quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Lição 07 - 4º Trimestre 2020 - Jezabel: Fazendo a Diferença para o Mal - Jovens.

 

Lição 7 - Jezabel: Fazendo a Diferença para o Mal 

4º Trimestre de 2020 - 15/11/2020

INTRODUÇÃO 

Ao observar a história dos reinos de Israel, vemos que as monarquias foram marcadas por governantes que ouviram a voz de Deus, e outros que deliberadamente rejeitaram ao Senhor. O Reino do Norte, Israel, destacou- -se por ter sido governado por reis marcadamente afastados dos padrões divinos. Dentre esses reis, destaca-se o rei Acabe. O seu governo, apesar de militarmente vitorioso, foi marcado por uma grande idolatria, perseguição aos profetas de Deus, injustiças e até mesmo um período de seca que impediu que a terra desse a sua produtividade. Acabe tinha por esposa Jezabel, uma mulher fenícia que fez o possível para oficializar a idolatria em Israel. A maldade desse casal é tão impressionante que os livros dos reis dedicam pelo menos oito capítulos (1 Rs 16-22; 2 Rs 9) para contar a sua história. Neste capítulo, veremos que pessoas em posição de liderança têm a oportunidade de fazer a justiça, como também têm a chance de fazer a diferença para o mal e atrair para elas a ira de Deus.

I – UMA MULHER COM FÉ PARA O MAL 

Jezabel tinha origem fenícia, um povo que se dedicara à construção de embarcações e ao comércio. A capacidade de esse povo processar e comercializar a púrpura rendeu-lhe recursos e fama. Há quem considere os fenícios como cananeus devido não apenas à proximidade geográfica desses povos, como também por causa de uma invasão dos amorreus na Fenícia e na Palestina 2 mil anos antes de Cristo. Como todos os povos do mundo antigo, os fenícios dedicaram a sua fé à adoração a Baal, o deus cananeu “responsável” pela fertilidade, pelas tempestades e pela chuva.

A sua adoração a Baal certamente lhe foi ensinada na infância, e essa mentalidade de adoração seguiu os passos dela até à sua morte. Como fiel ao culto a Baal, ela não hesitou em levar a sua crença à terra de Israel. Jezabel não apenas levou consigo a fé em Baal, como também levou a idolatria a todo o Reino do Norte. Os cananeus, de onde ela procedia, criam em deuses que existiam na mente dos seus adoradores, mas que não eram deuses, como diz Deus a Jeremias: “Houve alguma nação que trocasse os seus deuses, posto não serem deuses? Todavia, o meu povo trocou a sua glória pelo que é de nenhum proveito” (Jr 2.11).

Apesar da reconhecida idolatria nos territórios fenícios, a Palavra de Deus fala que uma mulher, cujo nome não foi registrado, que vivia em Sidom, terra de Jezabel, creu no Deus de Israel. Esse fato deu-se no mesmo período em que Jezabel foi rainha em Israel durante o ministério de Elias. Após o profeta ter decretado a seca no território hebreu do Norte, o Eterno mandou-o para Sidom (uma clara demonstração de senso de humor divino, pois Acabe e Jezabel procuraram Elias para matá-lo durante muito tempo e em diversos lugares, mas não o procuraram em Sidom). Na localidade chamada Sarepta, uma mulher viúva e pobre cuidou do profeta Elias, tendo ela mesma e o seu filho, pela fé, sido sustentada por Elias posteriormente. Foi uma experiência e tanto, tendo em vista que ela havia sido ensinada a adorar e depender dos deuses cananeus, e não do Deus de Israel.

