Lição 10 - Ética
Cristã e Vida Financeira
2º Trimestre de 2018
PONTO CENTRAL
O planejamento financeiro é imprescindível para uma vida econômica bem-sucedida.
O planejamento financeiro é imprescindível para uma vida econômica bem-sucedida.
ESBOÇO GERAL
Introdução
I – Uma teologia para a vida financeira
II – Meios honestos para ganhar dinheiro
III – Como administrar o dinheiro
Conclusão
Introdução
I – Uma teologia para a vida financeira
II – Meios honestos para ganhar dinheiro
III – Como administrar o dinheiro
Conclusão
OBJETIVO GERAL
Mostrar a importância de o crente administrar bem as suas finanças.
Mostrar a importância de o crente administrar bem as suas finanças.
Ética Cristã e Vida Financeira
Pr. Douglas Baptista
O Senhor é fonte de toda riqueza, tanto a prata
quanto o ouro lhe pertencem (Ag 2.8). As posses e os bens são concedidos ao
homem por meio do nosso Deus. Cada um prestará contas daquilo que recebeu para
administrar (Rm 14.12), inclusive no quesito financeiro (Mt 25.19). Nas
Escrituras, o trabalho enobrece o homem, sendo este o único meio digno de
sobrevivência (Gn 3.19). Apesar dessa assertiva bíblica, durante a Idade Média,
os que escolhiam trabalhar para conseguir sustento eram considerados cristãos
de segunda classe e a espiritualidade monástica do período medieval, em geral,
considerava o trabalho degradante (MCGRATH, 2012, p. 331).
Essa ideia deturpada do trabalho perdurou até a
Reforma Protestante, em 1517. Somente após o movimento protestante é que houve
uma mudança de paradigma na conceituação do trabalho. Quem trabalhava era
somente a plebe ou o proletariado, enquanto a nobreza e também o clero
sobejavam em benefícios e regalias e eram sustentados pelos altos impostos
infligidos aos trabalhadores. Com a Reforma, o protestantismo desenvolveu “a
concepção de que o trabalho é uma vocação divina, a qual foi dada a cada ser
humano como instrumento de determinação de amor ao próximo, no sentido de que,
cumprindo a vocação, a pessoa humana serve a seu semelhante” (OLIVEIRA, 2009,
p. 174).
A teologia protestante inverteu o antigo ponto de
vista católico e medieval. De uma percepção do trabalho como algo humilhante
para um meio dignificante e glorioso de louvar a Deus em sua criação e por
intermédio dela (MCGRATH, 2012, p. 332). O trabalho passou a ser entendido como
um meio digno e desejado de sustentar a família, erradicar a pobreza e a
miséria, bem como uma oportunidade de exercer o amor aliviando a dor e a fome
do próximo, e ainda uma maneira de propiciar a manutenção do Reino de Deus na
terra.
Vida Financeira Equilibrada
No livro de Provérbios estão registradas as
palavras de Agur (Pv 30.1). Ele fez dois pedidos ao Senhor, os quais almejava
usufruir antes de sua morte (Pv 30.7). Seu primeiro pedido era por uma vida
íntegra, livre da vaidade e da falsidade (Pv 30.8a). Na segunda petição, Agur
desejou uma vida financeira equilibrada. Ele rogou: “não me dês nem a pobreza
nem a riqueza” (Pv 30.8b). O motivo desse segundo pedido é explicado em
seguida: “para que, porventura, de farto te não negue e diga: Quem é o Senhor?
Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance mão do nome de Deus” (Pv 30.9).
Agur desejava dinheiro suficiente para uma vida digna que não o levasse a
pecar. Ele não queria muito dinheiro para evitar a soberba, mas também não queria
que faltasse para não ser desonesto. Nesse propósito, ele aspirava apenas à
porção necessária para cada dia (Pv 30.8c). E foi exatamente assim que Cristo
nos ensinou a pedir: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” (Mt 6.11).
Desde o início, Deus tem prometido prosperidade ao
seu povo. Tudo começou com Abrão, que habitava em Ur dos caldeus, quando o
Senhor lhe falou: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu
pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e
abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção” (Gn 12.1,2).
As Escrituras asseveram que Abraão creu na promessa que Deus lhe fizera, e isso
lhe foi imputado como justiça (Rm 4.3). Portanto, a prosperidade é algo
bíblico, está nas Escrituras como uma dádiva divina, algo prometido pela
palavra do próprio Deus.
