A ALEGRIA DO SALVO EM
CRISTO
08 de setembro de 2013
Professor Alberto
TEXTO ÁUREO
“Regozijai-vos,
sempre, no Senhor, outra vez digo: regozijai-vos”
(Fp 4.4).
VERDADE PRÁTICA
Em tempos trabalhosos e difíceis,
somente a alegria do Senhor pode apaziguar a nossa alma.
COMENTÁRIO DO
TEXTO ÁUREO
“Regozijai-vos,
sempre, no Senhor, outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4).
Nosso texto áureo
é sobre a palavra “regozijar”, ou “alegrar-se”, trata-se de uma palavra chave da
epístola de Paulo aos Filipenses. Regozijar
ou alegrar na epístola aos
filipenses vêm da palavra grega “chara”
– “alegria, estado de regozijo”, também
usada para indicar um “banquete” ou
um “banquete festivo”, como também
para indicar a pessoas ou a coisa que causava alegria, que é o caso de
Filipenses 4.1.
Um dos aspectos
do fruto do Espírito Santo é a alegria, assim sendo a alegria no Senhor, é consequência
do desenvolvimento da vida espiritual do cristão.
Podemos
compreender o versículo como uma exortação do apóstolo Paulo para
desenvolvermos uma vida espiritual profunda, porque essa espiritualidade gerará o fruto do
Espírito Santo em nós: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão,
temperança” (Gálatas 5.22).
É importante
compreendermos o contexto dessa carta de Paulo aos filipenses, observe que ele
mesmo estava na prisão em Roma, muitas tinham sido suas lutas, tribulações e
terríveis perseguições, todas essas adversidades certamente sobreviriam aos
cristãos de Filipos, mas não obstante a essas lutas e perseguições, tanto
experimentadas pelo apóstolo como a todos os seguidores de Cristo, sua palavra
é: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor, outra vez digo:
regozijai-vos” (Fp 4.4).
É possível que
naquele momento do recebimento da epístola os crentes em Filipos ainda não
haviam experimentado as terríveis perseguições, mas independentemente do
contexto que viviam, sem perseguições ou com elas, eles deveriam: “Regozijar, sempre,...”.
Mas essa alegria
que se cultivada espiritualmente, será contínua, sempre, é a alegria no Senhor,
Ele é a origem, a fonte, o gênesis desta alegria, não se trata de uma alegria
oriunda do próprio homem, isso tem haver com o estilo de vida que acatamos,
como o modo que vivemos, a maneira que queremos viver, a verdadeira alegria é
para os que vivem em Cristo, que não vivem mais nas paixões da carne, ou no
hedonismo, mas estão crucificados com Cristo: “Já estou
crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida
que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se
entregou a si mesmo por mim” (Gl 2.20).
Assim, para os
que vivem em Cristo, ou seja, não sou eu, mas a Graça de Deus em mim, sinto a
gestação do fruto do Espírito Santo, sinto paz, alegria, posso regozijar-me no
Senhor.
Por outro lado,
um crente que não mantem a comunhão como Senhor, não lê sua Palavra, não a
pratica, não busca a face do Senhor, não está entregue integralmente a Cristo,
não terá alegria permanente, infelizmente será uma alegria passageira.
João Calvino um
dos grandes reformadores da fé cristã declarou: “Pode se compreender facilmente que a alegria do crente difere da do
mundo, a qual é ilusória, frágil e apagada, Cristo chega mesmo a reputá-la
maldita, em Lucas 6.25. Portanto só é autêntica aquela alegria em Deus que
nunca pode ser tirada”.
O apóstolo Paulo
declara duplicadamente para que os crentes regozijassem no Senhor: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor, outra vez digo:
regozijai-vos” (Fp 4.4). Essa
reiterada exortação é profundamente notável e admirável, pois no momento que
ele escreve inspirado pelo Espírito Santo do Senhor, ele está na prisão,
distante dos seus, enfermo, com marcas em seu corpo, sendo perseguido pelos
seus irmãos judeus étnicos, e difamado pelos falsos irmãos, se observarmos com
atenção, é humanamente impossível fazer tal declaração, só podemos compreender
e crer nessa palavra, porque essa realidade, ou seja,
“Regozijai-vos, sempre, no Senhor, outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4.4) é fruto do Espírito Santo produzido naqueles que
estão no Senhor.
RESUMO DA LIÇÃO 10
A
ALEGRIA DO SALVO EM CRISTO
I. EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA
DA FÉ (4.1-3)
1.
