terça-feira, 23 de julho de 2013

Lição 4 - 3º Trim. 2013 - Jesus, O Modelo Ideal de Humildade.

Lição 04
JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE.
28 de julho de 2013
Professor Alberto

TEXTO ÁUREO


“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).


VERDADE PRÁTICA


Jesus Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.


COMENTÁRIO DO TEXTO ÁUREO


“De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2.5).

            Nosso texto áureo aponta para a pedagogia de Jesus, ou seja, a educação ou o ensino com seu próprio exemplo. Na Bíblia encontramos várias passagens sobre essa pedagogia, a mais notável declaração é:
“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mateus 11.29).
           
“Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus” - “Tende... sentimento...”, essa palavra vem do grego proneite, literalmente significa “tende a mentalidade”, “tende a disposição mental”, “tende o pensamento”.
O “sentimento” aqui refere-se, portanto, conforme podemos observar nos demais versículos (Fl 2.5-8), uma disposição altruísta, de interesse pelos outros, levando-nos até mesmo a sofrermos todo tipo de injustiça e barbaridades dos homens, com o objetivo altruísta de servimos a outros.

Esse sentimento do Senhor Jesus, deve estar presente em nós, “...em vós...”, ou seja, esse sentimento deve estar presente em cada crente, individualmente, mas também em toda comunidade cristã.

“Paulo enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparável do céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv. 5-8). A humildade integral de Cristo deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifício e renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem” (Bíblia de Estudo Pentecostal – página  nº 1825).


RESUMO DA LIÇÃO 04


JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE.

I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO    (2.5-6)
1. Ele deu o maior exemplo de humildade.
2. Ele era igual a Deus.
3. Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus” (v.6).

II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7-8)
1. “Aniquilou-se a si mesmo” (2.7).
2. Ele “humilhou-se a si mesmo” (2.8).
3. Ele foi “obediente até a morte e morte de cruz” (2.8).

III. A EXALTAÇÃO DE CRISTO
1. “Deus o exaltou soberanamente” (2.9).
2. Dobre-se todo joelho.
3. “Toda língua confesse” (v.11).


INTERAÇÃO


OBSERVAÇÃO - na nossa INTERAÇÃO há duas declarações equivocadas:
1.-  Que o Nazareno é a encarnação suprema do Deus Pai?
2.- O Pai se fez carne e humilhou-se.

ESSAS DUAS DECLARAÇÕES PRECISAM SER EXPLICADAS.

Essas afirmações são equivocadas, mesmo que a INTERAÇÃO pretenda falar sobre a humildade, ela não pode confundir as pessoas da unidade divina, porque Jesus Nazareno, é o Filho, não é o Pai.
 A doutrina que confunde o Pai com o Filho ficou denominada de PATRIPASSIONISMO, e é considerada desde os pais da igreja como uma heresia.
Patripassionismo é uma expressão oriunda do latim, pater - pai e patior - sofrer. Basicamente, os textos bíblicos utilizados pelos que defendem a ideia de que Jesus Cristo é o Pai são:
"Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). "Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai: e como dizes tu: Mostra-nos o Pai?" (Jo 14.9).
Análise dos versículos citados
— "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). Neste versículo vemos a pluralidade na unidade. Basta observar a expressão "somos", pluralidade; "um", unidade.
Jesus não está dizendo que é a mesma pessoa do Pai, mas que Ele e o Pai são duas pessoas distintas, em unidade divina. Portanto, João 10.30 deve ser entendido como uma declaração de Jesus acerca da sua natureza divina.
— "Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai: e como dizei tu: Mostra-nos o Pai?" (Jo 14.9).
Encontramos aqui uma reiteração da mesma substância da declaração do versículo 7 deste capítulo: "Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai: e já desde agora o conheceis, e o tendes visto".
Ver o Pai não consiste em contemplar meramente a Sua presença corporal, mas em conhecê-Lo. Fica subentendido que não ver o Pai, na pessoa de Jesus, é o mesmo que não conhecê-Lo. O Filho é o único expositor do Pai aos homens (Mt 11.27; Jo 12.44-45; Cl 1.15; Hb 1.3; 1Tm 6.16).
Citações bíblicas de que Jesus não é o Pai:
Estando Jesus na terra, o Pai estava no céu: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus" (Mt 5.16). "Sede vós, pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus" ( Mt 5.48 );
Jesus disse que confessaria diante do Pai os homens que o confessassem: "Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus" (Mt 10.32-33);
O Senhor Jesus Cristo está hoje à direita do Pai: “E, ouvindo isto, enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé á mão direita de Deus" (At 7.54-56);
Deus Pai é Pai de Jesus. Jesus não é Pai de Si mesmo: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo" (Ef 1.3). "Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor"    (2Jo 3);
Jesus entregou o seu espírito a seu Pai e não a si mesmo: "E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou" (Lc 23.46);
Jesus conhecia o Pai, mas não era o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai, e dou a minha vida pelas ovelhas” (Jo 10.15);
Jesus cita a Lei sobre o testemunho de dois homens e faz analogia entre Ele e o Pai, como duas testemunhas: "E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou" ( Jo 8.17-18 ).

