quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Lição 3 - 4º Trimestre 2017 - A Salvação e o Advento do Salvador - Adultos.

Lição 3

                                     A Salvação e o Advento do Salvador
4° Trimestre de 2017
adultos4tcapa
ESBOÇO DA LIÇÃOINTRODUÇÃO
I - O ANÚNCIO DO NASCIMENTO
II – A CONCEPÇÃO DO SALVADOR
III – “O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS”
CONCLUSÃO
OBJETIVO GERALMostrar que o nascimento de Jesus Cristo se deu dentro do plano divino para salvar a humanidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
I – Apresentar como se deu o anúncio do nascimento do Salvador;
II – Explicar a respeito da concepção do Salvador;
III – Mostrar que “o verbo se fez carne e habitou entre nós”.
PONTO CENTRALJesus Cristo veio ao mundo na plenitude dos tempos para salvar a humanidade.

“O VERBO SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NÓS”
Pastor Claiton Ivan Pommerening
Entre os títulos messiânicos da tradição veterotestamentária e interpretados como sendo de Jesus de Nazaré, um em particular recebe destaque: “Emanuel”, que, no hebraico, é a junção de dois termos: immánu, que significa “conosco” e El, que significa “Deus” ou “Senhor”, literalmente “conosco [está] Deus”. O título foi uma apropriação teológica atribuída ao profeta Isaías, já que a expressão aparece em dois versículos e indiretamente em um versículo. Seguem: (1º) “Portanto, o mesmo Senhor vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” (Is 7.14). (2º) “[...] e passará a Judá, inundando-o, e irá passando por ele, e chegará até ao pescoço; e a extensão de suas asas encherá a largura da tua terra, ó Emanuel (Is 8.8)”. (3º) “Tomai juntamente conselho, e ele será dissipado; dizei a palavra, e ela não subsistirá, porque Deus é conosco” (Is 8.10).
O Emanuel é a garantia de que, assim como foi com o povo de Israel, Ele também está conosco, assim como Ele mesmo prometeu: “Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28.20). Assim se cumpre em nós a promessa messiânica de que Ele, de fato, estaria conosco. O apóstolo João escreveu: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). O verbo “habitar” (armara sua tenda) utilizado por João tem o mesmo sentido que o Emanuel utilizado por Isaías, ou seja, Deus agora habita definitivamente entre seu povo através de Cristo e de seu sacrifício na cruz. “E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita” (Rm 8.11).

O apóstolo Paulo refere-se à encarnação de Cristo como “aquele que foi manifestado na carne” (1 Tm 3.16), como Ele sendo a “imagem de Deus” (2 Co 4.4), que realizou sua obra de reconciliação “no corpo da sua carne” (Cl 1.22) e que Deus condenou o pecado na carne (Rm 8.3). Pedro afirma que Cristo morreu por nós na carne (1 Pe 3.18; 4.1). Portanto, as escrituras estão repletas de confirmações de Jesus como Deus encarnado. João avisa que o espírito do Anticristo atua naqueles que negam que Cristo veio em carne (1 Jo 4.2; 2 Jo 7).
Quando Jesus tornou-se carne, Ele assumiu toda a humanidade com suas fragilidades próprias. E é por esse motivo que Ele chora em público (Jo 11.35), admite perdas e sente saudades (Jo 11.36), grita de dor (Mt 27.50), confessa tristeza de morte (Mt 26.38), sente-se cansado (Jo 4.6), tem sede (Jo 19.28), tem dificuldades familiares (Jo 7.3-5), é tido como louco (Mc 3.21) e sabe que a privacidade e a oração são uma necessidade de sobrevivência (Mc 1.35; 6.30-32,45,46; Lc 5.16). Assim sendo, sua encarnação não foi uma farsa, mas, sim, a realidade concreta de que o ser divino excelso escolheu sentir toda a dor, toda a aflição e toda a tentação humana para, dessa forma, socorrer-nos em nossas fraquezas (Hb 4.15) e dar-nos a salvação “enviando o seu próprio filho em semelhança da carne do pecado” (Rm 8.3), condenando o pecado que nos afligia na carne. A encarnação de Jesus é a afirmação verídica de que Ele tornou-se completamente homem, mas que, ao mesmo tempo, não deixou de ser completamente Deus (Jo 1.1-3; 10.30; Fp 2.6). Portanto, sem ter deixado de ser Deus, Deus tornou-se homem.