A alegria de Paulo.
2.
A alegria nas relações fraternas.
3.
A alegria de ter os nomes escritos no Livro da vida.
II. A ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A
VIDA CRISTÃ (4.4-5)
1.
Alegria permanente no Senhor.
2.
Uma alegria cuja fonte é Cristo.
3.
Uma alegria que produz moderação.
III. A SINGULARIDADE DA PAZ DE
DEUS (4.6-7).
1.
A alegria desfaz a ansiedade e produz a paz.
2.
Uma paz que excede todo o entendimento.
3.
Uma paz que guarda o coração e os sentimentos do crente.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
EXORTAR a respeito da alegria e firmeza da fé.
COMPREENDER que a alegria divina sustenta a vida cristã.
CONSCIENTIZAR-SE a respeito da singularidade da paz de Deus.
INTERAÇÃO
Paulo enfrentou muitas dificuldades e humilhações no serviço do
Mestre.
Em 2 Coríntios 11.23-29 ele faz uma pequena relação de algumas das
dores e perigos que teve que encarar por amor a Cristo.
Todavia, o apóstolo não se deixou abater pelas dificuldades.
Ele não permitiu que as aflições roubassem sua alegria.
O contentamento de Paulo não dependia das circunstâncias, pois advinha
da sua comunhão com Cristo.
Quem tem a Jesus tem a alegria da salvação e pode se regozijar em toda
e qualquer situação.
Na obra do Senhor enfrentamos momentos ruins, mas a alegria concedida
pelo Eterno nos dá forças para seguirmos em frente.
Talvez você esteja enfrentando
momentos difíceis em seu ministério de ensino ou em sua família, porém não
perca a força nem o ânimo.
Confie no Senhor e permita que a alegria dEle inunde sua alma trazendo
paz e esperança.
COMENTÁRIO
PALAVRA CHAVE
ALEGRIA:
Estado de viva satisfação, de vivo
contentamento, regozijo, júbilo.
INTRODUÇÃO
Em 2
Coríntios 12.23-29 lemos: “São ministros de
Cristo? (falo como fora de mim) eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em
açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas
vezes. Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui
açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma
noite e um dia passei no abismo; Em viagens muitas vezes, em perigos de rios,
em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos
gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em
perigos entre os falsos irmãos; Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas
vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas
exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece,
que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase?”
Nestes versículos
podemos observar as muitas provações enfrentadas por Paulo. “Como ter alegria
em meio à tribulação?”.
A resposta
bíblica para esse questionamento é a nossa alegria independe das circunstâncias
externas. A nossa alegria é fruto de Cristo em nós, faz parte da nossa
salvação. Veja os ensinos bíblicos a respeito da alegria.
OS
ENSINOS BÍBLICOS A RESPEITO DA ALEGRIA INCLUEM:
(1) A
alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe 1.3-6; cf. Sl
5.11; Is 35.10). (2) A alegria flui de Deus como um dos aspectos do fruto do
Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vem automaticamente.
Nós a
experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11). Nossa alegria se
torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença
e do contato de Deus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21). (3) A alegria, como deleite
na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não pode ser destruída pela dor,
pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; 2Co
12.9).
Alegria,
regozijo e contentamento são expressões comuns ao longo da Epístola de Paulo
aos Filipenses. Paradoxalmente, elas revelam o coração do apóstolo na prisão de
Roma. Paulo não se desesperou com o seu cativeiro, mas alegrou-se no Senhor.
Ele sabia
que estava nas mãos de Deus e contentava-se com as notícias de que a igreja de
Filipos, fruto do seu árduo ministério, caminhava muito bem. O apóstolo não
deixou se abater com as tribulações do seu ministério, pois nelas, ele via a
providência amorosa do Altíssimo.
I. EXORTAÇÃO À ALEGRIA E FIRMEZA DA
FÉ (4.1-3)
1.
A alegria de Paulo. O primeiro versículo do capítulo 4 de Filipenses
inicia-se com um “portanto”, justamente por ser
continuação do capítulo 3, quando o apóstolo tratara do perigo dos “inimigos da cruz”.
Aqui, Paulo
diz que os crentes de Filipos são a sua “alegria e coroa” e aconselha-os a continuarem firmes no Senhor (v.1). A
permanência dos filipenses em Cristo bastava para encher o coração do apóstolo
de alegria. Por isso, ele manifestou o seu orgulho e os mais íntimos
sentimentos de amor e carinho para com os irmãos de Filipos.