Portanto, não podemos confundir as pessoas na unidade divina, nossa declaração de fé bíblica, ou seja, a Declaração de Fé das Assembleias de Deus do Brasil diz: “CREMOS”…
1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).
Temos, porém de ter em mente que alguns não conseguem dissociar a palavra Deus do Pai, todas as vezes que dizemos que Jesus é Deus, não estamos dizendo que Jesus é o Pai e nem que seja o Espírito Santo.
Outro problema comum é aplicar as passagens bíblicas que se referem ao Filho como homem, para contradizer sua natureza divina. Ignoram que o Senhor Jesus possui duas naturezas: a divina e a humana, assim apresentam as passagens bíblicas que provam a humanidade de Jesus para negar a sua divindade, sendo que essas passagens não contradizem sua divindade apenas prova sua outra natureza a humana. Assim como as passagens que revelam a divindade de Jesus não contradizem sua natureza humana, mas simplesmente revelam sua outra natureza a divina, já que o filho possui duas naturezas, verdadeiro homem (I Tm 2.5) e verdadeiro Deus (I Jo 5.20).
Assim declara o Credo Niceno acerca de Jesus: “Igual ao Pai no tocante à sua Deidade, e inferior ao Pai no tocante à sua humanidade”.
No importante documento intitulado Tomo de Leão (440-461) parte III diz: “Assim, intactas e reunidas em uma pessoa as propriedades de ambas as naturezas, a majestade assumiu a humildade, a força assumiu a fraqueza, a eternidade assumiu a mortalidade e, para pagar a dívida de nossa condição, a natureza inviolável uniu-se a natureza que pode sofrer. Desta maneira, o único e idêntico Mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, pôde, como convinha à nossa cura , por um lado, morrer e, por outro, não morrer...”  e  na parte IV diz: “Neste mundo fraco entrou o Filho de Deus. Desceu do seu trono celestial, sem deixar a glória do Pai, e nasceu segundo uma nova ordem, mediante um novo modo de nascimento. Segundo uma nova ordem, visto que invisível em sua própria natureza, se fez visível na nossa e, ele que é  incompreensível, se tornou compreendido; sendo anterior aos tempos, começou a existir no tempo; Senhor do universo, revestiu-se de forma de servo, ocultando a imensidade de sua Excelência;  Deus impassível, não se horrorizou de vir a ser carne passível; imortal, não recusou às leis da morte. Segundo um novo modo de nascimento, visto que a virgindade, desconhecendo qualquer concupiscência, concedeu-lhe a matéria de sua carne. O Senhor tomou, da mãe, a natureza, não a culpa. Jesus Cristo nasceu do ventre de uma virgem, mediante um nascimento  maravilhoso. O fato de o corpo do Senhor nascer portentosamente não impediu a perfeita  identidade de sua carne com a nossa, pois ele que é verdadeiro Deus é também verdadeiro homem. Nesta união não há mentira nem engano. Corresponde-se numa unidade mútua a humildade do homem e a excelsitude de Deus. Por ser misericordioso, Deus [divindade]  não se altera; por ser dignificado, o homem [humanidade]  não é absorvido. Cada natureza [a de Deus e a de servo]  realiza suas próprias funções em comunhão com a outra. O Verbo faz o que é próprio do verbo; a carne faz o que é próprio à carne;  um fulgura com milagres; o outro submete-se às injúrias. Assim como o Verbo não deixa de morar na glória do Pai, assim a carne não deixa de pertencer ao gênero humano... Portanto, não cabe a ambas as naturezas dizerem: “O Pai é maior do que eu” ou “Eu e Pai somos um”. Pois, ainda que em Cristo Nosso Senhor haja só uma pessoa. Deus-homem, o princípio que comunica a ambas as naturezas as ofensas é distinto do princípio que lhes torna comum a glória...”. (Documentos da Igreja Cristã, H. Bettenson, ASTE, 3ª  Edição – SP 1998 – págs. 98-101).
O autor evangélico Robert M. Browman Jr., declara com muita propriedade e profundo senso de responsabilidade: “Existe a escolha, portanto, entre crer no Deus verdadeiro conforme Ele Se revelou, com mistérios e tudo, ou crer num Deus que é relativamente fácil de ser compreendido, mas que tem pouca semelhança com o Deus verdadeiro. Os trinitários estão dispostos a conviver com um Deus a quem não consegue compreender plenamente”, já que adoramos a Deus conforme Ele Se tem revelado nas Sagradas Escrituras. Feito essas observações continuemos a nossa lição.