A influência de Jezabel na história de Israel é registrada na Palavra de Deus por causa do casamento dela com o rei Acabe, que é descrito na Bíblia como um rei que “fez o que era mau aos olhos do Senhor, mais do que todos os que foram antes dele” (1 Rs 16.30). Acabe conseguiu superar, dos reis que vieram antes dele, toda a maldade que eles fizeram juntos. É dito que o rei Acabe andou nos pecados de Jeroboão, que era um valente operário nos tempos de Salomão e foi escolhido pelo Eterno para ser rei das tribos do Norte (1 Rs 11.29-36). Deus disse a ele por meio do profeta Aías: “[...] reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma e serás rei sobre Israel” (1 Rs 11.37). Tal promessa era grandiosa, mas, quando Jeroboão tornou-se rei, esqueceu-se da promessa de Deus e colocou dois bezerros de ouro, um em Betel, e outro em Dã. Ele convenceu o povo de que seria trabalhoso ir a Jerusalém adorar e, com esses bezerros, inseriu as dez tribos na idolatria. Ele também tornou sacerdotes pessoas que não eram da tribo de Levi, “dos mais baixos do povo” (1 Rs 12.31). Como se fosse pouco oferecer deuses aos hebreus, ele colocou pessoas sem a chamada ou a devida qualificação ministerial em posição de liderança espiritual. Eis aí o resultado de esquecer-se daquilo que o Senhor prometeu. Somos chamados por Deus para uma missão. Cabe, porém, a nós andar de acordo com o que nos ordenou o Senhor. Para piorar a sua biografia, o rei Acabe casou-se com Jezabel. Filha de um rei pagão, Jezabel influenciou fortemente um homem que já não temia ao Senhor. Ele casou-se sem consultar ao Eterno, e isso fez com que o seu reino fosse mais conhecido pelas maldades e pelo desvio do culto a Deus. Foi um casamento misto, de proporções nacionais e apropriado para conflitos relacionados à fé. Como já era previsto, Jezabel exerceu forte influência na vida do rei Acabe a ponto de a Bíblia dizer: “Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o incitava” (1 Rs 21.25). As Escrituras dizem que Acabe vendeu-se para fazer o que era mau aos olhos do Senhor. É como se ele olhasse para si mesmo, avaliasse o seu potencial, calculasse o seu preço e colocasse a si mesmo à venda. A Bíblia não diz que ele foi vendido; ela diz que ele vendeu a si mesmo. Essa é a história do casal, nos registros de Israel, que fez muito para desviar o povo da fé em Deus. A verdade é que a Palavra de Deus mostra, pelo exemplo de Acabe e Jezabel, que a união sem a bênção de Deus geralmente conduz o casal e a família à idolatria ou mesmo a conflitos familiares desnecessários. Acabe já não temia ao Senhor e, ainda por cima, celebrou a sua união com uma princesa estrangeira, piorando, assim, a sua vida espiritual. Foi um casamento com peso político e espiritual contrários a Israel

II – A SUA INFLUÊNCIA EM ISRAEL

Como já percebemos, a liderança de um povo tem a capacidade de influenciar os liderados. Jezabel influenciou muito e negativamente a história de Israel quando se casou com o rei Acabe e levou consigo o culto a Baal. Esse culto trazia o costume da prostituição cultual, pois Baal era considerado o deus da fertilidade e era tido por senhor entre os fenícios. Ba‘al era geralmente representado por um touro. Numa sociedade agrícola, a dependência dos elementos da natureza era primordial, e, enquanto os hebreus eram ensinados a confiar em Deus, que lhes mandava as chuvas e garantia a eles as colheitas, os povos vizinhos criam nos baalins e em Astarote, que, aos olhos dos seus adoradores, eram responsáveis por iniciar os processos que faziam a manutenção da vida. Os cultos cananeus geralmente eram oferecidos tendo como elementos a prostituição cultual e a bebedeira. A quebra dos valores sexuais do casamento e a falta de discernimento trazida pela ingestão do vinho mostravam bastante o tipo de comportamento a que os seus adeptos estavam acostumados. Profetas desses deuses também ofereciam sacrifícios. Num caso específico, no Monte Carmelo, os profetas de Baal chegaram a cortar-se e a derramar o seu próprio sangue para que a sua voz fosse ouvida pelo seu deus. A própria Jezabel é descrita como uma pessoa que agia com prostituições e feitiçarias (2 Rs 9.22) 