Em contrapartida, nas Escrituras “ser próspero” não
significa “somente ter posses”, pois a prosperidade unicamente material pode
ser danosa. Consciente dessa verdade, o sábio rei Salomão registrou: “Não
esgote suas forças tentando ficar rico; tenha bom senso! As riquezas
desaparecem assim que você as contempla; elas criam asas e voam como águias
pelo céu” (Pv 23.4,5, NVI). Quando Cristo foi interpelado por alguém que
requeria intervenção em um caso de herança, o Senhor lhe advertiu severamente:
“Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem
não consiste na quantidade dos seus bens” (Lc 12.15, NVI). João, ao escrever
para Gaio, desejou-lhe prosperidade material e espiritual (3 Jo 1,2). Assim,
nossa riqueza deve ser tal qual é próspera a nossa alma.
Saúde financeira
A saúde financeira não depende de quanto ganhamos,
mas de como gastamos o que ganhamos. A Palavra de Deus censura a imprudência de
quem vive acima de sua capacidade econômica: “O homem sensato tem o suficiente
para viver na riqueza e na fartura, mas o insensato não, porque gasta tudo o
que ganha” (Pv 21.20, NTLH). Aquele que desobedece a esse princípio acumula
dívidas e vive atribulado. Não raras vezes contrai empréstimos para saldar
outros empréstimos. Torna-se refém dos altíssimos juros dos cartões de crédito
e do cheque especial. Em casos extremos, passa a ser explorado por agiotas que
fazem financiamentos com juros abusivos. Compromete sua reputação e seu nome
figura como mau pagador nos órgãos de proteção ao crédito. Pela sua insensatez
e má administração, quando chega à velhice não tem onde reclinar a cabeça e nem
mesmo condições mínimas de viver dignamente.
Portanto, para uma vida financeira equilibrada, é
preciso bem administrar o orçamento familiar. A prudência ensina calcular todas
as despesas e fazer provisões financeiras para evitar o empréstimo e a vergonha
(Lc 14.28). Outra salutar medida é não se envolver na aquisição de supérfluos e
resistir à tentação de comprar o que não precisa. Aplicar a remuneração naquilo
que é indispensável e não gastar o dinheiro naquilo que não é pão (Is 55.2) —
aquele que observa esses princípios fica longe das dívidas e escapa da ruína
financeira. Será louvado pela sua família, manterá o bom nome e a boa
reputação, e, na velhice, poderá desfrutar de uma merecedora e digna
aposentadoria.
O apóstolo Paulo corrobora que a vida moderada é o
melhor caminho para fugir dos laços e tentações das riquezas (1 Tm 6.9,10). A
cobiça pelo dinheiro corrompe os homens e os faz desviar da fé. Percebe-se no
texto bíblico que o mal não está no dinheiro, e sim no “amor ao dinheiro”. O
mal está em perder a comunhão com Deus e passar a depositar a confiança nas
riquezas. A Bíblia revela que essa atitude foi empecilho de libertação na vida
de muitos, como nos exemplos do jovem rico (Lc 18.23), de Judas Iscariotes (Lc
22.3-6), de Ananias e Safira (At 5.1-5), que valorizaram o dinheiro em
detrimento da salvação. Portanto, mesmo que o Senhor nos permita enriquecer, o
salmista nos adverte para não pecarmos: “[...] se as vossas riquezas aumentam,
não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10).
Cuidado com a cobiça
O mais perigoso inimigo do homem é ele próprio. A
sua própria carne e a natureza pecaminosa que nele habita constituem um inimigo
vicioso e enganoso. Existem três espécies de pecado que se encontram na raiz da
queda de qualquer cristão: é o amor pelas mulheres (imoralidade sexual); o amor
pelo dinheiro (o pecado da cobiça); e o amor por posições (orgulho e
apostasia). Comparados com isso os seus inimigos externos são fáceis de
combater. A cobiça vem de uma insegurança com relação à provisão de Deus e o amor
pelo dinheiro. Em Mateus 6.24, Jesus ensinou sobre dois senhores, dentre os
quais devemos escolher um — Deus ou Mamom. Acerca dessa declaração, Mamom é
identificado com o nome do deus pagão da riqueza e da prosperidade com
gravíssimas implicações:
No Targum (paráfrase aramaica do Antigo
Testamento), essa palavra era usada para o lucro desonesto obtido mediante
exploração egoística de outra pessoa. O “mamom” da injustiça de Lucas 16.9
corresponde com exatidão a uma frase aramaica que significa “possessões adquiridas
com desonestidade. (MOUNCE, 1996, p. 70)
Infelizmente, muitos cristãos têm caído nessa
armadilha, apropriando-se daquilo que não é seu. As Sagradas Escrituras
esclarecem que a cobiça, ou a avareza, está no amor ao dinheiro. Paulo ensina
que a cobiça é pecado de idolatria. Nos textos de Colossenses 3.5 e de Efésios
5.5, avareza e cobiça são sinônimos. Esses termos estão ligados com a ganância
de querer ter e ser mais que os outros. Um cristão dominado pela avareza ou
pelo desejo de acumular riquezas é insensato e delira em vãos pensamentos,
Jesus deixou bem claro que “a vida de qualquer não consiste na abundância do
que possui” (Lc 12.15). Lamentavelmente, não são poucos os que acabam se
perdendo por causa da cobiça ao dinheiro, bens materiais e posições
economicamente compensatórias.
