Lição 6 - Meus
Pais têm Religiões Diferentes, e agora?
2º Trimestre de 2018
ESBOÇO GERAL
A Religião
As religiões dos meus são diferentes, e agora?
Pregação sem palavras
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar o que é a religião;
Conscientizar que Deus deve ser amado sobre todas as coisas;
Propor uma maneira de pregar o Evangelho à família.
A Religião
As religiões dos meus são diferentes, e agora?
Pregação sem palavras
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar o que é a religião;
Conscientizar que Deus deve ser amado sobre todas as coisas;
Propor uma maneira de pregar o Evangelho à família.
EVANGÉLICA, MAS NÃO EVANGELIZADORA
Pr. Claudionor de Andrade
Hoje, durante o almoço, um convidado ilustre e bem
falante voltou-se para mim e, dispensando os exórdios de praxe, perguntou-me:
“Qual o maior desafio da igreja evangélica brasileira atualmente?” A pergunta
não chegou a surpreender-me, porque eu já vinha pensando no assunto. Por isso,
não tive dificuldades em responder ao meu vizinho de garfo e de sobremesa:
“Nosso maior desafio, hoje, é voltar a ser Igreja”. Como não tinha tempo para
costurar outras considerações sobre a nossa cristandade, generalizei umas
coisas aqui, especifiquei outras ali. E resolvi calar-me. Não sei se o meu
interlocutor deu-se por satisfeito. Mas, naquele momento, era tudo o que eu
podia dizer.
Gostaria de haver explicado àquele homem atencioso e culto que, à medida que nos robustecemos como organização, debilitamo-nos como organismo. E os que ganhamos em quantidade, já começaram a perder em qualidade. O futuro? Só Deus sabe. Logo, o que tanto temíamos acabou acontecendo: o nominalismo já é uma epidemia entre nós. Por conseguinte, o diagnóstico que o Senhor Jesus fez de Sardes também serve para a igreja evangélica brasileira: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto” (Ap 3.1).
Gostaria de haver explicado àquele homem atencioso e culto que, à medida que nos robustecemos como organização, debilitamo-nos como organismo. E os que ganhamos em quantidade, já começaram a perder em qualidade. O futuro? Só Deus sabe. Logo, o que tanto temíamos acabou acontecendo: o nominalismo já é uma epidemia entre nós. Por conseguinte, o diagnóstico que o Senhor Jesus fez de Sardes também serve para a igreja evangélica brasileira: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto” (Ap 3.1).
Tornamo-nos ricos, poderosos, influentes.
Bastamo-nos a nós mesmos. Hoje, não precisamos mais evangelizar para crescer. O
aumento vegetativo é suficiente para nos manter a pujança dos números. Então,
por que gerar filhos espirituais, se nossos bebês, apesar de raros, ainda são
capazes de inchar os róis de nossas igrejas? E, assim, vamos crescendo para
dentro e diminuindo para fora. Afinal, nossas demandas internas são tão
urgentes, que já não há tempo para tratarmos de coisas importantes como
evangelismo e missões.
Florescemos como império. Murchamos como Reino. Os
passos encurtaram e diminuíram, mas os paços alongaram-se e fizeram-se mais
suntuosos. E os nossos pés? Dantes tão calejados, porém formosos, agora são
mais delicados que os da esposa de Cantares. E, nem por isso, fizeram-se mais
limpos.
Antes, éramos arrolados entre os mártires, agora,
entre os ricos e famosos. Outrora pobres, enriquecíamos a muitos. No presente,
temos ouro e prata, mas já não temos autoridade para declarar: “Em nome de
Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!” (At 3.6) Sim, de nada temos
falta. Mas a nossa pobreza espiritual já não pode ser disfarçada. Como se não
bastasse, ainda nos orgulhamos de uma visão administrativa que vê tudo, menos o
Reino de Deus na manjedoura.
Ontem, éramos odiados por sermos biblicamente
corretos. Hoje, o mundo nos bajula por estarmos entre os política e socialmente
corretos. Ganhamos influência junto aos palácios e câmaras. Todavia, já não
temos ousadia junto ao trono daquele, cuja soberania não deve ser ignorada.
No início, a igreja era evangelizadora. Agora,
meramente evangélica. Se no passado fazíamos história, no presente, nem
históricos somos. Já não temos qualquer perspectiva quanto ao futuro.
Perdemo-nos no tempo, e já não conseguimos achar o Pai da Eternidade.
Sim, há exceções e não são poucas. Infelizmente,
passamos a ser conhecidos não pelas exceções, mas pela regra geral. Se as
exceções fazem o cristianismo invisível e militante, a regra geral dá corpo e
forma à cristandade visível e já bem conformada com o mundo. Infelizmente,
ainda não podemos arrancar o cristianismo da cristandade, mas podemos impedir
que ela venha sufocar-nos. E, assim, vai o nome de Cristo sendo vituperado.
Ontem o joio entre o trigo. Hoje, o trigo entre o
joio. E, pouco a pouco, vai a erva daninha sufocando a boa semente.