2.
A alegria nas relações fraternas. Nem tudo, porém, era maravilhoso e perfeito na
igreja de Filipos. Ali, estava ocorrendo um grande problema de relacionamento
entre duas importantes mulheres que cooperaram na implantação da igreja
filipense: Evódia e Síntique (v.2).
Esse problema estava perturbando a comunhão da
igreja e expondo a saúde espiritual do rebanho.
A fim de
resolver a questão, Paulo se dirige a um obreiro local (Timóteo ou Tito, não
sabemos) que, com Clemente e os demais cooperadores, procuraria despertar e
restabelecer o relacionamento harmônico e fraterno entre Evódia e Síntique.
Como
verdadeiro pastor, o apóstolo tratou as duas mulheres com o devido cuidado e
respeito, pois as tinha em grande estima pelo fato de ambas terem contribuído
muito para o seu apostolado.
3.
A alegria de ter os nomes escritos no Livro da Vida. O versículo
3 demonstra algo muito precioso para o cristão: a alegria de ter o nome escrito
no livro da vida. Paulo menciona tal certeza, objetivando reafirmar a
felicidade e a glória de se pertencer exclusivamente ao Reino de Deus.
Os
filipenses tinham cidadania romana porque eram originários de uma colônia do
império. Mas quando o apóstolo escreve sobre cidadania refere-se a uma muito
mais importante que a de Roma.
Nossa
verdadeira cidadania vem do céu, e o “mesmo Espírito
testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16). Você
tem convicção de que o seu nome está arrolado no Livro da Vida? Você compreende
o valor disso?
SINÓPSE DO TÓPICO (1)
O apóstolo não deixou
se abater com as tribulações do seu ministério, antes procurou servir ao Senhor
com alegria.
II. A ALEGRIA DIVINA SUSTENTA A
VIDA CRISTÃ (4.4-5)
1.
Alegria permanente no Senhor. A versão bíblica ARC emprega a palavra “regozijar” no
lugar de “alegria” (v.4). O que é regozijar-se? É alegrar-se plenamente.
A declaração
paulina afirma que a fonte da alegria cristã é o Senhor Jesus, que promoveu a
nossa reconciliação com Deus (Rm 5.1,11). Através dEle somos estimulados a
permanecer firmes na fé (Rm 5.2). Que alegria!
É a presença
viva do Espírito Santo em nós que produz essa certeza (Jo 16.7; Rm 14.17;
15.13). Nada neste mundo é capaz de superar as vicissitudes da vida como a
alegria produzida em nosso coração pelo Senhor (Tg 1.2-4; Rm 5.3).
O apóstolo
sabia da batalha que os filipenses enfrentavam contra os falsos mestres. Estes
fomentavam heresias capazes de criar dúvidas quanto à fé. E, por isso, Paulo
imperativamente reitera aos filipenses: “Regozijai-vos
sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”.
2.
Uma alegria cuja fonte é Cristo.A alegria cristã tem como fonte a pessoa bendita
do Senhor Jesus. É por isso que, mesmo em meio às adversidades sofridas em
Filipos, o apóstolo teve grandes experiências de alegrias espirituais (At 16;
cf. 1Ts 2.2).
Isso só foi
possível pelo fato de ele conhecer pessoalmente Jesus de Nazaré. Quando o
apóstolo foi confrontado interiormente e pediu a Deus para que fosse tirado o “espinho de sua carne”, o Senhor lhe
respondeu: “A minha graça te basta, porque o meu poder se
aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12.9a).
Após esse
episódio, Paulo então pôde afirmar: “De boa vontade,
pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de
Cristo” (2Co 12.9b).
3.
Uma alegria que produz moderação.O texto bíblico recomenda que a nossa “equidade [deve ser] notória a todos os homens”, pois “perto
está o Senhor” (v.5).
Na versão
ARA, o termo “equidade” é traduzido como “moderação”. Ambas
as palavras são sinônimas porque dizem respeito à amabilidade, benignidade e
brandura.
Levando em
conta o contexto de Filipenses, os termos referem-se à pessoa que nunca usa de
retaliação quando é provada ou ameaçada por causa de sua fé.
O apóstolo
Paulo espera dos filipenses autocontrole e não um comportamento explosivo,
próprio de pessoas destemperadas ou sem domínio próprio.
Ele assim o
faz, por saber que, aquele que tem a alegria do Senhor no coração, possui uma
disposição amável e honesta para com outras pessoas, particularmente em relação
àquelas inamistosas e más.