INTERAÇÃO (adaptada)
Você concorda que Jesus Cristo é a plena revelação de Deus? Que em Jesus, o Altíssimo se fez Deus Conosco, o Emanuel? Que o Nazareno é a encarnação do verbo (Jo 1.14)? Mas por que o Altíssimo não escolheu manifestar-se como um político poderoso judeu?

Por que Ele não elegeu um sacerdote da linhagem de Arão para salvar à humanidade? Por que o nosso Deus escolheu alguém que não tinha onde "reclinar a cabeça"?
Alguém que em seu nascimento não tinha onde pousar com a sua mãe?

A vida de Jesus de Nazaré demonstra, ainda que soberano e glorioso, um Deus que não se revelou plenamente a humanidade exalando opulência, mas simplicidade e ternura. O Filho se fez carne e humilhou-se.
Ele revelou-se para o mundo em humilhação. Isto lhe diz alguma coisa?
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor a lição a ser estudada nesta semana é bem teológica. As Escrituras apresentam uma doutrina robusta acerca da humanidade e divindade de Jesus Cristo.
A história da Igreja apresenta fundamentos sólidos à luz dos concílios ecumênicos que, ao longo do tempo, deram conta da evolução de toda a teologia cristã no Ocidente.
Para introduzir o assunto, reproduza o esquema abaixo.
Faça uma rápida exposição da doutrina da união hipostática de Jesus.
Para isso o prezado professor deverá munir-se de uma boa Teologia Sistemática e Bíblica.
UNIÃO HIPOSTÁTICA
"[Do gr. hypostasis] Doutrina que, exposta no Concílio de Calcedônia em 451, realça a perfeita e harmoniosa união entre as naturezas humana e divina de Cristo. Acentua este ensinamento ser Jesus, de fato, verdadeiro homem e verdadeiro Deus" (Dicionário Teológico, p.352, CPAD).
NATUREZA HUMANA
"Embora o título 'Filho do Homem' apresente duas definições principais, são três as aplicações contextuais, no Novo Testamento”. A primeira é o Filho do Homem no seu ministério terrestre. A segunda refere-se ao seu sofrimento futuro (como por Mc 13.24).
Assim, atribuiu-se novo significado a uma terminologia existente dentro do Judaísmo. A terceira aplicação diz respeito ao Filho do Homem na sua glória futura (ver Mc 13.24, que aproveita diretamente toda a corrente profética que brotou do livro de Daniel).
 [...] Logo, Jesus é o Filho do Homem - passado, presente e futuro. [...] “O fato de o Filho do Homem ser um homem literal é incomparável" (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, pp.312-13, CPAD).
NATUREZA DIVINA
"Os escritos joaninos dão bastante ênfase ao título” 'Filho de Deus'. João 20.31 afirma de forma explícita que o propósito do evangelho é 'para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome'.
Além do uso do próprio título, Jesus é chamado inúmeras vezes 'o Filho', sem acréscimo de outras qualificações. Há também mais de cem circunstâncias em que Jesus se dirige diretamente a Deus ou se refere a Ele como 'Pai' [...].
As afirmações: 'Eu sou' são exclusivas do evangelho de João. Elas, como afirmações de Jesus na primeira pessoa, formam uma parte relevante do autor revelação dEle ['Eu Sou' é a declaração da autor revelação divina (cf. Êx 3.14)]" (Teologia do Novo Testamento, pp.203, 205, CPAD).

