Lição 8 - O Avivamento Wesleyano
4º Trimestre de 2020
TEXTO BÍBLICO: Efésios 5.14-21
ENFOQUE BÍBLICO
“E se o meu povo que se chama pelo meu nome se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” (2Cr 7.14)
OBJETIVOS
Destacar a importância do Evangelho para a sociedade;
Salientar a necessidade de se clamar a Deus por um avivamento, a começar em nossas próprias vidas;
Afirmar que o poder do Evangelho pode influenciar positivamente a vida social das pessoas e de um país inteiro, como ocorreu durante o Avivamento Wesleyano.
“Não é este um tição tirado do fogo?” (Zc 3.2)
O AVIVAMENTO WESLEYANO
Poderíamos perguntar: Qual a razão ou a necessidade de avivamento? Passados aproximadamente dois séculos, depois, da Grande Reforma, a igreja precisa de avivamento. A razão desta necessidade foi o investimento que a igreja Católica Romana fez com o movimento contra Reforma. O Concilio de Trento, por exemplo, deu poderes a Cúpula da Igreja Católica, para deter o Protestantismo, devido a reforma feita dando poderes ao Papa para que manobrasse a igreja tirando o poder da maioria.
A liderança da igreja Romana defendia a força e a qualquer custo a crença Medieval, procurando de toda forma sufocar os protestantes a quem eles chamavam de hereges. Alem dos meios utilizados pela Inquisição criaram a Congregação do Índex, que tinha como objetivo crivar os livros e separá-los daqueles que a igreja não aceitava. Foram descartados todos os livros escritos pelos protestantes e todas as versões da Bíblia, exceto a Vulgata.
A congregação do Índex, não só procurou frear o protestantismo, como também qualquer movimento que conduzissem o mundo ao progresso. A reconquista da Igreja Católica Romana iniciou-se no Império Alemão. O trabalho dos jesuítas e a pressão sobre os governos transformaram regiões como Alemanha, Áustria, Stíria, Bavária e outras em regiões solidamente católicas. A região que mais sofreu com os ataques da reconquista foi à Inglaterra, no entanto não puderam destruir o protestantismo inglês.
O serviço missionário fez a diferença, infelizmente quem deixou de fazer discípulos foram os protestantes. A Igreja Católica Romana cuidou de levar suas razões Teológicas ao povo, geralmente faziam sob pressão, mas conforme surgiam novas terras lá estava um padre para a primeira missa. Logo a Europa, estava contra o Protestantismo ou quando não confusa religiosamente. A França no século XVIII alcança um grande desenvolvimento se destaca entre as nações européias.
A Igreja Católica Romana se aproveita desse fortalecimento e cria um movimento chamado “Galicanismo”. Os galicanos procuravam associar a vida de um bom católico, a de um Frances, que naquele momento era símbolo de sucesso, por estar em um lugar super desenvolvido. Mas os galicanos não queriam ver o Papa envolvido com o estado, eles apenas obedeciam como autoridade o rei. Em contrapartida surgiu outro movimento ainda na França chamado Ultramontanismo, fundado pelos jesuítas, que procurava dar ênfase a autoridade papal. Portanto eram o oposto dos galicanos, resultou na dissolução dos jesuítas na França, devido a pressão da igreja católica francesa.
Na Alemanha que fora o berço da Grande Reforma, vai ter uma história desalentadora nos anos seguintes. As disputas teológicas entre os luteranos e os teólogos reformadores Du lugar para o surgimento de dois grupos. O Pietismo que possuíam ardor espiritual, suas pregações eram praticas, acreditava na regeneração. Outro grupo era os Moravios que foram influenciados pelos pietistas, porém eram missionários.
Quanto a Inglaterra conseguiu que os Puritanos alcançassem poder no Parlamento, para tornar a Igreja como desejavam. Procuraram reformar a igreja, mas o tempo foi passando e a depravação atingiu a aristocracia inglesa, o que também influiu nas mais variadas camadas sociais. Mesmo que houvesse neste ínterim uma revolução que resultou em leis como que a Inglaterra continuasse protestante e fosse preservado o direito de culto. Anos depois a nação se encontrava novamente mergulhada numa estagnação e num indiferentismo religioso. O mundanismo havia tomado conta da igreja seus lideres eram sem fervor e egoístas.
Olhando pela ótica humana a igreja teria um futuro incerto, mas como disse Orlando Boyer, numa noite de 1708, a multidão corria pela rua gritando: “fogo! Fogo!” Era a casa de Samuel Wesley que ardia em chamas e lá no alto numa janela estava um menino com menos de cinco anos. A família tentou tira-lo, mas em vão, então dobraram os joelhos e oraram até que um vizinho o vê na janela e tem a idéia de reunir alguns outros homens e subindo uma aos ombros do outro conseguiram salvar o menino.
Assim que tiraram a criança, os escombros caíram e tudo se queimou. Samuel Wesley, orou de joelhos com os amigos abraçado com o filhinho ao seu colo. O nome do menino era João Wesley, o décimo quinto filho da família. Sua mãe Suzana Wesley, deu lhe uma atenção especial, pois sabia que este salvamento tinha significado.
Wesley era um homem pequeno, sua altura era de um metro e sessenta e seis centímetros, magro e pesava menos de sessenta quilos, mas muito resistente, seu compromisso serio com Deus se deu aos trinta e cinco anos em 1738. Geralmente um pastor prega em média cem vezes ao ano Wesley pregou 780 vezes, por ano durante 54 anos. As igrejas lhes fecharam as portas, razão de suas pregações acontecerem ao ar livre. Multidões ouviram o evangelho transformador e gritavam angustiadas e tristes devido aos pecados. A classe alta materialista se apavorava Voltaire gritou na hora da morte, pois teve a convicção de ter se encontrado com Deus.
Wesley por vezes tinha algumas visões que o deixava como morto, mesmo assim ele teve muitas perseguições. Apedrejaram-no bateram em seu rosto até ficar ensangüentado. A perseguição vinha de fora e também da igreja decadente. Mas para ele a importância de pregar a Palavra estava em primeiro lugar. Durante seus cinqüenta e quatro anos de ministério andou cerca de 7 mil quilômetros por ano, para alcançar os locais de cultos leu em torno de 1200 livros, a maioria enquanto andava a cavalo. Escreveu uma gramática hebraica e outra em Latim e varias em Frances e inglês, durante muitos anos foi o relator de um jornal. Compilou um dicionário, comentou o Novo Testamento, revisou uma biblioteca de cinqüenta volumes e os reduziu para trinta volumes.
Escreveu um livro sobre filosofia natural, escreveu sobre a história da igreja, historia de Roma e sobre a Inglaterra. Ainda escreveu sobre a medicina, sobre a musica para os cultos, ele e seu irmão Carlos Wesley escreveram e publicaram 54 hinários. Aos 88 anos dizia não se sentir velho, tinha ainda vigor e enxergava bem, mas foi nesse mesmo ano que o Senhor o chamou para o descanso Eterno.
OBRAS CONSULTADAS
OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de – Historia da Igreja – 2ª Ed. EETAD, Campinas SP
BOYER, Orlando – Heróis da Fé – CPAD – 4ª Ed 1987, RJ
Portal Escola Dominical – Pr. Jair Rodrigues
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