É dito que Jezabel matou os profetas do Senhor (1 Rs 18.13). Os profetas de Yahweh representavam um forte apelo ao retorno do culto ao 86 | Os Bons e Maus Exemplos verdadeiro Deus, e Jezabel não desejava concorrência. Sem hesitação, ela ordenou a morte daqueles que eram porta-vozes do Eterno. A nação de Israel, contudo, não podia ficar sem profetas. Ao matar grande parte dos profetas de Deus, Jezabel instituiu outros profetas, mas de Baal. Eles corroboravam as práticas dos fenícios, e as suas “profecias” não vinham do Espírito de Deus. A profecia é fruto direto da revelação divina. Ela não advém dos estudos, da leitura de um texto sagrado, da sua análise, da interpretação e da homilética, pois essas são atividades do intelecto humano. Não foi pela atividade intelectual humana que Samuel ungiu Saul e Davi como reis, ou que Elias confrontou Acabe, ou que José, pai de Jesus, teve as orientações que preservaram a vida do recém-nascido Salvador. Somente as orientações vindas diretamente de Deus fizeram a diferença sobre a atividade do intelecto humano. Em nossos dias, o Senhor Deus continua manifestando a sua presença por meio do dom de profecia, que é dado pelo Espírito. Tal dom não é consequência da reflexão teológica e exegética. Há grupos teológicos que acreditam que a profecia deixou de existir logo após a Palavra de Deus ter a sua conclusão

Outro pecado cometido por Jezabel foi matar Nabote, o proprietário de uma vinha que ficava ao lado do palácio em Jezreel. Desejando ter mais um pedaço de terra, Acabe quis negociar a propriedade onde Nabote e os seus ancestrais plantavam uvas, mas Nabote recusou-se a fazer tal negócio, ainda que lhe fosse mais proveitoso trocar as suas terras com o rei. A maligna rainha escreveu cartas para autoridades em nome do rei, ordenando que, após um jejum, Nabote fosse colocado em um lugar visível e fosse acusado por homens ímpios. Após isso, Nabote foi acusado de blasfêmias contra Deus e, em seguida, assassinado. O que mais pesa nesse crime é o fato de que Nabote foi morto por causa de um falso testemunho, sob a acusação de que tinha blasfemado contra Deus. Jezabel não servia ao Senhor, mas usou o nome dEle para promover uma acusação contra Nabote e matá-lo. Nabote havia respeitado o direito de manter a herança da sua família, mas foi acusado de ser blasfemo e, ainda por cima, por homens que tinham deixado de lado a fé no Deus Eterno. Gente sem Deus pode usar o nome dEle quando lhe convém. Dois homens, filhos de Satanás, deram um falso testemunho, e Nabote foi apedrejado até morrer. O rei de Israel, ao receber a notícia da morte do seu vizinho, Nabote, simplesmente se levantou e apropriou-se das terras do morto. A maldade de Jezabel e o poder que tinha para orquestrá-la mancharam ainda mais a sua biografia.

III – O FIM DE JEZABEL

Um dos profetas mais representativos da Antiga Aliança é Elias. Ele foi usado por Deus de forma impetuosa, realizou milagres e buscou restaurar em Israel a fé no Deus Eterno. Graças ao seu empenho em fazer isso, foi perseguido por decretar a seca no Reino do Norte, humilhando, dessa forma, o culto a Baal. Se não tinha chuvas na época correta, Baal não poderia 88 | Os Bons e Maus Exemplos ser reverenciado, pois acima dele estava o Deus verdadeiro de Israel, que fechou os céus e impediu que houvesse provisão. O ódio de Jezabel para com os servos de Deus era tanto que ela mandou matar os profetas do Senhor. Um mordomo chamado Obadias — homem temente e que escondeu 100 profetas do Senhor e manteve-os com pão e água — foi informado sobre o fato de Jezabel matar esses profetas (ver 1 Rs 18.4; 13). Mesmo assim, tal informação não impediu Elias de obedecer a Deus e ser usado poderosamente. Jezabel teve a oportunidade de arrepender-se diante dos milagres ocorridos pelo ministério de Elias. Fazer descer fogo do céu, intervir na natureza impedindo a chuva e manter-se vivo quando caçado não foram eventos suficientes para ela pensar que o Deus de Israel não poderia ser comparado a qualquer outro deus, preservando a vida do servo dEle. 2. Deixou uma Semente, Atalia Jezabel e Acabe tiveram uma filha por nome Atalia, que se casou com Jeorão, filho de Josafá. Da mesma forma como Jezabel trouxe males para o Reino do Norte, a sua filha trouxe um grande mal no Reino de Judá, pois ela convenceu o seu marido a seguir a Baal.