William
Barcklay escreve que “o homem que tem
moderação é aquele que sabe quando não deve aplicar a letra estrita da lei, quando
deve deixar a justiça e introduzir a misericórdia”.
SINÓPSE DO TÓPICO (2)
Nada neste mundo é
capaz de superar as vicissitudes da vida como a alegria produzida em nosso
coração pelo Senhor.
III. A SEGURANÇA DA PAZ DE DEUS (4.6-7)
1.
A alegria desfaz a ansiedade e produz a paz.
Além de
gerar equidade, a alegria do Senhor desfaz a ansiedade, pois esta contraria a
confiança que afirmamos ter em Deus.
Nada pode
tirar a nossa paz, perturbando-nos a mente e o coração.
As nossas
petições devem ser feitas humildemente, com ação de graças em reconhecimento à
misericórdia do Senhor (v.6), ao mesmo tempo em que confiamos na providência do
Pai Celeste.
2.
Uma paz que excede todo o entendimento.
No versículo
7, o apóstolo fala acerca da “paz de Deus, que
excede todo o entendimento”.
Ficando
claro que a alegria e a paz são recíprocas entre si.
Não há
alegria sem paz interior.
Esta é
decorrência daquela. Essa paz vem do próprio Jesus: “Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá” (Jo 14.27).
Em síntese,
a paz de Deus transcende qualquer compreensão humana, pois não há como
discuti-la filosófica ou psicologicamente.
Há casos em
que somente a paz de Deus acalma os corações perturbados.
É a paz
divina que excede — ultrapassa ou transcende — a todo o entendimento, pois não
depende das circunstâncias.
3.
Uma paz que guarda o coração e os sentimentos do crente.
Ainda no
versículo 7, lemos que essa paz, dada por Cristo, “guardará
os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”.
O texto fala
de “coração e sentimento”, cidadelas dos pensamentos e das emoções que experimentamos no
cotidiano.
A paz de
Deus é uma espécie de muro em torno de uma casa, objetivando protegê-la dos
perigos externos.
Ela torna-se
um guarda fiel para o crente.
Que
saibamos, em Cristo, ouvir o belo conselho do sábio: “Sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as
saídas da vida” (Pv 4.23).
SINÓPSE DO TÓPICO (3)
A paz divina que o
Senhor nos concede excede a todo o entendimento, pois não depende das
circunstâncias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Carta aos
Filipenses, em sua completude, destaca a alegria do Senhor como uma virtude de
sustentação da vida cristã.
Não se trata
de alegria passageira ou meramente emocional.
A alegria do
Senhor alimenta a nossa alma e produz paz e segurança, porque essa “paz é como uma sentinela celestial” que nos guarda do mal.
Ora, a
alegria também é “fruto do Espírito” (Gl 5.22),
pois a presença dela em nós produz uma vida interior que supera todas as nossas
vicissitudes.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
ZUCK, R. B. Teologia do Novo Testamento. 1 ed.,
RJ: CPAD, 2008.
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio Teológico
“Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto
está o Senhor. O termo grego epieikes, equidade, descreve restrição de paixões,
sobriedade ou aquilo que é apropriado. Pode significar boa disposição para com
as pessoas (cf. Rm 14). Em 1 Timóteo 3.3 e Tito 3.2, a palavra é usada com um
adjetivo que significa ‘não propenso a brigar’. A ideia é de ser tolerante, não
insistindo em direitos próprios, mas agindo com consideração uns com os outros.
Em questões que sejam dispensáveis, os crentes filipenses não devem ir a
extremos, mas evitar o fanatismo e a hostilidade, julgando uns aos outros com
indulgência. Perto está o Senhor pode ser aviso que a igreja primitiva
costumava usar. Neste caso, Paulo está dizendo: ‘Qual é o propósito das
rivalidades? Sede tolerantes uns com os outros para que Deus seja tolerante
convosco quando o Senhor vier’. A frase também era entendida como promessa da
proximidade do Senhor, e interpretada com relação ao versículo seguinte. Não
estejais inquietos por coisa alguma [...] Embora possamos planejar o futuro
(1Tm 5.8), não devemos ficar ansiosos quanto a nada (Mt 6.25). O segredo desta
qualidade de vida é a oração e as súplicas. ‘Cuidado e oração [...] são mais
opostos entre si que fogo e água’. Oração é geral e baseia-se nas promessas
divinas, envolvendo devoção ou adoração. Súplicas são rogos especiais em tempos
de necessidade pessoal e apelam para a misericórdia de Deus” (Comentário
Bíblico Beacon. 1 ed., Vol. 9, RJ: CPAD, 2006, p.277).
