Se tem revelado nas Sagradas Escrituras.
Feito essas observações continuemos a nossa lição.
INTERAÇÃO (adaptada)
Você concorda que
Jesus Cristo é a plena revelação de Deus? Que em Jesus, o Altíssimo se fez Deus
Conosco, o Emanuel? Que o Nazareno é a encarnação do verbo (Jo 1.14)? Mas por
que o Altíssimo não escolheu manifestar-se como um político poderoso judeu?
Por que Ele não
elegeu um sacerdote da linhagem de Arão para salvar à humanidade? Por que o
nosso Deus escolheu alguém que não tinha onde "reclinar
a cabeça"?
Alguém que em seu
nascimento não tinha onde pousar com a sua mãe?
A vida de Jesus
de Nazaré demonstra, ainda que soberano e glorioso, um Deus que não se revelou
plenamente a humanidade exalando opulência, mas simplicidade e ternura. O Filho
se fez carne e humilhou-se.
Ele revelou-se
para o mundo em humilhação. Isto lhe diz alguma coisa?
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor a
lição a ser estudada nesta semana é bem teológica. As Escrituras apresentam uma
doutrina robusta acerca da humanidade e divindade de Jesus Cristo.
A história
da Igreja apresenta fundamentos sólidos à luz dos concílios ecumênicos que, ao
longo do tempo, deram conta da evolução de toda a teologia cristã no Ocidente.
Para introduzir o
assunto, reproduza o esquema abaixo.
Faça uma rápida
exposição da doutrina da união hipostática de Jesus.
Para isso o
prezado professor deverá munir-se de uma boa Teologia Sistemática e Bíblica.
UNIÃO HIPOSTÁTICA
"[Do gr. hypostasis]
Doutrina que, exposta no Concílio de Calcedônia em 451, realça a perfeita e
harmoniosa união entre as naturezas humana e divina de Cristo. Acentua este
ensinamento ser Jesus, de fato, verdadeiro homem e verdadeiro Deus" (Dicionário Teológico, p.352, CPAD).
NATUREZA HUMANA
"Embora
o título 'Filho do Homem' apresente duas definições principais, são três as
aplicações contextuais, no Novo Testamento”. A primeira é o Filho do Homem no
seu ministério terrestre. A segunda refere-se ao seu sofrimento futuro (como
por Mc 13.24).
Assim,
atribuiu-se novo significado a uma terminologia existente dentro do Judaísmo. A
terceira aplicação diz respeito ao Filho do Homem na sua glória futura (ver Mc
13.24, que aproveita diretamente toda a corrente profética que brotou do livro
de Daniel).
[...] Logo, Jesus é o Filho do Homem -
passado, presente e futuro. [...] “O fato de o Filho do Homem ser um homem
literal é incomparável" (Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, pp.312-13, CPAD).
NATUREZA DIVINA
"Os
escritos joaninos dão bastante ênfase ao título” 'Filho de Deus'. João 20.31
afirma de forma explícita que o propósito do evangelho é 'para que
creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida
em seu nome'.
Além do uso
do próprio título, Jesus é chamado inúmeras vezes 'o Filho', sem acréscimo de
outras qualificações. Há também mais de cem circunstâncias em que Jesus se
dirige diretamente a Deus ou se refere a Ele como 'Pai' [...].
As
afirmações: 'Eu sou'
são exclusivas do evangelho de João. Elas, como afirmações de Jesus na
primeira pessoa, formam uma parte relevante do autor revelação dEle ['Eu Sou' é a
declaração da autor revelação divina (cf. Êx 3.14)]" (Teologia do Novo Testamento, pp.203, 205, CPAD).
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá
estar apto a:
Conhecer o estado eterno da pré-encarnação de Cristo.
Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de
Cristo.
Compreender a exaltação final de Cristo.
COMENTÁRIO
introdução
PALAVRA
CHAVE
HUMILDADE:
Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. Modéstia, pobreza.
Nesta
lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana,
obediência e humilhação, bem como a sua divindade. Humanidade e divindade,
aliás, são as duas naturezas inseparáveis de Jesus.
Esta
doutrina é apresentada por Paulo no segundo capítulo da Epístola aos
Filipenses. Veremos ainda que Jesus nunca deixou de ser Deus, e que se
encarnando, salvou-nos de nossos pecados. A presente lição revela também a sua
exaltação.
I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO
(2.5-6)
1. Ele deu o maior exemplo de humildade. Na Epístola
aos Filipenses, lemos: "De sorte que
haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (v.5). Este
texto reflete a humildade de Cristo revelada antes da sua encarnação.