O problema da soberba
Ao escrever aos romanos, o apóstolo dos gentios os
advertiu acerca da soberba: “[...] não ambicioneis coisas altas, mas
acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos” (Rm 12.16). Os romanos,
por viverem na cidade imperial, estavam bem próximos do esplendor da corte e
buscavam ocupar certas posições. A exortação paulina os instiga a se acomodarem
às coisas simples, deixando de ser convencidos, em vez de lutar na consecução
de coisas que eram altas demais para eles (PFEIFFER, 1983, v. 5, p. 56).
Matthew Henry considera que “não devemos ambicionar honra e promoção, nem olhar
com respeito o fausto e a dignidade do mundo com qualquer valor ou desejos
excessivos” (2008, vol. 2, p. 391). Nesse sentido, o problema não está nos
altos cargos ou funções, mas no desejo de alguns de serem superiores aos
outros.
Não obstante, a orientação bíblica por vezes é
negligenciada por aqueles que almejam, por meio do acúmulo das riquezas,
alcançar o topo da pirâmide social para vangloriar-se sobre os demais. A
respeito desse procedimento, Tiago reprovou o comportamento de alguns crentes
que estavam praticando o favoritismo e o elitismo na igreja (Tg 2.1-9). A
reprovação de Tiago ainda tem relevância para hoje: “A Igreja não deveria
mostrar parcialidade, nenhum interesse com respeito à beleza externa, à riqueza
material e ao poder ou à influência da pessoa” (DAVIDS, 1997, p. 79). Muitos
conflitos e contendas são gerados na igreja por ações de superioridade praticadas
por parcela da membresia. Deus não se recusa em nos abençoar, mas não o fará se
a nossa motivação for errada. Não seremos atendidos se o nosso desejo de
prosperidade estiver motivado pelo egoísmo e pela soberba (Tg 4.1-3).
Evitando as dívidas
A falha no estabelecimento de prioridades provoca o
endividamento. Quando a família não planeja, acaba contraindo dívidas acima de
suas posses. O lar passa a sofrer privações e se torna refém do credor (Pv
22.7). O comprometimento da renda familiar acarreta uma série de outros
prejuízos, tais como impaciência, nervosismo e desavenças no lar. Para evitar
essas desagradáveis situações é aconselhável comprar tudo à vista (Rm 13.8),
não ficar por fiador de estranhos (Pv 11.15; 27.13), fugir da mão dos agiotas
(Êx 22.25; Lv 25.36), e ser fiel nos dízimos e nas ofertas (Ml 3.10,11).
O nível de desemprego aliado à falta de disciplina
financeira da população contribuiu com os altos índices de endividamento e
inadimplência das famílias brasileiras. Diante desse cenário caótico e a fim de
não fazer parte desses índices, o crente salvo deve manter sua disciplina
financeira por meio da fidelidade nos dízimos e nas ofertas, no esmero no
planejamento do orçamento familiar e na fuga de todo e qualquer endividamento.
E, depois de fazer todo o possível ao seu alcance, confiar que Deus suprirá as
suas necessidades (Fp 4.7).
Prezado professor, aqui você pode contar com mais
um recurso no preparo de suas Lições Bíblicas de Adultos. Nossos
subsídios estarão disponíveis toda semana. Porém, é importante ressaltar que os
subsídios são mais um recurso para ajudá-lo na sua tarefa de ensinar a Palavra
de Deus. Eles não vão esgotar todo o assunto e não se trata de uma nova lição
(uma lição extra). Você não pode substituir o seu estudo pessoal e o seu plano
de aula, pois o nosso objetivo é fazer um resumo das lições. Sabemos que
ensinar não é uma tarefa fácil, pois exige dedicação, estudo, planejamento e
reflexão, por isso, estamos preparando esse material com o objetivo de ajudá-lo.
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