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio Teológico
“Pessoal (4.2,3)
A advertência de Paulo nestes dois versos marca uma
ocorrência incomum em suas cartas. É comum o apóstolo enfrentar os problemas,
as objeções ou as falsas doutrinas dentro de suas igrejas. Porém, esta é uma
das poucas ocasiões onde ele realmente nomeia as pessoas envolvidas (1 Tm
1.20). Na maioria das vezes, Paulo prefere manter os envolvidos em
controvérsias no anonimato. O fato de mencionar aqui estes indivíduos reflete a
seriedade da situação, seu relacionamento íntimo com os filipenses e sua alta
consideração para com as duas irmãs a quem fez este sincero apelo. Obviamente
ele considera estas mulheres, bem como o restante da congregação, como
suficientemente maduros para lidarem com este assunto publicamente.
Paulo propõe um sério apelo às duas mulheres na
congregação em Filipos, Evódia e Síntique (possivelmente diaconisas naquela
igreja). As mulheres desempenharam um papel muito importante na fundação
daquela igreja na macedônia (veja At 16.14).
[...] Paulo fala com cada uma das mulheres separadamente,
possivelmente para mostrar sua imparcialidade na situação.
[...] Estas mulheres, juntamente com Clemente e outros
cooperadores, têm combatido com Paulo como se estivessem em um combate de
gladiadores (1.27), por amor ao evangelho. Agora, nestas ocasiões em que
existem relacionamentos hostis, Paulo pede a este ‘verdadeiro companheiro’ que
seja um parceiro para estas duas senhoras, a fim de trazer uma solução. É
significativo que os termos ‘cooperadores’, ‘contender’ e ‘ajudar’ contenham a preposição
‘com’ (syn), enfatizando o papel vital da comunidade cristã e do trabalho em
equipe, no pensamento de Paulo” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo
Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2009, p.505).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Alegria dos salvos em
Cristo
O apóstolo Paulo abriu o capítulo 4 reconhecendo que os
filipenses eram sua alegria e coroa. A alta estima que Paulo tinha à igreja de
Filipos fazia com que o apóstolo não economizasse no vocabulário, riquíssimo de
nobres sentimentos. Por isso, ele exortava os filipenses a estarem firmes no
Senhor, numa espécie de redundância ao assunto exposto no capítulo anterior.
Em seguida conclama a Evódia e Síntique que sentisse o
mesmo sentimento no Senhor. Amor, carinho, ternura e compaixão eram sentimentos
que deviam está no coração dessas duas irmãs, pois afinal de contas, elas eram
crentes fundadoras daquela comunidade. Estavam no início de tudo, lado a lado
com o apóstolo na labuta da fé. Mas algo de errado ocorrera com estas duas
preciosas irmãs no cotidiano da igreja.
Imediatamente Paulo pede a um obreiro local que auxilie
essas irmãs, mas não somente ele, Clemente também e muitos outros cooperadores
no Evangelho. Aquele era o momento onde os oficiais da comunidade local deviam
socorrer e conciliar o relacionamento daquelas duas irmãs pioneiras. O objetivo
dessa medida pastoral era que ao final de tudo, juntamente com toda igreja,
Evódia e Síntique pudessem atender a convocação paulina: “Regozijai-vos,
sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos”.
Este relato ensina de maneira singular o quanto que o
discípulo de Jesus deve valorizar o bom relacionamento com os irmãos. A
comunhão entre irmãos é um instrumento de Deus para levar alegria ao coração
daqueles que se sentem solitários ou deprimidos. Muitos são os irmãos que não
tem a oportunidade de comungar com o outro irmão da mesma fé. A luz do relato
de Evódia e Síntique, o crente em Jesus é estimulado a resolver a diferença com
o seu próximo e viver a alegria de Deus com os irmãos.
O ambiente que promove união e comunhão é propício para
não haver inquietações das almas e confusão de espírito. Neste ambiente se
torna propício em Deus as petições dos santos serem conhecidas pelos outros com
oração e súplicas e ação de graças. Então a paz de Deus que excede todo o
entendimento guardará os corações e os sentimentos dos discípulos de Cristo
Jesus, o nosso Senhor. A igreja local precisa ser este ambiente. Um lugar de
Comunhão, Paz, Oração e Ação de Graças entre os irmãos.
FONTE: www.professoralberto.com.br
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