Certa
feita, quando ensinava aos seus discípulos, o Mestre disse: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de
coração" (Mt 11.29).Jesus Cristo é o modelo perfeito de
humildade. O apóstolo Paulo insta a que os filipenses tenham a mesma disposição
demonstrada por Jesus.
2. Ele era igual a Deus. "Que, sendo em forma de Deus" (v.6).A palavra
forma sugere o objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o
termo refere-se à forma essencial da divindade. Cristo é Deus, igual com o Pai,
pois ambos têm a mesma natureza, glória e essência (Jo 17.5).
A
forma verbal da palavra sendo aparece em outras versões bíblicas como
subsistindo ou existindo. Cristo é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se
humano "subsistia em forma de Deus". Os líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus
porque Ele dizia ser "igual a
Deus".
A
Filipe, o Senhor afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A divindade de Cristo é
fartamente corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.8; Ap
21.7). Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não de sua divindade,
mas de sua glória.
3. Mas "não teve por usurpação ser igual a Deus" (v.6). Isto
significa que o Senhor não se apegou aos seus "direitos divinos". Ele
não agiu egoisticamente, mas esvaziou- se da sua glória, para assumir a
natureza humana e entregar-se em expiação por toda humanidade.
O
que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o seu amor pelo mundo. Por amor a
nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza terrena. Voluntariamente,
humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Cristo é por natureza Deus, pois antes
de fazer-se humano "subsistia em forma de Deus".
II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO
(2.7-8)
1. "Aniquilou-se a si mesmo" (2.7). Foi na sua
encarnação que o Senhor Jesus deu a maior prova da sua humildade: Ele "aniquilou-se a si mesmo". O termo grego usado pelo apóstolo é o verbo kenoô,
que significa também esvaziar, ficar vazio.
Portanto,
o verbo esvaziar comunica melhor do que aniquilar a ideia da encarnação de
Jesus; destaca que Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se de sua glória e tomou
a natureza humana. Todavia, em momento algum veio a despojar-se da sua
divindade. Jesus não trocou a natureza divina pela humana.
Antes,
voluntariamente, renunciou em parte às prerrogativas inerentes à divindade,
para assumir a nossa humanidade. Tornando-se verdadeiro homem, fez-se maldição
por nós (Gl 3.13). E levou sobre o seu corpo todos os nossos pecados (1Pe
2.24). Em Gálatas 4.4, Paulo escreveu que, na plenitude dos tempos, "Deus enviou seu Filho, nascido de mulher".
Isto
indica que Jesus é consubstancial com toda a humanidade nascida em Adão. A
diferença entre Jesus e os demais seres humanos está no fato de Ele ter sido
gerado virginalmente pelo Espírito Santo e nunca ter cometido qualquer pecado
ou iniquidade (Lc 1.35). Por isso, o amado Mestre é "verdadeiramente
homem e verdadeiramente Deus".
2. Ele "humilhou-se a si mesmo" (2.8). Jesus
encarnado rebaixou-se mais ainda ao permitir ser escarnecido e maltratado pelos
incrédulos (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc 14.60,61). A auto-humilhação do Mestre foi
espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém jamais perdeu o foco da
sua missão: cumprir toda a justiça de Deus para salvar a humanidade.
3. Ele foi "obediente até a morte e morte de cruz" (2.8). O Mestre
amado foi obediente à vontade do Pai até mesmo em sua agonia: "Não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lc
22.42). No Getsêmani, antes de encarar o Calvário, Jesus
enfrentou profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus, acatando-lhe a
vontade soberana.
Quando
enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo da sua humilhação.
Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; cf. Gl 3.13), passando pela morte e
morte de cruz.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente como sal e luz do mundo, representante do reino
divino, não pode permitir que atitudes
mundanas destruam a família.
III. A EXALTAÇÃO DE CRISTO (2.9-11)
1. "Deus o exaltou soberanamente" (2.9). Após a sua
vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O
caminho da exaltação passou pela humilhação, mas Ele foi coroado de glória,
tornando-se herdeiro de todas as coisas (Hb 1.3; 2.9;12.2).
Usado
pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios
revela a glorificação de Cristo. O nome "Jesus" é equivalente a
"Senhor", e, por decreto divino, Ele foi elevado acima de todo nome.
As
Escrituras atestam que ante o seu nome "se dobre todo
joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua
confesse que Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]" (v.10).
2. Dobre-se todo joelho. Diante de Jesus, todo joelho se
dobrará (v.10). Ajoelhar-se implica reconhecer a autoridade de alguém. Logo,
quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos bem claro que Ele é a
autoridade suprema não só da Igreja, mas de todo o Universo.
Quando
oramos em seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a soberania. Pois
todas as coisas, animadas e inanimadas, estão sob a sua autoridade e não podem
esquivar-se do seu senhorio.