A influência de Jezabel passou, como vemos, à geração seguinte, a ponto de a descendência de Davi ficar mantida apenas por uma criança. Ela e Jeorão tiveram um filho chamado Acazias, que reinou no Norte. Jeú, o homem ungido para ser rei em Israel, matou Acazias e, quando Atalia soube que o seu filho foi morto, mandou matar toda a descendência de Davi, que reinava em Judá. Só Joás restou da linhagem de Davi, sendo escondido ainda criança no templo até que o sacerdote Joiada fez um levante contra a governante assassina e restaurou, com o exército de Israel, o reino à casa de Davi. A situação era tão ruim nessa época em Judá que havia no reino um sacerdote dedicado a Baal chamado Matã (ver 2 Rs 11.18). Esse foi o legado de Jezabel passado para a sua filha. Foi Morta segundo a Palavra do Senhor Após ter no seu currículo a “baalização” das tribos do Norte e a matança de profetas do Senhor, o Eterno também julga Jezabel pelo assassinato de Nabote. Os crimes de Jezabel foram tão graves que Deus decretou a sua morte duas vezes. Elias disse: “E também acerca de Jezabel falou o Senhor, dizendo: Os cães comerão Jezabel junto ao antemuro de Jezreel” (1 Rs 21.23). O lugar que foi tomado de Nabote serviu de julgamento e punição para a rainha de Israel. A segunda vez que o Senhor fala dela é com o profeta Eliseu, quando este vai ungir a Jeú como rei sobre o Reino do Norte: “E ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do Senhor da mão de Jezabel” (2 Rs 9.7). A morte de Jezabel levou um tempo para ocorrer. Entretanto, não devemos pensar que o Senhor deixou de punir a impiedade dela. Deus fez justiça contra as maldades dela quando Jeú, que foi ungido rei por Eliseu, entrou no palácio de Jezreel e mandou jogá-la de uma das janelas da habitação real. Findava-se, portanto, a vida da feiticeira e prostituta Jezabel. 

A imagem de Jezabel ultrapassa o Antigo Testamento. No livro de Apocalipse, uma mulher na igreja em Tiatira chamada Jezabel, profetisa, estava desviando pessoas na congregação.

CONCLUSÃO 

Jezabel teve a sua passagem pela história de Israel de forma lamentável. Serva de um falso deus, conseguiu influenciar o seu marido e filhos a seguir o seu caminho. A sua influência sobre Acabe para que o culto a Baal fosse realizado em todo o Israel foi vitoriosa, e ela não trocou o seu deus mesmo vendo o Deus de Israel intervindo na natureza e operando milagres. Mesmo adorando a um falso deus, Jezabel permaneceu fiel à sua fé, algo que deveria fazer toda a igreja pensar no seguinte: “Até que ponto somos tímidos em falar de Jesus, ou quantas vezes somos tentados a trocar nossa fé quando atingidos por circunstâncias que nos provam?”. Jezabel, por causa da sua impiedade, foi julgada por Deus e entrou para a história bíblica como um exemplo a não ser seguido. Que isso nos sirva de lição! Servimos a um Deus vivo e não podemos substituir o Eterno por algo que não tem valor algum, nem ser influenciados por aqueles que não têm compromisso com Deus.

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