O que aconteceu conosco? John Stott foi buscar três
simples palavras para descrever a igreja evangélica de nossos dias: “Crescimento
sem profundidade”. O seu diagnóstico foi preciso, porém doloroso. Referia-se
não somente à igreja de seu país, mas também à do Brasil. Pois não deixamos de
ser um reflexo do que acontece no universo evangélico europeu e,
principalmente, norte-americano. Houve um tempo, em que nos supúnhamos imunes à
indiferença que levou as igrejas da Europa e dos Estados Unidos a beirar a
extinção. Infelizmente, já estamos indiferentes à nossa própria indiferença.
Antes, a espiritualidade da igreja era aferida pela
Bíblia. Hoje, pelo IBGE. Regozijamo-nos com estatísticas e gráficos. Aliás, o
texto áureo de muitos obreiros hoje é: “Sede numerosos e ricos, porque Eu sou
rico e numeroso”. Será que a lição de Davi não serve para nada? O filho de
Jessé, mais preocupado com o seu império do que com o Reino de Deus, ordenou
que Joabe levantasse o censo de Israel. Mas isso lhe custou muito caro. E, por
fim, teve de aprender que o Senhor não precisa de grandes números para estar
entre o seu povo. Bastam-lhe três santos, e no meio destes estará para sempre.
Certa vez, João Paulo II reclamou do número de seus
fiéis. A quantidade era muita, mas a qualidade pouca. A mesma reclamação faria
Billy Graham. Tanto o papa quanto o evangelista estavam certos. Mas nós, por
falta de senso, continuamos preocupados com o censo. Entre outras razões,
porque os recenseamentos medem não propriamente o nosso cristianismo, mas a
nossa cristandade. Eles não mostram o nosso empenho evangelístico, mas o nosso
engenho político. É por isso que nos alegramos quando elegemos um deputado, mas
não demonstramos a mesma alegria ao enviarmos um missionário ao campo.
Diante de um deserto tão vasto, a pergunta faz-se
império neste reino de indiferença: “Como voltar a ser uma igreja
verdadeiramente evangélica?” Em primeiro lugar, devemos nos preocupar mais com
o cristianismo e menos com a cristandade. Esta sempre estará bem visível e
vistosa. Mas aquele, posto que invisível, precisa começar a aparecer com a
mesma intensidade, pois esta é a recomendação de nosso Senhor: “Assim brilhe
também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” Mt 5.16). Às vezes, damos muita
ênfase à fé, e esquecemo-nos das ações de misericórdia e justiça que devem
caracterizar o discípulo de Cristo.
Um dos melhores livros que li foi o Cristianismo Básico de John Stott. Embora direcionado ao novo
crente, deveria ser lido por todo teólogo velho e calejado. Afinal, todos
carecemos das verdades simples, porém indispensáveis, que fazem do pecador um
autêntico cristão. Logo no início de sua obra, escreve o irmão Stott: “O que
então devemos fazer? Devemos assumir um compromisso pessoal com o Senhor Jesus,
de coração e de mente, alma e vontade, entregando nossas vidas a ele, sem
reservas. Devemos nos humilhar diante dele. Devemos confiar nele como nosso
Salvador e nos submetermos a ele como nosso Senhor; para então assumirmos
nossos lugares como membros fiéis da igreja e cidadãos responsáveis dentro da
comunidade”.
Diante do exposto, resgatemos urgentemente o termo
“evangélico” que, desgastado midiaticamente, é hoje um sinônimo mero e ordinário
de riqueza, sucesso e atrevimento. Não me atrevo a apontar culpados. Todos
somos responsáveis pelo que vem acontecendo em nossos arraiais. Contudo, jamais
haverei de isentar a famigerada Teologia da Prosperidade que, com a sua ação
preferencial pelos ricos, transformou a igreja evangélica brasileira num
arremedo teológico. Seus proponentes, sempre tão gabarolas e fanfarrões,
substituíram a excelência da vida cristã pelo sucesso de uma existência cheia
de coisas vazias e mentirosas.
Com a teologia da prosperidade veio uma enxurrada
de modismos e asneiras. E, infelizmente, não são muitas as arcas para abrigar
os cristãos que ainda teimam em seguir o cristianismo singelo e essencial que
Jesus nos deixou.
Não quero a destruição da igreja evangélica, mas
espero que ela seja também evangelizadora. E que volte a falar aos pecadores,
pois esta é a sua razão de ser. Sim, não desejo a sua destruição. Todavia,
anseio que ela seja mais cristianismo que cristandade. Almejo também que ela
aumente como Reino e diminua como império. E que, crescendo, não venha a
inchar. A igreja não precisa diminuir em quantidade, mas é urgente que venha a
crescer em qualidade. Mas, para que isso aconteça, é preciso que eu e você
busquemos um avivamento autenticamente bíblico.
Eu gostaria de ter dito tudo isso ao meu
interlocutor durante o almoço de hoje. Mas tive pouco tempo. Já em minha sala,
agradeci aquele homem gentil e culto pela pergunta. Num momento como este, as
perguntas são mais necessárias que as respostas, pois elas levam-nos ao
arrependimento e às respostas que somente Deus pode dar-nos.
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD
Prezado professor, aqui você pode contar com mais um recurso no preparo
de suas Lições da Revista Adolescentes Vencedores. Nossos
subsídios estarão à disposição toda semana. Porém, é importante ressaltar que
os subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a
Palavra de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não é uma nova lição
(uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano
de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que
ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD
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