3. "Toda língua confesse" (v.11). Além de
ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus, a expressão implica também a
pregação do Evangelho em todo o mundo. Cada crente deve proclamar o nome de
Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se crê.
A
confissão de que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de convergência de toda a
Igreja (Rm 10.9; At 10.36; 1 Co 8.6). Nosso credo implica o reconhecimento
público de Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. A exaltação de Cristo deve ser
proclamada universalmente.
Deus, o Pai, exaltou soberanamente o
Filho fazendo-o Senhor e Rei. Haverá, pois, um dia que "todo joelho se
dobrará" e "toda língua confessará" o senhorio de Cristo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
tema estudado hoje é altamente teológico. Vimos a humilhação e a encarnação de
Jesus. Estudamos a dinâmica da sua humanização e a sua consequente exaltação.
Aprendemos também que o Senhor Jesus é o Deus
forte encarnado - verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. E que Ele
recebeu do Pai toda a autoridade nos céus e na terra.
Ele é o Kyrios, o Senhor Todo-Poderoso. O
nome sob o qual, um dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que
Jesus Cristo é o Senhor. Proclamemos essa verdade universalmente.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK,
Roy B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. BLOMBERG, Craig L. Questões
Cruciais do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio
Teológico
“KENOSIS [Do gr. kenós, vazio, oco, sem
coisa alguma] Termo usado para explicar o esvaziamento da glória de Cristo
quando da sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a
glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor
retrata a kenósis de Cristo. Segundo vaticina o profeta, em Jesus não havia
beleza nem formosura. Nesta humilhação, porém, Deus exaltou o homem às regiões
celestes. Quando se trata de Kenósis de Cristo, há que se tomar muito cuidado.
É contra o espírito do Novo Testamento, afirmar que o Senhor Jesus esvaziou-se
de sua divindade. Ao encarnar-se, esvaziou-se Ele apenas da sua glória. Em todo
o seu ministério terreno, agiu como verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
KENÓTICA, TEOLOGIA DA
Movimento
surgido na Inglaterra no século 19, cujo objetivo era enfatizar a kenósis de
Cristo. Em torno do tema, muitas questões foram suscitadas: Cristo, afinal,
esvaziou-se de sua glória ou de sua divindade? Caso haja se esvaziado de sua
divindade, sua morte teve alguma eficácia redentora?
Ora,
como já dissemos no verbete anterior, a kenósis de Cristo não implicou no
esvaziamento de sua divindade, mas apenas no autoesvaziamento de sua glória. “Em
todo o seu ministério, agiu Ele como verdadeiro homem e verdadeiro Deus"
(ANDRADE, Claudionor. Dicionário Teológico. 13.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004,
p.246).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsidio
Teológico
"O
termo 'Senhor' representa o vocábulo grego kurios, bem como os vocábulos hebraicos
Adonai (que significa 'meu Senhor, meu Mestre, aquEle a quem pertenço') e
Yahweh (o nome pessoal de Deus). Para as culturas do Oriente Próximo e do
Oriente Médio antigos, 'Senhor' atribuía grande reverência quando aplicado aos
governantes. As nações ao redor de Israel usavam o termo para indicar seus reis
e deuses, pois a maioria dos reis pagãos afirmavam-se deuses. Esse termo, pois,
representava adoração e obediência. Kurios podia ser usado no trato com pessoas
comuns, como uma forma polida de tratamento. Entretanto, a Bíblia declara que o
nome 'Senhor' foi dado a Jesus pelo Pai, identificando-o, assim, como divino
Senhor (Fp 2.9-11). Os crentes adotaram facilmente esse termo, reconhecendo em
Jesus o Senhor divino. Por meio de seu uso, indicavam completa submissão ao Ser
Supremo. O título que Paulo preferia usar para referir-se a si mesmo era
'servo' (no grego, doulos”, 'escravo', ou seja, um escravo por amor) de Cristo
Jesus (Rm 1.1; Fp 1.1). A rendição absoluta é apropriada a um Mestre absoluto.
A significação prática desse termo é espantosa quanto às suas implicações na
vida diária. A vida inteira deve estar sob a liderança de Cristo. Ele deve ser
o Mestre de cada momento da vida de todos quantos nasceram na família de Deus.
Isso,
contudo, não significa que Cristo seja um tirano, pois Ele mesmo declarou: 'Os
reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são
chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja
como o menor; e quem governa com quem serve. Pois qual é maior: quem está à
mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós,
sou como aquele que serve' (Lc 22.25-27; ver também Mt 20.25-28). “Jesus viveu
e ensinou a liderança de servos" (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M.
Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2005, pp.51-52)
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