A realidade de um Deus santo encarnar é completamente anormal e impossível — é um paradoxo. Por isso, Paul Tillich afirma que o “paradoxo cristológico [da encarnação] e o paradoxo da justificação do pecador são um único e mesmo paradoxo — o paradoxo do Deus que aceita um mundo que o rejeita”.2 Assim, diante da situação pecaminosa do homem e diante da necessidade de a expiação ser feita por um ser humano perfeito, somente uma solução foi possível: o Filho de Deus encarnar, ou seja, deixar sua glória e majestade e tornar-se como um ser humano comum e sujeito às mesmas falhas e erros, mas sem pecado (Lv 4.3; Hb 4.15). Para o plano de salvação ser aceito por Deus, ele deveria ser executado por alguém que pudesse ser Deus e homem ao mesmo tempo na função de mediador (1 Tm 2.5), alguém que pudesse colocar-se entre Deus e a criatura pecadora e sem esperança; para ser mediador, teria que ser Deus; para representar a humanidade, teria que ser homem. Somente Jesus poderia preencher esses requisitos em sua automanifestação divina, demonstrando o paradoxo de que aquEle que transcende o universo aparece no universo e está sujeito às suas condições limitantes por decisão própria, embora, a qualquer momento, pudesse utilizar seus atributos divinos incomunicáveis (Mc 4.39).

Para Jesus cumprir a penalidade humana, Ele teria que morrer. Para morrer, Ele teria que ter um corpo (Jo 1.14).5 Assim, conforme afirma a Confissão de Fé das Assembleias de Deus:
A encarnação do Senhor Jesus fez-se necessária para satisfazer a justiça de Deus: o pecado entrou no mundo por um homem, Adão, assim, tinha de ser vencido por um homem, Jesus. Em sua natureza humana, Jesus participou de nossa fraqueza física e emocional, mas não de nossa fraqueza moral e espiritual.6
As duas naturezas de Jesus permaneceram inalteradas em sua essência; são revestidas de seus atributos inerentes7 e apresentam Jesus como uma única pessoa indivisível na qual as duas naturezas estão unidas, constituindo uma pessoa com uma só vontade e consciência. Essa união somente é possível por causa do parentesco do homem com Deus, ou seja, Deus soprou no homem o seu próprio fôlego de vida, instilando nele a sua essência e semelhança. Ele não podia tornar-se árvore ou pedra, mas podia ser homem, pois foi feito à sua imagem. Assim como a imagem de Deus foi aviltada no homem pelo pecado, “Cristo, a imagem perfeita de Deus segundo a qual o homem foi feito, restaura aquela imagem perdida, unindo-se à humanidade e enchendo-a de vida e amor divinos.”8 A possibilidade da restauração da imagem de Deus, corrompida radicalmente pelo pecado, é dada a nós novamente naquEle que refletiu a perfeita imagem de Deus.

A plenitude da divindade (Cl 1.19; 2.9) encarnou em finitude humana na plenitude dos tempos (Gl 4.4). Isso torna possível que nós, simples mortais e sujeitos ao pecado, estejamos cheios de toda a plenitude de Deus (Ef 3.19) para refletir sua glória ao mundo através do amor com que nos amamos uns aos outros (Jo 13.35).