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Conhecer o estado eterno da pré-encarnação de Cristo.
Apreender o que a Bíblia ensina sobre o estado temporal de Cristo.
Compreender a exaltação final de Cristo.

COMENTÁRIO


introdução

                                        PALAVRA CHAVE
      HUMILDADE:
Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. Modéstia, pobreza.
Nesta lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana, obediência e humilhação, bem como a sua divindade. Humanidade e divindade, aliás, são as duas naturezas inseparáveis de Jesus.
Esta doutrina é apresentada por Paulo no segundo capítulo da Epístola aos Filipenses. Veremos ainda que Jesus nunca deixou de ser Deus, e que se encarnando, salvou-nos de nossos pecados. A presente lição revela também a sua exaltação.
I. O FILHO DIVINO: O ESTADO ETERNO DA PRÉ-ENCARNAÇÃO (2.5-6)
1. Ele deu o maior exemplo de humildade. Na Epístola aos Filipenses, lemos: "De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus" (v.5). Este texto reflete a humildade de Cristo revelada antes da sua encarnação.
Certa feita, quando ensinava aos seus discípulos, o Mestre disse: "Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração" (Mt 11.29).Jesus Cristo é o modelo perfeito de humildade. O apóstolo Paulo insta a que os filipenses tenham a mesma disposição demonstrada por Jesus.
2. Ele era igual a Deus.  "Que, sendo em forma de Deus" (v.6).A palavra forma sugere o objeto de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à forma essencial da divindade. Cristo é Deus, igual com o Pai, pois ambos têm a mesma natureza, glória e essência (Jo 17.5).
A forma verbal da palavra sendo aparece em outras versões bíblicas como subsistindo ou existindo. Cristo é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se humano "subsistia em forma de Deus".  Os líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele dizia ser "igual a Deus".
A Filipe, o Senhor afirmou ser igual ao Pai (Jo 14.9-11). A divindade de Cristo é fartamente corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; Hb 1.8; Ap 21.7). Portanto, Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não de sua divindade, mas de sua glória.  
3. Mas "não teve por usurpação ser igual a Deus" (v.6). Isto significa que o Senhor não se apegou aos seus "direitos divinos". Ele não agiu egoisticamente, mas esvaziou- se da sua glória, para assumir a natureza humana e entregar-se em expiação por toda humanidade.
O que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o seu amor pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza terrena. Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com exceção do pecado.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Cristo é por natureza Deus, pois antes de fazer-se humano "subsistia em forma de Deus".