A encarnação foi a manifestação do Logos (Palavra) divino em Jesus como o Cristo. Por esse motivo, a Teologia cristã transcende outras teologias, pois “nenhum mito, nenhuma visão mística, nenhum princípio metafísico, nenhuma lei sagrada tem a concretude de uma vida pessoal [como a de Cristo]. Em comparação com uma vida pessoal, tudo o mais [outras teologias e religiões] é relativamente abstrato. E nenhum desses fundamentos relativamente abstratos da teologia tem a universalidade do Logos”.9

A encarnação da Palavra em Jesus não era automática, mas, sim, fruto da obediência ao Pai em tudo. Jesus disse: “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo” (Jo 5.30). Para obedecer à Palavra do Pai, Jesus teve que desobedecer às autoridades religiosas da época várias vezes. Ele teve momentos difíceis em que orava: “Afasta de mim este cálice!” (Mc 14.36). Teve que pedir a ajuda dos amigos (Mt 26.38,40). Teve que orar muito para poder vencer (Hb 5.7; Lc 22.41-46). Apesar de tudo, Ele venceu! Ele mesmo o confirma: “Eu venci o mundo!” (Jo 16.33). Como diz a carta aos Hebreus: “O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia. Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.7-8).

Teologicamente, afirma-se que o nascimento de Jesus é a sua encarnação e que sua morte é a expiação dos pecados. Assim, a humilhação de Jesus tem início com o seu esvaziamento ao tomar a forma de servo (Fp 2.7-8), culminando com seu sofrimento na cruz. Portanto, sua humilhação está relacionada aos seus sofrimentos: a perseguição, o desprezo das autoridades, a discriminação (Jo 1.46), o silêncio diante de seus acusadores, os açoites impiedosos, o julgamento diante de Pilatos e Caifás e, por fim, a sua morte. Em Jesus, cumpriu-se cada detalhe do Servo Sofredor (Is 53) e, por esse motivo, devemos agir conforme o texto adiante.
E cabe a nós, igreja, anunciar ao mundo que em Cristo há um caminho para a salvação e para a vida abundante. Essa compreensão impele a igreja a um despertamento da necessidade de “sair para fora” e anunciar que há um juízo, mas que também há uma salvação em Cristo.10
Quando Jesus andou na terra, ofereceu-nos o melhor exemplo, pois assumiu a forma humana plena e conviveu humildemente com a fraqueza humana. Quando estava cansado, não sentiu vergonha de dormir na popa do barco. Ele sentiu fome, chorou diante da miséria humana, do sofrimento alheio e do seu próprio e tornou-se servo dos discípulos (Jo 13); na cruz, porém, deu o brado final “está consumado” para que hoje pudéssemos estar salvos. Dessa forma, devemos seguir o exemplo de humildade dEle e servir nossos irmãos.

As Boas-Novas do evangelho materializaram-se em Jesus no seu nascimento na Galileia. Sua obra salvadora foi profetizada em todo o Antigo Testamento e anunciada pelos anjos aos pastores, de forma que a abrangência de sua obra salvadora ecoa por todo o Universo. Dessa forma, basta-nos desfrutar dos benefícios de sua encarnação de maneira responsável e repartir essa benção infinita com o maior número possível de pessoas para que o Reino de Deus esteja entre os homens.
Texto extraído do livro “A Obra de Salvação”, editada pela CPAD, 2017.

1 POMMERENING, Claiton Ivan. Isaías: eis-me aqui, envia-me a mim. Rio de Janeiro: CPAD, 2016. p. 101-102.
TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. 5ª ed. São Leopoldo: Sinodal, 2005. p. 436.
3 TILLICH, Paul. Teologia Sistemática. 5ª ed. São Leopoldo: Sinodal, 2005. p. 435.
4 Os atributos incomunicáveis de Deus são os que o fazem ser Deus e que lhe são exclusivos, como sua onipotência e onisciência.
5 DUFFIELD, Guy P.; CLEAVE, Nathaniel M. Van. Fundamentos da Teologia Pentecostal. Vol. I. São Paulo: Quadrangular, 1991. p. 240.
6 SILVA, 2017.
7 Os atributos de Deus são tradicionalmente divididos na Teologia em: naturais/incomunicáveis e morais/comunicáveis.
8 STRONG, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática. São Paulo: Hagnos, 2003. p. 333-334; 347-348.
9 TILLICH, 2005, p. 33.
Marcelo Oliveira de OliveiraRedator do Setor de Educação Cristão (CPAD)
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