II. O FILHO DO HOMEM: O ESTADO TEMPORAL DE CRISTO (2.7-8)
1. "Aniquilou-se a si mesmo" (2.7). Foi na sua encarnação que o Senhor Jesus deu a maior prova da sua humildade: Ele "aniquilou-se a si mesmo". O termo grego usado pelo apóstolo é o verbo kenoô, que significa também esvaziar, ficar vazio.
Portanto, o verbo esvaziar comunica melhor do que aniquilar a ideia da encarnação de Jesus; destaca que Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se de sua glória e tomou a natureza humana. Todavia, em momento algum veio a despojar-se da sua divindade. Jesus não trocou a natureza divina pela humana.
Antes, voluntariamente, renunciou em parte às prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade. Tornando-se verdadeiro homem, fez-se maldição por nós (Gl 3.13). E levou sobre o seu corpo todos os nossos pecados (1Pe 2.24). Em Gálatas 4.4, Paulo escreveu que, na plenitude dos tempos, "Deus enviou seu Filho, nascido de mulher".
Isto indica que Jesus é consubstancial com toda a humanidade nascida em Adão. A diferença entre Jesus e os demais seres humanos está no fato de Ele ter sido gerado virginalmente pelo Espírito Santo e nunca ter cometido qualquer pecado ou iniquidade (Lc 1.35). Por isso, o amado Mestre é "verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus".
2. Ele "humilhou-se a si mesmo" (2.8). Jesus encarnado rebaixou-se mais ainda ao permitir ser escarnecido e maltratado pelos incrédulos (Is 53.7; Mt 26.62-64; Mc 14.60,61). A auto-humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas, porém jamais perdeu o foco da sua missão: cumprir toda a justiça de Deus para salvar a humanidade.        
3. Ele foi "obediente até a morte e morte de cruz" (2.8). O Mestre amado foi obediente à vontade do Pai até mesmo em sua agonia: "Não se faça a minha vontade, mas a tua" (Lc 22.42). No Getsêmani, antes de encarar o Calvário, Jesus enfrentou profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus, acatando-lhe a vontade soberana.
Quando enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais baixo da sua humilhação. Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23; cf. Gl 3.13), passando pela morte e morte de cruz.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
O  crente como sal e  luz do mundo, representante do reino divino,  não pode permitir que atitudes mundanas destruam a família.
III. A EXALTAÇÃO DE CRISTO (2.9-11)
1. "Deus o exaltou soberanamente" (2.9). Após a sua vitória final sobre o pecado e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O caminho da exaltação passou pela humilhação, mas Ele foi coroado de glória, tornando-se herdeiro de todas as coisas (Hb 1.3; 2.9;12.2).
Usado pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios revela a glorificação de Cristo. O nome "Jesus" é equivalente a "Senhor", e, por decreto divino, Ele foi elevado acima de todo nome.
As Escrituras atestam que ante o seu nome "se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]" (v.10).

2. Dobre-se todo joelho. Diante de Jesus, todo joelho se dobrará (v.10). Ajoelhar-se implica reconhecer a autoridade de alguém. Logo, quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos bem claro que Ele é a autoridade suprema não só da Igreja, mas de todo o Universo.
Quando oramos em seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a soberania. Pois todas as coisas, animadas e inanimadas, estão sob a sua autoridade e não podem esquivar-se do seu senhorio.
3. "Toda língua confesse" (v.11). Além de ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus, a expressão implica também a pregação do Evangelho em todo o mundo. Cada crente deve proclamar o nome de Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se crê.
A confissão de que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de convergência de toda a Igreja (Rm 10.9; At 10.36; 1 Co 8.6). Nosso credo implica o reconhecimento público de Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. A exaltação de Cristo deve ser proclamada universalmente.

Deus, o Pai, exaltou soberanamente o Filho fazendo-o Senhor e Rei. Haverá, pois, um dia que "todo joelho se dobrará" e "toda língua confessará" o senhorio de Cristo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tema estudado hoje é altamente teológico. Vimos a humilhação e a encarnação de Jesus. Estudamos a dinâmica da sua humanização e a sua consequente exaltação.
 Aprendemos também que o Senhor Jesus é o Deus forte encarnado - verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. E que Ele recebeu do Pai toda a autoridade nos céus e na terra.
 Ele é o Kyrios, o Senhor Todo-Poderoso. O nome sob o qual, um dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Proclamemos essa verdade universalmente.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, Roy B. (Ed.). Teologia do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008. HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. BLOMBERG, Craig L. Questões Cruciais do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
 “KENOSIS [Do gr. kenós, vazio, oco, sem coisa alguma] Termo usado para explicar o esvaziamento da glória de Cristo quando da sua encarnação. Ao fazer-se homem, renunciou Ele temporariamente a glória da divindade (Fp 2.1-6). O capítulo 53 de Isaías é a passagem que melhor retrata a kenósis de Cristo. Segundo vaticina o profeta, em Jesus não havia beleza nem formosura. Nesta humilhação, porém, Deus exaltou o homem às regiões celestes. Quando se trata de Kenósis de Cristo, há que se tomar muito cuidado. É contra o espírito do Novo Testamento, afirmar que o Senhor Jesus esvaziou-se de sua divindade. Ao encarnar-se, esvaziou-se Ele apenas da sua glória. Em todo o seu ministério terreno, agiu como verdadeiro homem e verdadeiro Deus.
KENÓTICA, TEOLOGIA DA
Movimento surgido na Inglaterra no século 19, cujo objetivo era enfatizar a kenósis de Cristo. Em torno do tema, muitas questões foram suscitadas: Cristo, afinal, esvaziou-se de sua glória ou de sua divindade? Caso haja se esvaziado de sua divindade, sua morte teve alguma eficácia redentora?
Ora, como já dissemos no verbete anterior, a kenósis de Cristo não implicou no esvaziamento de sua divindade, mas apenas no autoesvaziamento de sua glória. “Em todo o seu ministério, agiu Ele como verdadeiro homem e verdadeiro Deus" (ANDRADE, Claudionor. Dicionário Teológico. 13.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.246).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsidio Teológico
"O termo 'Senhor' representa o vocábulo grego kurios, bem como os vocábulos hebraicos Adonai (que significa 'meu Senhor, meu Mestre, aquEle a quem pertenço') e Yahweh (o nome pessoal de Deus). Para as culturas do Oriente Próximo e do Oriente Médio antigos, 'Senhor' atribuía grande reverência quando aplicado aos governantes. As nações ao redor de Israel usavam o termo para indicar seus reis e deuses, pois a maioria dos reis pagãos afirmavam-se deuses. Esse termo, pois, representava adoração e obediência. Kurios podia ser usado no trato com pessoas comuns, como uma forma polida de tratamento. Entretanto, a Bíblia declara que o nome 'Senhor' foi dado a Jesus pelo Pai, identificando-o, assim, como divino Senhor (Fp 2.9-11). Os crentes adotaram facilmente esse termo, reconhecendo em Jesus o Senhor divino. Por meio de seu uso, indicavam completa submissão ao Ser Supremo. O título que Paulo preferia usar para referir-se a si mesmo era 'servo' (no grego, doulos”, 'escravo', ou seja, um escravo por amor) de Cristo Jesus (Rm 1.1; Fp 1.1). A rendição absoluta é apropriada a um Mestre absoluto. A significação prática desse termo é espantosa quanto às suas implicações na vida diária. A vida inteira deve estar sob a liderança de Cristo. Ele deve ser o Mestre de cada momento da vida de todos quantos nasceram na família de Deus.

Isso, contudo, não significa que Cristo seja um tirano, pois Ele mesmo declarou: 'Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa com quem serve. Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está à mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve' (Lc 22.25-27; ver também Mt 20.25-28). “Jesus viveu e ensinou a liderança de servos" (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.51-52)

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